O ENSINO DA MATEMÁTICA, POR MEIO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS, PARA OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 1ª A 4ª SÉRIE
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1 O ENSINO DA MATEMÁTICA, POR MEIO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS, PARA OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 1ª A 4ª SÉRIE Danielle Sousa de Jesus Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão daniellesousadejesus@gmail.com.br Jeanne Maria Pereira Costa Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão jeanne.costa@yahoo.com.br Rafaela Santos Serra Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão rafaafro@yahoo.com.br Resumo: A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças com necessidades especiais, exige antes de tudo, uma mudança de atitude, não só dos professores, mas de toda a comunidade escolar. Sendo preciso reconhecer, questionar e quebrar preconceitos, estimulando generosidade, acolhimento e respeito. Trata-se de uma questão de diversidade. A função educativa dos recursos metodológicos é ampla e livre, portanto, ele orienta as atividades do professor proporcionando segurança. Recursos metodológicos e escola complementam-se, pelo ponto de vista que ambos têm a função maior que favorece na criança estímulos necessários para o seu amadurecimento enquanto pessoa. Esses recursos fazem com que a criança seja estimulada a viver em sociedade, recebendo as influências destas e também sendo um agente transformador, compreendendo a necessidade de participação e ajuda. Este trabalho tem como proposta reconhecer que os recursos pedagógicos utilizados em sala de aula no ensino da matemática desenvolvem as habilidades e uma aprendizagem efetiva das crianças portadoras de deficiência auditiva. Palavras-chave: Recursos Pedagógicos; Portadores de Deficiência Auditiva; Ensino da Matemática. 1. INTRODUÇÃO Recurso metodológico e escola complementam-se, pelo ponto de vista que ambos têm a função maior de favorecer a criança estímulos necessários para o seu amadurecimento enquanto pessoa. Esses recursos fazem com que a criança seja estimulada a viver em sociedade, recebendo as influências destas e também sendo um agente transformador, compreendendo a necessidade de participação e ajuda. Todos os recursos físicos, utilizados com maior ou menor freqüência em todas as disciplinas de estudos ou atividades, sejam quais forem às 1
2 técnicas ou método empregado, visam auxiliar o educando a realizar sua aprendizagem, constituindo-se em um meio para facilitar o processo ensino aprendizagem. (Botelho, 2007, p.2) De acordo com Brasil (2001, p.61) os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender às suas necessidades. Os recursos metodológicos possuem grande importância na vida das crianças, pois, quando se trabalha com os mesmos percebe-se que a forma de aprendizagem melhora o desenvolvimento do aluno seja, na escrita, na leitura ou no raciocínio lógico matemático melhorando sua auto-estima com produtividade e criatividade. Esses recursos são encaminhamentos que buscam favorecer a construção de linhas de ações e planejamentos pedagógicos, oferecendo orientações, sem, entretanto, estabelecer regras fixas a serem seguidas. O emprego de recurso em sala de aula necessariamente se transforma em um meio para realização e alcances destes ou daqueles objetivos propostos, levando-se em conta que os recursos metodológicos destinam-se a seres em desenvolvimento e que o contexto em muito influencia. O valor emocional é uma forma de manter o recurso adequado às necessidades e interesse de cada aluno. O material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sem igual para todos os sujeitos. O material pedagógico é um objeto dinâmico que se altera em função da cadeia simbólica imaginária do aluno. (KISHIMOTO, 1996, P.128) 2. DEFICIÊNCIA AUDITIVA Deficiência auditiva é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças. No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência. 2
3 A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista quando o problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensorio neural quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo. Ela se manifesta como: Surdez leve/ moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o individuo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem utilização de um aparelho auditivo; Surdez severa/ profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral. 3. RECURSOS PEDAGÓGICOS Constantemente utilizado por professores e alunos o recurso pedagógico tornou-se um instrumento comum para o trabalho ensino. Embora sua utilização seja freqüente e seja um instrumento de uso comum para professores e alunos, o recurso pedagógico traz diferentes graus de complexidade sobre aspectos inerentes que dizem respeito às possibilidades de aprendizagem encerradas no recurso. O recurso pedagógico relaciona-se a algo concreto, um objeto concreto. Assim, pautado nessa definição, entende-se que uma brincadeira não seria um recurso, mas, sim, o brinquedo; um jogo não seria um recurso, mas as peças desse jogo, pois, ao se analisar a própria palavra jogo, constata-se que ela traz implícita a idéia da utilização das peças para uma atividade. Dessa forma, a definição de recurso se assemelha mais a um estímulo concreto que possa ser manipulável. Além disso, esse estímulo deverá ter uma finalidade, ou seja, deverá a esse estímulo ser atribuída a finalidade pedagógica. Essa definição engloba diversos materiais desde que estes sejam objetos físicos, concretos, manipuláveis e utilizados com finalidade pedagógica. Fundamentados nessa definição, pode-se dizer que um apagador pode ser um recurso pedagógico, bem como, um computador, pois ambos possuem propriedades manipuláveis e podem conter uma finalidade pedagógica. Podem-se apontar duas direções para utilizar o recurso pedagógico no processo de ensino. A primeira seria a avaliação, a segunda o ensino propriamente dito. 3
4 Geralmente na avaliação o recurso pedagógico é utilizado para saber o que a criança sabe ou não. Então, o recurso não é utilizado para o ensino. Se utilizarmos um determinado jogo, um quebra-cabeça, por exemplo, estaremos interessados em investigar como a criança monta esse quebra-cabeça, qual dificuldade encontra, quanto tempo que ela demora e como organiza o seu comportamento ao buscar as peças, como tenta encaixar essas peças. Nessa tarefa dada à criança, estaremos preocupados em avaliar aspectos motores, perceptivos, cognitivos e emocionais. Ao avaliar comportamentos mais específicos, deve-se selecionar aqueles recursos que nos permitem fazê-lo. Nesta linha de raciocínio, o mesmo se aplica à seleção dos recursos para o ensino. A seleção dos conteúdos de ensino estará baseada nos objetivos que foram identificados e que nortearão, então, a escolha dos recursos pedagógicos. Estes recursos deverão trazer características específicas para possibilitar a aprendizagem. A criança aprende ao exercer ações sobre os objetos, incorporando e assimilando seu conhecimento. A utilização do recurso pela criança pode ir do possível e real ao imaginário. De qualquer forma, o recurso pode ou não permitir o aprendizado. O recurso deverá ser adaptado porque a forma sob a qual ele está constituído não permite a sua utilização pelo aluno. Pode-se dizer que é próprio do ser humano adaptar coisas ou adaptar-se a elas. E nós, fazemos adaptações porque não podemos utilizar essas coisas. Os professores sabem que uma grande parte dos materiais pedagógicos comprados não pode ser utilizada como eles querem. Aí, então, entra em cena a criatividade do professor para poder adaptar um material que não pode ser utilizado. Um exemplo disso são as famosas cartilhas. É possível observar, em salas de aula, professores utilizando cartilha como uma revista a ser recortada quando ela na realidade tinha sido construída para ser completada. Quer dizer, o professor faz adaptações. 4. O ENSINO DA MATEMÁTICA, POR MEIO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS, PARA OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA Ultimamente com o boom da inclusão social de pessoas com deficiências percebe-se o boom também de inovações tecnológicas e de diversos recursos automáticos e cibernéticos tanto no contexto geral como educacional, especificamente. No entanto, a utilização desses recursos está fora da realidade de muitas escolas públicas que hoje 4
5 trabalham com pessoas deficientes e acabam por requerer do educador criatividade e maturidade para elaboração de técnicas e metodologias de ensino. E por ser um mundo novo para esses profissionais da área de educação em Matemática eles acabam por sentir dificuldades na elaboração das aulas a serem expostas o que acaba por se refletir em sala de aula. Com os deficientes auditivos essa situação se agrava, pois para os professores a comunicação oral continua sendo um dos maiores difusores de conhecimento em sala de aula. Essa se agrava mais ainda quando se tratam de alunos do ensino fundamental de 1ª a 4ª séries onde somente o conhecimento do professor associado com a disciplina não são suficientes para o ensino-aprendizagem eficiente dos alunos. Por isso o educador deve criar métodos de ensino que potencialize outros mecanismos de comunicação do aluno, principalmente o visual. Tarefa pouco fácil principalmente em se tratando do ensino da matemática. Isso devido ás dificuldades que a maioria dos professores da área técnica possui em adotar metodologias que prendam a atenção do aluno e que mostra a aplicação do que está sendo estudado que são de vital importância para que o processo de ensino- aprendizagem seja eficaz. Observa-se a necessidade da instrumentalização dos educadores no sentido de promover uma ação pedagógica que contribuirá realmente para o desenvolvimento da criança. Por meio dos recursos metodológicos as crianças desenvolvem auto-estima, imaginação, confiança, controle, criatividade, cooperação, senso de percepção e o relacionamento interpessoal, desta forma, evidencia-se que uma das características fundamentais dos recursos metodológicos é funcionar como veículo estimulador do desenvolvimento humano, agindo de forma global e integrada nesse processo. Os recursos metodológicos são agentes de socialização, e como tais, proporcionam a criança e ao adulto o conviver, o trocar, o construir-se. Na troca de experiências com o outro, que a criança se expressa, se coloca, influencia, é influenciada, tem a capacidade de julgar e extrair suas próprias conclusões, equilibrando assim seus esquemas mentais e suas emoções. 5. CONCLUSÃO 5
6 Esse trabalho mostra a importância dos recursos metodológicos como ferramenta para o ensino da matemática, contribuindo assim com os profissionais da educação, onde poderão ministrar aulas de matemática de forma mais dinâmica fazendo com que os alunos deficientes auditivos tenham melhor e maior compreensão da disciplina. REFERÊNCIAS BOTELHO, Núbia. Oficina Pedagógica. São Luís: Apyntec, BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais da Educação Especial Básica: MEC, BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial Brasília: MEC/ SEF/ SEESP, CHATEAU, Jean. O Jogo e a Criança. São Paulo: Sumus, COELHO, Washington Luís Rocha. Educação Especial. São Luís: UEMA-NEAD, FRANCELIN, Madalena Aparecida Silva; MOTTI, Telma Flores Genaro. Questões Atuais Sobre o Ensino para Deficientes Auditivos no Brasil. Disponível em htt:// em: 06 de junho de KISHMOTO, Tijuko Morchida. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, MANZINI, Eduardo José e Deliberato, Débora. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos pedagógicos adaptados II/ Secretaria de Educação Especial Brasília: ABPEE MEC: SEESP, Fascículo 4. Deficiência auditiva. Disponivel em: Acessado em: 12 de março de
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