MASSA ESPECÍFICA E POROSIDADE DE GRÃOS PELO MÉTODO DE COMPLEMENTAÇÃO DE LÍQUIDOS
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- Ana Clara Melgaço Angelim
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1 MASSA ESPECÍFICA E POROSIDADE DE GRÃOS PELO MÉTODO DE COMPLEMENTAÇÃO DE LÍQUIDOS Cludi Crdoso dos Sntos 1, Crlos Cneppele 2, Edn Mri Bonfim-Silv 3, Normn Ruddel Mendez Cordov 1, 1. Mestrnd em Engenhri Agrícol d Universidde Federl de Mto Grosso/ Cmpus Universitário de Rondonópolis Brsil, (sntoscludic@yhoo.com.r). 2. Professor Doutor d Universidde Federl de Mto Grosso/ Cmpus Universitário de Cuiá - Brsil. 3. Professor Pós-Doutor d Universidde Federl de Mto Grosso/ Cmpus Universitário de Rondonópolis - Brsil. Receido em: 06/10/2012 Aprovdo em: 15/11/2012 Pulicdo em: 30/11/2012 RESUMO É importnte o conhecimento ds crcterístics físics de grãos, pois o emsmento nesses conhecimentos é que se relizm projetos de construção e operção de equipmentos de limpez, secgem, clssificção, rmzengem e industrilizção de produtos grícols. Um dos principis prâmetros envolvidos n resistênci o escomento de r é porosidde d mss de grãos que depende de ftores como distriuição de grãos, presenç de impurezs, teor de águ, entre outros. Ojetivou-se vlir mss específic e porosidde de grãos sumetidos dois tipos de líquidos. O experimento foi relizdo no Lortório de Solos e Produção Vegetl d Universidde Federl de Mto Grosso, Cmpus de Rondonópolis. O delinemento experimentl foi inteirmente csulizdo em esquem ftoril 3x2, sendo grãos de: rroz, milho e soj, e dois líquidos: águ e óleo vegetl, em sete repetições. As vriáveis nlisds form: mss específic e porosidde intergrnulr. Os resultdos form sumetidos à nálise de vriânci e teste de médi Tukey té 5% de proilidde, utilizndo-se o progrm esttístico, Sisvr. Houve diferenç significtiv com efeito isoldo pr mss específic e porosidde intergrnulr pr s vlições dos grãos de rroz, soj e milho. PALAVRAS CHAVE: crcterístics físics, espço intergrnulr, grãos. INTERGRANULAR POROSITY OF THREE AGRICULTURAL PRODUCTS BY METHOD OF COMPLETION OF LIQUIDS ABSTRACT It is importnt to know the physicl chrcteristics of grins. Bsed upon such knowledge is tking plce construction projects nd opertion of equipment clening, drying, sorting, storge nd industriliztion of griculturl products. One of the key prmeters involved in the resistnce to ir flow is the porosity of the grin mss which depends on fctors such s moisture, presence of impurities, the distriution of grin, mong others. The ojective ws to evlute specific mss nd porosity of ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
2 grins sujected to two types of liquids. The experiment ws conducted in the Lortory of Soil nd Crop Production, Federl University of Mto Grosso, Cmpus Rondonópolis. The experimentl design ws completely rndomized in 3x2 fctoril, nd grins: rice, mize nd soyens, nd two liquids: wter nd vegetle oil in seven repetitions. The vriles nlyzed were: specific mss nd porosity intergrnulr. The results were sumitted to ANOVA nd Tukey test verge y 5% proility using the sttisticl progrm, Sisvr. There were significnt differences in effect isolted to specific mss nd intergrnulr porosity for evlutions of grins of rice, soyens nd mize. KEYWORDS: physics chrcteristic, intergrnulr spce, grins. INTRODUÇÃO Produtos grícols como rroz, milho e soj são utilizdos em lrg escl em todo o mundo em função de seu lto vlor limentício, ssim, com utilizção desses produtos em lrg escl é crescente preocupção com seu rmzenmento e conservção, e pr mnutenção de su lt qulidde, entre outrs recomendções, é necessário priori que o produto sej colhido sdio e ntecipdmente, tendo em vist minimizr s perds cusds no cmpo. Após colheit, tod sfr deve ser destind locl de rmzenmento, gerlmente, qundo produzidos em grnde escl, os produtos são condiciondos em silos ou rmzéns. Pr utilizção desss uniddes rmzendors os produtos grícols devem tender um mrgem de segurnç qunto à umidde, pois umidde comind com temperturs elevds intensific o processo deteriorção dos grãos rmzendos (ALENCAR et l., 2009). A deteriorção de grãos ocorre devido o elevdo teor de águ por ocsião d colheit, e entre s técnics envolvids n conservção ds quliddes desejáveis de produtos de origem vegetl secgem constitui um ds operções de sum importânci (CORREA et l., 2006). Por meio d secgem rtificil o excesso de águ do grão é removido té limites dequdos, minimizndo lterções metólics e dnos pel ção de insetos e fungos (OLIVEIRA et l., 2010). BORDIGNON (2009) relt que mss poros de grãos tem relção intrínsec com respirção de grãos, devido à utilizção do oxigênio presente no espço intergrnulr, lém de influencir n condutividde térmic, trvés d troc de clor entre s msss dos grãos. Dess form, plicção do conhecimento ds proprieddes físics de grãos como mss específic e porosidde se destinm o dimensionmento dequdo de máquins utilizds no processmento, que são importntes n otimizção dos processos de secgem e rmzengem, contriuindo pr o desenvolvimento de novos projetos e equipmentos utilizdos ns operções pós-colheit. A porosidde intergrnulr pode ser entendid como porcentgem do volume totl de um mss de grãos que é ocupd pelo r, sendo relção entre o volume de espços vzios e o volume totl d mss de grãos. Assim, porosidde influenci n pressão de fluxo de r n pssgem pelos grãos, influencindo no dimensionmento dos ventildores dos sistems de secgem e n utilizção dequd d potenci dos motores. MOHSENIN (1978) cit que porosidde de um mss grnulr pode vrir de 30 50%, todvi, pesr de tod evolução nos processos de colheit e póscolheit, todos os sistems conhecidos tulmente tiverm sus ses nos mesmos princípios de funcionmento, hoje reflexos dos métodos convencionis que form perfeiçodos gnhndo um nov tecnologi. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
3 Nesse contexto, ojetivou-se vlir mss específic e porosidde em grãos de rroz, milho e soj utilizndo-se águ e óleo vegetl como líquidos complementntes pelos métodos lortoriis convencionis. METODOLOGIA O experimento foi relizdo no Lortório de Solos e Produção Vegetl d Universidde Federl de Mto Grosso, Cmpus de Rondonópolis. O delinemento experimentl utilizdo foi inteirmente csulizdo, disposto em esquem ftoril 3x2; sendo três espécies vegetis (rroz, milho e soj) e dois líquidos (águ e óleo vegetl), os testes form conduzidos em sete repetições. Form seleciondos grãos prentemente uniformes em tmnho, cor e formto, eliminndo os dnificdos e com mnchs, homogeneizndo o máximo s mostrs pr rroz, milho e soj. As mostrs form testds em níveis de 40 45% do volume ocupdo pelos grãos, pr determinção d mss específic e porosidde intergrnulr. Considerndo tempertur miente, densiddes pr águ 1,0 e óleo 0,9 g cm -3 e teor médio de umidde entre 14%. A mss específic dos grãos foi clculd pel rzão entre mss de grãos e o volume, incluindo os espços grnulres. A porosidde intergrnulr dos três produtos grícols foi otid pel complementção de líquidos, relizndo-se o seguinte procedimento: os grãos seleciondos form colocdos em um provet de volume conhecido (100 ml) té tingir mrc grdud pr complementção d mss de grãos. Em um segund provet, dicionou-se 100 ml de líquido, que posteriormente foi trnsferido pr provet com os grãos té tingir o nível d superfície. O volume de líquido restnte n segund provet foi verificdo pr determinção do percentul de porosidde por diferenç de volume, dess form, foi otid porosidde intergrnulr pelo método direto (COUTO et l.,1999). O procedimento pr determinção de mss e porosidde em função de líquidos, águ e óleo vegetl foi relizdo em menor tempo possível, de tl form que, o líquido ocupsse todo o espço intergrnulr disponível, tendendo um médi de cinco segundos cronômetrdos por mostr, com o intuito de diminuir o máximo tividde higroscópic dos grãos e incorrênci de erros. Os ddos form sumetidos à nálise esttístic por meio do progrm Sisvr (FERREIRA, 2008) s médis form comprds pelo teste de Tukey té 5% de proilidde. RESULTADOS E DISCUSSÃO A nálise de vriânci mostrou diferençs significtivs (P<0,05) pr os ftores (grãos líquidos) pelo teste de F 1% de proilidde. Não houve efeito de interção dos ftores pr mss específic e porosidde intergrnulr. De cordo com os resultdos pr mss específic de grãos s médis oservds form 0,84, 1,58 e 1,52 g cm -3, respectivmente pr, rroz, milho e soj, sendo que mss específic dos grãos de milho não difere d mss dos grãos de soj e são superiores mss específic do rroz (Figur 1). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
4 Mss específic de grãos (g cm -3 ) 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 rroz milho soj FIGURA 1. Mss específic de grãos determind em líquidos. Letrs minúsculs iguis ns coluns não diferem entre si pelo teste de Tukey té 5% de proilidde. Em relção à vriável porosidde o rroz revelou mior porosidde representd por 41,64%, e o percentul de porosidde intergrnulr do milho não difere do percentul oservdo pr soj, com vlores médios de 52,88 e 43,43%, respectivmente (Figur 2). Porosidde intergrnulr (%) rroz milho soj FIGURA 2. Porosidde intergrnulr determind em líquidos. Letrs minúsculs iguis ns coluns não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% de roilidde. Qunto os líquidos, pr mss específic de grãos, o óleo vegetl presentou médi superior à águ com 1,35 e 1,27 g cm -3, respectivmente (Figur 3A). Pr porosidde em grãos de rroz, milho e soj, águ demonstrou mior porosidde (Figur 3B). A diferenç de porosidde intergrnulr ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
5 determind em águ e em óleo vegetl pode ser triuíd o formto e constituição iológic e o poder higroscópico dos grãos. Tendo em vist importânci higroscópic dos grãos pr determinção d umidde reltiv ótim pr mnutenção d qulidde e conservção desses grãos qundo rmzendos, é necessário que mss de grãos tinj o equilírio higroscópico pr otenção de resultdos positivos. Mss específic de grãos (g cm- 3 ) 1,35 1,3 1,25 1,2 1,15 1,1 1,05 1 (A) águ óleo vegetl 48 (B) Porosidde (%) águ óleo vegetl FIGURA 3. Líquidos complementntes pr determinção de mss específic (A) e porosidde (B) de grãos de rroz, milho e soj. Letrs minúsculs iguis ns coluns não diferem entre si pelo teste de Tukey té 5% de proilidde. No presente estudo, o rroz presentou mior porosidde intergrnulr, qundo comprdo com soj e o milho, destcndo-se como o produto iológico com mior porosidde, requerente de miores cuiddos qunto o ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
6 sistem de erção, esse, um dos processos relizdos pr mnutenção d qulidde dos grãos conservndo sus integriddes físics. De modo gerl, qundo há o umento d porosidde intergrnulr, há diminuição ds dimensões dos poros, dificultndo o escomento do r, isso demonstr que poros miores resultm em menor porosidde, e poros menores em mior porosidde. WARATTEN et l. (1969) oservrm que porosidde intergrnulr do produto decresce linermente com o umento do teor de águ, o pesquisr umidde em grãos de rroz. RESENDE et l. (2008) pesquisndo sore redução do teor de águ, verificrm que s proprieddes físics dos grãos são influencids, diminuindo porosidde. A águ foi utilizd pr determinr porosidde em grãos por ROSSI & ROA (1980). A determinção d mss específic e porosidde de grãos pelo método direto por meio de complementção de líquidos utilizndo águ e óleo vegetl é viável somente pr fins comprtivos em função do poder higroscópico dos grãos. CONCLUSÕES Os grãos de rroz, milho e soj independe do efeito dos líquidos, porém, qundo comprdos entre si, o rroz present menor mss específic e mior porosidde em relção o milho e soj, que não diferirm entre si ns vriáveis nlisds. Águ e óleo como líquidos complementntes revelm diferençs qunto à determinção d mss específic e porosidde dos grãos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, E. R.; FARONI, L. R. D.; FILHO, A. F. L.; PETERNELLI L. A.; COSTA, A. R. Qulidde dos grãos de soj rmzendos em diferentes condições. Revist Brsileir de Engenhri Agrícol e Amientl v.13, n.5, p , BORDIGNON, B.C.S.; Relção ds condições de rmzenmento com qulidde fisiológic de sementes e composição do óleo extrído de cultivres de soj. Dissertção (mestrdo em gronomi), Centro de Ciêncis Ruris, Universidde Federl de Snt Mri - RS, CORRÊA, P. C.; RIBEIRO, M. D., D. M.; RESENDE, O.; BOTELHO, F. M., Determinção e modelgem ds proprieddes físics e d contrção volumétric do trigo, durnte secgem. Revist Brsileir de Engenhri Agrícol e Amientl. Cmpins Grnde, vol.10 n.3, COUTO, S. M., MAGALHÃES, C. A.; QUEIROZ, M. D., BASTOS, T. I.; Mss específic prente e rel e porosidde de grãos de cfé em função do teor de umidde. Revist Brsileir de Engenhri Agrícol e Amientl. Cmpins Grnde, v. 3, n. 1, p , FERREIRA, D. F., SISVAR: um progrm pr nálises e ensino esttístico. Revist Symposium, Lvrs, v. 3, p , MOHSENIN, N.N., Physicl proprieties of plnt nd niml mterils. New York, Gordon nd Brech Science Pulishers, p. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
7 OLIVEIRA, L. d C.; GUTKOSKI, L. C.; ELIAS, M. C.; MAZUTTI, S.; AOSANI, E.; ROCHA, J. C. d. Efeito d tempertur de secgem n qulidde de grãos de vei rnc. Ciênci e Agrotecnologi, Lvrs, v. 34, n. 2, p , mr./r., RESENDE.; O.;CORRÊA.; P.C.; GONELI.; A.L.D.; RIBEIRO.; D.M.; Proprieddes físics do Feijão durnte secgem determinção e modelgem. Ciênci e Agrotecnologi, Lvrs, v.32 n. 1, p. 225/230, ROSSI, S. J.; ROA G., Secgem e rmzenmento de produtos gropecuários com uso de energi solr e r nturl. São Pulo, Acdemi de Ciêncis do Estdo de São Pulo, WARATTEN, F.T.; POOLE W.D.; CHESNESS, J.L.; BAL, S. RAMA, R. V., Physicl nd therml properties of rough rice. Trnsctions of the ASAE, St. Joseph, Michign, v. 12, n. 6, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiâni, v.8, n.15; p
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