ESCOLA MAGNUS DOMINI

Transcrição

1 ESCOLA MAGNUS DOMINI O USO DE PLANTAS MEDICINAIS E SEUS EFEITOS Clara Reinhardt Silva Emanuel Moliani Sobreira Moraes Larissa Silva Brambilla Nathalia Gagliati Halchuck dos Santos MARINGÁ 2016

2 1. INTRODUÇÃO O uso de plantas como medicamento é provavelmente tão antigo quanto o aparecimento do próprio homem. A preocupação com a cura de doenças sempre se fez presente ao longo da história da humanidade. Buscando as espécies vegetais mais apropriadas para sua alimentação ou para cura de seus males, nossos ancestrais foram descobrindo as que serviam para se alimentar, se medicar, as que eram venenosas e as que causavam efeitos alucinógenos. Atualmente, as plantas medicinais continuam sendo amplamente utilizadas e a ciência vem investindo no conhecimento desses medicamentos naturais. As plantas medicinais são todas as plantas que têm substâncias que podem curar dores e doenças, desde as mais simples até as mais complexas. Algumas curiosidades nos impulsionaram na elaboração de nosso trabalho, tais como, saber quais são as plantas medicinais mais utilizadas no Brasil, quais são seus efeitos fitoterápicos e possíveis efeitos colaterais. Além disso, queríamos descobrir quais são as receitas caseiras mais conhecidas e que partes da planta exercem efeitos fitoterápicos. Assim, este trabalho apresenta, primeiramente, a medicina alternativa, na sequência conceituamos as plantas medicinais, citamos alguns exemplos de plantas medicinais e suas características nome científico, nome popular, benefícios, formas de utilização e possíveis riscos ou efeitos colaterais. Nossa pesquisa justifica-se porque desejamos instruir as pessoas a respeito do uso eficaz de plantas medicinais para o tratamento de pequenas enfermidades, para que elas saibam utilizar em momentos oportunos e para ajudá-las, também, a circular a informação correta para outras pessoas. Logo, o objetivo do nosso trabalho é realizar um levantamento da utilização de plantas medicinais no dia a dia das pessoas 2. MEDICINA ALTERNATIVA A medicina alternativa ou terapia alternativa é comumente usada para descrever praticas médicas diversas. Diferentemente da medicina tradicional, a Medicina alternativa utiliza como base para a cura a evidência. Trata-se das

3 medicinas mais antigas do mundo, tendo registros no Império Ming (Chinês) e no Egito Antigo (Imagem 1). Imagem 1 Egípcios utilizando-se de plantas medicinais O curandeirismo era uma arte ou técnica na qual o curandeiro afirmava ter o poder de curar, recorrendo ou não a forças misteriosas, tais como deuses indígenas, espíritos de luz, de seres mortos e animais. Nesse sentido, os curadores faziam rezas para curar o doente (Imagem 2). Imagem 2 Nganga um curandeiro Shona do Zimbabwe

4 Há vários tipos de medicina alternativa, mas nesta pesquisa atentamonos para as plantas medicinais, ou seja, plantas que têm substâncias químicas capazes de curar doenças ou dores. Sua utilização é mais antiga do que a existência do homem. 2.1 O conceito de plantas medicinais Plantas medicinais são todas as plantas que contém substâncias com propriedades terapêuticas. São utilizadas como uma medicina alternativa por muitas pessoas que gostam de ter um estilo de vida saudável e natural e assim recorrem a essas plantas para evitar a escolha de medicamentos químicos. As plantas medicinais são utilizadas diariamente por vários brasileiros, algumas são bem conhecidas e outras nem tanto. Algumas podem tanto causar benefícios, quanto trazer malefícios. A utilização incorreta pode causar problemas variados, dependendo da planta, de irritação na pele até a morte, como por exemplo, no caso da arruda, se consumida durante a gravidez principalmente, pois ela tem um efeito sobre o útero, estimula as fibras musculares provocando contrações, e ocasiona hemorragias graves podendo levar ao aborto e a morte do paciente. O conhecimento sobre plantas medicinais geralmente é transmitido de geração para geração. Sabe-se que as partes mais utilizadas das plantas são 60% a folha seguida pela flor, com 13%.

5 3. AS VARIEDADES Apresentamos as particularidades de cada planta: seu nome popular, seguido de seu nome científico, os benefícios da utilização, as formas de utilização, os riscos (quando houver) e uma imagem ilustrativa. Nome Popular ABSINTO Artemisia absinthium Usada no combate aos problemas digestivos não funcionais, como acidez gástrica, além de distúrbios digestivos e anorexia. Para preparar o chá, use duas colheres de café das folhas secas para cada 200 ml de água. Em um recipiente, coloque a água e leve ao fogo. Deixe alcançar fervura, desligue e adicione as folhas secas. Tampe a mistura deixando descansar por um período médio de 10 minutos. Você pode coar e consumir em seguida, sendo que a dose indicada é de duas a três vezes ao dia. A planta do absinto é venenosa. O uso intenso e prolongado pode causar habituação, declínio físico e nervosismo e cãibras. Doses altas podem causar dores de cabeça e tonturas. Doses mais altas são psicoativas e têm um efeito paralisante. Os efeitos de intoxicação devido à superdose podem causar perda da consciência, coma e morte.

6 ALCACHOFRA Cynara scolymus Muito utilizada para emagrecer ou para complementar tratamentos, por exemplo, baixar o colesterol, combater a anemia, regular os níveis de açúcar no sangue e combater os gases. Pode ser utilizada para melhorar a função do fígado e protegê-lo de infecções. Pode ser consumida em forma de salada crua ou cozida, chá ou em cápsulas industrializadas. Piora da obstrução do canal biliar, formação de cálculos biliares. Para quem tem alergia ou sensibilidade as reações pode causar até o falecimento do indivíduo. Nome Popular ALFACE Lactuca sativa Calmante, antidiabética, cura insônia, diabetes, conjuntivite, e prisão de ventre. Comer crua em saladas, passar nos olhos antes de dormir (para quem tem conjuntivite). Não existe nenhum risco.

7 ALHO Allium sativum Antisséptico e na prevenção de infecções. Muitos médicos já utilizaram essa planta para tratar febre, cólera, tiroide e infecções de tifo. Ele ajuda na prevenção de muitas doenças infecciosas na ação de vírus e bactérias. Comer 2 a 5 dentes de alho cru por dia, picados com água ou postos sobre o pão torrado com azeite. Contraindicado para pessoas com problemas estomacais e de úlceras, grávidas e mães em amamentação e em pessoas com dermatites. Em doses muito elevadas, pode provocar dor de cabeça, de estômago, dos rins e até tonturas. Também não deve ser utilizado em doses altas em casos de hemorragias, qualquer que seja a sua origem (mesmo traumática). É também desaconselhado durante o período menstrual.

8 AGRIÃO Nasturtium officinale Ajuda no tratamento de reumatismo, gota, artrite, tosse, gripe, bronquite, asma, amenorreia, anemia, falta de apetite, caspa, colite, dor de dente, diabetes, distúrbios digestivos, dispepsia, febre, acne, icterícia, tuberculose, uremia, sífilis, pedras dos rins, vermes, cistite, inchaço das glândulas, debilidades do coração e dos nervos. As partes usadas do agrião são seus caules e folhas. Suco de agrião para tosse, bronquite e asma: Adicionar no liquidificador 2 ramos de agrião e um copo de suco de laranja e bater bem. Beber 3 vezes ao dia, entre as principais refeições. O agrião também pode ser consumido cru em saladas e cozido em sopas ou pratos de carne conferindo um sabor levemente apimentado a estes pratos. O consumo excessivo de agrião pode aumentar o risco de aborto, assim como irritações no estômago e nas vias urinárias.

9 BABOSA Aloe vera O gel extraído da folha trata queda de cabelo, queimaduras, escoriações. O suco é usado como imunomodulador, desintoxicante e para problemas gastrointestinais. O gel pode ser colocado sobre a superfície da pele. O suco deve ser consumido após o preparo. Não são recomendadas receitas caseiras para o consumo da babosa, pois a casca pode conter substâncias tóxicas e também se consumida em excesso a babosa contém substâncias que podem alterar o funcionamento do sistema digestivo. Nome Popular CAFÉ Coffea arabica Ajuda a diminuir os sintomas da asma, constipação, fadiga, enxaqueca, obesidade, paralisia, intoxicação por drogas e alivia dores. Uso moderado (2 a 3 xícaras por dia) do café (bebida). Pode atrapalhar o sono e causar insônia, alterar o ritmo cardíaco, na grávida aumenta o risco do aborto e de mal formação. Seu uso exagerado pode levar a vários riscos, um deles é a intoxicação e a taquicardia.

10 CALÊNDULA Calendula officinalis Possui em sua composição saponinas triterpeno e flavonoides responsáveis pelas propriedades anti-inflamatórias, fitoesteróis, resina, polissacarídeos e carotenoides, além de esteróis que auxiliam no equilibro hormonal feminino. Leve ao fogo 2 colheres de sopa das flores da planta calêndula para cada xícara de água. Deixe ferver durante 10 minutos, então desligue e abafe. Quando a temperatura estiver adequada, coe e beba meia xícara do chá de manhã, e meia xícara a noite. O consumo da calêndula em forma de chá ou por quaisquer outros meios é contraindicado para gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos de idade. Frisamos que qualquer tratamento medicamentoso seja ele farmacêutico ou natural necessita de orientação e acompanhamento médico, visando a manutenção e zelo pela saúde do paciente. Caso sinta algum efeito indesejado, interrompa o uso imediatamente e contate um especialista.

11 CAPIM LIMÃO Cymbopogon citratus O chá de capim limão também é indicado para ajudar no trabalho estomacal, para expulsar gases, além de ser ligeiramente analgésico e antirreumático. Para diminuir a ansiedade, coloque em 1 xícara de chá de água fervente, coloque 1 colher de sopa de folhas frescas picadas. Se quiser, acrescente gotas de limão e adoce com mel. Não deve ser usado na gravidez nem para dores abdominais de causa desconhecida.

12 CARQUEJA Baccharis genistelloides A carqueja reduz as taxas de açúcar no sangue e tem propriedades antiúlcera e antiinflamatórias, o que ajuda no tratamento de artrites. Para auxiliar na digestão, prepare um chá com 1 colher de sopa da erva para cada xícara de água e tome até 3 vezes ao dia. Estudos não apontam toxicidade renal ou hepática, mas há risco de queda na pressão arterial. Por isso não deve ser usada por quem tem problemas de pressão baixa ou toma remédios contra a hipertensão. Também é contraindicada em casos de diarreia crônica. Por falta de estudos conclusivos, grávidas devem evitá-la, principalmente no primeiro trimestre.

13 CAVALINHA Equisetum giganteum L O chá feito da erva pode ser usado como remédio fitoterápico para tratar pedra nos rins e na vesícula, pressão alta, retenção de líquidos e inchaço, cistite, úlcera, estresse e ansiedade, osteoporose e reumatismo, anemia, menstruação excessiva, dores de cabeça e febre O chá preparado por fervura, de uma colher de sopa de pedaços de suas hastes picados em água suficiente para completar uma xícara. A dosagem recomendada é de uma xícara, duas vezes ao dia. Os silicatos contidos nessa planta podem provocar problemas digestivos e abdominais, por outro lado, os alcaloides que contêm poderiam te produzir os seguintes efeitos não desejados.

14 MARACUJÁ Aloe vera Passiflora incarnata Ajuda no tratamento de diversas doenças, como ansiedade, depressão ou hiperatividade, e no tratamento de problemas de sono, nervosismo, agitação, pressão alta ou inquietação, por exemplo. O chá de maracujá ou infusão é umas das opções que pode ser preparado com folhas secas, frescas ou trituradas da planta, e pode ser usado para o tratamento da insônia, dores menstruais, dores de cabeça causadas por tensão ou para tratar a hiperatividade em crianças. Ingredientes: 1 colher de chá de folha secas ou trituradas de maracujá ou 2 colheres de chá de folhas frescas. Modo de preparo: numa xícara de chá colocar as folhas secas, trituradas ou frescas do maracujá e adicionar 175 ml de água fervente. Tapar, deixar repousar durante 10 minutos e coar antes de beber. Não há.

15 POEJO Mentha pulegium Eficaz contra picadas de insetos e seu chá é calmante, induz ao sono, é usado para tratar rouquidão e má digestão e também tem suas propriedades digestivas, vermífugas, carminativas, expectorantes, antissépticas, antiespasmódicas e emenagogas. Lavar as folhas do poejo e colocar sobre as picadas. Possui uma substância considerada tóxica quando consumida em altas quantidades, a pulegona. Pode induzir ao aborto e parada respiratória (o chá). 4. CONCLUSÃO Neste trabalho, concluímos que as plantas medicinais são utilizadas desde muito tempo para curar e embelezar. Constatamos que elas podem ser utilizadas das mais diferentes maneiras, como chás e infusões e partes diversas da planta podem apresentar os princípios ativos necessários para o efeito fitoterápico. Chamou-nos atenção o fato de que algumas plantas medicinais podem curar, mas também podem causar sérios problemas e até a morte, dependendo da forma como são utilizadas. Assim, o conhecimento adequado sobre as plantas medicinais faz-se necessário para que possamos nos beneficiar de medicamentos que a natureza nos disponibiliza. REFERÊNCIAS

16