Fevereiro de 2016 HEMATÚRIA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Fevereiro de 2016 HEMATÚRIA"

Transcrição

1 Fevereiro de 2016 HEMATÚRIA

2 SUMÁRIO 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA HEMATÚRIA DADOS EPIDEMIOLÓGICOS FISIOPATOLOGIA ASPECTOS RELEVANTES DA ENTREVISTA CLÍNICA E DO EXAME FÍSICO NA ABORDAGEM DA HEMATÚRIA FATORES DE RISCO PARA CÂNCER UROTELIAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PROPEDÊUTICA ANÁLISE LABORATORIAL DA URINA ORIENTAÇÃO TERAPÊUTICA E CUIDADOS FLUXOGRAMA PARA AVALIAÇÃO DE HEMATÚRIA MICROSCÓPICA ASSINTOMÁTICA REFERÊNCIAS... 12

3 1. CONTEXTUALIZAÇÃO A hematúria é causa freqüente de encaminhamento ao nefrologista e ao urologista para avaliação de doenças do trato urinário, principalmente a macroscópica, que ocasiona preocupação ao paciente e a seus familiares. No entanto, a maioria dos indivíduos que procura avaliação médica é assintomática, e o sangue é evidenciado apenas em exames laboratoriais de rotina. A hematúria não é uma doença, mas um sinal de uma possível doença, mas pode ocorrer sem evidência de condição patológica, mesmo após exaustiva investigação clínica. Alguns trabalhos demonstraram que, após avaliação clínica apropriada, 19% a 68% dos pacientes permanecem sem esclarecimento diagnóstico. 1,2 2. DEFINIÇÃO A hematúria é definida pela presença de sangue na urina com origem em qualquer parte do trato urogenital. É denominada hematúria microscópica assintomática (HMA) a visualização de três ou mais hemácias/campo de grande aumento (400 X) no sedimento urinário em amostra coletada adequadamente, na ausência de indícios de contaminação ou sinais de infecção do trato urinário (ITU), excluídas as causas benignas, 3 entre elas a menstruação, o exercício físico intenso, o trauma e a infecção urinária. O ponto de corte de três hemácias/campo é controverso na literatura que dá origem e resultados contraditórios CLASSIFICAÇÃO DA HEMATÚRIA A hematúria pode ser classificada genericamente como macroscópica ou microscópica, assintomática ou sintomática, transitória ou persistente e de acordo com a fase da micção, em inicial, terminal ou durante toda a micção. Nas hematúrias macroscópicas, o aspecto da urina à inspeção visual demonstra coloração vermelha, rósea ou castanha, o que faz com que o paciente procure atendimento médico mais rápido. O risco de malignidade nos indivíduos com hematúria macroscópica situa-se entre 15%-22% e naqueles com HMA é significativamente menor, 2%-11%. 5 Dessa forma, nos casos de hematúria macroscópica conformada, a avaliação urológica completa é importante para afastar neoplasias, na ausência de outras causas evidentes, como na litíase urogenital. 3

4 Geralmente, as hematúrias macroscópicas iniciais ou terminais relacionam-se com doenças do trato urinário baixo (bexiga ou próstata) e, quando ocorre durante toda a micção, pode ter sua origem no rim, no ureter ou na bexiga. Na maior parte das vezes, as HMA são evidenciadas por meio de exames laboratoriais realizados rotineiramente na prática clínica. 6 FIGURA 1. Aspecto da hematúria macroscópica. Fonte: Do autor, DADOS EPIDEMIOLÓGICOS A prevalência de hematúria na população é bastante variável em decorrência de vários fatores, como idade, gênero, número de exames realizados e presença de fatores de risco. 3 Na população geral, a prevalência é 1,7%-21,1% na Europa e nos Estados Unidos, 3,9%-16% na Ásia e na África e de 0,55% para pacientes pediátricos e 17,7% para adultos. 7 A neoplasia maligna urológica ocorre em, aproximadamente, 13% dos pacientes com hematúria e, caso seja macroscópica, pode alcançar a incidência de 25%. 8 As neoplasias do trato urinário representam 10% de todas as neoplasias em homens e 3% em mulheres, e aumenta após os 45 anos em ambos os gêneros. 7 A incidência de hematúria microscópica aumenta com a idade e é mais frequente em mulheres. 7 Nas crianças, a possibilidade de hematúria de origem glomerular é maior, quando comparada aos adultos, nos quais a etiologia neoplásica deve ser sempre afastada. 4

5 5. FISIOPATOLOGIA Os eritrócitos apresentam diâmetro entre 4-7 µm. Na urina, podem ser observados dois tipos principais de eritrócitos: os isomórficos que apresentam formas e contornos regulares, sendo originados do sistema excretor urinário, e os dismórficos, com formas e contornos irregulares, que são de origem glomerular. 5,9 Nos casos de HMA, a distinção entre hematúria glomerular e não glomerular é importante para a propedêutica e o tratamento e permite a separação dos pacientes em dois grupos distintos: um de origem glomerular (renal) e outro com doença do trato urológico, não renal 10. Entretanto, a avaliação da morfologia das hemácias é subjetiva, requerendo conhecimento e experiências dos profissionais que realizam o exame. O dismorfismo de hemácias é decorrente de dois fatores: a passagem das hemácias pelos poros da membrana basal glomerular, ocasionando a alteração na sua forma, seguido por agressões físicoquímicas como o interstício hipertônico e a exposição ao ph ácido da urina através da passagem pelos túbulos renais. 11 A hemoglobinúria pode ser decorrente de hemólise intravascular secundária a medicamentos ou hemotransfusões incompatíveis. A mioglobinúria relaciona-se à mioglobina de origem muscular, que é liberada quando ocorre lise muscular (rabdomiólise) intensa, secundária à isquemia ou à necrose tissular, infecção ou grandes queimaduras e que pode ser confundida com hematúria. 9,12,13 O sangramento de origem renal caracteriza-se por processo difuso de acometimento dos capilares glomerulares no qual, geralmente, pequenas quantidades de sangue são acrescentadas ao filtrado glomerular, não formando coágulos. A eliminação de coágulos na urina deve ser considerada um indicador e sinal de alerta, principalmente, nos indivíduos com fatores de risco para neoplasia de rim ou bexiga. 6. ASPECTOS RELEVANTES DA ENTREVISTA CLÍNICA E DO EXAME FÍSICO NA ABORDAGEM DA HEMATÚRIA Na avaliação da hematúria, é fundamental, como diante de qualquer outro sintoma ou sinal, realizar anamnese e exame clínicos cuidadosos. É importante investigar sintomas relacionados à infecção urinária, como febre, disúria, polaciúria, dor suprapúbica, dor lombar e sintomas de prostatismo, como a diminuição da força do jato urinário, gotejamento, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, tratamentos urológicos e hematúria macroscópica. História de tabagismo deve ser sempre investigada devido ao risco potencial de neoplasia maligna do aparelho urinário, além da exposição ocupacional ao benzeno, aminas aromáticas e doenças infecciosas (tuberculose e esquistossomose). História familiar de doença renal crônica (DRC), nefrolitíase além de doença renal policística autossômica do adulto (DRPAD). No exame clínico, avaliar a ocorrência de dor ou sensibilidade na região suprapúbica, no flanco ou na região lombar e nódulo ou aumento do volume prostático ao toque retal. 5

6 A hematúria concomitante ao quadro de infecção do trato urinário deverá desaparecer após tratamento antimicrobiano adequado. Caso contrário, deve-se prosseguir na investigação clínica. 3,14,15 Não existe correlação entre o grau da hematúria e a gravidade da doença subjacente, pois apenas 1 ml de sangue é suficiente para alterar a cor da urina. 9 Outro aspecto relevante na avaliação clínica é determinar se a hematúria é transitória ou persistente. A hematúria transitória, na maioria dos casos, é benigna e pode estar relacionada à febre, ITU ou outra infecção sistêmica e, geralmente, não é mais evidenciada com a resolução da causa. Entretanto, nos pacientes com idade superior a 35 anos, mesmo sendo transitória, existe maior risco de neoplasia. 3,10 Nos casos de hematúria persistente, está indicada avaliação urológica completa. O próximo passo na avaliação clínica é definir se a hematúria é glomerular ou não. O que caracteriza a hematúria glomerular é a predomínio de hemácias dismórficas, cilindros hemáticos, acantócitos ou codócitos no sedimento urinário. Na ausência desses achados e com predomínio de hemácias isomórficas e, sobretudo, na presença de coágulos, torna muito mais provável o diagnóstico de hematúria não glomerular. Por outro lado, a presença de proteinúria acima de 1g em urina de 24h sugere patologia glomerular, que muitas vezes demanda avaliação especializada e biópsia renal. A investigação urológica nos casos de hematúria não glomerular dependerá dos fatores de risco associados, sendo o paciente classificado como de baixo ou alto risco para neoplasia do trato urinário. Essa avaliação é constituída por exames de imagem como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada (TC), a ressonância nuclear magnética (RNM), além da cistoscopia e da citologia urinária. 3,16 Quando não for possível estabelecer a causa da hematúria, depois da propedêutica adequada, ela será denominada essencial. Nesses casos, deverá ser realizado o acompanhamento médico anual. 1, FATORES DE RISCO PARA CÂNCER UROTELIAL A hematúria é considerada o sinal mais importante para o diagnóstico de câncer de bexiga, principalmente, em indivíduos com idade superior a 35 anos e hematúria macroscópica. No entanto, a incidência de câncer de bexiga é baixa nos casos de hematúria microscópica. 3,14,17,18 Em pacientes com fatores de risco, entre eles, tabagismo, exposição ocupacional a produtos químicos, sintomas miccionais irritativos, está indicado o encaminhamento ao urologista para exclusão de carcinoma urotelial, mesmo se a hematúria for evidenciada apenas em um exame de urina. 3 6

7 QUADRO 1. Fatores de risco para doença urológica Fatores de risco para doença urológica 3,12,14,19,20 Idade superior a 35 anos Hematúria macroscópica ou visível, com eliminação de coágulos. Sintomas miccionais irritativos Doença urológica prévia (tumor, cálculo renal) Tabagismo atual ou pregresso Exposição ocupacional a químicos ou corantes: benzeno, aminas aromáticas Abuso de analgésicos Exposição a medicamentos: fenacetina, ciclofosfamida, terapia para HIV Exposição à radiação pélvica Fonte: Referências 3,12,14,19,20 8. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A grande preocupação do médico, ao avaliar o paciente com hematúria, é excluir a possibilidade de câncer, principalmente nos pacientes com idades mais avançadas e com fatores de risco associados, afastadas as causas mais frequentes de hematúria que são as ITU, hiperplasia prostática benigna e cálculo urinário. 15 As glomerulopatias são causas frequentes de hematúria, e a nefropatia por IgA é considerada a principal causa primária de hematúria em todo o mundo. Inicialmente, acreditava-se que essa doença apresentava evolução benigna, entretanto progressão lenta para doença renal crônica terminal pode ocorrer em mais de 50% dos indivíduos acometidos, com anos de seguimento. O prognóstico renal é melhor nos pacientes sem proteinúria ou com proteinúria leve (<1g/dia) e função renal estável. Diversas outras doenças glomerulares podem determinar hematúria. 20,21 Há também causas não glomerulares, infecciosas, malignas e secundárias ao uso de medicamentos, principalmente, em pacientes cardiopatas em uso de anticoagulantes. 4,7,10,15 QUADRO 2. Diagnóstico diferencial das hematúrias 7

8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS HEMATÚRIAS 4,7,10,15 Causas benignas Glomerulopatias Renal e/ou do sistema urinário alto Sistema urinário baixo (bexiga, próstata, uretra) Infecciosas Neoplasias Vasculares Medicamentos Menstruação, Trauma ou instrumentação das vias urinárias Medicamentos Exercício físico intenso Nefropatia por IgA Doença da Membrana fina Glomerulopati a proliferativa mesangial GNDA pósestreptocócica Nefrite lúpica SHU Púrpura de Henoch- Scholein Síndrome de Alport Granulomatos e com poliangeíte Infecções - Pielonefrites Nefrolitíase NIA secundária ao uso de medicamentos ou infecções NTA DRPAD Síndrome de Alport Rim esponjamedular HA maligna Malformações artério-venosas Embolia artéria renal Trombose de veia renal HPB Uretrite Estenose de Uretra Divertículo e Pólipo uretral Exame de próstata Instrumenta ção Cistite intersticial Bexiga neurogênica Cistocele Cálculo de bexiga ITU Pielonefrite aguda Prostatite Epididimite TB urinária Esquistosso mose Carcinoma de células renais Carcinoma urotelial Neoplasia de próstata Neoplasia de bexiga Linfoma Exames de próstata Instrumenta ção Aneurisma de artéria renal Pseudoaneur isma de artéria renal Pósnefrectomia Malformação renal artériovenosa Fístula ilíacoureteral Dissecção espontânea de artéria renal Veia renal esquerda retroaórtica Warfarin AAS Abuso de analgésicos Ciclofosfamida Contraceptivos orais Quinina Amitriptilina Drogas antiepilepíticas Necrose de papila Distúrbios metabólicos ( Ca, ácido úrico) Drepanocitose Refluxo vésicoureteral Obstrução de JUP Ureterocele Duplicação do sistema pieocalicinal Fonte: referências citadas no título 4,7,10,15 GNDA=glomerulonefrite difusa aguda SHU= síndrome hemolítico urêmico NTA= necrose tubular aguda DRPAD= doença renal policística autossômica dominante HÁ= hipertensão arterial Ca= cálcio HPB= hiperplasia prostática benigna ITU= infecção do trato urinário TB= tuberculose AAS= ácido acetil salicílico JUP= junção ureteropélvica 8

9 9. PROPEDÊUTICA A coloração da urina é amarelada em decorrência da presença de um pigmento denominado urocromo. A coloração vermelha da urina pode ocorrer devido à presença de hemácias, hemoglobina ou mioglobina. Alguns alimentos, tais como beterraba, amora ou corantes e determinados medicamentos (Ex.: fenitoína, adriamicina) podem alterar a cor da urina. A fenazopiridina (analgésico das vias urinárias), warfarina e rifampicina determinam cor alaranjada da urina. 11 Na avaliação laboratorial, devem-se considerar os seguintes aspectos para excluir resultados falsopositivos: Urina alcalina (ph>9), densidade urinária baixa (<1007) ou contaminação devido ao uso de substâncias oxidantes para higienização do períneo. Em algumas situações, urina muito diluída ocasiona lise osmótica de praticamente todas as hemácias na urina, resultando aparentemente em resultado falso positivo, pois a fita reagente vai detectar hemoglobina, e as hemácias estarão ausentes. 12,16 Provável contaminação da amostra com menstruação ou secreção vaginal. Se a coloração vermelha ou marrom é vista no sedimento urinário indica hematúria. Caso seja no sobrenadante, deve ser avaliada a presença de mioglobinúria ou hemoglobinúria. Um teste com fita reagente (dipstick) alterado deve ser confirmado com a realização de exame microscópico da urina. 10 Nos casos de hematúria, a seguinte investigação laboratorial deve ser realizada, de forma sequencial: 10. ANÁLISE LABORATORIAL DA URINA O exame de sedimento urinário com qualidade é fundamental para que não se realize propedêutica extensa desnecessária e não cause estresse ao paciente. Nos casos de hematúria, o sedimento urinário evidenciará mais de três hemácias/campo de grande aumento, podendo ser verificado o dismorfismo eritrocitário. Quando esse dismorfismo for superior a 80%, é indicador de hematúria de origem renal ou glomerular. Alguns autores 5 orientam que o diagnóstico de hematúria glomerular pode ser feito quando são observados os dois tipos de hemácias na mesma proporção (hematúria mista) e quando pelo menos 5% das hemácias examinadas são acantócitos. Entretanto, se o paciente possuir o diagnóstico prévio de glomerulopatia caracterizada por proteinúria sem hematúria, o aparecimento recente de hematúria indica a possibilidade de doença associada que deve ser investigada. O encontro de codócitos, acantócitos, cilindros hemáticos e proteinúria é considerado o principal marcador de doença renal e sugere hematúria de origem glomerular. 9,11 Para a investigação da hematúria nos pacientes de baixo risco para neoplasia, o exame de imagem inicial é a 9

10 ultrassonografia por ser não invasivo, de menor custo, de fácil acesso, embora seja observador dependente. Anteriormente, a detecção de lesões uroteliais no trato urinário superior era realizada por meio da urografia excretora e/ou ureteroscopia associada à cistoscopia. Nos últimos anos, a urografia excretora tem sido substituída pela tomografia computadorizada de abdômen e pelve com contraste (URO-TC), possibilitando melhor avaliação de cálculos urinários, lesões neoplásicas no trato urinário superior e inferior e outras patologias, principalmente, nos pacientes com hematúria macroscópica ou persistente. 3,16 Em uma meta análise, a URO-TC mostrou taxas de sensibilidade e especificidade elevadas, 96% e 99%, respectivamente para neoplasia urotelial e superior à urografia excretora. 22 A cistoscopia é considerada o exame padrão-ouro para detecção de lesões planas da bexiga em fase inicial, embora estudos mais recentes indiquem que a URO-TC possa ter sensibilidade semelhante se realizada adequadamente. 23,24 A indicação de biópsia renal é controversa nos casos de hematúria glomerular isolada ou com proteinúria em urina de 24h inferior a 1g, pois, na maioria dos casos, não há baixo risco de progressão para doença renal crônica e não há tratamento específico a ser instituído. 25 Indica-se a biópsia renal nos casos de proteinúria significativa (> 1 g/dia), na ocorrência de piora progressiva da função renal com aumento da creatinina sérica, de diminuição do ritmo de filtração glomerular, piora dos níveis pressóricos ou história familiar para doença renal crônica. A biópsia renal é exame invasivo com possibilidade de complicações, entre elas, sangramento devendo ser realizada na expectativa de tratamento específico. A citologia urinária e os marcadores urinários (NMP22, UroVysion FISH) não são recomendados como exames de rotina para os pacientes com MHA. Um resultado negativo não exclui a presença de neoplasia urotelial, podendo ocorrer em, aproximadamente, 20% dos casos. Pacientes com hematúria microscópica persistente, acompanhada de fatores de risco para câncer, deverão ser submetidos à avaliação urológica completa, incluindo exame de imagem (TC-URO), cistoscopia e citologia urinária. 3,16 A literatura atual não recomenda screening para hematúria microscópica na população geral devido à baixa incidência de doenças urológicas que necessitem intervenção. 7,18, ORIENTAÇÃO TERAPÊUTICA E CUIDADOS O tratamento da hematúria depende do diagnóstico da doença de base e, quando necessário, deverá ser solicitado o encaminhamento ao especialista. A avaliação urológica é importante e deve ser realizada nos casos de hematúria macroscópica ou persistente, nos pacientes com idade superior a 35 anos e fatores de risco associados para neoplasia de bexiga. 27 O tratamento da hematúria, assim como o da anemia, deve ser direcionado ao fator causal. Não existe tratamento específico para hematúria essencial, que requer apenas o acompanhamento. 10

11 12. FLUXOGRAMA PARA AVALIAÇÃO DE HEMATÚRIA MICROSCÓPICA ASSINTOMÁTICA Hematúria microscópica: > três hemácias/campo de grande aumento em urina coletada adequadamente. Excluir causa benignas: menstruação, exercício físico vigoroso, pós-parto, exame prostático, procedimento, trauma. Sintomas clínicos sugestivos de ITU Tratamento da ITU. Realizar novo EAS 4-6 semanas pós-tratamento para confirmar resolução da hematúria. Dismorfismo de hemácias Predomínio de hemácias isomórficas Suspender possível fator desencadeante. Repetir EAS para excluir hematúria. Predomínio de hemácias dismórficas, cilindros eritrocitários, acantócitos, codócitos Paciente com baixo risco para neoplasia Exame de imagem do trato urinário superior (ultrassom ou TC) Se negativo, realizar citologia urinária. Hematúria microscópica persistente isolada Pacientes com alto risco para neoplasia Avaliação urológica completa: exame de imagem, preferencialmente URO-TC, citologia Exame clínico e laboratorial sugestivo de glomerulopatia: dismorfismo eritrocitário, proteinúria, cilindrúria, Cr(s), RFG, edema, HAS, vasculite. Negativo Avaliação com nefrologista Citologia urinária negativa Exame de urina, avaliar níveis pressóricos e citologia 1,2 e 3 anos. Se hematúria persiste, considerar avaliação urológica. Negativo após 3 anos Alta urológica Positivo Tratar Hematúria persistente sugestivo de causa glomerular, hipertensão arterial, proteinúria Exame de urina, avaliar níveis pressóricos e citologia 1, 2 e 3 anos. Hematúria macroscópica, sintomas urinários sem evidência de ITU e citologia alterada Hematúria glomerular e proteinúria Avaliação nefrológica Hematúria isolada Reavaliação urológica Avaliar biópsia renal. Biópsia renal é controversa 11

12 REFERÊNCIAS 1. Khadra MH, Pickard RS, Charlton M, Powell PH, Neal DE. A prospective analysis of 1,930 patients with hematuria to evaluate current diagnostic practice. J Urol. 2000; 163: Grossfeld GD, Wolf Jr JS, Litwan MS, Hricak H, Shuler CL, Agerter DC, et al. Asymptomatic microscopic hematuria in adults: summary of the AUA best practice policy recommendations. Am Fam Physiciam. 2001; 63: Davis R, Jones JS, Barocas DA, Castle EP, Lang EK, Leveilles RJ, et al. Diagnosis evaluation in follow-up of asymptomatic microhematuria (AMH) in adults: AUA guideline. J Urol. 2012; 188: Feldman AS, Kurtz M, Cho KC. Etiology and evaluation of hematuria in adults. Versão [Last literature review: setembro 2015]. [Acesso em 28 de novembro de 2015]. Disponível em: 5. Fogazzi GB, Pirovano B. Urinalysis. In: Feehally J, Floege J, Johnson R. Comprehensive clinical nephrology. 3nd ed. Philadelphia: Mosby Elsevier, p Riella MC, Riella LV, Riella CV, Zunino D. Avaliação Clínica e Laboratorial da Função Renal. IN: Riella MC. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos. 5nd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p Horie S, Ito S, Okada H, Kikuchi H, Narita I, Nishiyama T, et al. Japanese Guideline of the management of hematuria Clin Exp Nephrol. 2014; 18: Alishahi S, Byrne D, Goodman CM, Baxby K. Haematuria investigation based on a standard protocol: emphasis on the diagnosis of urological malignancy. J R Coll Surg Edinb. 2002; 47: Farah KP, Fernandes Junior LJ. Principais Métodos Diagnósticos Complementares. IN: Silva RMFL. Tratado de Semiologia Médica. 1nd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, p Távora ERF, Távora JER, Souza Jr. AC. Anormalidades Urinárias Assintomáticas (AUA). Hematúria. IN: Távora ERF. Introdução à Medicina Renal Hidroeletrolítica e Acidobásica. Diagnóstico e Tratamento. 1ed. Belo Horizonte: Coopmed, p Koch VH, Andriolo A. Exame de urina rotina. IN: Kirsztajn GM. Diagnóstico Laboratorial em Nefrologia. 1nd ed. São Paulo: Sarvier, p Rao PK, Jones JS. How to evaluate dipstick hematuria : What to do before you refer. 12

13 Cleveland Clinic Journal of Medicine. 2008; 75: Magalhães RA, Ribeiro MMF, Rezende NA, Amaral CFS. Rabdomiólise secundária a acidente ofídico crotálico. Rev. Inst. Med. trop. 1986; 28: Higashihara E, Nishiyama T, Horie S, Marumo K, Mitarai T, Koyoma T, et al. Hematuria: definition and screening test methods. Int J Urol. 2008; 15: Sharp VJ, Barnes KT, Erickson BA. Assessment of Asymptomatic Microscopic Hematuria in Adults. Am Fam Physician. 2013; 88: Lima DX. Hematúria. IN: Lima DX, Câmara FP, Fonseca CEC. Urologia bases do diagnóstico e tratamento. 1nd ed. Rio de Janeiro: Atheneu, p Chiong E, Gaston KE, Grossman HB. Urinary markers in screening patients with hematuria. World J Urol. 2008; 26: Moyer VA. Screening for bladder cancer: U.S. preventive services task force recommendation statement. Ann Intern Med. 2011; 155: British Columbia Medical Association. Advisory committee. Guideline & protocols. Microscopic hematuria: persistent Disponível em: health/practitioner-pro/ bc-guidelines/hematura.pdf 20. Grossfel GD, Litwin MS, Wolf JS, Hricak H, Shuler CL, Agerter DC, et al. Evaluation of asymptomatic microscopic hematuria in adults: The American Urological Association Best Practice Policy Part I: definition, detection, prevalence, and etiology. Urology. 2001; 57: Cattran DC, Appel GB. Treatment and prognosis of IgA nephropathy. Versão [Last literature review: novembro 2015]. [Acesso em 07 de dezembro de 2015]. Disponível em: Chlapoutakis K, Theocharopoulos N, Yarmenitis S, Damilakis J. Performance of computed tomographic urography in diagnosis of upper urinary tract urothelial carcinoma, in patients presenting with hematuria: Systematic review and meta-analysis. Eur J Radiol. 2010; 73: Park SB, Kim JK, Lee HJ, Cho KS. Hematuria: portal venous phase multi detector row CT of the bladder a prospective study. Radiology. 2007; 245: Shen L, Raman SS, Beland MD, Moreno CC, Goldfarb S, Harvin HJ, et al. Hematuria. ACR Appropriateness Criteria. American College of Radiology [Acesso em 28 out. 2015]. Disponível em: 13

14 25. Jain S, Mellon K. Urologic Issue for the Nephrologist. In: Feehally J, Floege J, Johnson R. Comprehensive Clinical Nephrology. 3 ed. Philadelphia: Mosby Elsevier, p Tomson C, Porter T. Asymptomatic microscopic or dipstick hematuria in adults: Which investigations for which patients? A review of the evidence. BJU International. 2002; 90: Jones R, Latinovic R, Charlton J, Gulliford MC. Alarm symptons in early diagnosis of cancer in primary care: cohort study using General Practice Research Database. BMJ. 2007; 334:

Abordagem do Paciente Renal. Abordagem do Paciente Renal. Abordagem do Paciente Renal. Síndromes Nefrológicas. Síndrome infecciosa: Infecciosa

Abordagem do Paciente Renal. Abordagem do Paciente Renal. Abordagem do Paciente Renal. Síndromes Nefrológicas. Síndrome infecciosa: Infecciosa Continuuns The types and risks of kidney disease change across the life cycle. Julie R. Ingelfinger et al. Nephrol. Dial. Transplant. 2016;31:327-331 The Author 2016. Published by Oxford University Press

Leia mais

HEMATÚRIA HEMATÚRIA, HEMATÚRIA MACROSCÓPICA, HEMATÚRIA MICROSCÓPICA.

HEMATÚRIA HEMATÚRIA, HEMATÚRIA MACROSCÓPICA, HEMATÚRIA MICROSCÓPICA. HEMATÚRIA Pedro Henrique Olivo Kronfeld Gustavo Franco Carvalhal UNITERMOS HEMATÚRIA, HEMATÚRIA MACROSCÓPICA, HEMATÚRIA MICROSCÓPICA. KEYWORD HEMATURIA, GROSS HEMATURIA, MICROSCOPIC HEMATURIA. SUMÁRIO

Leia mais

Hematúria 1. DEFINIÇÕES 2. ETIOLOGIA. Revisão. Aprovação. Elaboração Joana Campos Dina Cirino Clara Gomes A Jorge Correia Data: Maio 2007

Hematúria 1. DEFINIÇÕES 2. ETIOLOGIA. Revisão. Aprovação. Elaboração Joana Campos Dina Cirino Clara Gomes A Jorge Correia Data: Maio 2007 1. DEFINIÇÕES Hematúria presença de glóbulos vermelhos (GV) na urina em quantidade superior ao normal. Hematúria Macroscópica urina de cor vermelha/ acastanhada - > 5 000 GV/mm3 ou > 5 000 GV/min o -Inicial

Leia mais

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS Aula 4 Profª. Tatiane da Silva Campos As principais causas de erro e de resultados falsos do exame de urina estão relacionadas à preparo do paciente, coleta, transporte

Leia mais

Hematuria. Margarida Abranches

Hematuria. Margarida Abranches Curso inverno 2012 Hematuria Margarida Abranches Introdução Definição Presença de >5 GV por campo em 3 de 3 amostras consecutivas de urina centrifugada, com intervalo de uma semana Classificação Macroscópica

Leia mais

PROTOCOLO MÉDICO CÓLICA NEFRÉTICA. Área: Médica Versão: 1ª

PROTOCOLO MÉDICO CÓLICA NEFRÉTICA. Área: Médica Versão: 1ª Página: 1 de 8 1. Introdução: A causa mais frequente da cólica nefrética é a passagem do cálculo pelo trato urinário, sendo a incidência anual de 16 casos para cada 1000 pessoas. O reconhecimento rápido

Leia mais

HEMATÚRIA Dr. Alexandre Crippa Sant Anna

HEMATÚRIA Dr. Alexandre Crippa Sant Anna Dr. Alexandre Crippa Sant Anna Chefe do setor de Urologia do Hospital do Servidor Público Municipa-HSPM Coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de SP MiCROSCÓPICA US PREVENTIVE SERVICES

Leia mais

Alterações no Trato Urinário

Alterações no Trato Urinário Alterações no Trato Urinário PPCSA Profª Daniele C D Zimon Profª Adriana Cecel Guedes Aparelho Urinário Rim Infecções do Trato Urinário As infecções do trato urinário (ITUs) são causadas por micoorganismos

Leia mais

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL 1. EXAME DE URINA Cor Aspecto Densidade urinária ph Glicosúria Proteinúria Pigmentos e Sais biliares Hemoglobinúria e Mioglobinúria

Leia mais

Prof. Ms. Elton Pallone de Oliveira. Exames laboratoriais: definição, tipos, indicação, cuidados pré e pós exame. Urinálise

Prof. Ms. Elton Pallone de Oliveira. Exames laboratoriais: definição, tipos, indicação, cuidados pré e pós exame. Urinálise Exames laboratoriais: definição, tipos, indicação, cuidados pré e pós exame. Urinálise Objetivos Saber a definição, tipos, indicações e principais cuidados pré e pós exame de urinálise e parasitológico.

Leia mais

Glomerulonefrite pós infecciosa

Glomerulonefrite pós infecciosa Glomerulonefrite pós infecciosa Residentes: Liliany Pinhel Repizo Roberto Sávio Silva Santos Nefrologia HCFMUSP Epidemiologia Cerca de 470.000 casos por ano no mundo, 97% em países em desenvolvimento.

Leia mais

Prochnow & Gonçalves. Hematúria

Prochnow & Gonçalves. Hematúria ARTIGO ESPECIAL Prochnow & Gonçalves André A. Prochnow 1, Luiz Felipe S. Gonçalves 2 é uma anormalidade urinária muito freqüente na prática clínica. O diagnóstico da causa básica fica facilitado quando

Leia mais

Obrigada por ver esta apresentação Gostaríamos de recordar-lhe que esta apresentação é propriedade do autor pelo autor

Obrigada por ver esta apresentação Gostaríamos de recordar-lhe que esta apresentação é propriedade do autor pelo autor Obrigada por ver esta apresentação Gostaríamos de recordar-lhe que esta apresentação é propriedade do autor. É-lhe fornecida pela Sociedade Portuguesa de Nefrologia Pediátrica no contexto do Curso de Nefrologia

Leia mais

Exames complementares em nefrologia pediátrica: Interpretação e conduta

Exames complementares em nefrologia pediátrica: Interpretação e conduta Exames complementares em nefrologia pediátrica: Interpretação e conduta Mariana Affonso Vasconcelos - Nefrologista pediátrica do HC/UFMG - Pediatra UTIP Materdei - Pediatra Maternidade Odete Valadares

Leia mais

UrináliseSedimentoscopia

UrináliseSedimentoscopia UrináliseSedimentoscopia FTC- Curso de Enfermagem Profa. Astria Ferrão 2018 3. Exame microscópico (sedimentoscopia) Células epiteliais Hemácias Leucócitos Cilindros Cristais Microrganismos Outros elementos.

Leia mais

11º Imagem da Semana: Ultrassonografia dos rins e vias urinárias

11º Imagem da Semana: Ultrassonografia dos rins e vias urinárias 11º Imagem da Semana: Ultrassonografia dos rins e vias urinárias Enunciado Paciente do sexo feminino, 8 anos, há 2 dias com hematúria macroscópica e dor abdominal difusa leve à esclarecer. Pressão arterial

Leia mais

Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários

Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários Funções do Rim Manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico Manutenção do Equilíbrio Ácido- Básico Produção de Hormônios Funções do Rim Fisiologia da Formação

Leia mais

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética Imagem 01. Ressonância Margnética do Abdomen Imagem 02. Angiorressonância Abdominal Paciente masculino, 54 anos, obeso, assintomático, em acompanhamento

Leia mais

Mauricio Zapparoli Departamento de Clínica Médica Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná. DAPI Diagnóstico Avançado por Imagem

Mauricio Zapparoli Departamento de Clínica Médica Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná. DAPI Diagnóstico Avançado por Imagem Mauricio Zapparoli Departamento de Clínica Médica Hospital de Clínicas Universidade Federal do Paraná DAPI Diagnóstico Avançado por Imagem Urografia Excretora Necessita Contraste Iodado (alergias/função

Leia mais

Questionário - Proficiência Clínica

Questionário - Proficiência Clínica Questionário - Proficiência Clínica DISMORFISMO ERITROCITÁRIO Elaborador José Antonio Tesser Poloni. Mestre em Ciências da Saúde (UFCSPA), Farmacêutico-Bioquímico (PUCRS), Bioquímico responsável pelo setor

Leia mais

ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. EXAME FÍSICO Aula 10 Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. EXAME FÍSICO Aula 10 Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Aula 10 Profª. Tatiane da Silva Campos Exame físico do aparelho Urinário Inspeção ÓRGÃO OBSERVAR POSSÍVEIS ALTERAÇÕES Rins

Leia mais

Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários

Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários Avaliação e Distúrbios Renais e Urinários Funções do Rim Manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico Manutenção do Equilíbrio Ácido- Básico Produção de Hormônios Funções do Rim Fisiologia da Formação

Leia mais

Hematúria microscópica: abordagem no âmbito dos cuidados de saúde primários

Hematúria microscópica: abordagem no âmbito dos cuidados de saúde primários 1 artigosbreves DOI: 10.32385/rpmgf.v34i5.11774 Hematúria microscópica: abordagem no âmbito dos cuidados de saúde primários Marta Sofia Cardoso Lopes, 1 Catarina Ferreira Magalhães, 2 David Alexandre Neves,

Leia mais

Infecção do Trato Urinário na Infância

Infecção do Trato Urinário na Infância Universidade Estadual do Oeste do Paraná Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas Curso de Medicina Hospital Universitário do Oeste do Paraná HUOP Liga Médico-Acadêmica de Pediatria (LIPED) Infecção

Leia mais

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Trato urinário superior Rins Ureteres Professora: Juliana Peloi Vides Trato urinário inferior Bexiga Uretra FREQUENTES!!! Parênquima renal Pelve renal Ureteres Bexiga Uretra

Leia mais

Malformações do trato urinário

Malformações do trato urinário Malformações do trato urinário 17/08/2017 - Dra. Marcela Noronha Devido à origem embriológica do trato urinário, muitas malformações podem ocorrer. Algumas delas são simples e frequentes, já outras são

Leia mais

INTRODUÇÃO À BASES DIAGNÓSTICAS. Profa Sandra Zeitoun Aula 1

INTRODUÇÃO À BASES DIAGNÓSTICAS. Profa Sandra Zeitoun Aula 1 INTRODUÇÃO À BASES DIAGNÓSTICAS Profa Sandra Zeitoun Aula 1 Importância dos dados laboratoriais e de imagem Principais objetivos da medicina laboratorial: Confirmar ou complementar o diagnóstico clínico;

Leia mais

PEDIDO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO NEFROLOGIA PEDIÁTRICA

PEDIDO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO NEFROLOGIA PEDIÁTRICA PEDIDO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO NEFROLOGIA PEDIÁTRICA JUSTIFICATIVA PARA SOLICITAÇÃO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO NEFROLOGIA PEDIÁTRICA A solicitação do

Leia mais

CURSO DE MEDICINA - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES COMPONENTE CURRICULAR CARGA HORÁRIA PERÍODO: Urologia DIA ATIVIDADE/AULA PROFESSOR

CURSO DE MEDICINA - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES COMPONENTE CURRICULAR CARGA HORÁRIA PERÍODO: Urologia DIA ATIVIDADE/AULA PROFESSOR CURSO DE MEDICINA - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2016.2 COMPONENTE CURRICULAR CARGA HORÁRIA PERÍODO: Total 8 Teórica Prática Sessão Tutorial 72 36-108 PROFESSOR RESPONSÁVEL: Jorge DIA ATIVIDADE/AULA PROFESSOR

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS. Doenças Renais Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS. Doenças Renais Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS Doenças Renais Parte 1 Profª. Tatiane da Silva Campos O rim tem múltiplas funções, como a excreção de produtos finais de diversos metabolismos, produção de

Leia mais

Diagnóstico Diferencial das Síndromes Glomerulares. Dra. Roberta M. Lima Sobral

Diagnóstico Diferencial das Síndromes Glomerulares. Dra. Roberta M. Lima Sobral Diagnóstico Diferencial das Síndromes Glomerulares Dra. Roberta M. Lima Sobral Principais Síndromes em Nefrologia Síndromes glomerulares : Síndrome Nefrítica Síndrome Nefrótica Síndromes tubulares Hipertensão

Leia mais

Sistema Urinário. Patrícia Dupim

Sistema Urinário. Patrícia Dupim Sistema Urinário Patrícia Dupim Insuficiência Renal Ocorre quando os rins não conseguem remover os resíduos metabólicos do corpo. As substância normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos

Leia mais

Insuficiência Renal Aguda no Lúpus Eritematoso Sistêmico. Edna Solange Assis João Paulo Coelho Simone Chinwa Lo

Insuficiência Renal Aguda no Lúpus Eritematoso Sistêmico. Edna Solange Assis João Paulo Coelho Simone Chinwa Lo Insuficiência Renal Aguda no Lúpus Eritematoso Sistêmico Edna Solange Assis João Paulo Coelho Simone Chinwa Lo Lúpus Eritematoso Sistêmico Doença inflamatória crônica, multissistêmica, de causa desconhecida

Leia mais

NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO

NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Hospital São Lucas SERVIÇO DE CIRURGIA TORÁCICA José Antônio de Figueiredo Pinto DEFINIÇÃO Lesão arredondada, menor que 3.0 cm

Leia mais

Abordagem dos Nódulos Pulmonares em Vidro Fosco e dos Nódulos Sub-sólidos

Abordagem dos Nódulos Pulmonares em Vidro Fosco e dos Nódulos Sub-sólidos Abordagem dos Nódulos Pulmonares em Vidro Fosco e dos Nódulos Sub-sólidos. Nódulos pulmonares são pequenas alterações esféricas comumente identificadas incidentalmente nas imagens de tórax (Rx e/ou TC)..

Leia mais

Cistos e doença policística renal

Cistos e doença policística renal Cistos e doença policística renal Introdução Cistos simples (com paredes finais e regulares e conteúdo líquido) são considerados benignos, não sendo necessário nenhum seguimento ou exame complementar para

Leia mais

Hematúria Recorrente Como Conduzir

Hematúria Recorrente Como Conduzir Hematúria Recorrente Como Conduzir Nilzete Liberato Bresolin Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Infantil Joana Gusmao Florianopolis SC - 2018 nilzete.bresolin@hotmail.com Declaro não haver

Leia mais

Imagem da Semana: Cintilografia Renal c/99mtc

Imagem da Semana: Cintilografia Renal c/99mtc Imagem da Semana: Cintilografia Renal c/99mtc Imagem 01. Cintilografia Renal Estática Imagens (99mTc-DMSA) Paciente do sexo feminino, 10 anos de idade, apresenta enurese noturna, incontinência urinária

Leia mais

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO Serviço de Nefrologia HUCFF - UFRJ Rodrigo Alves Sarlo Alvaro Luis Steiner Fernandes de Souza TRANSPLANTE HEPÁTICO Primeiro transplante no início dos anos 60

Leia mais

Perfil Epidemiológico de Pacientes Portadores de Doença Renal Crônica Terminal em Programa de Hemodiálise em Clínica de Santa Cruz do Sul - RS

Perfil Epidemiológico de Pacientes Portadores de Doença Renal Crônica Terminal em Programa de Hemodiálise em Clínica de Santa Cruz do Sul - RS Perfil Epidemiológico de Pacientes Portadores de Doença Renal Crônica Terminal em Programa de Hemodiálise em Clínica de Santa Cruz do Sul - RS Aglaupe Ferreira Bonfim Pereira 1, Cássia Pinheiro Kapper

Leia mais

GLOMERULOPATIAS. 5º ano médico. André Balbi

GLOMERULOPATIAS. 5º ano médico. André Balbi GLOMERULOPATIAS 5º ano médico André Balbi Definição e apresentação clínica Glomerulopatias: alterações das propriedades dos glomérulos Apresentação clínica: SÍNDROME NEFRÍTICA SÍNDROME NEFRÓTICA OBS :

Leia mais

INFECÇÃO URINÁRIA. BIBLIOGRAFIA: EXAME DE URINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Nadilson Cunha

INFECÇÃO URINÁRIA. BIBLIOGRAFIA: EXAME DE URINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Nadilson Cunha INFECÇÃO URINÁRIA BIBLIOGRAFIA: EXAME DE URINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS ÍNDICE Epidemiologia Sintomatologia Etiologia Diagnóstico Diagnóstico diferencial Fatores facilitadores Refluxo Vésico Uretral (RVU)

Leia mais

Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho!

Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho! Nenê assim rapidamente leva trombada Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho! Nenê assim rapidamente leva trombada Nefrítica Nefrótica Assintomática GN rapidamente progressiva Trombótica

Leia mais

Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética qual a melhor opção para cada caso?

Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética qual a melhor opção para cada caso? Abordagem diagnóstica de um nódulo hepático o que o cirurgião deve saber? Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética qual a melhor opção para cada caso? Maria Fernanda Arruda Almeida Radiologia

Leia mais

3/6/ 2014 Manuela Cerqueira

3/6/ 2014 Manuela Cerqueira 3/6/ 2014 Manuela Cerqueira He, aí não!!! Anatomia: Anatomia: Túbulo proximal Túbulo distal Hansa de Henle Glomérulo Ducto colector Funções mais importantes do rim: Regulação do volume e composição dos

Leia mais

Cólica nefrética em adultos

Cólica nefrética em adultos . INTRODUÇÃO A cólica nefrética é uma entidade frequentemente encontrada no atendimento de urgência em pronto atendimentos de todo o mundo. A causa mais frequente é a passagem de cálculos urinários pelo

Leia mais

AVALIAÇÃO POR IMAGEM DA COLUNA LOMBAR: INDICAÇÕES E IMPLICAÇÕES CLINICAS

AVALIAÇÃO POR IMAGEM DA COLUNA LOMBAR: INDICAÇÕES E IMPLICAÇÕES CLINICAS AVALIAÇÃO POR IMAGEM DA COLUNA LOMBAR: INDICAÇÕES E IMPLICAÇÕES CLINICAS UNIDADE CLINICA AUTONOMA DE NEURORRADIOLOGIA SERVIÇO DE IMAGIOLOGIA 8 de Novembro de 2012 a)aguda (< 6 semanas) b)subaguda (>6 semanas

Leia mais

Glomerulonefrites Secundárias

Glomerulonefrites Secundárias Doenças sistêmicas nfecto-parasitárias Nefropatia da gravidez Medicamentosa doenças reumáticas, gota, mieloma, amiloidose, neoplasias SDA hepatite viral shistossomose Doenças Reumáticas Lupus eritematoso

Leia mais

Prostatic Stromal Neoplasms: Differential Diagnosis of Cystic and Solid Prostatic and Periprostatic Masses

Prostatic Stromal Neoplasms: Differential Diagnosis of Cystic and Solid Prostatic and Periprostatic Masses Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina Departamento de Diagnóstico por Imagem Setor Abdome Prostatic Stromal Neoplasms: Differential Diagnosis of Cystic and Solid Prostatic and Periprostatic

Leia mais

Etiologia: Etiologia:

Etiologia: Etiologia: Glomerulopatias Primárias rias (OMS) lesão mínimam esclerose focal e segmentar glomerulonefrites difusas membranosa mesangial endocapilar membranoproliferativa doença a do depósito denso crescêntica Lesões

Leia mais

Abordagem do Paciente Renal F J Werneck

Abordagem do Paciente Renal F J Werneck Síndromes Nefrológicas Síndrome infecciosa: Infecciosa Nefrítica Nefrótica Urêmica Hipertensiva Calculosa - infecção do trato urinário alta: pielonefrite - Infecção do trato urinário baixa: cistite, uretrite

Leia mais

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 EDITAL N. 001/2014 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 EDITAL N. 001/2014 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 25 EDITAL N. 0/24 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS O Centro de Seleção da Universidade Federal de Goiás coloca à disposição

Leia mais

Clique para editar o título mestre

Clique para editar o título mestre Clique para editar o título mestre As criaturas abaixo foram tema de filmes dirigidos por Steven Spielberg, exceto: 1 2 v 3 4 Questão 1 Qual processo patológico acomete este enxerto renal? 1) Rejeição

Leia mais

DOSSIER INFORMATIVO Doenças da Próstata

DOSSIER INFORMATIVO Doenças da Próstata DOSSIER INFORMATIVO Doenças da Próstata 2013 O que é a próstata? A próstata é uma glândula do aparelho genital masculino localizada à frente do recto e logo abaixo da bexiga, órgão onde a urina está temporariamente

Leia mais

Transtornos de importância clínica no sistema urinário dos ruminantes

Transtornos de importância clínica no sistema urinário dos ruminantes Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Veterinária Clínica Médica de Grandes Animais I Transtornos de importância clínica no sistema urinário dos ruminantes Marcelo Moreira Antunes e Marcio Nunes

Leia mais

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades MEDICINA Curso: RCG 0327 Afecções do sistema gênito-urinário. Afecções do sistema gênito-urinário

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades MEDICINA Curso: RCG 0327 Afecções do sistema gênito-urinário. Afecções do sistema gênito-urinário Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades MEDICINA Curso: RCG 0327 Afecções do sistema gênito-urinário CÓDIGO RCG 0327 NOME DA DISCIPLINA Afecções do sistema gênito-urinário Período(s) de oferecimento

Leia mais

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal Compartilhe conhecimento: Devemos ou não continuar prescrevendo antibiótico profilático após diagnóstico da primeira infecção urinária? Analisamos recente revisão sistemática e trazemos a resposta. Em

Leia mais

Características endoscópicas dos tumores neuroendócrinos retais podem prever metástases linfonodais? - julho 2016

Características endoscópicas dos tumores neuroendócrinos retais podem prever metástases linfonodais? - julho 2016 A incidência de tumores neuroendócrinos (TNE) retais tem aumentado ao longo dos últimos 35 anos. A maioria dos TNEs retais são diagnosticados por acaso, provavelmente devido ao aumento do número de sigmoidoscopias

Leia mais

Proteção Radiológica Infantil

Proteção Radiológica Infantil Proteção Radiológica Infantil Cartilha de recomendações de procedimentos médicos para exames radiológicos ACR Unimed do Brasil 2013-2017 Eudes de Freitas Aquino Presidente Orestes Barrozo Medeiros Pullin

Leia mais

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EMERGÊNCIAS AÓRTICAS. Leonardo Oliveira Moura

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EMERGÊNCIAS AÓRTICAS. Leonardo Oliveira Moura TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EMERGÊNCIAS AÓRTICAS Leonardo Oliveira Moura Dissecção da Aorta Emergência aórtica mais comum Pode ser aguda ou crônica, quando os sintomas duram mais que 2 semanas Cerca de 75%

Leia mais

Aparelho urinário. Meios de estudo Principais aplicações clínicas. Estudo dos rins Estudo da bexiga A patologia traumática

Aparelho urinário. Meios de estudo Principais aplicações clínicas. Estudo dos rins Estudo da bexiga A patologia traumática Aparelho urinário Meios de estudo Principais aplicações clínicas Estudo dos rins Estudo da bexiga A patologia traumática 1 1. Radiologia convencional Abdómen simples Pielografias Indirecta Descendente

Leia mais

Hematoma intramural não traumático do trato gastrointestinal

Hematoma intramural não traumático do trato gastrointestinal Hematoma intramural não traumático do trato gastrointestinal O que o radiologista deve saber Dra. Juliana Lohmann Machado Relevância Condição incomum, porém com aumento da prevalência Achados específicos

Leia mais

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar Canal Anal

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar Canal Anal Diretrizes Assistenciais Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar Canal Anal Versão eletrônica atualizada em Novembro 2008 Protocolo de Conduta da Assistência Médico-Hospitalar Objetivos:

Leia mais

Imagem da Semana: Tomografia computadorizada (TC)

Imagem da Semana: Tomografia computadorizada (TC) Imagem da Semana: Tomografia computadorizada (TC) Imagem 01. Tomografia computadorizada abdominal, corte axial, região lombar, após a injeção intravenosa de meio de contraste Imagem 02: Tomografia computadorizada

Leia mais

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Reto

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Reto Diretrizes Assistenciais Protocolo de Conduta da Assistência Médico- Hospitalar - Reto Versão eletrônica atualizada em Novembro 2008 Protocolo de Conduta da Assistência Médico-Hospitalar Objetivos: - manuseio

Leia mais

Encaminhamento do paciente com Doença Renal Crônica ao nefrologista

Encaminhamento do paciente com Doença Renal Crônica ao nefrologista Encaminhamento do paciente com Doença Renal Crônica ao nefrologista Dr. Enrique Dorado Instituto de Pesquisas Médicas A. Lanari Argentina Introdução A Doença Renal Crônica (DRC) se transformou em um problema

Leia mais

PSA MATERIAL DE APOIO.

PSA MATERIAL DE APOIO. PSA MATERIAL DE APOIO www.hilab.com.br INTRODUÇÃO Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens. Em valores absolutos e considerando

Leia mais

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE AGUAÍ EM PACIENTES QUE UTILIZAM O SUS

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE AGUAÍ EM PACIENTES QUE UTILIZAM O SUS TÍTULO: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE AGUAÍ EM PACIENTES QUE UTILIZAM O SUS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO:

Leia mais

- termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um. - Considerado aneurisma dilatação de mais de 50% num segmento vascular

- termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um. - Considerado aneurisma dilatação de mais de 50% num segmento vascular Doenças Vasculares Aneurisma A palavra aneurisma é de origem grega e significa Alargamento. - termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um segmento vascular. - Considerado aneurisma dilatação

Leia mais

Tomografia computadorizada. Análise das Imagens

Tomografia computadorizada. Análise das Imagens Tomografia computadorizada Análise das Imagens Imagem 1: Tomografia computadorizada da pelve, corte axial, sem meio de contraste. Presença de calcificações ateromatosas em topografia de artérias ilíacas

Leia mais

Distúrbios Circulatórios

Distúrbios Circulatórios Distúrbios Circulatórios Patologia do Sistema de Transporte Alterações Locais da Circulação Isquemia Hiperemia Hemorragia Trombose Embolia Infarto Hiperemia Etimologia Grego (hyper = aumento + haima =

Leia mais

1. Paciente com síndrome nefrótica que apresenta dor lombar, hematúria e varicocele à esquerda sugere o diagnóstico de:

1. Paciente com síndrome nefrótica que apresenta dor lombar, hematúria e varicocele à esquerda sugere o diagnóstico de: QUESTÕES PROVA NEFROLOGIA 2 UNIDADE ATENÇÃO! GABARITO EM NEGRITO. 1. Paciente com síndrome nefrótica que apresenta dor lombar, hematúria e varicocele à esquerda sugere o diagnóstico de: Litíase renal Tuberculose

Leia mais

Caso Clínico. Paciente do sexo masculino, 41 anos. Clínica: Dor em FID e região lombar direita. HPP: Nefrolitíase. Solicitado TC de abdome.

Caso Clínico. Paciente do sexo masculino, 41 anos. Clínica: Dor em FID e região lombar direita. HPP: Nefrolitíase. Solicitado TC de abdome. Caso Clínico Paciente do sexo masculino, 41 anos. Clínica: Dor em FID e região lombar direita. HPP: Nefrolitíase. Solicitado TC de abdome. Apendicite.

Leia mais

Módulo 1 ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NO DOENTE COM LITÍASE RENAL AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA CÓLICA RENAL 3 OBSERVAÇÃO 4 OPÇÕES TERAPÊUTICAS

Módulo 1 ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NO DOENTE COM LITÍASE RENAL AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA CÓLICA RENAL 3 OBSERVAÇÃO 4 OPÇÕES TERAPÊUTICAS ABORDAGEM E OPÇÕES TERAPÊUTICAS NO DOENTE COM LITÍASE RENAL Módulo 1 Palestrante: Dr. Luis Miguel Abranches Monteiro Urologia Moderador: Prof. Carlos Martins Medicina Geral e Familiar 01 Abril 2017 URO/2017/0010/PTp,

Leia mais

BELISSA FERNANDES PERES HEMATÚRIA: TIPOS, ANÁLISE, VALOR DIAGNÓSTICO

BELISSA FERNANDES PERES HEMATÚRIA: TIPOS, ANÁLISE, VALOR DIAGNÓSTICO BELISSA FERNANDES PERES HEMATÚRIA: TIPOS, ANÁLISE, VALOR DIAGNÓSTICO Belo Horizonte Faculdade de Farmácia da UFMG 2010 BELISSA FERNANDES PERES HEMATÚRIA: TIPOS, ANÁLISE, VALOR DIAGNÓSTICO Monografia apresentada

Leia mais

As funções dos rins incluem. Objetivos da aula. Medicina Nuclear Nefrourologia 17/10/2011. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc.

As funções dos rins incluem. Objetivos da aula. Medicina Nuclear Nefrourologia 17/10/2011. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc. Objetivos da aula Medicina Nuclear Nefrourologia Conhecer sucintamente as principais técnicas e métodos com aplicação clínica na área da nefrourologia. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc. http://www.walmorgodoi.com

Leia mais

COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA

COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA UNITERMOS Bernardo Chaves D`Ávila Portal Stefano Boemler Busato William Alves Martins Luiz Carlos Marrone CEFALÉIA SECUNDÁRIA; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL;

Leia mais

Ultrassonografia na miomatose uterina: atualização

Ultrassonografia na miomatose uterina: atualização Ultrassonografia na miomatose uterina: atualização Andrey Cechin Boeno Professor da Escola de Medicina da PUCRS - Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia Preceptor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do

Leia mais

Trauma Urogenital Proteus 2016

Trauma Urogenital Proteus 2016 Trauma Urogenital Proteus 2016 Fernando Ferreira Gomes Filho Medico do Departamento de Urologia - Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia Trauma Renal

Leia mais

Síndrome caracterizada por: Urgência miccional (principal sintoma) COM ou SEM incontinência, Também associada a: Polaciúria. Noctúria......

Síndrome caracterizada por: Urgência miccional (principal sintoma) COM ou SEM incontinência, Também associada a: Polaciúria. Noctúria...... 27/06/16 Síndrome caracterizada por: Urgência miccional (principal sintoma) COM ou SEM incontinência, Também associada a: Polaciúria. Noctúria...... na ausência de causa infecciosa ou outra doença que

Leia mais

Residência Médica 2018

Residência Médica 2018 1ª FASE: PROVA OBJETIVA DE MÚLTIPLA ESCOLHA - GABARITO QUESTÃO ALTERNATIVA QUESTÃO ALTERNATIVA 01 A 51 A 02 D 52 C 03 B 53 B 04 C 54 B 05 A 55 C 06 B 56 C 07 A 57 A 08 D 58 D 09 C 59 B 10 B 60 C 11 C 61

Leia mais

Tumores renais. 17/08/ Dra. Marcela Noronha.

Tumores renais. 17/08/ Dra. Marcela Noronha. Tumores renais 17/08/2017 - Dra. Marcela Noronha As neoplasias do trato urinário em crianças quase sempre são malignas e localizam-se, em sua maioria, no rim. Os tumores de bexiga e uretra são bastante

Leia mais

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição O diabetes surge de um distúrbio na produção ou na utilização da insulina por isso é considerado um distúrbio endócrino provocado pela falta de produção ou de ação

Leia mais

DOENÇA VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICA.

DOENÇA VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICA. DOENÇA VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICA www.fisiokinesiterapia.biz www.fisiokinesiterapia.biz Apresenta-se com uma alteração súbita da condição neurológica acompanhada por cefaléia ia. A extrema sensibilidade

Leia mais

XVI Reunião Clínico - Radiológica. Dr. RosalinoDalasen.

XVI Reunião Clínico - Radiológica. Dr. RosalinoDalasen. XVI Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalasen www.digimaxdiagnostico.com.br CASO 1 Paciente: M. G. A., 38 anos, sexo feminino. Queixa: Infecção do trato urinário de repetição. Realizou ultrassonografia

Leia mais

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL NEFROTOXICOLOGIA Introdução Introdução *Susceptibilidade * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL Epidemiologia * Exposição ocupacional

Leia mais

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL NEFROTOXICOLOGIA Introdução Introdução *Susceptibilidade * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL Epidemiologia * Exposição ocupacional

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA PROGRAMA DA DISCIPLINA DE CLÍNICA CIRÚRGICA III CÓDIGO : CIR 2426 CARGA HORÁRIA SEMESTRAL : 120 HORAS CRÉDITOS : 05 EMENTA: Estudo teórico e prático ambulatorial das patologias cirúrgicas prevalentes.

Leia mais

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA) NO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PRÓSTATA

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA) NO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PRÓSTATA 16 TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA) NO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PRÓSTATA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO

Leia mais

Diagnóstico e estagiamento da DRC em cães e gatos

Diagnóstico e estagiamento da DRC em cães e gatos Cursos de Especialização Nefrologia e Urologia 5ª Turma Patologia clínica e citopatologia- 3ª Turma Geriatria 1ª Turma Diagnóstico e estagiamento da DRC em cães e gatos M.V. MSc. Dr. LUCIANO HENRIQUE GIOVANINNI

Leia mais

Hemangioma hepático: Diagnóstico e conduta. Orlando Jorge Martins Torres Professor Livre-Docente UFMA Núcleo de Estudos do Fígado

Hemangioma hepático: Diagnóstico e conduta. Orlando Jorge Martins Torres Professor Livre-Docente UFMA Núcleo de Estudos do Fígado Hemangioma hepático: Diagnóstico e conduta Orlando Jorge Martins Torres Professor Livre-Docente UFMA Núcleo de Estudos do Fígado Lesões benignas do fígado Tumores Epiteliais Hepatocelular Hiperplasia nodular

Leia mais

Adagmar Andriolo 19 a 22 de outubro de 2005

Adagmar Andriolo 19 a 22 de outubro de 2005 Adagmar Andriolo adagmar.andriolo@fleury.com.br 19 a 22 de outubro de 2005 Novos marcadores diagnósticos e prognósticos do câncer da próstata CARCINOMA DA PRÓSTATA Estimativas para 2003: 189.000 novos

Leia mais

O SISTEMA URINÁRIO. Cap. 09 Profa. Jéssica Ciências

O SISTEMA URINÁRIO. Cap. 09 Profa. Jéssica Ciências O SISTEMA URINÁRIO Cap. 09 Profa. Jéssica Ciências - 2019 A eliminação de substâncias - EXCREÇÃO: processo pelo qual o organismo elimina substâncias que podem fazer mal ao organismo. realizado principalmente

Leia mais

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO PEDIATRIA UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA HC - UFMG BELO HORIZONTE - BRASIL

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO PEDIATRIA UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA HC - UFMG BELO HORIZONTE - BRASIL INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO PEDIATRIA UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA HC - UFMG BELO HORIZONTE - BRASIL CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES o papel das uropatias/infecção urinária

Leia mais

Atualizacão em Litíase Renal. aspectos práticos

Atualizacão em Litíase Renal. aspectos práticos Atualizacão em Litíase Renal aspectos práticos Elizabete Campos Pinheiro setembro/2017 Ao longo da vida 7% das mulheres e 11% dos homens americanos serão afetados por cálculos renais. Scales CD Jr, Eur

Leia mais

A fase inicial do câncer de próstata apresenta uma evolução silenciosa e não causa sintomas, mas alguns sinais merecem atenção:

A fase inicial do câncer de próstata apresenta uma evolução silenciosa e não causa sintomas, mas alguns sinais merecem atenção: Novembro Azul O movimento mundialmente conhecido como Novembro Azul ou Movember visa conscientizar os homens sobre a importância da prevenção do câncer de próstata e tem o bigode como símbolo adotado para

Leia mais

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 1 Questão 1 Paciente de 23 anos, do sexo masculino, é trazido ao hospital em anasarca. Sua história clínica teve início quatro semanas antes, quando notou urina com espuma e edema

Leia mais

PRÉ-REQUISITO R3 TRANSPLANTE RENAL / NEFRO (309)

PRÉ-REQUISITO R3 TRANSPLANTE RENAL / NEFRO (309) PRÉ-REQUISITO R TRANSPLANTE RENAL / NEFRO (09) RESIDÊNCIA MÉDICA (UERJ-FCM) 06 PRÉ-REQUISITO (R) / 09 PROVA ESCRITA NEFROLOGIA ) Uma senhora de 80 anos chega ao serviço de pronto-atendimento com queixa

Leia mais