DISCUTINDO MATEMÁTICA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO
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- Valdomiro Wagner Ribas
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1 DISCUTINDO MATEMÁTICA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO Roberta Negrão de Araújo Marília Bazan Blanco João Coelho Neto Universidade Estadual do Norte do Paraná-Campus Cornélio Procópio Flaviane Torres Banaki Colégio Estadual Dulce de Souza Carvalho/Secretaria de Estado da Educação do Paraná Palavras-chave: matemática; inclusão; sala de apoio Eixo Temático: Práticas pedagógicas inclusivas 1 Introdução O aluno, ao entrar na escola, começa a interagir com um mundo diferente daquele que estava acostumado e, nesse caminho, podem surgir algumas dificuldades. Sempre há quem diga que não gosta de Matemática, ou mesmo de outra disciplina, isto acontece com muita frequência. Tal sentimento, muitas vezes, relaciona-se à dificuldade apresentada na compreensão dos conteúdos. Nesta pesquisa buscamos responder ao questionamento: Quais as dificuldades de aprendizagem apresentadas por alunos de 6º ano do ensino fundamental na disciplina de Matemática? Como referencial teórico, foram selecionados autores que abordam sobre o currículo, a educação matemática e a inclusão responsável. Buscamos, nas tendências em Educação Matemática, fundamentos para uma aprendizagem efetiva, na qual estratégias de ensino, materiais didáticos e as próprias práticas diárias possam possibilitar a aquisição de conhecimentos. A aprendizagem matemática não pode ser vista como um elemento excludente, mas sim como uma relevante prática que forneça meios para a inclusão. 2 Objetivos
2 O estudo tem como principal objetivo verificar o papel da Sala de Apoio frente à Aprendizagem Matemática, bem como diagnosticar de que forma é desenvolvido o trabalho nesta sala, além de sua contribuição para a inclusão do aluno que apresenta dificuldades de aprendizagem. 3 Método Após a realização da pesquisa bibliográfica, elaboramos um instrumento para coleta de dados empíricos (questionário). Tal instrumento tinha por objetivo evidenciar informações que contribuíssem para a inclusão destes alunos no ensino regular. A aplicação deu-se nos meses finais do ano de 2014, em estabelecimentos da rede pública de ensino do norte do Estado do Paraná. O questionário foi respondido por três professores regentes de Matemática, da rede pública estadual, e por três professores que atuam na Sala de Apoio, com o intuito de diagnosticar as dificuldades de aprendizagem apresentadas na referida disciplina por alunos de 6º ano. Para apresentar a análise quanti-qualitativa dos dados coletados, chamamos de: Professores Regentes (PR) e Professores de Apoio (PA). 4 Resultados Ao refletir sobre a escola e a política de inclusão, refletimos em relação ao seu papel diante de alunos que não aprendem, reprovam ou se evadem. Melão (2005, p. 13) comenta que [...] a matemática escolar é responsável por uma parcela bastante significativa desse processo. Mas a quem cabe esta culpa? Muitas são as respostas: aos métodos, aos conteúdos, à escola como um todo. Ainda há quem culpe o próprio aluno. O fracasso como sendo culpa do próprio aluno oriundo de famílias pobres, e, portanto, desprezado para os padrões exigidos pela escola (SCHLIEMANN, 1991, p. 26). Analisando os dados empíricos, quanto à formação inicial e continuada, todos os seis professores (PR e PA) participam de cursos de capacitação na área de Matemática. Os três PA inclusive, já participaram dos cursos oferecidos aos professores de sala de apoio. Todos são graduados em Matemática e pós-graduados em Educação Matemática. O tempo de atuação no magistério varia entre 4 e 22 anos e o de atuação em salas de apoio entre 1 e 3 anos.
3 Os PA afirmam que, com o intuito de buscar uma contribuição efetiva na aprendizagem matemática para os alunos que chegam aos 6º anos procura-se, na Sala de Apoio à Aprendizagem, propor meios para alcançar os objetivos principais em leitura, escrita e cálculo. Para a realização de tais ações pressupõe-se: um ambiente preparado para a situação de ensino e aprendizagem com materiais e recursos diversos; alunos realmente interessados em participar e aprender, e educadores capazes e treinados para enfrentar os questionamentos, as dúvidas e, principalmente, as dificuldades apresentadas pelos alunos de 6º ano. Tanto os PR, como os PA registram que a família entendida como quem cuida dos interesses da criança cumpre papel fundamental neste contexto de ensino e aprendizagem, pois é dela a obrigação de encaminhar seus filhos, visto que os estudos na Sala de Apoio dãose em horário contra turno ao das aulas do ensino regular. O desenvolvimento do trabalho tem resultado satisfatório quando, durante o ano, PR e PA mantém certo diálogo, mesmo que este se dê por intermédio da equipe pedagógica. Vale registrar que, muitas vezes, não é o mesmo professor que ministra as aulas como PR e PA. Tal fato é interessante, pois o emprego das estratégias e recursos dá-se de maneiras distintas. PR E PA apontam que o diálogo, a troca de informações sobre os alunos, quanto às melhorias, ou mesmo quanto às dificuldades ainda apresentadas, demonstram um trabalho que foca no aluno, pois verifica-se seu entendimento dos conteúdos, sua aprendizagem e suas possibilidades de avanço frente aos estudos futuros. É importante destacar que cabe ao PR os primeiros diagnósticos frente à aprendizagem dos conteúdos propostos, assim como o encaminhamento do aluno à Sala de Apoio. É de muita relevância tal encaminhamento. Verificou-se que vários professores regentes fazem o encaminhamento do aluno ao perceber que este não desenvolve as atividades, exercícios e problemas propostos no dia-a-dia da sala. Foi registrado, também, pelos PR, que há alunos que apresentam dificuldades em relação aos conteúdos desenvolvidos das séries anteriores, ou seja, nos anos iniciais do ensino fundamental. Questionados, PR e PA, quanto às lacunas de aprendizagem apresentadas, bem como as maiores dificuldades, evidenciamos que estas são diversas e que, sem tal intervenção, certamente existiriam muitas reprovas. Dentre as lacunas de aprendizagem mais comuns, os envolvidos destacaram: cálculos envolvendo multiplicação ou divisão; resolução de problemas envolvendo multiplicação ou divisão; resolução de problemas utilizando a escrita decimal, a partir de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro; relações entre unidades
4 de medida de tempo (dia e semana, hora e dia, dia e mês, mês e ano, ano e década, década e século, hora e minuto, minuto e segundo), incluindo leitura de calendário; leitura de informações apresentados em gráficos, tabelas e textos para resolver problemas; resolução de problemas que envolvem o cálculo ou estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas. Considerações Os dados coletados junto aos professores regentes e da Sala de Apoio participantes da pesquisa de campo indicam a importância do domínio da leitura, da escrita e do cálculo frente à formação do indivíduo. Estas habilidades são, também, reforçadas nas Orientações Pedagógicas destinadas à Sala de Apoio à aprendizagem de Matemática, oferecida aos alunos de 6º ano que apresentam sérias dificuldades na aprendizagem dos conteúdos na citada disciplina. Faz-se necessário levar os alunos a aprender, efetivamente, a Matemática, contextualizando os conteúdos abordados. Temos que considerar que os educandos praticam a matemática a todo o momento, das maneiras mais diversas, estando presente dentro e fora da escola, já que é evidenciada nas notícias jornalísticas, no troco do picolé, na passagem do ônibus. Porém, mesmo diante de tal necessidade do homem, ainda é motivo de tantas reprovas e exclusão. Valorizar o que se ensina e a quem se ensina, inclusive nas dificuldades, favorece o processo de ensino. As práticas inclusivas começam desde a preocupação com essas dificuldades, com a utilização de estratégias diversificadas e de materiais manipuláveis nas aulas. Identificar a atenção utilizada nos cálculos realizados nas ruas onde dá-se a matemática do dia-a-dia e integrá-las às práticas das aulas de Matemática é um desafio, tanto da sala de aula regular, como nas Salas de Apoio. Assim, as tendências em educação Matemática oferecem elementos que auxiliam e fundamentam o processo de ensino e aprendizagem, pois favorecem a prática de várias ações. Referências
5 MELÃO, Walderez Soares. Educação Matemática: a matemática escolar como instrumento de educação. Secretaria de Estado da Educação do Paraná/Departamento de Ensino Fundamental. Disponível em: _professor_p_1_70.pdf. Acesso em: 02 de fev SCHLIEMANN, Analúcia Dias; CARRAHER, David Willian; CARRAHER Terezinha Nunes. Na vida dez na escola zero. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1991.
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