Economia Pública. A restrição orçamental do Estado
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- João Gabriel Fontes Stachinski
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1 Economia Pública 1º Semestre 2010/11 Tributação: Duas concepções Teoria do benefício: -O imposto é o preço pago em contrapartida pelos bens e serviços produzidos pelo. Paga-se em função dos benefícios que se retira - Despesas e receitas do são determinadas em simultâneo. - Não contempla a redistribuição coerciva. 1
2 Tributação: Duas concepções Teoria da capacidade de pagamento - Toma-se como dado o valor das despesas - Repartem-se as despesas em função da capacidade de pagamento de cada indivíduo, medida por um indicador (rendimento, riqueza, consumo, etc...) Tributação Teoria da capacidade de pagamento - Procura respeitar-se a equidade horizontal (capacidades iguais conduzem a uma carga fiscal igual) e a equidade vertical (maior capacidade conduz a uma maior carga fiscal). - Como relacionar a carga fiscal com a capacidade de pagamento? 2
3 Utilidade marginal (igual para A e B) Teoria de igual sacrifício absoluto: O imposto é repartido pelos agentes A e B de forma a que ambos sofram a mesma perda de utilidade (as áreas a azul são iguais) Y B Y A Rendimento Utilidade marginal (igual para A e B) Y B Y A Rendimento Teoria de igual sacrifício proporcional: O imposto é repartido pelos agentes A e B de forma a que ambos percam a mesma % de utilidade (a área correspondente à perda de A é maior que a associada a B) 3
4 Utilidade marginal (igual para A e B) Teoria de igual sacrifício marginal: O imposto é repartido pelos agentes A e B de forma a última unidade de imposto penalize ambos da mesma forma. Y B Y A Rendimento Tributação Tendo definido uma função imposto T(Y) podemos calcular: -Taxa marginal de imposto: T/ Y -Taxa média de imposto: T(Y)/Y Se a taxa média de imposto é crescente, decrescente ou permanece constante com Y o imposto diz-se progressivo, regressivo ou proporcional. 4
5 Imposto sobre rendimento individual Rendimento-Acréscimo Mais valias patrimoniais Rendimento-Produto Poupança Variação da riqueza Consumo Obs: o consumo deveria ter componente imputada, relativa aos bens consumidos que não resultam de transacções. Exemplo: IRS
6 T Imposto progressivo Y B0 Y A Y B1 Rendimento Rendimentos flutuantes: Ao longo de toda a vida A e B ganham o mesmo. Porém com um imposto progressivo, A paga menos. Por este motivo é, nalguns casos, possível suavizar os rendimentos antes de aplicar o imposto. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) Imposto sobre o consumo, multifásico, com elementos de autofiscalização. O valor sobre o qual incide a taxa do imposto será constituído pelo valor das vendas e serviços constantes da factura com exclusão de descontos, bónus ou abatimentos. t Continente Taxa Normal 21% Taxa Intermédia (restauração) 13% Taxa Reduzida (alimentação, electricidade, educação) 6% 6
7 Imposto sobre o valor acrescentado Agente Económico Compras Vendas IVA 20% (em compras) IVA 20% (em vendas) IVA a pagar ao Produtor Grossista Retalhista Consumidor Um imposto proporcional ao consumo é tipicamente regressivo, pois o consumo é uma proporção decrescente do rendimento: C=A+cY implica T = tc = ta+tcy A taxa média, T/Y=tA/Y+tc, decresce com Y. Difere do imposto sobre o rendimento pois C=Y-(W-W -1 ) 7
8 Pela exclusão da poupança, um imposto sobre a despesa incentiva a mesma, libertando fundos para o investimento. Aplicando taxas progressivas (o que implicaria a globalização do consumo) poderá tornar-se se um imposto progressivo. A dificuldade reside na determinação da variação da riqueza. Regras ou poder discricionário Poder discricionário: o tem total liberdade para escolher os instrumentos que usa em cada momento. Aparentemente, um regime com esta flexibilidade permite reproduzir o resultado que se obteria com a utilização de regras, em que a flexibilidade só existe quando estas são escolhidas. Além disso, permite reagir a acontecimentos inesperados. Qual a razão de se optar pelo uso de regras? 8
9 Regras ou poder discricionário O constitucionalismo económico examina as razões pelas quais regras podem ser preferidas ao uso do poder discricionário. 1. Inconsistência dos planos óptimos 2. Incerteza quanto ao modelo relevante 3. Incerteza e redistribuição 4. Distorções políticas Regras ou poder discricionário 1. Inconsistência dos planos óptimos Surge quando uma decisão do considerada óptima em t=0 deixa de ser óptima em t=1 (sem que tenha surgido algum acontecimento inesperado). Anuncio das medidas Decisão dos privados Implementação das medidas 9
10 Regras ou poder discricionário Teoria dos Jogos: Jogos na forma extensiva: Representam-se na forma extensiva jogos em que a escolha das estratégias não é simultânea. 1 E D Backward Induction: 2 2 e d e d Jogador 1: Jogador 2: Regras ou poder discricionário Exemplo: Tributação Timing: 1º Escolha e anúncio pelo Governo do plano fiscal de tributação sobre K e L. 2º Escolha de K e L pelos privados 3º Aplicação do plano fiscal Outros exemplos: Regulação/patentes, emissão de DP. 10
11 Regras ou poder discricionário 2. Incerteza quanto ao modelo relevante Hipóteses: O instrumento X actua sobre a variável Y de acordo com Y=mX. Porém, m pode ser desconhecido. O objectivo é tornar Y o mais próximo possível de Y*. Regras ou poder discricionário X X* X** Y Quanto maior a incerteza menor ovalor óptimo a fixar para o instrumento X. Se se limitarem as possibilidades de intervenção é possível que o bem-estar seja superior. Tal poderia ser interpretado como uma limitação ao poder discricionário. Y* Y 11
12 Regras ou poder discricionário 3. As regras permitem reduzir custos de conflitualidade ao remeterem para data futura os efeitos de uma decisão política. O véu da ignorância eaincertezapermitem atenuar os efeitos da mesma. 4. As regras permitem limitar comportamentos negativos para os interesses da comunidade d quando estes não estão alinhados com os dos agentes do (ciclos eleitorais). 5. Facilitam a compreensão das expectativas dos agentes. 12
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