Objetivos. Introdução. Letras Português/Espanhol Prof.: Daniel A. Costa O. da Cruz. Libras: A primeira língua dos surdos brasileiros
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- Zilda Peres de Miranda
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1 Letras Português/Espanhol Prof.: Daniel A. Costa O. da Cruz Libras: A primeira língua dos surdos brasileiros Objetivos Apresentar a discussão atual sobre a primeira língua dos surdos: a língua de sinais; Apresentar os universais lingüísticos da língua de sinais, bem como os recursos para datilologia: alfabeto manual e números. Introdução Linguagem, língua e código Língua sinalizada e oral Libras Libras Português e Espanhol Tradução e Interpretação Regionalismo Línguas de sinais e geografia Datilologia: o alfabeto manual
2 Referências Língua - definição Saussure (1916/1988, p ) A língua: sua definição. Benveniste (1966/1988, p ) Comunicação animal e linguagem humana. Artigo publicado em Imagem 1 Imagem 2 Língua: definição Saussure (1916/1988, p ), para definir língua, elenca quatro aspectos que devem ser analisados. Que tal compararmos o que ele diz com o que acontece com a língua de sinais? Língua: definição Saussure (1916/1988, p. 17) comenta que inicialmente, não está provado que a função da linguagem, tal como ela se manifesta quando falamos, seja inteiramente natural, isto é: que nosso aparelho vocal tenha sido feito para falar, assim como nossas pernas para andar. Os linguístas estão longe de concordar nesse ponto.
3 Língua: definição Saussure (1916/1988, p. 17) lembra Whitney (1875), que afirma que [...] é por acaso e por simples razões de comodidade que nos servimos do aparelho vocal como instrumento da língua; os homens poderiam também ter escolhido o gesto e empregar imagens visuais em lugar de imagens acústicas. Língua: definição Saussure (1916/1988, p. 18) acha a afirmação anterior de Whitney um pouco exagerada, mas concorda com este em um ponto: Saussure diz que no ponto essencial, porém, o linguísta norteamericano [...] parece ter razão: a língua é uma convenção e a natureza do signo convencional é indiferente. A questão do aparelho vocal se revela, pois, secundária no problema da linguagem. Língua: definição Saussure (1916/1988, p. 18) afirma que a noção de linguagem articulada pode confirmar a ideia de que o aparelho vocal é secundário no problema da linguagem. Segundo ele, em matéria de linguagem, a articulação pode designar não só a divisão da cadeia falada em sílabas, como a subdivisão da cadeia de significações em unidades significativas.
4 Língua: definição Saussure (1916/1988, p. 18) conclui que não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de constituir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a idéias distintas. O autor finaliza dizendo acreditar que existe uma faculdade linguística mais geral, a que comanda os signos e que seria a faculdade linguística por excelência. Retomando Saussure Comparemos os itens que Saussure elencou para construir a noção de língua com as línguas de sinais. Língua: definição - 1 Língua oral: as sílabas articuladas são impressões acústicas percebidas pelo ouvido. Os sons não existiriam sem os órgãos vocais. Língua de sinais: os sinais articulados são impressões visuais percebidas pelo olho. Os sinais não existiriam sem o corpo.
5 Língua: definição - 2 Língua oral: não é o som que faz a linguagem. O som "não passa de instrumento do pensamento e não existe por si mesmo". [...] O som [...] forma por sua vez, com a idéia, uma unidade complexa, fisiológica e mental. Língua de sinais: podemos adaptar os dizeres de Saussure e afirmar que podemos ter o sinal como um instrumento do pensamento, formando o sinal, juntamente com a ideia, uma unidade complexa, fisiológica e mental. Língua: definição - 3 A linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro. Para este item, não há o que adaptar, já que linguagem engloba línguas orais e sinalizadas! Língua: definição - 4 A cada instante, a linguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma evolução: a cada instante, ela é uma instituição atual e um produto do passado. Para este item, não há o que adaptar, já que linguagem engloba línguas orais e sinalizadas!
6 Língua de sinais é mesmo língua? Podemos concluir que sim, pela comparação que acabamos de fazer com Saussure. Linguagem - Benveniste Vejamos a noção de linguagem a partir de como Benveniste a caracteriza (1966/1988, p ). Estabeleceremos comparação com a língua de sinais. Linguagem - Benveniste Benveniste (1966/1988, p. 64) entende linguagem como um sistema, que é válido no interior de uma comunidade determinada e [que] cada membro dessa comunidade tem aptidões para empregálo ou compreendê-lo nos mesmos termos. Vale para Libras
7 Linguagem - Benveniste Ao comparar o sistema de comunicação entre as abelhas e o entre os homens, Benveniste (1966/1988, p. 65) afirma que a mensagem das abelhas consiste inteiramente na dança, sem intervenção de um aparelho vocal, enquanto não há linguagem sem voz. Destaque Para Benveniste, a linguagem humana depende fundamentalmente da voz. Não concordamos com isso. De outro modo, como justificar a comunicação entre os surdos? Linguagem - Benveniste Benveniste (1966/1988, p. 65), fala de uma diferença de ordem física, não vocal, mas gestual. Para ele, a comunicação das abelhas, não sendo vocal, mas gestual, efetua-se necessariamente em condições que permitem a percepção visual, sob a luz do dia; não pode ocorrer na obscuridade. A linguagem humana não conhece essa limitação.
8 E a língua de sinais? Língua oral: não precisa de luz. Língua sinalizada: não precisa de silêncio. Linguagem - Benveniste Para Benveniste (1966/1988, p. 65), um determinante da realidade humana é que falamos com outros que falam. Ele explica que o diálogo é a condição da linguagem humana. Os surdos dialogam fazendo uso da língua de sinais! Linguagem - Benveniste Para o autor, alguns aspectos são fundamentais para a caracterização da linguagem: diálogo; resposta; possibilidade da reprodução da mensagem entre falantes; possibilidade de que, no diálogo, a referência à experiência objetiva e a reação à manifestação linguística se misturam livremente, ao infinito.
9 Linguagem - Benveniste Para Benveniste (1966/1988, p. 66), há dois elementos a serem considerados para a configuração da linguagem humana: O símbolo e os dados das experiências, ou, a re/transmissão dos conteúdos; A redução do enunciado a elementos que podem se recombinar. Linguagem - Benveniste Para Benveniste (1966/1988, p. 66), cada enunciado se reduz a elementos que se deixam combinar livremente segundo regras definidas, de modo que um número bastante reduzido de morfemas permite um número considerável de combinações de onde nasce a variedade da linguagem, que é a capacidade de dizer tudo. E as línguas de sinais? Línguas de sinais é língua e não código Para Benveniste (1966/1988, p. 67), um código de sinais implica que todos os caracteres do código resultam de algumas características: a fixidez do conteúdo; a invariabilidade da mensagem; a referência a uma única situação; a natureza indecomponível do enunciado; a sua transmissão unilateral. E as línguas de sinais?
10 Língua sinalizada e oral Podemos então perceber que as línguas orais e as línguas sinalizadas tem elementos em comum e algumas diferenças. oral sinalizada acústica visual escrita ágrafa registro impresso registro em vídeo Universais Linguísticos Onde houver seres humanos, haverá língua; Não há língua primitiva; Toda língua muda ao longo do tempo; Regras gramaticais para a formação de palavras (simples e compostas); Segmentos discretos na composição dos sinais (configuração de mãos e ponto de articulação). Filmes Diálogos em Libras 1 Duração: 2 minutos
11 Cultura surda A discussão atual sobre a inclusão social das pessoas surdas passa pelo necessário reconhecimento da cultura deste grupo social e, consequentemente, pelo reconhecimento da língua de sinais como a sua primeira língua. É neste cenário que nasce, em 2002, a LIBRAS Língua Brasileira de Sinais. Proposta bilingue reconhecer a LIBRAS (no caso do Brasil) como a primeira língua da pessoa surda e trabalhar na perspectiva da língua portuguesa escrita como a sua segunda. LIBRAS e a legislação Lei no , de 24 de abril de 2002 Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras.
12 LIBRAS e a legislação Lei no , de 24 de abril de 2002 Art. 1 o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. LIBRAS e a legislação Lei no , de 24 de abril de 2002 Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. América Latina A maioria dos países possui uma língua gestual; A maioria deles não reconhece oficialmente a língua gestual como a primeira língua dos surdos. O Chile apresenta um forte movimento para o reconhecimento da cultura surda.
13 Usuários pessoas surdas Surdez pré-linguística Surdez pós-linguística As pessoas com surdez pré-linguística não dispõem de imagem auditiva, não tem idéia alguma de como é realmente o som da fala, não tem noção da correspondência entre som e significado. (SACKS, 1998) Brasil: desafios linguísticos LP: língua oralizada e escrita LIBRAS: sinalizada Os desafios postos à sociedade passam por duas ações: pela superação de estereótipos e objetivações impostas às pessoas surdas (indivíduos deficientes, cognitivamente inferiores, incapazes de adquirir uma língua etc); pela difusão de sua língua materna entre os brasileiros. Brasil: outros desafios A surdez como questão física medicável. Implementação de práticas que incluam os surdos; Novos marcos na educação de pessoas surdas: superação do ouvintismo; Língua portuguesa escrita como sua segunda língua; Bilinguismo.
14 O surdo brasileiro e o uso da língua portuguesa Uso inadequado dos verbos em suas conjugações, tempos e modos; Uso inadequado de preposições; Omissões de conectivos; Omissões de verbos de ligação; Falta de domínio e uso restrito de certas estruturas de coordenação e subordinação. Espanhol para aluno surdo brasileiro Aluno com oralidade desenvolvida: buscar auxílio de fonoaudiólogo para o desenvolvimento da oralidade da língua espanhola. Aluno sem oralidade desenvolvida: buscar auxílio da libras para o desenvolvimento da escrita de língua espanhola. Libras: recursos o dicionário de Libras: Capovilla (ver p. 69 do Guia de Estudos do Aluno); o alfabeto para surdos. a mídia: as janelas para Libras em programas de TV. surdos em situação de sala de aula: o intérprete de Libras.
15 Libras: o alfabeto manual Libras: os números Imagem 3 Libras: datilologia Datilologia é a soletração utilizando-se o alfabeto manual. Ex.: soletração de nomes de pessoas e endereços.
16 Filmes Vídeo da Cléo apresentando o alfabeto manual. Duração: 2 minutos Desafio Soletre seu nome e de seus colegas utilizando o alfabeto manual! Veja o alfabeto na tela. Línguas de sinais: outras questões Regionalismo; A relação entre as línguas de sinais é diferente das línguas orais. Ex.: Língua de sinais francesa, Libras e língua de sinais americana.
17 Intérprete de LIBRAS Profissional ouvinte com proficiência em LIBRAS que atua como tradutor. Referência de imagens Imagem 1 Disponível em: < Acesso em: 06 mai Imagem 2 Disponível em: < lisms/structuralism/benveniste/benveniste.jpg >. Acesso em: 03 mai Imagem 3 Disponível em: < /marco/numeros.jpg >. Acesso em 05 mai Todas as demais imagens são originárias do banco de imagens Referências bibliográficas BENVENISTE, E. "Comunicação animal e linguagem humana"; In Problemas de Linguística Geral I. Campinas: Pontes e Edit. da Unicamp, 1966/1988. CAPOVILLA, F. C. RAPHAEL, W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado da língua de sinais brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Imprensa Oficial do Estado, SACKS, O. Vendo Vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 1916/1988 pág. 15 a 18.
18 Legislação Lei no , de 24 de abril de Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Libras. Disponível em < Acesso em 03 mai2009. Portaria Normativa N 11, DE 9 DE AGOSTO DE Institui o Programa Nacional para a Certificação de Proficiência em Libras e para a Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação de Libras-Língua Portuguesa- Prolibras. Disponível em < Acesso em 03 mai Boa Noite! Prof: Daniel A. Costa O. da Cruz
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