Didáctica das Actividades Físicas Basquetebol

Transcrição

1 Didáctica das Actividades Físicas Basquetebol Docentes: Prof. Aux. António Paulo Ferreira Ass. Conv. Bruno Regalo

2 Objectivos 1 - Conhecer a estrutura formal e funcional do basquetebol como jogo de cooperação-oposição. 2 - Caracterizar os diferentes níveis de jogo Jogo Anárquico, Nível I e Nível II - e perceber as dificuldades associadas ao processo de ensino-aprendizagem de cada uma das etapas. 3 - Analisar e interpretar a execução dos comportamentos tecnico-tácticos básicos relacionados com os níveis de jogo abordados. 4 - Dominar os mínimos exigidos para a execução dos comportamentos técnicotácticos requeridos para os Níveis I e II como objectivos mínimos para a conclusão do bloco. 5 - Identificar os principais problemas didácticos que o ensino do jogo coloca e a sua consequente evolução requer.

3 Aulas e conteúdos Aulas Tema 12 Teste escrito. Apresentação do programa da disciplina de DAF I Basquetebol. Simbologia e sinalética específica utilizada para a representação das acções do jogo de basquetebol. Conceitos fundamentais; definição e caracterização do jogo anárquico. A noção de eficiência mínima. Definição das linhas metodológicas orientadoras do ensino do jogo de basquetebol. Análise esituaçõesdapráticadojogoformalem5contra5. O condicionamento da defesa ao jogador com e sem bola bola. Enquadramento defensivo, linha da bola e linha da bolacesto. A noção de triângulo perceptivo. A ocupação racional do espaço em ataque: desde a transição ao ataque organizado. Análise e situações da prática do jogo formalem5contra5. A sistematização dos quandos da utilização das técnicas: o lançamento, o passe, o drible.o trabalho sem bola como uma dimensão decisiva da manutenção da dinâmica do jogo. As grandes perguntas dos atacantes quando em ataque: (1) o que fazer enãofazer após o passe?; (2) a definição de primeira e segunda linhadepasse e os critérios técnicos de leiturapara agir. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5. Definição de critérios de leitura para a tomada de decisão do jogador com e sem bola. A noção de aclaramento e da sua provocação. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5. A ultrapassagem do jogo anárquico e a definição das características do jogo de nível I. Objectivos terminais do jogo de nível I.Análisedesituaçõesdepráticafundamentadasnojogoformalde5contra5. O lançamento. Os diversos tipos de lançamento e as componentes de controlo fundamentais. A metodologia do ensino do lançamento. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5. O drible. Os diversos tipos de drible e respectivas componentes de controlo. A metodologia do ensino do drible. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5. O passe. Os diversos tipos de passe e respectivas componentes de controlo. A metodologia do ensino do passe. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5. A passagem do nível I para o nível II. Definição do nível II e caracterização dos comportamentos que o definem: objectivos comportamentais de nível. Análise de situações de prática fundamentadas no jogo formal de 5 contra 5.

4 Avaliação 1. Modelo de avaliação contínua: 2/3 de presenças nas aulas leccionadas mínimo de 8 aulas. Teste escrito 50% Avaliação prática 50% 2. Modelo de avaliação final: exame escrito e exame prático.

5 Bibliografia Adelino, J. (1994). As coisas simples do basquetebol (2º ed.). Lisboa. Associação Nacional de Treinadores de Basquetebol. Barreto, H; Gomes, M. (1989). Concretização de uma unidade didáctica em basquetebol. IDAF, Colecção Fundamentos/1. Barreto, H. (2000). Basquetebol, Orientações para a aprendizagem. Manual do bloco de basquetebol.

6 Que jogo se pretende ensinar?

7 Pressupostos para o ensino do jogo de basquetebol: O ensino de um jogo inclusivo: entre os diferentes níveis de habilidade, condição física e experiência. O ensino de um jogo colectivo: participação da equipa na génese dos comportamentos que conduzem à obtenção dos objectivos do jogo O ensino de um jogo agradável: prazer da sua prática como um factor de motivação sempre crescente..

8 Como se caracteriza o jogo do aprendiz? JOGO ANÁRQUICO jogo confuso nuvem. ataque e defesa indiferenciados. atropelamento constante da regra. atracção individual pela bola. deslocamentos sem objectivo. situações de alinhamento. poucas oportunidades de finalização. poucos cestos convertidos

9 JOGO ANÁRQUICO A DEFESA TEM SUCESSO PELA INEFICÁCIADO ATAQUE O que fazer para desmontar este quadro de relações?

10 Desde logo... Dar a conhecer o objectivo do jogo. Introduzir as conhecer as regras básicas: fair-play, caminhar, contacto. Definir defesa/ataque as fases do jogo. Condicionar a defesa principalmente ao jogador com bola. Oferecer privilégio ao relacionamento individual: 1*1 introduzir os princípios básicos de ocupação espacial entre os atacantes.

11 Para chegar a um jogo que possa ser considerado de 1º nível... o desmontar do jogo anárquico comportamentos de jogo orientados para o cesto. ocupação racional do espaço sem ataque sem nenhum tipo de organização em particular. oportadordabolasejaocentrodaagressividadeofensiva. continuidade do jogo sem violações da regra. existam regras de decisão para a realização das acções: em relação aopasse,aodribleeaolançamento. seja percebida uma clara relação colectiva do ataque associada a uma relação individual na defesa.

12 Ataque ocupar o espaço racionalmente em função da bola e dos companheiros sem bola. receber e virar-me para o cesto receber ever. perceber as distâncias relativamente ao cesto. dar consequência às respostas básicas implicadas pelo jogo: (1) estoupertooulongedocesto? (2) tenhoumdefesanafrenteounão? (3) tenho espaço para explorar ou não tenho espaço? (4) devo explorar o espaço porque está muitoconfusoouirparaocesto? (5) devoounãolançar? (6) lançonapassadaoupossolançarjá? (7) quando passo? (8) driblo para me aproximar quando? (9) quando driblo para me afastar do cesto e vermelhorojogo? Defesa defesa individual Cada um defende o seu! não permitir defesas do jogador sem bola atrásdabola:cadaumdefendeoseuesó oseu! deslocar-se no campo compreendendo a percepção dos espaços entre atacantes e defensores. Principalmente ao jogador com bola. inibir as acções de contacto entre o defensor e o atacante que são faltosas e agressivas para quem não tem competência técnica. os defesas respeitam três regras na defesa ao jogador com bola: (1) nãoroubamabola. (2) mantêm o enquadramento bola-cesto e acompanham o deslocamento da bola enquadrados. (3) não desarmam lançamento, ganham posições que impeçam o lançamento fácil. defender o jogador sem bola respeitando as referências defensivas fundamentais: estar sempre entre o cesto, a bola e o homem e mais perto do cesto do que o meu atacante.

13 Do 1º ao 2º nível... o início do passe e corte ocupação racional do espaço com um dispositivo de ataque organizado. manutenção da integridade da organização espacial. jogo estruturado por fases (ataque, defesa, transposições). equilíbrio entre as acções tácticas individuais, e de grupo (1c1; 2c2). domínio dos sinais de comunicação (substituição clara da linguagem verbal pela linguagem motora). defesa com interpretação de um nível de oposição mais evidente..

14 Ataque ocupam racionalmente o espaço sem nenhum tipo de organização em particular. fazem movimentos de desmarcação intencionais na direcção do cesto,dabolaeparaosespaçoslivrescomoobjectivodereceber. recebem e viram-se para o cesto com fluência nas decisões que tomam. osatacantesjogamàfrentedalinhadabola. no jogo há já uma definição clara das fases de defesa e de ataque, com uma tentativa de exploração colectiva do momento de transição a partir da recuparação da posse de bola. há uma continuidade do jogo sem claras violações às regras básicas. os atacantes escolhem a utilização e objectivo do drible vêem primeiro e decidem lendo o jogo. lançam na sequência da recepção, após movimentos de desmarcação para o cesto para o cesto ou após drible com ligação técnica conseguida. têm precisão no passe e utilizazam o asse picado, de peito e de ombro em função de leituras devfensivas e relação de espaços. sempre alguém Passa Corta para o cesto!. percebem a reposição dos espaços deixados livre por quem passou ecortouparaocesto. apresentam um domínio melhor conseguido dos gestos técnicos fundamentais: (1) domínio do lançamento na passada em ambos os lados. (2) execuçãodolançamentoa2/3 metrosdocestocomadefiniçãode uma mão lançadora. (3) domínio das técnicas de passe executando sempre o passe e a recepção com as duas mãos. (4) um controlo do drible mais autónomo com as duas mãos e um olhar mais independente para a leitura das situações de jogo. vai ao ressalto ofensivo com a intencionalidade de disputa de uma bola que após lançamento pode ser conseguida. Defesa têm uma noção mais sólida das referências defensivas mais importantes (o cesto, a bola e o homem), particularmente com uma discriminação das distancias entre si. o jogador defensor da bola e introduz maiores dificuldades ao domínio do drible e à aquisição de posições para lançamento. o acompanhamento do jogador com bola é feito em posição básica defensiva - o controlo da bola para zonas mais afastadas do cesto (linhas laterais e fora do corredor central). o defesa do jogador sem bola tem um posicionamento de sobremarcação mais claro e intencional: domina a posição, o deslocamento e a distância face à bola. têmanoçãodeprimeiralinhadepasseeanecesidadedeafechar Sempreaslinhasdepassepertodabolaouparaocesto!. defendem campo todo e defesa meio campo como forma de introduzir diferentes noções de espaço e tempo próprias do jogo. não há ajudas defensivas mesmo que surjam na consequência das leiturasdosjovens:cadaumdefendeoseuesóoseu. disputa o ressalto defensivo procurando ganhar uma posição favorável ao atacante.

15 "Experiência não é o que acontece consigo, é o que faz com o que lhe acontece Aldous Huxley.