USANDO O LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO
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- Thalita Castanho Arantes
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1 USANDO O LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO Maria Meire Lucio Matos¹ Resumo A inclusão social está mais cobrada na rede regular de ensino, onde os alunos com deficiência estão mais presentes nas salas de aula. Mesmo com toda essa demanda percebe-se a falta de profissionalismo com a educação inclusiva. A matemática é uma disciplina conhecida por sua complexidade e aversão a aprendizagem. O docente tem como desafio estimular e incentivar a compreensão dos conteúdos matemáticos proporcionando uma interação disciplinar. Os profissionais nem sempre são capacitados para subsidiar uma sala com alunos deficientes visuais, pela inexperiência nessa situação. Fazendo com que o educador busque novas estratégias para o desenvolvimento de suas aulas. O laboratório de ensino da matemática contribui com diversos recursos concretos, manipuláveis e tecnológicos, acessível a toda comunidade escolar. Durante o processo de abordagem educacional o professor se habilita a utilizar de materiais disponíveis no laboratório de ensino da matemática e do auxilio de um profissional capacitado em assistir aos alunos com deficiência visual tornando assim as aulas mais atrativas e produtivas amenizando as dificuldades existentes. Além da dificuldade que os deficientes possuem pela ausência de algum sentido e da complexidade dos conteúdos ministrados em sala de aula é desafiante alcançar êxito por todos, mas com determinação, bom senso e criatividade que pode se trabalhar com várias ferramentas que almeje proporcionar a esses discentes uma educação digna como os demais alunos. O educador pensando no melhor aproveitamento e desemprego desses educandos apresentará ferramentas táteis e visíveis que trabalhem os conceitos matemáticos e suas propriedades proporcionando desenvolvimento intelectual de todos. Com o estudo voltado a inclusão dos recursos didáticos disponíveis em um laboratório de matemática a fim de reduzir a deficiência do conteúdo abordado na sala. Nos pequenos gestos podem-se ajudar as pessoas com deficiência. Palavras-chave: Inclusão social, laboratório de ensino da matemática, desafio. ¹ Pós-graduando em Metodologia do Ensino em Matemática pela AVM Educacional, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia campus Cedro, meirelucio@gmail.com
2 2 1 Introdução O ensino da matemática, principalmente no ensino fundamental, vem sendo ministrado de forma tradicional, onde só se utiliza o quadro branco, o pincel e a expressão oral. Com isso, a maioria dos educandos tem uma grande resistência a esses ensinamentos fazendo com que eles fiquem cada vez mais distantes da matéria trabalhada. Esse desinteresse provoca incômodo, principalmente para os alunos com deficiência visual, gerado pelos tumultos na sala de aula, ficando humanamente impossível de alcançar o objetivo real da aula. O estudo torna-se cansativo e desestimulado, tanto para os alunos quanto para o professor. A deficiência é percebida com uma redução, impossibilidade ou restrição que uma pessoa pode ter em se locomover, de perceber, de usar e se encaixar dos benefícios do ambiente e dos espaços onde vive. Para uma pessoa com deficiência possa ser incluída na sociedade, é necessária a existência da acessibilidade, que garante ao maior número possível de cidadãos a possibilidade de viverem igualmente integrados em sua comunidade. A acessibilidade é o ato de tornar mais fácil e seguro o processo de locomoção e acesso as pessoas a todos os lugares, de forma mais segura e autônoma, garantindo assim a individualidade de todos os cidadãos, tanto os ditos normais, quanto às pessoas com deficiência. Diante da realidade que se vive e conhecendo as dificuldades que tem uma pessoa com deficiência visual, além de se locomover em função das barreiras arquitetônicas, o acesso à educação diante das limitações ao transferir os conhecimentos. De acordo com a Lei nº. 7853/89 que trata dos direitos e deveres das pessoas com deficiências. Essa Lei garante que em todo território brasileiro sejam desenvolvidas ações para melhorias na vida, na saúde, na educação, no trabalho e no lazer das pessoas com deficiências. No artigo 1º são estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social. Em dezembro de 1996, a Lei nº. 9394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), garantiu a escolaridade gratuita a todos. Na LDBEN no
3 3 Capítulo V, nos artigos 58,59 e 60 fica assegurado o acesso à escolaridade em todos os níveis de ensino e currículos adaptados e voltados a atender as deficiências. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) propõe que as necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam capacidades de natureza prática para lidar com a atividade matemática, o que lhes permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões. Quando essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem apresenta melhor resultado. Para minimizar essa situação os professores devem utilizar os recursos disponíveis no ambiente escolar com finalidade de aprimorar e aperfeiçoar os conceitos matemáticos proporcionando a todos os estudantes, inclusive os com deficiência visual, de forma lúdica para eles passem a entender, compreender e gostar de aprender matemática. Conforme afirma Elizabet Dias de Sá (BRASIL, 2007): Será possível criar, descobrir e reinventar estratégias e atividades pedagógicas condizentes com as necessidades gerais e específicas de todos e de cada um dos alunos. Neste sentido, explicitamos alguns dos principais aspectos, características e peculiaridades em relação os alunos cegos e com baixa visão, com o objetivo de apontar caminhos, referências e pistas aos educadores tendo em vista a inclusão escolar desse alunado. Contudo, ao conhecer o Laboratório de Ensino da Matemática (LEM), os alunos terão a percepção tátil dos conceitos matemáticos concretizados quando se trata as operações básicas, perímetro, área e volume das figuras geométricas e entre outros assuntos que passaram ser desenvolvidos com mais exatidão com a utilização desses materiais. O manuseio do recurso didático proporciona a realização das competências e habilidades através da atividade prática. O recurso didático-pedagógico quando dinâmico e manipulativo (construir, movimentar e desfazer) que contribui para explorar problemas geométricos e algébricos, possibilitando a aferição de conjecturas e no qual se pode até registrar. De acordo a com empresa Ferronato Consultoria e Desenvolvimento LTDA responsável pelo material pedagógico muito utilizado pelas suas inúmeras aplicações, o multiplano, compostos de várias peças com finalidade especiais e intencionais, permite ao estudante entender o sentido das operações matemáticas, pelo fato de sua percepção ser decorrente do tato, garantindo dessa maneira, o acesso a todos os educandos.
4 4 2 Problemática A inclusão de estudantes com deficiência em uma sala de aula é desafiador tanto para o professor quanto para os educandos. Apesar de ser um assunto bastante divulgado pelas mídias, as dificuldades encontradas pelos educadores só comprovam que a existência da falta de instruções profissionais. Os contextos educacionais estão cada vez mais complexos e sofisticados esses privilégios abrangem as todas as áreas de ensino, mas isso não impede que as necessidades decorrentes de limitações visuais não devem ser desconhecidas, negligenciadas ou confundidas com concessões ou necessidades fictícias. Para que isso seja evitado, os profissionais do ambiente escolar devem ficar atentos em relação aos conceitos, preconceitos, gestos, atitudes e posturas. Os educadores devem rever suas práticas pedagógicas aceitando o desafio e expressar com naturalidade, reconhecendo o potencial de cada aluno que estar em sala de aula para aprender. Assim, o professor busca atender a todos os alunos conforme as necessidades gerais e especificas criando, descobrindo e reinventando atividades pedagógicas condizentes com as necessidades de cada um. 3 Métodos Existem diversos instrumentos materiais que possibilitem a integração do deficiente visual com o meio ao seu redor, mas apesar destes materiais nem sempre estão na escola parte deles podem ser confeccionados com materiais de baixo custo ou até com os recicláveis. Com a identificação do atendimento educacional especializado, o discente procura adaptar suas aulas para atender todo o alunado. Como a maioria dos educadores não tem experiência lecionar com alunos que possui alguma deficiência, no começo a situação se torna preocupante, pois com trabalhar com um público que com limitações visuais. Assim, o professor necessita de um ambiente específico que tenha instrumentos disponíveis para diferenciar o planejamento de aula tradicional e torná-las práticas para a execução é necessário um LEM, espaço físico reservado para guardar materiais essenciais, como os manipuláveis, os jogos educativos e as matérias primas disponíveis para confeccionar outros materiais didáticos que facilite a compreensão e o entendimento dos
5 5 alunos nos assuntos estudados. O LEM tem como função auxiliar alunos e professores no desenvolvimento de atividades ligadas à melhoria do processo de ensino. Os recursos livres para instruir os conhecimentos, no LEM existem alguns de aspectos, características e peculiaridades em relação aos alunos cegos e com baixa visão com o objetivo de auxiliar a aprendizagem no conhecimento matemático, os educadores tem em vista a inclusão escolar dessa diversidade de alunos. Nesta perspectiva, os conteúdos trabalhados durante o ano letivo não são acessíveis aos alunos cegos e com baixa visão. Assim, a utilização de recursos didáticos para alfabetização e aprendizagem desses educandos é tão necessária para a percepção de conceitos matemáticos. Eles proporcionam experiências físicas, sensoriais e motoras que esclarecem os conceitos construídos na mente do aluno durante a explicação do educador. O professor quando leva seus alunos ao LEM, eles têm curiosidade de saber o verdadeiro significado de cada objeto que se encontra no ambiente, como e aonde eles poderão relacionar os conceitos matemáticos estudados em sala. Para auxiliar no entendimento do conteúdo trabalhado o docente precisa conhecer os materiais disponíveis para que a escolha não possa confundir os discentes na prática da manipulação. 4 Aplicação A escola de ensino médio localizada na cidade de Iguatu-CE, Liceu de Iguatu Dr. José Gondim, desenvolve em parceria com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Faculdade de Educação Ciência e Letras de Iguatu (FECLI) o projeto Multiplano no Ambiente Escolar: Uma Vivência Matemática para Cegos. O projeto atende a sete alunos cegos e um aluno com baixa visão que estudam na escola regular e com o atendimento acontecendo todas as quartas-feiras à tarde apresentadas nas fotos 01, 02 e 03, e tem como objetivo principal transformar a inclusão social não apenas uma execução da formalidade da lei e sim fazer com que os alunos com deficiência visual tenham reais possibilidades de desenvolver suas habilidades matemáticas respeitando suas limitações. O projeto com coordenadora, a Ms. Jeanne D arc de Oliveira Passos, professora de curso de matemática da UECE e sob a orientação do professor de matemática da escola Liceu
6 6 de Iguatu, o Esp. Francisco de Assis Ferreira, juntos com os alunos do PIBID tem que desenvolver a reconstrução de conceitos sobre operações básicas, paralelismo, perpendicularismo, construção de sólidos geométricos, construção e análise de gráficos de funções, áreas de figuras planas dentre outros tópicos com os materiais concretos, jogos e entre outros objetos disponíveis no LEM. Através das aulas teóricas no ensino regular frequentado pelos os educandos no período das tardes nos dias de quartas-feiras, sob a orientação eles praticam no multiplano os conceitos e propriedades do assunto estudado. Um dos principais resultados recente que o Projeto foi à conquista da premiação de primeiro lugar na VI Feira Regional de Ciências, Arte e Cultura de CREDE 16 na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias em 2013 com mostra as fotos 04 e 05. Além, de participações em eventos interestadual. 5 Considerações Finais Com a lei formalizando e exigindo o direito ao acesso educacional todos os cidadãos sejam eles normais ou com algum tipo de deficiência. Com a conquista, os educandos entram com o intuito de aprender e de adquirir conhecimentos sabendo dos reais valores para vida estudantil, social e cultural. A falta de sentido não significa o fim de uma vida, mas o começo da concretização dos sonhos almejados aparentemente impossível, mas realizável porque através dos esforços de muitos acreditam na realização, e o impossível, pode se tornar possível por meio de empenho de dedicação de todos. Mediante a utilização dos recursos didáticos disponíveis e existentes no LEM que se possa trabalhar uma infinidade de conteúdos que auxiliam no desempenho intelectual dos alunos com deficiência visual concretizando os conceitos e as propriedades estudadas em sala de aula.
7 7 Referências Bibliográficas BRASIL, Secretaria de Educação Especial, Secretaria de Educação a Distância. Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Visual. Brasília: MEC/SEESP/ SEED, Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/Seesp, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC /SEF, LORENZATO, Sérgio. O Laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores. Autores Associados, 2006.
8 ANEXOS 8
9 9 Foto 01: Alunos do PIBID orientando os alunos com cegos a manusear o Multiplano. Fonte: Arquivo da escola Liceu de Iguatu. Foto 02: Aluna apresenta a representação à construção de uma parábola no Multiplano. Fonte: Arquivo da escola Liceu de Iguatu. Foto 03: Alunas cegas praticando os conteúdos estudados na sala aula. Fonte: Arquivo da escola Liceu de Iguatu Foto 04: Apresentação na VI Feira Regional de Ciências, Arte e Cultura de CREDE 16 Fonte: Arquivo da escola Liceu de Iguatu
10 10 Foto 05: Prof. Assis e alunas campeãs da VI Feira Regional de Ciências, Arte e Cultura de CREDE 16 Fonte: Arquivo da escola Liceu de Iguatu
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