Rodada #1 Direito Tributário
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- Joaquim da Cunha Leal
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1 Rodada #1 Direito Tributário Professor Ricardo Wermelinger Assuntos da Rodada DIREITO TRIBUTÁRIO: 1. Competência Tributária. 2. Limitações Constitucionais do Poder de Tributar Imunidades Princípios Constitucionais Tributários. 3. Conceito e Classificação dos Tributos. 4. Tributos de Competência da União Imposto sobre a Importação Imposto sobre a Exportação Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Imposto sobre Produtos Industrializados Imposto sobre Operações Financeiras. 5. Contribuições Sociais Contribuição para o Pis/Pasep Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art.11 da Lei n , de 24 de julho de 1991, e as instituídas a título de substituição Contribuições por lei devidas a terceiros (art.3º, 1º, da Lei n , de 16 de março de 2007) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. 6. Tributos de Competência dos Estados. 7. Tributos de Competência dos Municípios. 8. Simples. 9. Legislação Tributária Constituição 9.2. Emendas à Constituição Leis Complementares Leis Ordinárias Leis Delegadas Medidas Provisórias Tratados Internacionais Decretos Resoluções Decretos Legislativos Convênios Normas Complementares. 10. Vigência da Legislação Tributária. 11. Aplicação da Legislação Tributária. 12. Interpretação e
2 Integração da Legislação Tributária. 13. Obrigação Tributária Principal e Acessória. 14. Fato Gerador da Obrigação Tributária. 15. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária. 16. Domicílio Tributário. 17. Responsabilidade Tributária. Conceito Responsabilidade dos Sucessores Responsabilidade de Terceiros Responsabilidade por Infrações. 18. Crédito Tributário. Conceito. 19. Constituição do Crédito Tributário Lançamento. Modalidades de Lançamento Hipóteses de alteração do lançamento. 20. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. Modalidades. 21. Extinção do Crédito Tributário. Modalidades. 22. Pagamento Indevido. 23. Exclusão do Crédito Tributário. Modalidades. 24. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. 25. Administração Tributária Fiscalização Dívida Ativa Certidões Negativas. 2
3 a. Teoria em Tópicos 1. Tributo é tudo que você é obrigado a pagar pro governo, sem ser multa. 2. A definição de tributos que cai nas provas naturalmente não é essa, mas sim a do artigo 3º do CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 3. Prestação Pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Tributo deve ser calculado em moeda e cobrado em moeda. O que cai na prova? Pagamento de tributos com mercadoria: não pode. Pagamento de tributos com trabalho: não pode. Tributos ad valorem x específicos: tributos ad valorem são os tradicionais: alíquota de 10% sobre o valor da mercadoria, por exemplo. São calculados sobre o valor (daí o valorem). Tributos específicos são calculados sobre a unidade: R$ 10 por garrafa de whisky, ou R$ 5 por tonelada de ferro. Aqui não se tributa por valor, mas por quantidade. Em ambos os casos, o valor do tributo será expresso normalmente em moeda, ambos são permitidos e largamente usados. 3
4 4. Compulsória: tributo não decorre do acordo de vontades, ninguém pode escolher não pagar tributo. E o Estado também não pode escolher cobrar ou não. O que cai na prova? Caráter contratual/sinalagmático: tributo não tem isso. Vontade do contribuinte de pagar: é irrelevante, tem que pagar com ou sem vontade. 5. Que não constitua sanção de ato ilícito: grande parte das questões dos alunos nos fóruns são sobre essa parte. Iremos estudar isso em três momentos da matéria; agora, ao estudar as funções dos tributos, e ao estudar obrigação tributária. Eu vou transmitir a ideia para vocês, então, em sucessivas camadas de profundidade. Hoje vamos ao básico. Sacam o que é tipo tributário? A mesma coisa de tipo penal... É a previsão legal de uma situação que gerará uma consequência. No direito penal temos o tipo: matar alguém. Pena: 6 a 20 anos. Tipo: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel (furto). Pena: de 1 a 4 anos. Em direito tributário é a mesma coisa. Tipo: auferir renda. Consequência: pagar imposto de renda. Tipo: ser proprietário de veículo automotor. Consequência: pagar IPVA. O tipo tributário precisa ser lícito. Não se pode ter tipo tributário ilícito. Os tipos ilícitos são do direito penal. Para eles, como consequência, temos uma punição (uma pena). Em direito tributário a consequência é o pagamento de um tributo, mas o tributo não é uma pena. Você que ganha muito dinheiro não está pagando imposto de renda como uma punição por ser bem sucedido. 4
5 Afinal, um dos principais objetivos de punir alguém é tentar educar a pessoa para não repetir o comportamento ilegal. Se trouxéssemos isso para o direito tributário, significaria dizer que o governo quer que todo mundo faça voto de pobreza, pare de ganhar dinheiro ou ter bens. Tributo, portanto, não é pena. Assim sendo, não se aplica aos comportamentos ilegais, apenas aos legais. Entenderam? As duas próximas camadas desse assunto são: o uso dos tributos para desestimular comportamentos, parecido com a função educativa da pena (exemplo: taxação altíssima dos cigarros), e o imposto de renda do ladrão de banco. Cada coisa na sua hora, mas fica a sementinha plantada aí na cabeça de vocês Instituída em lei: Esse tema irá se desdobrar em vários tópicos ao longo do curso. Por agora, vejamos... O que cai na prova? Medida provisória tem força de lei (ordinária). Multas e demais penalidades tributárias também precisam ser criadas em lei. 7. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Aqui entra o conhecimento de direito administrativo que sei que vocês têm! Plenamente vinculada, zero margem para a Administração. O que cai na prova? 5
6 Margem de discricionariedade da administração: zero. Nenhuma. Mesmo. Deixar de cobrar tributo por motivo qualquer: não pode. Ocorreu o fato gerador do tributo, precisa ser cobrado. Ainda veremos melhor, mas essa cobrança começa pelo chamado lançamento tributário. 8. Vamos para as espécies de tributo. Para estudarmos o que de mais marcante diferencia um tributo do outro, precisamos começar por vinculação. Vinculação, aqui, não tem a menor relação com a atividade plenamente vinculada que vimos há pouco, é outro conceito. Os tributos podem ser vinculados a uma atuação estatal. São chamados tributos contraprestacionais, pois são cobrados contra prestação do Estado (em razão de prestação do Estado). Outros são não vinculados. Não é necessário que o Estado faça nada para que ocorra seu fato gerador. Tributo vinculado: taxa de emissão de passaporte, taxa de fiscalização da vigilância sanitária, taxa de coleta de lixo. Tributo não vinculado: imposto de renda, IPVA, IPTU, ICMS, ISS... No popular, as pessoas reclamam pago IPVA em dia mas as ruas estão esburacadas!. Para o nosso estudo, essa crítica não procede. O IPVA não possui relação com a atuação do Estado de conservar as ruas. Ele apenas depende de haver propriedade de veículo. 9. Impostos: esses são os tributos não vinculados em sua essência. Tanto que a definição do CTN diz apenas isso: 6
7 CTN 16 Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 10. Taxas: são os tributos vinculados em sua essência. CTN 77 As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Existem dois tipos de taxa: a de polícia e a de serviço. O Poder de polícia ocorre quando o Estado resolve regulamentar uma atividade qualquer, restringindo a liberdade privada por questões de segurança, saúde, interesse público, etc e tal. Quem exerce essa atividade precisa pagar uma taxa, cujo objetivo é custear essa regulação. Em outras palavras: certas atividades são especiais, dão um trabalho diferente para o Estado regular e fiscalizar. Em vez de todo mundo pagar o pato, apenas aquelas pessoas que praticam a atividade bancam esse Estado xerife. Já a taxa de serviço é aquela que custeia uma atividade do Estado empresário. Quando o Estado oferece à população algo específico e divisível, cabe ao usuário pagar. Específico: deve ser uma atividade estatal determinada. Não vale cuidar da higiene das pessoas, mas sim recolher o lixo. E divisível: cada usuário deve ser identificado. Não vale varrer a calçada, pois todos a usam, não só o morador da casa que fica em frente, mas sim recolher o lixo daquela casa. O serviço não precisa ser efetivamente prestado, basta estar à disposição e ser obrigatório. Exemplo, sempre o mesmo: coleta de lixo. É obrigatória, pois por 7
8 saúde pública ninguém pode queimar seu lixo ou enterrar no quintal. E basta estar à disposição, pois ainda que a casa esteja vazia, o serviço será cobrado, desde que o caminhão passe na porta para recolher. Existe uma regra sobre taxas que costuma cair: as taxas não podem ter base de cálculo própria dos impostos. O que significa isso? Que as taxas não podem ter como base de cálculo uma atuação do contribuinte, mas sim a atuação estatal. A forma de calcular o tributo, da mesma forma, não pode ser como nos impostos, mas baseada na atuação estatal. Sabe onde isso se vê na prática? Coleta de lixo, rsrs. Algumas prefeituras tentaram cobrar tendo como base de cálculo o valor dos imóveis. Porém, isso é a base de cálculo do IPTU, e um imóvel valer mais do que o outro não significa que produzirá mais lixo do que o outro. O ideal seria a cobrança calculada com base no número de sacos ou peso do lixo recolhido. Isso é impossível, claro. Outra solução seria cobrar com base no número de moradores da casa. Possível, mas muito difícil. A solução que se encontrou foi a cobrança com base no tamanho do imóvel, independente do seu valor. Presumese que uma casa maior produzirá mais lixo que uma menor. Não é o ideal, mas é razoável, essa foi a solução mais aceita pelos Tribunais, dentre as várias que os municípios tentaram. Mudando de assunto, existem serviços que, apesar de prestados pelo Estado ou por concessão, não são obrigatórios. Se não é obrigatório, a pessoa usa se quiser. Se ela usa se quiser, ela paga se quiser, certo? (desde que use) Esses serviços não são remunerados por taxa, são remunerados por tarifa/preço público. 8
9 Tarifa/preço público não é tributo, é prestação civil. Aqui temos um caráter contratual do serviço, a pessoa contratou porque quis. Nada do que virmos em nossas aulas se aplica a tarifa. Exemplo: tarifa de telefonia. 11. Contribuição de melhoria: muito simples. Se o Estado faz uma obra e essa obra gera valorização no preço dos imóveis da vizinhança, pode ser cobrada uma contribuição de melhoria. Veja que são duas condições simultâneas: a obra, e a valorização decorrente da obra. Obra que desvaloriza o imóvel não poder ser tributada. Valorização que não decorreu de obra também não. Esse tributo tem dois limites: o custo total da obra, e a valorização individual de cada imóvel. O somatório de todas as contribuições cobradas de todos os envolvidos não pode superar o custo total da obra. E o valor que cada contribuinte terá que pagar não pode exceder a valorização individual do seu imóvel. Logo, uma obra muito cara que valorizou pouco os imóveis esbarrará no teto da valorização, e obra barata que valorizou muito esbarrará no teto do custo total da obra. 12. Antes de seguirmos com as espécies tributárias, precisamos separar aqui o CTN da CF. Se olharmos o CTN, artigo 5º, veremos que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Mais importante ainda, veremos o seguinte: 9
10 CTN 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Assim sendo, pelo CTN, nem o nome nem o destino da arrecadação são importantes para definir as espécies tributárias. Quanto ao nome tudo bem, mas já o destino... O CTN é anterior à CF. Na CF, duas novas espécies tributárias foram criadas. E a diferença entre elas e as demais é justamente a destinação legal do produto da sua arrecadação. Vamos a elas. 13. Contribuições Especiais: Englobam algumas categorias, cujo detalhamento acho melhor deixarmos pra ver na aula sobre contribuições: Contribuições Sociais (ver CF 194) Contribuição de Intervenção no domínio econômico (CIDE) Contribuições corporativas (OAB, CFM, CREA e afins) COSIP (iluminação pública) A diferença entre as contribuições e os impostos é justamente que as contribuições possuem o produto da sua arrecadação previamente determinado, ao passo que a receita dos impostos vai para o bolo geral do orçamento. Quem não lembra da CMPF, criada para custear a saúde? 10
11 14. Empréstimos Compulsórios: nossa última espécie. O que diferencia os empréstimos compulsórios das demais é que, além de eles terem o produto da sua arrecadação previamente determinado, esse produto em algum momento terá que ser devolvido aos contribuintes. Só podem ser criados pela União, mediante Lei Complementar, em casos específicos, previstos na Constituição: CF 148 A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Existem questionamentos jurisprudenciais sobre esse parágrafo único: se o desvirtuamento da aplicação dos recursos possuiria relação direta com a (in)constitucionalidade da cobrança do tributo. O entendimento é de que o desvirtuamento dos recursos teria impacto na inconstitucionalidade do tributo. Teoricamente, o mesmo questionamento poderia ser feito em relação ao desvirtuamento do produto das contribuições, porém, naquele caso, se entende que uma irregularidade orçamentária/de direito financeira não teria reflexos na inconstitucionalidade da cobrança em si da contribuição. 11
12 15. Ficamos, portanto, com duas classificações dos tributos: CTN: 3 espécies, o destino da arrecadação é irrelevante CF: 5 espécies, o destino da arrecadação é relevante Se o enunciado mencionar expressamente o CTN, marque 3. Se não falar nada, ou falar na CF ou em entendimento do STF, marque 5. A banca costuma confundir o candidato, aqui, misturando um tópico de competência tributária. Ainda vamos estudar, mas já adianto, para garantir que vocês conseguirão matar as questões que encontrarem: Existem 5 espécies tributárias na CF, porém, apenas 3 podem ser criadas por todos os entes da federação (impostos, taxas e contribuições de melhoria). A pegadinha é a pergunta vir assim: Conforme a Constituição, União, Estados, DF e Municípios podem instituir as seguintes espécies tributárias: A resposta são 3. Apesar de haver 5 espécies tributárias na CF, apenas 3 podem ser criadas pelas três esferas do Governo. Existem contribuições que apenas a União cria. Empréstimos compulsórios também são só dela. A contribuição de iluminação pública, por outro lado, é exclusiva de municípios e DF, e por aí vai. Assim sendo, em resumo: Existem 3 espécies no CTN. Na CF, existem 5, sendo que, dessas 5, apenas 3 podem ser criadas por todos, que são justamente as mesmas 3 previstas no CTN. 12
13 b. Revisão 1 (questões) QUESTÃO 1 - ESAF - ANALISTA MPOG Sobre o conceito de tributo, suas classificações e suas espécies, é correto afirmar que a) tributo é, legal e constitucionalmente, toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, ainda que constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. b) a natureza jurídica específica do tributo é, legal e constitucionalmente, determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la tanto denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. c) as espécies tributárias são, legal e constitucionalmente, imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categoria econômica ou profissional e contribuição de iluminação pública. d) a espécie tributária taxa pode ter como fato gerador, legal e constitucionalmente, o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, desde que, em qualquer caso, a respectiva base de cálculo não seja idêntica àquelas que correspondam a qualquer espécie de imposto. e) denomina-se como tributo indireto aquele que comporte, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro da tributação desde o denominado contribuinte de fato para sobre o denominado contribuinte de direito. 13
14 QUESTÃO 2 - ESAF MPOG É sabido que, de acordo com o art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Consoante tal entendimento, é errado afirmar-se que: a) as multas pelo descumprimento da obrigação tributária não são tributos, mas consideradas pelo CTN como obrigação tributária, ao lado do tributo, para que se submetam ao mesmo regime de constituição, discussão administrativa, inscrição em dívida ativa e execução dos tributos. b) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear suas ações no interesse da sociedade. A fiscalização tributária implica exercício do poder de polícia, e somente mediante atividade administrativa pode ser exigido o pagamento de tributo. c) ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, a autoridade administrativa tem o dever de exigir o cumprimento da obrigação por parte do contribuinte, havendo, no entanto, alguma margem de discricionariedade nesta atividade. d) a aquisição de renda e a promoção da circulação de mercadorias com o produto de renda advinda do jogo do bicho, por exemplo, apesar de fatos ilícitos, são passíveis de tributação. e) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas sim toda prestação pecuniária que reúna o conjunto dos requisitos constantes do art. 3o do CTN, como por exemplo o caráter obrigatório. 14
15 QUESTÃO 3 ESAF SEFAZ/CE 2007 De acordo com o art. 30 do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Diante desta definição, assinale a opção incorreta. a) Diferentemente das penalidades, que se aplicam pela ocorrência de atos ilícitos, os tributos dependem da prática de atividade lícita. b) A fim de constituir um crédito tributário e declarar a obrigação tributária ao contribuinte, o Fisco necessita efetuar o respectivo lançamento. c) Havendo a ocorrência do fato gerador, aquele que o praticou será obrigado a pagar o tributo, independentemente de sua vontade. d) A criação ou instituição de um tributo tem de ser veiculada por meio de lei, expressão que deve ser interpretada restritivamente, sem admitir-se a espécie Medida Provisória como hábil a tal propósito. e) A expressão prestação pecuniária exprime a obrigação de que o tributo tem de ser pago em unidades de moeda em curso, não se admitindo, como regra, seu pagamento em bens (in natura) ou em trabalho (in labore). QUESTÃO 4 ESAF ACE O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: 15
16 a) taxa b) contribuição de melhoria c) imposto d) empréstimo compulsório e) preço público QUESTÃO 5 ESAF AFPS 2002 Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que: a) empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias. b) tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. c) são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico. d) tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. e) tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra. 16
17 QUESTÃO 6 ESAF MPOG Quanto ao conceito de tributo pode-se afirmar, exceto: a) a cobrança do tributo é atividade plenamente vinculada, não deixando margem à discricionariedade do agente público. b) tributo é prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. c) o tributo é prestação que não pode se constituir em sanção de ato ilícito. d) o tributo só pode ser criado por lei, mas existem exceções como os impostos de importação e o imposto sobre produtos industrializados, que podem ser criados por decreto. e) o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, independentemente da vontade das partes envolvidas. QUESTÃO 7 ESAF SEFAZ CE 2007 Preços públicos: a) confundem-se com taxas. b) confundem-se com impostos. c) confundem-se com contribuições de melhoria. d) não se confundem com contribuições sociais, porque estas, diferentemente deles, não são vinculadas. 17
18 e) não se confundem com taxas, porque estas, diferentemente deles, são compulsórias. QUESTÃO 8 ESAF SUSEP (melhor autarquia do mundo) 2010 Uma das espécies de tributos elencada pela Constituição Federal é a Contribuição de Melhoria, decorrente de obras públicas. Tal espécie visa a uma distribuição mais justa dos ônus decorrentes de determinadas obras públicas, que beneficiam a sociedade como um todo, mas acabam por beneficiar particularmente determinadas pessoas, inclusive acarretando valorização imobiliária. Sobre o tema Contribuição de Melhoria, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas. I. Seu objetivo principal é fazer com que pessoas diretamente beneficiadas pela execução de uma obra pública participem com maior intensidade de seu custeio, suportando-o total ou parcialmente. II. O princípio da vedação do enriquecimento sem causa justifica, para alguns doutrinadores, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria. III. Pode-se eleger como parâmetro da cobrança da contribuição de melhoria, de modo geral, o custo total da obra (rateado entre os principais beneficiados) ou a valorização imobiliária dela decorrente (individualmente analisada). a) Está correto apenas o item I. b) Está correto apenas o item III. c) Estão corretos apenas os itens I e III. d) Estão corretos apenas os itens II e III. 18
19 e) Todos os itens estão corretos. QUESTÃO 9 ESAF AFRFB 2009 Em relação aos empréstimos compulsórios, é correto afirmar que: a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3º do Código Tributário Nacional. b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado "Plano Collor" (Lei n /90). c) o conceito de 'despesa extraordinária' a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. d) se conceitua como um contrato de direito público, com a característica da obrigatoriedade de sua devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação. e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver instituído. QUESTÃO 10 ESAF MPOG 2012 Assinale a opção correta. a) A contribuição de melhoria e as taxas são tributos vinculados, já que dependem de uma atuação específica do Estado. 19
20 b) As taxas decorrentes do poder de polícia são tributos vinculados; já as taxas decorrentes de serviços são tributos não vinculados a uma atividade estatal. c) O imposto é, por excelência, um tributo vinculado a uma atividade estatal específica. d) Todos os impostos são não vinculados, com exceção do imposto sobre a renda da pessoa física, que é utilizado para reduzir as desigualdades regionais. e) As taxas de serviços são tributos vinculados; já as taxas decorrentes do poder de polícia são tributos não vinculados a uma atividade estatal específica. 20
21 c. Revisão 2 (questões) QUESTÃO 11 ESAF AFRE PA 2002 Tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte: a) imposto b) taxa c) contribuição de melhoria d) pedágio e) preço público QUESTÃO 12 ESAF TCE GO Com relação ao preço público e a sua distinção com a taxa, pode-se afirmar que a) a tarifa é uma receita pública, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. b) a taxa visa ao lucro enquanto a tarifa visa ao ressarcimento. c) o preço público é uma espécie de tributo, pois a sua exigência é compulsória e tem por base o poder fiscal do Estado. d) a tarifa pode ser cobrada em razão do exercício do poder de polícia. e) a tarifa é uma receita originária, proveniente da intervenção do Estado, por meio dos seus associados, permissionários, ou concessionários, na atividade econômica. 21
22 QUESTÃO 13 ESAF AFRE PA 2002 Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto b) taxa c) empréstimo compulsório d) contribuição social e) contribuição de melhoria QUESTÃO 14 ESAF AFRFB 2002 A assertiva errada, entre as constantes abaixo, é a que afirma que a) a instituição de empréstimos compulsórios só pode ser feita por lei complementar. b) um dos fundamentos possíveis do empréstimo compulsório é a calamidade pública. c) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios. d) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de caráter urgente não se aplica o princípio da anterioridade. e) os recursos provenientes de empréstimo compulsório só podem ser aplicados para atender à despesa que tiver fundamentado a sua instituição. 22
23 QUESTÃO 15 ESAF SEFAZ/CE 2007 Segundo definição contida no art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é uma prestação pecuniária que, entre outras características, é instituída em lei. A partir daí, e considerando os dispositivos constitucionais sobre as espécies normativas, podemos concluir que a) as medidas provisórias, por veicularem necessariamente matéria relevante e urgente, são incompatíveis com o princípio constitucional da anterioridade, razão pela qual não podem cuidar de matéria tributária. b) as medidas provisórias podem, em determinadas situações, versar sobre matéria tributária. c) medidas provisórias são aptas a instituir, mas não a aumentar tributos. d) a fim de que se compatibilizem com as limitações constitucionais ao poder de tributar, as medidas provisórias somente poderão cuidar de normas gerais em matéria tributária, mas não da instituição de tributos. e) as medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não podem cuidar de matéria tributária, em nenhuma situação. QUESTÃO 16 ESAF ACE 2002 Denomina-se preço público: a) a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 23
24 b) a prestação pecuniária exigida pelo Poder Público, decorrente de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. c) a prestação pecuniária decorrente de tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que resulte valorização imobiliária. d) a obrigação do sujeito passivo, que surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo. e) a prestação pecuniária, decorrente da livre manifestação do comprador, exigida pelo Estado, por órgão estatal, ou por entidade ligada ao Poder Público, pela venda de um bem material ou imaterial. QUESTÃO 17 ESAF MIN FAZ 2009 A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente: a) do fato gerador da respectiva obrigação. b) da destinação legal do produto da arrecadação. c) da denominação. d) da fixação do agente arrecadador. e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. QUESTÃO 18 ESAF SEC FAZ RJ
25 As taxas, no direito tributário, são espécies tributárias que decorrem, entre outros fatos geradores, do exercício regular do poder de polícia. Sobre estes, julgue os itens a seguir: I. entende-se por regular o poder de polícia quando desempenhado por órgão competente, nos limites da lei, observando devido processo legal, e exercida sem desvio ou excesso de poder; II. a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder; III. a atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa; IV. exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público, conciliando esses interesses. Estão corretos: a) apenas os itens I e III. b) apenas os itens I, III e IV. c) todos os itens estão corretos. d) apenas os itens III e IV. e) apenas os itens II, III e IV. QUESTÃO 19 ESAF RFB Assistente
26 As taxas, no modelo constitucional brasileiro: a) terão caráter pessoal e serão graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. b) terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal. c) serão seletivas e não cumulativas. d) serão informadas pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade. e) não poderão ter base de cálculo própria de impostos. QUESTÃO 20 ESAF SEFAZ SP 2009 Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água. b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal. d. Revisão 3 (mapa mental) 26
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28 e. Normas (apenas o que mais cai) CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts. 3º a 5º, 16, 77 a 79 e 81) Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. [...] Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. [...] Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 28
29 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. [...] Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 29
30 CONSTITUIÇÃO FEDERAL (arts. 148, 149 caput, 195 parte) compulsórios: Art A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. [...] Art A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: incidentes sobre: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 30
31 b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. equiparar. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 31
32 f. Gabarito D C D C D D E E A A A E E D B E A C E E 32
33 g. Breves comentários às questões: QUESTÃO 1 - ESAF - ANALISTA MPOG Sobre o conceito de tributo, suas classificações e suas espécies, é correto afirmar que a) tributo é, legal e constitucionalmente, toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, ainda que constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. b) a natureza jurídica específica do tributo é, legal e constitucionalmente, determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la tanto denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. c) as espécies tributárias são, legal e constitucionalmente, imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categoria econômica ou profissional e contribuição de iluminação pública. d) a espécie tributária taxa pode ter como fato gerador, legal e constitucionalmente, o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, desde que, em qualquer caso, a respectiva base de cálculo não seja idêntica àquelas que correspondam a qualquer espécie de imposto. e) denomina-se como tributo indireto aquele que comporte, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro da tributação desde o denominado contribuinte de fato para sobre o denominado contribuinte de direito. COMENTÁRIO 33
34 Questão fresquinha para nos mostrar como anda a posição da ESAF sobre a classificação dos tributos. A banca, ao usar essa expressão legal e constitucionalmente, demonstra que não vale apenas a classificação do art. 4º do CTN, a CF deve ser levada em conta. Reparem que a opção b) está de acordo com o CTN, porém, na CF temos a destinação do tributo como fator de diferenciação dos empréstimos compulsórios e das contribuições em geral (menos de melhoria). Se a banca não citar expressamente conforme o CTN, a destinação do produto da arrecadação é, sim, fator relevante para a classificação dos tributos. O artigo 4º, II, do CTN (que vala da irrelevância da destinação) não foi recepcionado pela nossa Constituição, então, só vale a regra dele caso a questão esteja cobrando especificamente o texto do Código. A opção d) está corretíssima. A opção c) não mencionou os empréstimos compulsórios (de resto está certa, só faltou esse tributo mesmo), e a opção e) inverteu o papel dos contribuintes de fato e de direito Opção D correta. QUESTÃO 2 - ESAF MPOG É sabido que, de acordo com o art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Consoante tal entendimento, é errado afirmar-se que: a) as multas pelo descumprimento da obrigação tributária não são tributos, mas consideradas pelo CTN como obrigação tributária, ao lado do tributo, para que se 34
35 submetam ao mesmo regime de constituição, discussão administrativa, inscrição em dívida ativa e execução dos tributos. b) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear suas ações no interesse da sociedade. A fiscalização tributária implica exercício do poder de polícia, e somente mediante atividade administrativa pode ser exigido o pagamento de tributo. c) ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, a autoridade administrativa tem o dever de exigir o cumprimento da obrigação por parte do contribuinte, havendo, no entanto, alguma margem de discricionariedade nesta atividade. d) a aquisição de renda e a promoção da circulação de mercadorias com o produto de renda advinda do jogo do bicho, por exemplo, apesar de fatos ilícitos, são passíveis de tributação. e) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas sim toda prestação pecuniária que reúna o conjunto dos requisitos constantes do art. 3o do CTN, como por exemplo o caráter obrigatório. COMENTÁRIO Questão muito simples, pois o conceito de tributo fala em atividade administrativa plenamente vinculada, e a opção c) menciona discricionariedade. Nós ainda veremos os tópicos das opções a), b) e d), mas desde já quero enfatizar um ponto: a cobrança de tributo relativo a atividade ilícita cai direeeeeto na ESAF. Essa opção d), portanto, vai se repetir muito, apenas trocando os exemplos. Por fim, o principal motivo de a questão estar aqui: reparem que o conceito de tributo já vem no próprio enunciado. Temos bancas, como a FGV, que cobram esse conceito nas 35
36 opções já a ESAF prefere cobrar as consequências ou aplicações práticas dele, enfim, ao menos uma ideia um pouquinho mais elaborada do que a letra fria da lei. Opção C correta. QUESTÃO 3 ESAF SEFAZ/CE 2007 De acordo com o art. 30 do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Diante desta definição, assinale a opção incorreta. a) Diferentemente das penalidades, que se aplicam pela ocorrência de atos ilícitos, os tributos dependem da prática de atividade lícita. b) A fim de constituir um crédito tributário e declarar a obrigação tributária ao contribuinte, o Fisco necessita efetuar o respectivo lançamento. c) Havendo a ocorrência do fato gerador, aquele que o praticou será obrigado a pagar o tributo, independentemente de sua vontade. d) A criação ou instituição de um tributo tem de ser veiculada por meio de lei, expressão que deve ser interpretada restritivamente, sem admitir-se a espécie Medida Provisória como hábil a tal propósito. e) A expressão prestação pecuniária exprime a obrigação de que o tributo tem de ser pago em unidades de moeda em curso, não se admitindo, como regra, seu pagamento em bens (in natura) ou em trabalho (in labore). COMENTÁRIO 36
37 Questão antiga, mas que trouxe para vocês para fixar a questão da medida provisória. Essas MPs possuem força de lei, sendo válidas para criação de tributo ou para regular qualquer outra matéria que dependa de lei (isenções, por exemplo). Por outro lado, é força de lei ordinária. As matérias que exigem lei complementar não podem ser reguladas por medida provisória. Opção D correta. QUESTÃO 4 ESAF ACE 2002 O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa b) contribuição de melhoria c) imposto d) empréstimo compulsório e) preço público COMENTÁRIO Só para ganhar confiança! Esse conceito do enunciado é o conceito de não vinculação, típico dos impostos. Opção C correta. QUESTÃO 5 ESAF AFPS
38 Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que: a) empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias. b) tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. c) são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico. d) tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. e) tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra. COMENTÁRIO a) essa compensação financeira, que normalmente é chamada de Royalties (no plural), não é tributo. b) essa é a definição de imposto, não de tributo. c) preço público não é tributo, possui natureza de obrigação civil. d) a definição do CTN. e) precisa nem comentar. 38
39 Opção D correta. QUESTÃO 6 ESAF MPOG Quanto ao conceito de tributo pode-se afirmar, exceto: a) a cobrança do tributo é atividade plenamente vinculada, não deixando margem à discricionariedade do agente público. b) tributo é prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. c) o tributo é prestação que não pode se constituir em sanção de ato ilícito. d) o tributo só pode ser criado por lei, mas existem exceções como os impostos de importação e o imposto sobre produtos industrializados, que podem ser criados por decreto. e) o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, independentemente da vontade das partes envolvidas. COMENTÁRIO Acredito que não tenham tido dúvidas acerca das opções a não marcar. Quanto à opção D, o que pode ser fixado em decreto é a alíquota desses impostos, mas não a sua criação. São criados por lei, a lei dá uma baliza de alíquota (exemplo: de 0 a 8%), e aí sim o Executivo, por decreto, pode fixar o percentual exato dentro desse intervalo. Opção D correta. QUESTÃO 7 ESAF SEFAZ CE 2007 Preços públicos: 39
40 a) confundem-se com taxas. b) confundem-se com impostos. c) confundem-se com contribuições de melhoria. d) não se confundem com contribuições sociais, porque estas, diferentemente deles, não são vinculadas. e) não se confundem com taxas, porque estas, diferentemente deles, são compulsórias. COMENTÁRIO Preço Público e tarifa são expressões sinônimas. Tem professor que tenta diferenciar, mas é furada. São obrigações de natureza civil, que remuneram um serviço opcionalmente usado pelo cidadão. Não se confundem com as taxas, pois taxas são compulsórias, como os demais tributos. Opção E correta QUESTÃO 8 ESAF SUSEP (melhor autarquia do mundo) 2010 Uma das espécies de tributos elencada pela Constituição Federal é a Contribuição de Melhoria, decorrente de obras públicas. Tal espécie visa a uma distribuição mais justa dos ônus decorrentes de determinadas obras públicas, que beneficiam a sociedade como um todo, mas acabam por beneficiar particularmente determinadas pessoas, inclusive acarretando valorização imobiliária. Sobre o tema Contribuição de Melhoria, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas. 40
41 I. Seu objetivo principal é fazer com que pessoas diretamente beneficiadas pela execução de uma obra pública participem com maior intensidade de seu custeio, suportando-o total ou parcialmente. II. O princípio da vedação do enriquecimento sem causa justifica, para alguns doutrinadores, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria. III. Pode-se eleger como parâmetro da cobrança da contribuição de melhoria, de modo geral, o custo total da obra (rateado entre os principais beneficiados) ou a valorização imobiliária dela decorrente (individualmente analisada). a) Está correto apenas o item I. b) Está correto apenas o item III. c) Estão corretos apenas os itens I e III. d) Estão corretos apenas os itens II e III. e) Todos os itens estão corretos. COMENTÁRIO Questão da prova que me arrumou meu cargo atual, tem valor sentimental para mim, espero que tenham acertado. Olhando inicialmente para a questão me dá vontade de marcar Estão corretos os itens I e II, porém, não há essa opção. Acredito que no item III não haveria opção, os dois fatores (custo e valorização) deveriam ser usados como parâmetro, nem que seja apenas como parâmetro de cobrança máxima. A banca, porém, deve ter entendido que em certos casos apenas o uso de um dos dois já seria suficiente (numa obra muito cara com pouca valorização, usar apenas a valorização, por exemplo). 41
42 Opção E correta. QUESTÃO 9 ESAF AFRFB 2009 Em relação aos empréstimos compulsórios, é correto afirmar que: a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3º do Código Tributário Nacional. b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado "Plano Collor" (Lei n /90). c) o conceito de 'despesa extraordinária' a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. d) se conceitua como um contrato de direito público, com a característica da obrigatoriedade de sua devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação. e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver instituído. COMENTÁRIO a) na década de 90 se discutia se empréstimo compulsório seria tributo ou não. Atualmente não há mais essa dúvida. b) realmente o Collor usou o empréstimo compulsório para confiscar as poupanças, com base num dispositivo do CTN que não vigora mais. Porém, sua natureza jurídica não pode ser confisco, até porque isso seria ilegal. 42
43 c) isso não é tópico da nossa matéria, porém, o caráter excepcionalíssimo do empréstimo compulsório permite presumir que, havendo outras fontes de custeio possível, há de se preferi-las ao empréstimo. d) contrato não, tributo. Ninguém pode se negar a assinar esse contrato. e) não estudamos isso, mas reparem no artigo da CF que fala dos empréstimos que, na hipótese de investimento urgente, deve-se observar a anterioridade do exercício financeiro. Essa vedação não existe na hipótese de guerra ou calamidade, logo, a opção tem que estar errada. Opção A correta. QUESTÃO 10 ESAF MPOG 2012 Assinale a opção correta. a) A contribuição de melhoria e as taxas são tributos vinculados, já que dependem de uma atuação específica do Estado. b) As taxas decorrentes do poder de polícia são tributos vinculados; já as taxas decorrentes de serviços são tributos não vinculados a uma atividade estatal. c) O imposto é, por excelência, um tributo vinculado a uma atividade estatal específica. d) Todos os impostos são não vinculados, com exceção do imposto sobre a renda da pessoa física, que é utilizado para reduzir as desigualdades regionais. e) As taxas de serviços são tributos vinculados; já as taxas decorrentes do poder de polícia são tributos não vinculados a uma atividade estatal específica. COMENTÁRIO 43
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