Normal. Anormal. Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso
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- Amélia Bicalho Paixão
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1 Normal Anormal 1
2 Sumário Normal e Patológico Análise etimológica A questão cultural Lógica da norma Observatório do anormal Universo das Polaridades do Normal Observatório da Saúde/Doença Observatório dos discursos Racionalidade da Normalidade/Anormalidade Evolução do Conceito de Normalidade Analisador epistémico Racionalidade do Patológico Análise significante Alucinação: fenómeno normal ou anormal? Normal, Anormal e Patológico nas linhas dos tempos e dos espaços 2
3 Análise etimológica Normal e Patológico Norma Tipo ideal ou regra, em relação à qual são formulados juízos de valor. Normal Conforme à norma. Regular, ordinário. Anormal O que se afasta da norma, anómalo. Patológico Estuda a origem dos sintomas e a natureza das doenças (Gr: Páthos+logos). Etimologicamente a norma latina corresponde ao esquadro: aquilo que se mantém num justo meio termo. 3
4 Normal e Patológico A questão cultural A norma e o valor A utopia destina-se a combater o desvio A norma não é apenas uma regularidade estatística, é também um modelo cultural A crise das normas caracteriza o mundo moderno 4
5 Normal e Patológico Medicina Geral Neurologia Sociologia Filosofia Rigor no conceito de Normaliodade e Anormalidade Psiquiatria Antropologia 5
6 Normal e Patológico Utopia Lógica da norma Tempo Utopia Exclusão do anormal Espaço 6
7 Norma e cultura Normal e Patológico A norma não é apenas uma regularidade estatística; stica; é também m um modelo cultural. O ocidente vive a crise das normas. Na modernidade não háh ausência de regras; simplesmente elas circulam cada vez mais depressa, não dando sequer tempo às s sociedades para as absorver. 7
8 Normal e Patológico Observatório do anormal Lagache Diferencia, tal como Jaspers, estados nos quais existe uma ruptura com o passado dos estados em que a personalidade do paciente se apresenta como um prolongamento compreensível da personalidade anterior. Ribot Tem uma visão oposta. A doença apenas refracta as funções psíquicas, respeitando a ordem dos elementos naturais. 8
9 Normal e Patológico Observatório do anormal Minkowski Existe uma hierarquia do adoecer. Na afecção somática não há ruptura do discurso com o seu semelhante. Na doença mental autêntica rompe-se este discurso. A alienação ultrapassa o conceito de doença. No adoecer somático e psíquico descobrese uma espécie de superação que emerge da intimidade do ser. Leriche Tem uma visão diferente. Só há consciência (substantiva) da vida através da janela da doença. O normal biológico só se revela por infracções à norma (como acontece na doença). 9
10 Observatório do anormal Normal e Patológico Goldstein Em matéria de doença a norma é uma regra individual. Uma média estatística não pode determinar se um sujeito concreto é normal ou anormal. Henri Ey A vida corresponde a um movimentos potencial de superação (não distinguindo neste capítulo a anomalia psíquica da somática). O normal é um julgamento de valor é uma noção limite. 10
11 Observatório do anormal Normal e Patológico Karl Jaspers Desloca a noção de normalidade para o pólo do doente. A apreciação que o doente faz do seu estado, conjugada com as ideias que prevalecem no seu meio social é que determinam a doença. Kurt Scnheider Distingue o anormal psíquico em mórbido e não mórbido. O conceito de doença (mórbido) é estritamente médico. A enfermidade, propriamente dita, só existe no somático....designar, sem este fundamento, como mórbidos traços psíquicos ou sociais invulgares, não possuem senão o significado de uma imagem, e, portanto, carece de valor com respeito ao conhecimento. 11
12 Observatório do Normal/Anormal Lagache a consciência anormal Normal e Patológico Jaspers a questão da compreensibilidade Kurt Shneider o normal matemático tico Ribot a ausência de rupturas Minkowski a alienação capta-se mais pela intuição do que pelo saber Goldstein a norma é uma regra individual, não é estatística stica Enri Ey a norma não é um julgamento de realidade, mas sim de valor Leriche a saúde corresponde à vida no silêncio dos órgãos 12
13 Universo das Polaridades do Normal Polaridade Dinâmica São Vida Não São Normatividade Biológica Meio Valor Organismo Homem Normal e Patológico O M S Bem Estar Consciência Mal Estar Matemática Afastado + Norma Afastado - Sistema Ficção Palavra Sentido Circunstâncias Existenciais Objectividade Biologia Subjectividade 13
14 Normal e Patológico Observatório da Saúde/Doença A doença é indissociável da vida e da morte É ao mesmo tempo a morte vivente e a vida agonizante (Agra) Viver Racionalidade da vida Morrer Morte Vivente Racionalidade da doença Vida Agonizante 14
15 Normal e Patológico Observatório do anormal A vida é então composta por individualidades viventes e integradas (biológica, psíquica e social), ordenadas por e para a morte. (Agra) 15
16 Observatório dos discursos Normal e Patológico Moral Juízo centrado na conduta normativa do dever e do bem Ético Juízo de apreciação centrado na questão do bem e do mal Estético Juízo de apreciação centrada na questão entre o belo e o feio Clínico Juízo centrado na integridade fisiológica e anátomo-patológica Psíquico Juízo centrado na experiência do sofrimento, prazer e desprazer Sistémico Juízo centrado no equilíbrio dinâmico bioantroposocial Matemático juízo centrado na normatividade estatística Sociológico juízo centrado na adaptação do indivíduo ao meio social Forense juízo centrado nas questões: imputabilidade e responsabilidade Existencial juízo centrado nas questões do sentido da vida 16
17 Racionalidade da Normalidade/Anormalidade Normal e Patológico Tempos Clínica Médica Racional Biológico Clínica Psicologia Racional Sofrimento O M S Racional Bem-estar Antrop. Existencial Racional Sentido Antrop Sistémica Racional Vida Pessoa Família Sociedade Gerações Séc. XX Ocidente: discomunicação Espaços Séc.. XX impõem-se os critérios sistémicos e comunicacionais Sistemas Bioantroposociais O Homem Total 17
18 Evolução do Conceito de Normalidade Analisador epistémico Normal e Patológico TEMPO Medicina Clínica Medicina Mental Medicina Social Época Clássica Concepção Ontológica Concepção Mágica Concepção Mítica Época Medieval Concepção Ontológica Concepção Mística Concepção Religiosa Séc XIX Racionalidade Biológica Racionalidade Biológica da Alienação Mental Racionalidade Biológica da Patologia Social Época Actual Concepção Sistémica Concepção Sistémica Concepção Sistémica O HOMEM TOTAL SISTEMAS BIOANTROPOSOCIAIS 18
19 Racionalidade do Patológico Normal e Patológico Patológico: Na modernidade a lógica sistemática deslocou-se de 1 para 2 Sistema 1 Espédie Hereditariedade Génese Evolução Meio Sistema 2 Indivíduo Meio Criação Mudança A doença toma corpo e espírito com o corpo e o espírito do indivíduo, toma forma com as formas desenhadas para a temporalidade criativa da vida social (Agra) Os dispositivos de controlo da doença em geral e da doença mental em particular, orientam-se muito mais para a saúde do que para o binómio normal patológico. 19
20 Normal e Patológico Análise significante O normal tem 2 sentidos: aquilo que é como deve ser e aquilo que constitui a média de uma característica observada. Ambiguidade: designa ao mesmo tempo um facto e um valor. 20
21 Normal e Patológico Normal, Anormal e Patológico nas linhas dos tempos e dos espaços Anormal Doença Normal Saúde Tempos Espaços 21
22 Normal e Patológico Alucinação: fenómeno normal ou anormal? Normal Anormal Privação sensorial Hipnose Desgostos Efeitos de substância Psicoses Orgânicas Psicoses sintomáticas Psicoses tóxicas Psicoses funcionais 22
23 Normal e Patológico Normal Anormal Positivo (génio) Negativo (Comportamento Desviante) São Não doente Doente (em sentido lato) Doente (em sentido médico) 23
24 Normal e Patológico F I M 24
Normal. Anormal. Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso
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