Mesa. Título: Clínica e Pesquisa: psicose e surdez em análise. Coordenador: Prof. Doutor Ademir Pacelli Ferreira(IP-UERJ)

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1 1 Mesa Título: Clínica e Pesquisa: psicose e surdez em análise Coordenador: Prof. Doutor Ademir Pacelli Ferreira(IP-UERJ) 1)Da Fragmentação Psicótica aos Laços Estruturantes: Análise de Pedro Maria Luisa R. Santana/Ademir Pacelli Ferreira A análise com sujeitos psicóticos sempre despertou reservas. Seja pelas concepções do autoerotismo ou do narcisismo, que impedem o estabelecimento da transferência, seja pelos fenômenos alucinatórios ou delirantes que não seriam passíveis de decifração. Das frustrações e inadequações primárias na relação do sujeito com a realidade, com o outro, este cria um arranjo que não submete mais ao julgamento compartilhado, mas obedece somente ao desejo e as suas tentativas de sobrevivência num mundo sentido como incapaz de aceitá-lo e acolhê-lo em seu seio. No inicio da construção do método psicoterápico analítico, Freud [1896] atendeu casos de psicose utilizando-se do método inicialmente desenvolvido por Breuer. Destaca-se o caso da mulher com delírio de ciúmes, que ao seguir os meandros de suas associações ele encontrou no apaixonamento dela pelo genro o motivo de seu delírio, projetando no marido a ideia de traição. Mas, seja pelo teste da experiência, seja pela resposta mais direta das neuróticas ao seu método da decifração e ilustração de sua construção teórica, Freud desaconselhava o tratamento de psicóticos através de seu método. É principalmente a partir de sua relação com Jung, que ele volta a tentar elaborar uma teoria onde a psicose seja incluída. Assim, surge Gradiva - onde ele propõe seguir com a psicanálise para encontrar a verdade do delírio - e a análise do caso autobiográfico de Schreber. Foram estas contribuições primorosas e de grande importância para a psicopatologia, para a psiquiatria e para a teoria psicanalítica. Como afirma Roudinesco (1989:124), a loucura, na perspectiva freudiana, escapou ao domínio da doença mental, assim como a histeria escapa ao da doença dos nervos. Recebeu então uma definição não-normativa: a neurose era o resultado de um conflito, a perversão era a negação da castração e a 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ sob orientação da Profª Drª Heloisa Caldas. Especialização em Psicanálise e Saúde Mental - UERJ. Atualização em Fundamentos da Experiência Psicanalítica - FIOCRUZ/ENSP. Graduação em Psicologia - UERJ. Graduação em Letras Português-Grego - UFRJ.

2 2 fixação da sexualidade infantil, e a psicose era a reconstrução de uma realidade alucinatória. Pedro: Fragmentações e Esforços de Costuras do Eu A seguir apresentaremos o caso de Pedro, um jovem de 24 anos, que permaneceu em análise por cerca de dois anos. Foi trazido por sua mãe, com quem fiz duas longas entrevistas antes de recebê-lo. Ela conta que tinha levado o seu filho ao psiquiatra, devido ao surgimento de uma paralisia na face, do lado esquerdo do lábio superior. Mais tarde, o próprio Pedro daria a mesma explicação para essa pergunta. Sua mãe relata que seu marido morreu atropelado num acidente de trânsito, um mês antes do nascimento da criança. Isso fez com que ela entrasse em um quadro de depressão, que perdurou por muito tempo: Quando meu filho nasceu eu só tinha vontade de morrer junto com ele. Só pode cuidar do filho graças à ajuda da família. Ela se sentia muito triste e fraquinha, significante que usa com frequência para falar de si mesma e do filho. Declara que por isso o menino sempre foi muito fraco, doentinho. Diz que ele não sabe se defender, tem a cabeça fraca e vai atrás da conversa de qualquer um, por isso ela evita deixá-lo sozinho. Relata que sempre leva o café na cama para que seu filho não tenha que se levantar. Por fim conclui: Acho que ele não pode viver sem mim. Peço a Deus que quando eu morrer leve ele também. Na primeira entrevista com Pedro, verifiquei que se tratava de um rapaz alto, forte, de aparência saudável, que em nada lembrava os relatos de sua mãe sobre sua fraqueza, a não ser quando foi solicitado a falar. Sua enunciação era debilitada, monossilábica e sem coloração afetiva, aparentando um quadro de debilidade mental. Essas características reforçavam a estranheza produzida pelas declarações da mãe de Pedro que remetem ao que Mannoni (1985) descreve como fusão de corpos. Para Mannoni a debilidade resulta dessa "fusão", ou seja, um tipo de relação dual que a mãe da criança dita débil, estabelece com seu filho, na qual este fica aprisionado à fantasia fundamental da mãe, oferecendo-se como objeto que pode preencher a falta materna pelo viés do imaginário do corpo e sua consistência. Portanto, Mannoni aborda a debilidade não como uma

3 3 patologia da inteligência, mas como uma posição subjetiva que denota a acentuada submissão do sujeito à demanda do Outro. Lacan (1964) introduz um novo elemento para pensar a debilidade ao substituir a "fusão de corpos" pela "fusão de significantes", ou seja, a holófrase do par primordial de significantes (S1-S2) que se solidifica. O princípio mínimo de estrutura significante da linguagem, em que um sujeito é representado no intervalo entre dois significantes (S1 >$ >S2), não existe nestes casos, pois tal intervalo não se estabelece. Um aspecto fundamental da debilidade é destacado por Miranda (2002), que interroga a relação do saber com o desejo, demonstrando que a impossibilidade de saber tem relação direta com a impossibilidade de sustentar o desejo, pois o desejo de saber surge em virtude do enigma imposto ao sujeito pela questão sexual. Para Miranda (idem:), a debilidade mascara a estrutura psicótica, mas também impede a invasão do gozo através da petrificação à demanda do Outro. Dessa forma a debilidade mental seria um fenômeno com a função de velar a estrutura clínica e seus efeitos, não permitindo que a falta surja na relação do débil com o outro (MIRANDA,op.cit.pag?? 2002). Voltando ao caso Pedro, se por um lado não foi possível identificar em sua produção na análise o significante da holófrase, por outro lado, foi possível verificar em sua enunciação, a estrutura holofrásica de sua relação com a mãe, onde a expressão fusão de corpos se aplica perfeitamente, como veremos na continuidade da descrição de seu caso. Depois de uma etapa inicial de acentuado mutismo, ele entra numa fase em que passa longos períodos discorrendo sobre imagens do corpo despedaçado. Faz minuciosas descrições de situações que assistiu na televisão, que ouviu contar, de grandes tragédias a pequenos acidentes, situações de guerra, catástrofes, e até mesmo desenhos animados, onde aparecem sempre corpos mutilados, massacrados. Outras vezes fala de doenças graves, raras, sofrimentos corporais que atingem as pessoas, destroem os tecidos e os órgãos. Com seus relatos desfia lenta e minuciosamente as imagens de despedaçamento corporal, em que cabeças, cérebros, pernas, braços, vísceras são expostos. Fala de corpos em pedaços, rachados, quebrados, amassados, ou inflamados, apodrecidos, contaminados, esquartejados, explodidos.

4 4 Depois de muitas sessões com essas narrativas, numa certa ocasião, a analista o interrompe, como já havia feito outras vezes, para perguntar porque ele veio para a análise e desta vez ele responde. Diz que foi devido à paralisia no lábio, e diz isso nos mesmos termos que a mãe já havia referido, anteriormente. A analista pede que explique melhor e ele então começa a falar sobre a necessidade de cuidar da saúde e a partir disso vai alternando os seus relatos das imagens dos corpos despedaçados com relatos sobre cuidados com a saúde e o corpo, a importância dos hábitos de alimentação e higiene e outros cuidados, tratamentos médicos e principalmente, a importância da atividade física para o bem estar das pessoas. Fala sempre com voz baixa, pausada, muito monótona, numa atitude professoral, repetindo de tempos em tempos que a pessoa, para ter saúde tem que se exercitar. Com o tempo, os temas sobre o corpo e a saúde vão se alternando com um novo tema, o das profissões, que vai adquirindo importância crescente em suas associações. Ao mesmo tempo, sua enunciação vai adquirindo mais desenvoltura e expressividade. Passa a falar das profissões que gosta, que desejaria exercer, descrevendo-as e ressaltando suas qualidades e inconvenientes. Inicialmente fala da profissão de professor de educação física, que é exercida pelo filho de seu padrasto. Daí desliza para as profissões de seu pai morto, que era garçom; de seu padrasto, que é mestre de obras, e outras. Sempre avaliando se poderia ele próprio seguir alguma delas. Através das associações sobre as profissões, Pedro parece buscar uma identificação imediata no nível imaginário que pudesse sustentá-lo como sujeito; tentativa de localizar o duplo especular do estádio do espelho. Por falta de referência simbólica o sujeito psicótico funciona no registro imaginário, onde o outro é tomado como espelho e modelo de identificação imediata. (...) O sujeito psicótico é, pois, levado a servir-se de bengalas imaginárias que não lhe dão apoio quando ele tropeça no buraco da significação ausente. (QUINET, 2000:18-19). Como dissemos, seu pai era garçom e ele já havia falado sobre isso numa sessão anterior, quando um dia começa a falar da profissão de juiz, que ele admira e que gostaria de exercer. Então diz:

5 5 Um juiz é uma pessoa muito importante, ele faz cumprir as leis. Acho que um garçom não chega nem aos pés de um cachorro de um juiz. Pedro, em sua busca de balizas identificatórias, chega a essa comparação entre a profissão de juiz, suporte da lei, com a profissão do pai, para concluir que um garçom é menos que um cachorro de um juiz. Dessa forma ele denuncia, de forma alusiva, o total desvalimento do sujeito diante da lei simbólica, pela impossibilidade da figura paterna ser suporte da lei e até mesmo de ser suporte para uma identificação imaginária. Nessa sequencia, passado algum tempo, Pedro chega dizendo que gostaria de ser um cantor, ou de ter um parente que fosse cantor, um filho talvez. E canta o seguinte trecho de uma música popular, sucesso nas rádios na ocasião, que diz ser uma de suas favoritas: Analisando essa cadeia hereditária, Quero me livrar dessa situação precária.... Pedro traz assim o seu testemunho a céu aberto da experiência da foraclusão, denunciando de forma alusiva que não encontra recurso em sua cadeia hereditária para livrá-lo de sua situação precária, pois não dispõe de recursos mínimos de inserção no laço social, como ter uma profissão, namorar, casar-se. Algum tempo depois, falando mais uma vez das profissões, diz que queria ser detetive, para fazer investigações, descobrir coisas. Pergunto o que gostaria de investigar, e ele responde: As relações amorosas... Isso dá dinheiro... Investigar casos de infidelidade conjugal... A partir daí passa a falar com frequência de temas sobre namoro e casamento, interrogando-se se ele poderia casar-se ou ter uma namorada. Na maioria das vezes ele acha que não e afirma: Se eu arrumar uma namorada estou frito... e quando a analista pergunta porque, ele responde: Acho que eu ia perder a minha herança... Não sabe explicitar o que isso quer dizer, mas volta a repetir a mesma frase em várias ocasiões. Essa introdução da questão das relações amorosas, que remete à questão da partilha dos sexos, coincide com o surgimento de ideias delirantes a respeito de sua avó. Eu devo ter feito alguma coisa errada... algo que se chocou com a ordem do universo... Quando eu nasci, a minha avó tinha tudo esquematizado, tudo planejado para as gerações seguintes. Eu devo ter cometido algum erro e agora estou sendo castigado por isso. Foi alguma coisa que aconteceu antes de eu nascer, eu não sei o que foi... Deve ter sido alguma catástrofe...

6 6 Seu trabalho de associação livre vai produzindo efeitos de deslocamento do gozo para fora do próprio corpo, assim, o Outro terrível e gozador vai sendo, pouco a pouco, localizado nessa figura da avó materna. A mãe de Pedro já havia referido, em suas entrevistas, que sua mãe, avó de Pedro, controlava toda a família, era ela quem decidia o que se fazia ou não. Contou que ela sempre protegia os filhos homens e exigia os maiores sacrifícios de sua única filha mulher, que era ela. Conta que se sentia discriminada pela mãe. Tudo indica que a avó materna era uma figura de autoridade na família, cuja posição não pode ser avaliada como equivalente à função do pai simbólico, mas antes, na posição do pai real, o pai da horda primitiva, com seu gozo ilimitado e seu poder de vida e morte sobre o grupo. Nas ideias delirantes de Pedro sua avó vai servir para localizar esse Grande Outro real, gozador, que visa o sujeito e possibilita uma extração do gozo para fora do corpo. Nessa época, Pedro fala com frequência de Paiva Neto, um político bastante conhecido na região. Diz que ele é um homem muito bom, o pai de todos nós. Outras vezes, diz que tem um patrocínio, que ele precisa saber usar em seu beneficio, mas quando interrogado pela analista não é capaz de esclarecer exatamente do que se trata, fala sobre isso de forma bastante vaga. Nessa fase também se refere com frequência a Jesus, afirmando volta e meia que: Jesus é o nosso pai. Ele cuida da saúde da gente e do nosso corpo. Ao operar uma declinação dos significantes trazidos por Pedro podemos encontrar: paitrocínio, pai-va-neto, Jesus. São significantes que vão marcando um percurso em que ele tenta construir sua cadeia hereditária, buscando uma suplência imaginária nessas identificações. Como pode-se notar, suas construções delirantes passam a apresentar traços de megalomania. Em sua elaboração sobre o narcisismo, Freud (1914) indica que a suplência imaginária pode ser construída pela via megalomaníaca. Através desse investimento libidinal num eu ideal, o esquizofrênico, que outrora se encontrava numa posição auto-erótica, poderia vir a ocupar uma posição narcísica. Ela está presente na medida em que a libido retirada dos objetos do mundo externo é voltada para o eu. A megalomania implica numa extrema valorização do objeto investido, que nesse caso é o eu ideal, que recebe maciçamente todo o investimento libidinal. Pedro busca, em seu trabalho de associação livre, uma suplência para a metáfora paterna foracluída, e se não chega a constituir uma metáfora delirante que fosse eficaz no sentido de

7 7 instaurar uma ordem no universo, como fez Schreber, entretanto, os efeitos do discurso produziram alguma ordenação do gozo e depois de algum tempo de análise, ele adquiriu maior autonomia. Passou a vir sozinho para as sessões, a paralisia no lábio desapareceu, e ele chegou a comentar que não sabia como isso aconteceu, nem em que momento se deu essa recuperação do movimento do lábio. Nessa altura, começa a falar com frequência dos problemas de saúde de sua mãe. Segundo ele, ela toma vários remédios e sempre tem que ir ao médico, diz que não sabe como é possível viver com tantos problemas de saúde. Passa também a se referir às diferenças entre ele e sua mãe. Ela briga comigo para que eu me arrume rápido, na hora de sair. Mas eu não sou assim. É porque cada pessoa tem o seu limite, é o limite do corpo da pessoa. Se a pessoa ficar forçando o limite do corpo, vai ficar desgastada.... A questão dos limites do corpo, principalmente do próprio corpo, passa a ser tema frequente de sua análise, principalmente na forma de defesa da necessidade de respeitar-se o ritmo próprio de cada pessoa e não forçar os limites. Algum tempo depois, falando sobre filhos e casamento, vai dizer que isso é um problema de saúde. Quando a analista pede que ele explique melhor, responde: Deus fez o homem e com a costela dele fez a mulher. Isso é um problema de saúde. Ele tirou a costela do homem para fazer a mulher... Então os dois têm saúde, mas se tiver um filho, ele tem que tirar outra costela e outra... E se ela quiser a saúde da saúde? Tudo bem, existem aqueles que nascem da relação sexual, o homem e a mulher fazem sexo e têm o bebê. Mas existe aquele que nasce da costela. Então, o que acontece se a mulher quiser a saúde da saúde? No caso de Pedro, seu inconsciente à céu aberto faz surgir esse mito da origem, mito criacionista, no qual ele pode se localizar, não como aquele que nasceu da relação sexual, mas o que nasceu da costela, sem abordar a questão do desejo ou da castração que a relação sexual implica. Sem referência fálica, Pedro não pode posicionar-se como ser sexuado, pois para que a função paterna vigore é necessária a existência de Um pai, como figura da exceção fundadora. Se não existe nada que faça essa função fálica vigorar, não é possível fundar nenhum conjunto que delimite o gozo, deixando-o infinitizado (LACAN, 1972). Seu mito criacionista porta a marca do sujeito fora da partilha dos sexos. A ausência da referência à metáfora paterna como elemento ordenador da realidade faz com que Pedro se encontre na situação de ter que inventar a sua própria saída. Colette Soler (1998), afirma que na

8 8 psicose, devido à não inscrição do Nome-do-Pai, manifesta-se um empuxo à criação. A foraclusão descobriria uma falha no simbólico com efeitos desorganizadores (perda da realidade), mas funcionaria também como um disparador de novas produções. Liberaria um efeito de empuxo à criação, como Lacan indicou em Joyce, que levou esse empuxo à função de sintoma (SOLER, 1998:30). Aqui temos uma importante indicação sobre a direção do tratamento de sujeitos esquizofrênicos. Esse empuxo à criação que comparece na trajetória dos grandes criadores, artistas e cientistas que sofrem da estrutura psicótica, como Joyce ou Rousseau, aparece também em sujeitos que estruturam um delírio monumental, como é o caso do Presidente Schreber. Ele também se apresenta no dia a dia da clínica, guardadas as devidas proporções, pois o empuxo à criação é um traço da estrutura psicótica e pode ser observado nas construções delirantes desses sujeitos. Se o psicótico encontra um lugar de endereçamento de sua produção delirante poderá construir uma alternativa para a foraclusão, através de uma criação delirante inédita, que faça suplência ao Nome-do-Pai ausente na estrutura. Isso pode ocorrer sem que o sujeito esteja em análise, como é o caso de Schreber, mas necessita ter um endereçamento. Numa análise, os delírios mais ou menos organizados podem se desenvolver pelo endereçamento a um analista que se deixe ensinar pela experiência radical da psicose e com isso colocar um ponto de basta ao gozo do corpo. Retomando o caso Pedro, algum tempo depois, ele volta a um assunto frequente, o futebol, e associa: O futebol é uma coisa extraordinária. A pessoa vai se exercitando e fica saudável. A pessoa vai aprendendo coisas novas, novos movimentos, com os braços, com as pernas, vai conhecendo o seu corpo, os seus limites. É preciso conhecer os limites do próprio corpo... A pessoa tem um pai, um pai morto. O pai é Deus, ele é que dá os limites do corpo, por isso a pessoa tem saúde. Diz várias vezes: Existem muitas regras que a gente tem que obedecer para viver em sociedade. Elas são necessárias, a gente tem que respeitar. As regras de trânsito, por exemplo. A gente nunca deve ultrapassar o sinal vermelho, ou atravessar fora da faixa de pedestres. E ainda:

9 9 A pessoa tem que respeitar os limites. Por exemplo, um motorista que está trabalhando a noite toda, se ele fica com sono e continua dirigindo, ele não está respeitando os limites do seu organismo. Com isso ele pode causar um acidente. Na fala de Pedro a lei é correlativa das leis de trânsito, evidenciando uma referência alusiva a um elemento histórico presente nas suas construções delirantes, pois como sabemos, seu pai morreu em um acidente de trânsito, um pouco antes de seu nascimento. Respeitar as leis e respeitar os limites do corpo aparecem correlacionados ao pai, num percurso em que ele vai separando o próprio corpo, do corpo da mãe. A teoria desenvolvida por Lacan acerca das psicoses nos leva a concluir que nos casos de esquizofrenia, a foraclusão do Nome-do-Pai impossibilitou, não apenas a estruturação significante a partir de um ponto de basta, mas também o atravessamento do estádio do espelho. É assim que o sujeito, sem realizar o fechamento da gestalt corporal, não pode se apropriar de seu corpo, ou seja, não pode se constituir como um eu que sustenta uma unidade corporal. Podemos verificar como Pedro com suas elaborações em análise realiza a incorporação de uma rede de significantes com a qual pode criar uma suplência para a gestalt corporal insuficiente. Bibliografia FREUD, S. (1911) Puntualizaciones psicoanalíticas sobre um caso de paranoia (Dementia paranoides) descrito autobiograficamente. Em: Obras Completas, vol XII. Buenos Aires: Amorrortu editores, 1996 (1914) Introducción del narcisismo. Em: Obras Completas, vol XIV. Buenos Aires: Amorrortu editores, 1996 LACAN,J ( ) O Seminário, livro 3: as Psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985 [1964] Seminário, Livro11, Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise.Rio de janeiro, Zahar, MANNONI, M. (1964) A criança retardada e sua mãe, São Paulo: Martins Fontes, MIRANDA, E.R.Debilidade Mental e Estrutura Clínica. Dissertação do Curso de Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise UERJ Rio de Janeiro, QUINET, A. (1997) Teoria e clinica da psicose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

10 10 ROUDINESCO, E. (1989) História da Psicanálise na França. A Batalha dos Cem Anos. Volume 1: Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2)Um Estranho no Ninho: em Busca de um Lugar para Arejar Jacqueline de Andrade Loeser dos Santos 1 O desafio encontrado na condução de um caso precipitou o desejo de estudar a aplicação da psicanálise à clínica das psicoses, em especial com pacientes que cometem a passagem ao ato suicida. Segundos as orientações de Freud e de Lacan, a clínica é o alicerce da pesquisa em psicanálise, pois a práxis é o lugar da produção de saber e implica o caso a caso da experiência. Neste trabalho, sigo os princípios éticos da psicanálise e discuto algumas questões que dizem respeito aos desafios inerentes ao campo da Saúde Mental em que trabalho. Nele sou convocada a pensar como a passagem ao ato configura uma realidade alucinada pelo sujeito. Nesse caso, que lugar tem esse sujeito cuja lógica funciona para se abolir? Considerando o que diz Lacan em O estádio do espelho como formador da função do eu, tal como nos é revelada na experiência psicanalítica (1949/1998, p.100) a constituição do sujeito se inicia por meio de uma identificação ao assumir uma imagem especular projetada a partir da relação com o Outro. Essa imagem estabelece a posição do sujeito com sua realidade, uma vez que há um momento crucial na constituição do eu, ainda que seja imaginário, no qual o bebê é percebido e identificado ao olhar do Outro que o investe de desejo. Na medida em que o infans tem a imagem de si refletida através do olhar do Outro isso lhe facilita a apreensão do corpo próprio, mesmo que seja uma imagem despedaçada (Ibid., p.100) incompleta, em sua totalidade.

11 11 Freud, em Sobre o Narcisismo: uma introdução (1914/1996, p. 94), assinala que, a escolha anaclítica de objeto elege o pai que protege e a mãe que nutre, sendo que a mãe é considerada o primeiro objeto sexual da criança, em torno da qual as escolhas narcisistas giram. Assim, podemos acrescentar, com Lacan, que quando há impossibilidade de júbilo da criança com sua imagem especular, ou seja, quando esta não é investida com o olhar do Outro, ela se vê diante de um impasse na sua apropriação do corpo. No que concerne ao corpo, o psicótico o alucina como algo fora dele e muitas vezes só consegue separar-se disso quando se suicida. No texto Luto e melancolia Freud, (1917[1915]: ) pontua que o objeto cai, juntamente com o próprio sujeito. Dessa maneira, a sombra do objeto caiu sobre o eu, e este pode, daí por diante, ser julgado [...] como se fosse um objeto, o objeto abandonado. [...] uma perda objetal se transformou numa perda do eu. Nessa leitura, Freud elucida que, especificamente na melancolia, há uma insatisfação com o eu, um julgamento crítico e uma perda do amor próprio apontando a uma perda relativa do eu, ou seja, o eu toma a si mesmo como um objeto e, é importante ressaltar: um objeto dejeto. UM ESTRANHO NO NINHO Em um trabalho de acompanhamento terapêutico a um paciente que aqui chamarei de José, observei que o álcool e outras drogas estavam sempre presentes na sua relação com o Outro. Segundo seu relato, sem o álcool eu me sinto um nada, sem energia. Ele não sustentava a aproximação com as outras pessoas sem que de alguma forma criasse confusão e situações embaraçosas, pois o sofrimento das pessoas em sua volta se tornava seu sofrimento. As pessoas já não suportavam sua presença em um ambiente comum, não sustentavam o laço com ele. Sua

12 12 marca era a contestação; para aliviar seu sofrimento, ele tinha que incomodar. Em um de seus relatos enfatiza: venho aqui a casa e fico sem lugar. Sinto-me arredio, com medo... os lugares da casa... a loucura de cada um... me sinto estranho, um estranho no ninho. Em seu histórico, relatam-se tentativas de suicídio com a utilização de substâncias tóxicas, tais como o álcool, cocaína e maconha. Em seu corpo, encontram-se registros deixados por determinados momentos de angústia, entorpecimento e gozo; em um deles ateou fogo ao corpo. Ele relata que: quando eu me queimei foi bom [...], eu estava em surto, eu estava muito louco, palavras que comprovam o sujeito à mercê dos investimentos de uma pulsão mortífera, desenfreada. Para Lacan, o objeto pode se apresentar de forma separada, inatingível, o que não é o caso desse sujeito, visto que o objeto está presente e causa de incomodo, de angústia; não está, portanto, em consonância com o âmbito do desejo, no qual o objeto está perdido. A imagem desse objeto, percebido em presença, traz consigo um mundo despedaçado e sem sentido; Lacan chama esse movimento de oscilação imaginária. O objeto é estruturado conforme a imagem do corpo do sujeito e é por excelência sua imagem especular. O autor sustenta ainda que no sonho, em todo momento, se revelam as relações imaginárias e libidinais do sujeito atingindo assim, uma angústia em que o sujeito se depara com a destruição do seu mundo. A angústia representa um desmantelamento corporal, o momento em que a falta constitutiva da operação simbólica falta, sinalizando uma presença predominante do real. Na ocasião do acompanhamento terapêutico, José estava em um período de abstinência alcoólica e, na noite anterior ao acompanhamento, ele não havia dormido; ainda estava sob os efeitos do hipnótico (usado para induzir ao sono) e do neuroléptico que havia ingerido, pois estava ansioso com o acompanhamento. No caminho, sem que eu percebesse, José ingere mais um hipnótico, inviabilizando o trabalho de acompanhamento neste dia. Aliás, frequentemente,

13 13 aderia ao entorpecimento horas antes do acompanhamento, já que se tratava de sustentar o laço: ingeria sabonete líquido, mastigava velas aromatizadas, bebia desodorante, perfume, e assim por diante. Vale ressaltar que José, quando não estava acometido pelo surto, dizia que se alimentava de luz, ou seja, de energia solar e água para adquirir a energia do universo. Durante o dia não come nada, apenas se alimenta ao entardecer. Freud (1924/1996, p. 206) aponta que a perda da realidade ocorre tanto na neurose como na psicose. Entretanto, se na neurose essa perda é sempre evitada, na psicose essa perda está sempre presente. Segundo ele, na neurose se tem na amnésia uma fuga, ou seja, o horror da realidade faz o sujeito ignorá-la, acionando o processo do recalque para resolver o conflito. De forma distinta, a psicose repudia a realidade e a substitui. Diz Freud (1924/1996, p. 207) que a psicose também se depara com a tarefa de conseguir, para si própria, percepções de um tipo que corresponda à nova realidade e isso muito radicalmente se efetua mediante a alucinação. José, de alguma forma, busca substituir a realidade desagradável, na qual é convocado pelo Outro por um gozo excessivo, por outra realidade que vai em direção da satisfação pulsional. Na neurose, ter um corpo implica ter sintoma e é preciso que o sujeito decifre essas marcas a fim de que dissolva seus impasses, pois os sintomas são modos de funcionamento subjetivo. Na psicose, a clínica evidencia que há um estranhamento radical entre o sujeito e seu corpo. O corpo na psicose é atravessado pelo gozo do Outro. Em determinados momentos parece anestesiado contra a dor, ardência, fome ou frio e ao mesmo tempo em que em outros é hipersensível: ouve vozes, tem sensações corporais de pressão brusca e toques inesperados, em particular nos momentos de surto. É um corpo em pedaços, cujas sensações ocorrem de maneiras isoladas e sem lógica entre si. O corpo que se agita é o mesmo que trava e emperra, não anda. Para José, o álcool e outras drogas proporcionaram episódios e tentativas de dar cabo à vida: quando bêbado sufocou-se com seu próprio vômito e quando se cortou com a garrafa, como já

14 14 citado anteriormente, incendiou-se com o álcool que bebia. No que tange a sua imagem, José possui um corpo de meia idade, mas olha para ele como se ainda fosse um jovem. É subversivo e questionador como um adolescente, além de se vestir como um. Por vezes, dizia que se achava um sapo : asqueroso e escorregadio, pois ele não entendia porque as mulheres, alvos do seu delírio erotomaníaco não correspondiam às suas investidas, já que ele tinha certeza que elas o amavam. Na leitura de Freud (1917[1915]: 253) orientada às psicoses, mais especificamente à melancolia, há uma insatisfação com o eu, um julgamento crítico e uma perda do amor próprio. Lacan ( /1985: 287) diz que na psicose a relação amorosa só é possível quando há anulação do sujeito, sendo assim um amor morto. Consoante ao que Lacan salienta em O Seminário, livro 10: a angústia ( /2005) a passagem ao ato suicida está do lado do sujeito. Ela impele o sujeito a sair de cena e assim saber que tem um corpo. A passagem ao ato se articula ao embaraço, momento em que o sujeito se mantém na cena como próprio sujeito, mas, em seguida, ele se precipita e despenca fora da cena (ibid, p.129). Trabalhar e poder estar próximo a José implicava em dar liberdade ao seu pertencimento, liberdade pelo laço, sem que este fosse maciço e invasivo, um laço sem pretensão de ser propriamente um laço. Era poder construir uma ponte como sustentação e contorno, que funcionasse como uma conexão para ele. Era fazê-lo encontrar um lugar arejado ao qual ele sentisse pertencer sem amarras. Nas oficinas terapêuticas, eu apenas lançava o convite para que ele pudesse se juntar ao grupo, convivesse e produzisse algo com as outras pessoas, inventasse soluções para os seus impasses. Um dia, o convite feito assim, sem imposição, possibilitou o laço de José com os outros participantes da oficina. Permitiu sua permanência e pertencimento, mesmo que fugaz, naquele lugar. Assim, esporadicamente, estava José ali, atento, produzindo, escrevendo, pensando junto, trabalhando. Referindo-se às pessoas que se direcionavam junto com

15 15 ele para o salão das oficinas, José deixa escapar: Agora vai arejar. Na clínica do caso a caso é importante que atentemos aos modos particulares de gozo do sujeito, aos modos de lidar com seu corpo e a pulsão. No campo da Saúde Mental é comum tomar o delírio como algo a ser medicado, abolindo-se o sujeito. É comum as pessoas forçarem uma barra para que o psicótico faça laço incondicionalmente. Orientados pela ética da psicanálise, nos cabe respeitar a singularidade do sujeito e suas relações com a angústia de ter um corpo cindido, de modo que o trabalho analítico experimente soluções que possibilitem o novo na direção do tratamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREUD, S. (1910) Contribuições para uma discussão acerca do suicídio. Em: Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XI.. (1911) Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranoia (dementia paranoides). Em: Obras, op. cit., vol. XII.. (1914) Sobre o Narcisismo: uma introdução. Em: Obras, op. cit., vol. XIV.. (1917 [1915]) Luto e melancolia. Em: Obras, op. cit., vol. XIV.. (1919) O estranho. Em: Obras, op. cit., vol. XVII.. (1920) Além do princípio de prazer. Em: Obras, op. cit., vol. XVIII.. (1924) Neurose e Psicose. Em: Obras, op. cit., vol. XIX.. (1924) A perda da realidade na neurose e na psicose. Em: Obras, op. cit., vol. XIX.. (1925) A negativa. Em: Obras, op. cit., vol. XIX. JORGE, M.A.C. (2005). Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan. Vol.1 4ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. LACAN, J. (1949) O estádio do espelho como formador da função do eu: tal como nos é revelada na experiência psicanalítica. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., ( ) O seminário, livro 3: as psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.

16 16. (1959 [ ]) De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., ( ) O Seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., ( ) O Seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., (1964) O Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., LIMA, M. M. & ALTOÉ, S. (orgs.) Psicanálise, clínica e Instituição. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, LIMA, M. M. Psicose e escrita. Um modo singular de escrever o amor. Em: COSTA, A., RINALDI, D. (orgs.) Escrita e psicanálise. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, MILLER, J.-A. et al. (1995) «A invenção do delírio». Em: Opção Lacaniana online, n.5, série precedente. Disponível em: série precedente. Consulta em 30 de julho de 2012.

17 17 3) Há voz na surdez? (La)língua dê sinais Viviane do Espírito Santo dos Santos 2, Heloisa Caldas 3 As vozes cantadas são um mistério. Uma única vez o mistério se desmanchou. Eu não sei quando nem que idade eu tinha. É ainda presente até hoje. Eu via Callas na televisão. Meus pais assistiam e eu me sentava com eles na frente da tela. Eu vi uma mulher forte, que mostrava ter uma personalidade forte. De repente, havia uma imagem em primeito plano, que se podia sentir efetivmente sua voz. Olhando com intensidade eu compreendi a voz que ela devia ter. Eu imagino uma música não muito alegre, mas eu vejo bem que a voz vem do fundo, de longe, que essa mulher canta com seu ventre, com suas entranhas. Isso tem um efeito terrível em mim. Será que eu ouvi efetivamente a voz? Eu não sei. Mas eu experimentei efetivamente uma emoção. Essa única vez onde se passou alguma coisa desse tipo. Maria Callas me emocionou. Foi a única vez na minha vida onde eu experimentei, imaginei uma voz cantada. 4 (Laborit, 1993, p.31) O título comporta dois pontos pensados a partir da surdez e da língua de sinais: o objeto voz e lalíngua. A questão central desse trabalho é: O que faz um sujeito com deficiência auditiva se inserir no campo da linguagem? O presente trabalho aborda a voz e a constituição do sujeito, desenvolvido a partir da prática psicanalítica de sujeitos que possuem a surdez como particularidade no corpo. Apresentamos um recorte de nossa pesquisa sob o título: Sobre a surdez: as incidências da linguagem na constituição do sujeito. Tomaremos ao longo do trabalho, algumas falas do livro O vôo da gaivota de Emmanuelle Laborit, atriz francesa, escritora e surda. Primeira lembrança? Não há nem primeira nem última lembrança de infância na minha desordem comigo mesma. Há sensações. Dois olhos e o corpo para registrar a sensação 5. (Laborit, 1993, p. 28). 2 Mestranda do programa de Pós-Graduação em psicanálise da UERJ sob orientação da Profª Drª Heloisa Caldas. 3 Profª Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ. Psicanalista, Membro da Escola Brasileira de Psicanálise - EBP e da Associação Mundial de Psicanálise AMP. 4 Les voix chantées, elles, sont un mystère. Une seule fois le mystère s'est déchiré. Je ne sais pas quand, ni à quel âge. C'est encore au présent. Je vois la Callas à la télévision. Mês parents regardent et je suis assise avec eux devant l'écran. Je vois une femme forte, qui semble avoir un caractère fort. Tout d'un coup, il y a une image em gros plan, et là je ressens vraiment sa voix. En la regardant avec intensité je comprends la voix qu'elle doit avoir. J'imagine une chanson pas très gaie, mais je vois bien que la voix vient du fond, de loin, que cette femme chante avec son ventre, ses tripes. Ça me fait un effet terrible. Est-ce que j'ai vraiment entendu la voix? Je ne sais pas du tout. Mas j'ai vraiment ressenti une émotion. C'est la seule fois où il s'est passé quelque chose comme ça. Maria Callas m'a touchée. C'est la seule fois de ma vie où j'ai ressenti, imaginé, une voix chantée. 5 Premier souvenir? Il n'ya ni premier ni dernier souvenir d'enfance dans mon désordre à moi. Il y a des sensations. Deux yeux et le corps pour enregistrer la sensation".

18 18 Não há como localizar as lembranças de infância no tempo. Há um corpo que registra sensações. E o que faz as sensações se registrarem? Registro é da ordem da linguagem. Trata-se do aparelho psíquico. Freud apresenta o aparelho psíquico como um aparelho de linguagem onde divide o aparelho em sistemas. Na Carta 52 (1896) Freud tanto diz do momento de fundação do aparelho psíquico como explica seu funcionamento, o mecanismo psíquico. O aparelho psíquico se divide em camadas e sofre retranscrições de tempos em tempos. Existem pelo menos três transcrições no aparelho psíquico: signo de percepção, primeiro registro da ordem da memória no aparelho psíquico; inconsciente, onde se localizam os traços mnêmicos e os registros vindos dos restos de coisas vistas e ouvidas que passam pela percepção; e a consciência, onde parte do material registrado se localiza no pré-consciente, e tem-se acesso a ele por via das representações-palavras. Signo de percepção, traços mnêmicos e representações-palavras são os nomes que apontam para a linguagem em Freud. Lacan no seminário 11 faz alusão ao termo signo de percepção dizendo que seu verdadeiro nome é significante. (Lacan, 2007, p.31) O inconsciente é estruturado como uma linguagem. Posteriormente, no avanço de sua teorização, ele aponta que essa linguagem nada tem a ver com a comunicação ou com a linguística, é uma linguagem que se refere à lalíngua. A linguagem, sem dúvida, é feita de lalíngua, é uma elucubração de saber sobre a própria lalíngua (Lacan, 2010, p.267). Lacan utiliza esse termo lalíngua, lalangue no francês, escrito em uma só palavra para designar a diferença entre a linguagem, como o que necessita de um emissor e de um receptor e que comporta uma mensagem, tal como é tomada na linguística para o que é da ordem da linguagem na qual o inconsciente é estruturado. Se eu disse que a linguagem é aquilo como o que o inconsciente é estruturado, é exatamente porque a linguagem não existe. A linguagem é o que se tenta saber com relação à função de lalíngua (Lacan, 2010, p.267). Falar de lalíngua é falar do que afeta um sujeito, que emerge como efeito. Lalíngua nos afeta, de início, por tudo o que ela comporta de efeitos, que são afetos. E se podemos dizer que o inconsciente é estruturado como uma linguagem é, muito precisamente, porque esses efeitos de lalíngua, que já estão ali como um saber, como um saber que não tem nada a fazer, vão muito além de tudo o que o ser, o ser que fala é suscetível de articular como tal (id, 2010, p.267 e 268).

19 19 O termo lalíngua comporta algumas possibilidades de sentido. Uma delas se relaciona com o termo lalação cuja ação, do latim lallare, significa cantar para ninar as crianças. Esse termo, que aponta a forma infantil de falar, tem a ver com a musicalidade, o canto e a voz. Articula-se ao desejo do Outro e possibilita a constituição do sujeito, assim como a circunscrição de um corpo pela via da linguagem. A constituição do sujeito passa pelo desejo do Outro e faz ecoar sons nos orifícios do corpo. Podemos pensar que algo da ordem da lalação também se apresenta em pessoas surdas. Vejamos mais um trecho do livro de Emmanuelle Laborit: Eu me lembro do ventre. Minha mãe está grávida de minha irmã menor, eu sinto as vibrações muito fortes. Eu sinto que há alguma coisa. O rosto enterrado na barriga de minha mãe, eu ouço a vida. Eu não posso imaginar que há um bebê na barriga de mamãe. Para mim, é impossível. Eu vejo uma pessoa, e há uma segunda pessoa dentro dela? Eu digo que isso não é verdade. Isso é uma piada. Mas eu amo o ventre de minha mãe e o ruído da vida dentro dele. Também gosto da barriga de meu pai, à noite, quando ele conversa com amigos e com minha mãe. Eu estou cansada, deito-me ao lado dele, a cabeça na sua barriga e sinto sua voz. Sua voz passa por sua barriga e eu sinto as vibrações. Isso me acalma, me tranquiliza, é como uma canção de ninar, eu caio no sono com suas vibrações como uma cantiga na minha cabeça 6 (Laborit, 1993, p.28). Não seria essa ressonância, essa vibração, a qual Emmanuelle se refere, da ordem de lalíngua? Uma voz que ressoa no corpo. Lalíngua é a língua de cada um como resposta à língua em que o sujeito foi falado. Ela não remete ao sentido das palavras, mas às suas modulações, suas vibrações, sua lógica. Tem relação com a voz, na medida em que esta, como objeto a, indica o desejo do Outro. Lembramos que a voz se inscreve na série dos objetos a, apresentados por Lacan em O seminário 10: a angústia, onde articula o seio e as fezes à demanda e o olhar e a voz ao desejo. 6 "Je me rappelle le ventre. Ma mère est enceinte de ma petite soeur, je sens très fort les vibrations. Je sens qu'il y a quelque chose. Le visage enfoui dans le ventre de ma mère j'entends la vie. J'ai du mal à imaginer qu'il y a un bébé dans le ventre de maman. Pour moi, c'est impossible. Je vois une personne, et il y a une deuxième personne dans la même personne? Je dis que ce n'est pas vrai. C'est une blague. Mais j'aime le ventre de ma mère, et le bruit de la vie qui est dedans. J'aime aussi le ventre de mon père, le soir, quand il discute avec des amis, ou avec ma mère. Je suis fatiguée, je m'allonge près de lui, la tête contre son ventre et je sens sa voix. Sa voix passe par son ventre et je sens les vibrations. Ça me calme, ça me rassure, c'est comme une berceuse, je m'endors avec ses vibrations comme une comptine dans ma tête.

20 20 Como objeto a, a voz cai da operação significante. Lacan diz que a linguagem não é a vocalização. Há uma relação mais do que acidental ligando a linguagem à sonoridade. A sonoridade, aqui, se relaciona com o fato de a voz fazer ressoar: "ressoa num vazio que é o vazio do Outro como tal" (Lacan, 2005, p. 300). E o que é o corpo? Lembremos com Freud que o eu é, sobretudo uma essência-corpo (1923, p.27). Corpo é um eu-superfície afetado por lalíngua. A voz vibra no corpo, faz corpo. E essa vibração nao se refere somente ao "aparelho auditivo". A constituição do corpo tem a ver com os registros, com a linguagem, com o aparelho psíquico. Lalíngua marca o corpo e possibilita a assunção de um sujeito. No texto "O eu e o isso" Freud introduz a proposta de um aparelho de linguagem, o Horkappe, uma placa auditiva, um receptor acústico que se assenta transversalmente ao eu. Este termo, Horkappe, é desmembrado em duas palavras: Hören que significa ouvir, escutar e Kappe boné, gorro, capuz, tampão. Um dispositivo que se acopla ao eu, um tampão de ouvir, uma calota acústica. Esse ouvido que se assenta transversalmente ao eu é o que permite ao sujeito receber a linguagem, é um receptor dos restos de palavras ouvidas localizado na superfície do corpo. Horkappe aponta para o ouvir de que se trata: ouvir o que ressoa do vazio do Outro, vibração que marca o corpo voz. Lalíngua afeta o corpo e faz contorno em suas bordas. Nesse sentido, o que se ouve implica o Outro, implica a linguagem. Trata-se muito mais de haver o Outro do que de ouvir o Outro. Haver o Outro abre a possibilidade de um sujeito se constituir. Lalíngua se apresenta mesmo em um aparelho auditivo deficiente, como é o caso de uma pessoa surda. Referindo-se às sessões com a fonoaudióloga, Emmanuelle diz: Minha mãe participou das sessões. Foi um apoio materno-infantil. É através da identificação com essa mulher que minha mãe aprendeu a falar comigo. Mas a maneira como nos comunicamos foi animal, instintiva, eu chamei-lhe "umbilical". Eram coisas simples, como comer, beber, dormir. Minha mãe não me impede de fazer gestos como nos havia recomendado. Ela não teve coragem de me proibir. Havia outros sinais que foram completamente inventados 7 (Laborit, 1993, p.17). 7 Ma mère assistait aux séances. C'était une prise em charge mére-enfant. C'est par identification avec cette femme que ma mère a réappris à me parler. Mais notre façon de communiquer était instinctive, animale, j'appele ça ombilicale. Lis s'agissait de choses simples, comme manger, boire, dormir. Ma mère ne m'empêchait pas de faire des gestes, alors qu'on le lui avait recommandé. Elle n'avait pas le coeurà me l'interdire. On avait d'autres signes a nous, complètement inventés.

21 21 Signos completamente inventados que possibilitam a Emannuelle se "comunicar" com sua mãe. Há aí campo do Outro, linguagem. Esses signos inventados apontam para o desejo do Outro e para a linguagem. Não sem razão Emannuelle chama essa linguagem de "umbilical". Umbigo que mostra a não separação do sujeito ao Outro - tempo da alienação que insere um sujeito na linguagem. Nesse sentido, ouvir, tomado aqui como a circunscrição da borda do corpo que faz cair o objeto voz, só é possivel pela linguagem. A vida que uma linguagem rejeita, nos dá bem a ideia de que é algo da ordem do vegetal. (Lacan, 1974, p.11) Onde não há linguagem, há somente um vegetal. Não há ouvido nem objeto voz, nesse sentido, não há corpo, nem possibilidade de constituição de um sujeito. Voltemos ao titulo deste trabalho. Ele apresenta um duplo sentido. Lalíngua e língua de sinais. Que articulação é possível fazer? A língua de sinais é uma lingua gestual que apresenta as características básicas das línguas naturais. Uma técnica articulatória complexa cujas bases são: física, biológica, que veicula a articulação da língua; cognitiva; sociocultural e socioeducativa. Estudos linguísticos mostram que as línguas de sinais são comparáveis às línguas orais em expressividade e complexidade. Há uma variedade extensa de línguas de sinais: LIBRAS (língua Brasileira de Sinais), ASL (língua de sinais Americana), LSF (língua francesa de sinais), etc. As línguas de sinais, assim como as línguas orais, visam à comunicação. A diferença principal das línguas de sinais em relação às línguas orais é a sua disposição visual ao invés de auditiva. Virole trabalha a língua de sinais associada aos caracteres da escrita oriental, da qual se poderia pensar que, por se tratar de uma língua mais visual, a palavra estaria diretamente ligada à coisa que ela representa. Mas esse elo é sempre perdido. Não há uma significação posta na palavra. Mesmo sendo uma língua de sinais, há o significante que não se significa por si mesmo. Se a palavra falada por meio de sinais tivesse ligação direta com a coisa que ela representa, não haveria as diferenças que existem entre a língua brasileira de sinais e a língua francesa de sinais, por exemplo. Mesmo dentro de uma língua gestual, há traços de regionalizações, quase como os sotaques e gírias na língua oral, havendo, portanto, diferenças entre idiomas de sinais também. Não há uma ligação direta entre palavra e coisa. Há significantes que se encadeiam, assim como

22 22 na fala oral. Se uma língua é o que pretende uma comunicação, o mesmo ocorre com a língua de sinais. Podemos dizer que o que é da ordem de lalíngua esta presente na língua de sinais? Em sua origem, lalíngua cai do Outro, mas não do Outro organizado como sistema linguístico. Ela advém do Outro desorganizado, desconhecido, como efeito das ressonâncias que provoca no corpo. A fala não se origina do sistema estruturado como uma linguagem, nem deriva da busca da comunicação. Como uma montagem ela se dá a partir de peças soltas e heteróclitas. Serão os usos dessa montagem, no discurso, que permitem a construção do Outro como um sistema (Caldas, 2007, p. 54). Tomaremos a citação utilizada anteriormente da fala de Emmanuelle. Os sinais completamente inventados que fazem a sustentação de sua linguagem umbilical com a mãe sustentam a lógica pela qual ela opera. Mas a construção social que a língua comporta, que visa a comunicação, se inscreve em um tempo posterior, assim como a leitura e a escrita. É necessario haver lalíngua para posteriormente um sujeito se inscrever na língua corrente, usar o código, fazer laço social. A língua de sinais, no caso de Emmanuelle Laborit, parece ter sido introduzida pelo pai. Meu pai ouviu algo no rádio. [...] Naquele dia, na cultura francesa, disse papai, este é um homem surdo que fala! Meu pai explicou a minha mãe que este homem, ator e diretor, Alfredo Conrado, fala silenciosamente a língua de sinais. Esta é uma língua diferente, falada no espaço, com as mãos, expressões faciais e corporais! [...] Alegria, porque em Vincennes, perto de Paris, se encontra, com certeza, uma solução para mim! Ele quer me levar. Ele também sofre por não ser capaz de falar comigo, ele está pronto para tentar. Mamãe diz que ela não o acompanhará. Ela tem medo de ser perturbada, talvez de se decepcionar muito. [...] nós temos, eu e ela, nosso sistema de comunicação complicada, que eu chamo de "umbilical". Estamos acostumadas. Meu pai não fez nada. Ele sabe que eu precisava me comunicar com os outros, que eu realmente queria, o tempo todo. Esta possibilidade cai do céu pelo entusiasmo de rádio. Eu acho que esta é a primeira vez que ele realmente aceita a minha surdez, me oferecendo este dom inestimável. E oferecendo-o a si mesmo, porque ele queria desesperadamente entrar em contato comigo. 8 (Laborit, 1993, p. 48, 49 e 50). 8 Mon père a entendu quelque chose à la radio[...]. Mais ce jour-là, sur France-Culture, a dit papa, c est um sourd qui s exprime! Mon père a explique à ma mère que cet homme, acteur et metteur en scène, Alfredo Conrado, parle silencieusement le langue des signes. C est une langue à part entière, qui se parle dans l espace, avec les mains, l expression du visage, du corps![...]de joie, parce à Vicennes, près de Paris, se trouve peut-être, sûrement, une

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