As mulheres nos terreiros: A coleção de fotos de Ruth Landes, Jamie Lee Andreson 1

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1 As mulheres nos terreiros: A coleção de fotos de Ruth Landes, Jamie Lee Andreson 1 Resumo: Através de uma etnografia do arquivo, este trabalho examina a coleção de mais de 400 fotos tiradas pela antropóloga norte-americana Ruth Landes (e algumas por Édison Carneiro) durante sua pesquisa de campo nos terreiros de Salvador. Como uma pesquisadora estrangeira, a Landes não tirou fotos de rituais, cerimônias nem a possessão. Porém, ela capturou as dinâmicas cotidianas dos terreiros, focando especificamente nos papéis das mulheres. Interroga-se as dinâmicas entre a fotógrafa e os fotografados através de uma análise comparativa da coleção de fotos e sua etnografia escrita, A Cidade das Mulheres. Examina-se como as pessoas responderam à presença de uma pesquisadora norte-americana e sua máquina naquela época, discutindo a cultura visual dentro dos candomblés. Demostra como ela capturou cenas espontâneas que confirmam sua tese da predominância feminina nos candomblés da Bahia. Palavras chaves: Candomblé, matriarcado, fotografia, história da antropologia, estudos afro-brasileiros Analisado a coleção fotográfica A experiência de pesquisa de campo da antropóloga norte-americana Ruth Landes na Bahia está registrada em várias fontes primárias, incluindo correspondências, reflexões, cadernos de campo e, sobretudo, a coleção de fotos que tirou durante estada de cinco meses na Bahia. 2 Esta coleção tem cerca de 400 fotos, documentando o percurso nos candomblés da Bahia e na cidade de Salvador, guiado primariamente pelo etnólogo baiano Edison Carneiro que oferece uma visão alternativa da pesquisa de campo. A maioria das fotos foi tirada e legendada por Landes, tendo Carneiro também feito algumas. Outras não têm legenda nem outro tipo de informação. Muitas são versões da mesma cena, com as mesmas 1 Mestre em Estudos Étnicos e Africanos do programa Pós Afro, Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutoranda em História e Antropologia na University of Michigan, Ann Arbor. 2 Ruth Landes nasceu no ano de 1908, na cidade de Nova Iorque, em uma família judia e imigrante. Após formar-se em Sociologia, em 1928, na New York University (NYU), ela trabalhou como assistente social no bairro de maioria negra, Harlem, em Nova Iorque, durante o Renascimento de Harlem (Harlem Renaissance). Também completou o mestrado na área de assistência social antes de fazer doutorado em antropologia na Columbia University. Em 1932, começou a pesquisa de campo com foco nos papéis de gênero entre as comunidades indígenas Ojibwa, Sioux e Potawatomi, nos Estados Unidos e Canadá. Por causa da identidade judia e sua posição social oriunda da classe trabalhadora, foi considerada uma aluna desviante, perfil preferido pela orientadora que a acompanharia, a antropóloga Ruth Benedict. Seus livros mais influentes Ojibwa Women (1938) e The City of Women (1947) documentaram as vozes de mulheres subalternas.

2 pessoas em movimento ou ação, portanto, nem todas as fotos são suscetíveis à análise pertinente. Por isso, seleciono algumas fotos chaves para entender a coleção em geral e o desenvolvimento da tese do poder feminino nos candomblés, desenvolvida em seus trabalhos escritos (Landes, 1940a; 1940b; 1947). A coleção tem uma variedade de encenação e espontaneidade, de formalidade e também intimidade. As fotos não foram publicadas na primeira versão da etnografia The City of Women (1947), nem na versão em português A Cidade das Mulheres, publicada em 1967, pela Civilização Brasileira, que usa uma foto de Pierre Verger para a capa. Algumas foram selecionadas e publicadas nas segundas edições do livro publicado, em 1994, nos EUA, e em 2002, no Brasil. Essas fotos e descrições deixam traços e pistas que iluminam a metodologia como antropóloga treinada por Ruth Benedict e Franz Boas, da Columbia University, durante período fundamental para o estabelecimento da disciplina e o campo dos estudos afrobrasileiros. Nessa variedade, a coleção contém bastante informação não explorada sobre a experiência de Landes como antropóloga americana e também sobre as pessoas fotografadas. Minha análise da coleção fotográfica aborda as fotos como fontes históricas e antropológicas. A coleção é um acervo histórico que documenta as personagens, os locais e eventos que ocorreram durante a pesquisa de Landes, entre 1938 a Por meio de fontes visuais, podemos ver alguns detalhes da vida das pessoas fotografadas, porém sempre pelo olhar isento de Landes e a partir de sua maquina. As fotos contêm informações interessantes e únicas sobre as comunidades do candomblé e a cidade de Salvador, todas capturadas por Landes. Ela fez entrevistas com alguns dos personagens mais influentes e icônicos do candomblé da Bahia do século 20 (como Martiniano do Bonfim e Mãe Menininha, por exemplo). 3 As imagens se aproximam da sua experiência e dessas pessoas, revelando o momento histórico e fundamental para a formação de estudos afro-brasileiros e a abertura do candomblé no setor público, com em parceria com o governo do estado da Bahia, em Salvador, exemplificado no Segundo 3 O personagem de Martiniano Eliseu do Bonfim aparece em quase todos as etnografias escritas sobre o candomblé na primeira metade do século 20. Ele servia, principalmente, como informante para os antropólogos americanos em colaboração com os acadêmicos brasileiros Nina Rodrigues, Artur Ramos e Edison Carneiro. Ele servia como o presidente da União das Seitas Afro-Brasileiras e foi bem elogiado pelo congresso por sua liderança e autenticidade africana na construção do Candomblé na Bahia (ROMO 2010, DANTAS 1988). Sua experiência na África, como a suposta terra pátria do candomblé e dos escravizados baianos, deu-lhe autoridade dentro das comunidades negras e como um representante delas para fora. Através de sua educação no Brasil e em Lagos, na África Ocidental, ele falava o português, o Inglês e o iorubá, que facilitava sua interação com antropólogos estrangeiros e o estado.

3 Congresso Afro-brasileiro de É em parte por isso que o livro e as fotos ainda permanecem relevantes: o relato detalhado e as representações dessa experiência e desses diálogos interessam a muitos praticantes, simpatizantes e acadêmicos do candomblé. Nesta análise, abordo as fotos como materiais multivocais e intencionalmente construídos e produzidos. O ato de fotografar coloca os informantes em relação com Landes. Analiso a afinidade entre Landes, como antropóloga, e as pessoas fotografadas, incluindo os informantes e suas famílias, os amigos, companheiro (Carneiro), e outros conhecidos e desconhecidos. Esses relacionamentos não são claramente definidos nas fotos, portanto, uma análise cruzada de fontes diversas facilita um entendimento maior da experiência e dos relacionamentos com pessoas diferentes no campo. 4 A análise trata as fotos como fontes que revelam o processo da construção de conhecimento a partir da metodologia da pesquisa de campo e a observação participante na disciplina de antropologia. Landes explicou o método de pesquisa de campo numa reflexão, Em eu e Edison ficamos bem perto do povo de culto, sempre estávamos disponíveis, pacientes, contentes e também atentos a anotar e tirar fotos. Nunca usamos um gravador ou outro instrumento parecido (Landes, 1970, p. 134). Enquanto Carneiro estava guiando Landes nas pesquisas, ele também tirou algumas fotos dela no campo, que iluminam a posição como mulher estrangeira nesses ambientes. Em seus escritos, Landes comenta sobre as reações que as pessoas tinham quando observavam uma mulher solteira andando nas ruas de Salvador. 5 4 Utilizo fontes primárias adicionais como cartas pessoais, notas de campo e uma comparação com a etnografia escrita das mesmas cenas. 5 Ela descreve como antes de conhecer Edison Carneiro, iria andar nas ruas sozinha à noite, depois do calor, para ver os acontecimentos da cidade. Ela escreveu, naquela época uma mulher fora de casa era um problema (Landes 1980: 132). Carneiro avisou para que não saísse após às cinco horas da tarde.

4 Figura 1: Landes na roça de Aninha, Ilê Axé Opô Afonjá, agosto, 1939 (91-4_0332). 1 Por hospedar-se só em um hotel, ela chamou a atenção na cidade alta. Pessoas comentaram os seus sapatos chiques, que relembravam aqueles usados por prostitutas (Landes, 1947[2002], pp. 10, 12; Landes, 1970, p. 132). Às vezes, Landes se sentia isolada e sem liberdade na Bahia, mesmo querendo participar das atividades e festas populares. Por exemplo: um registro de imagem na Lavagem do Bonfim mostra como ela se sentia estrangeira, afastada e marcada por seus sapatos e sua máquina fotográfica. Esse sentimento, no entanto, não a impediu de tirar fotos e aproveitar a festa como observadora, Não os perturbei de modo algum com a minha máquina fotográfica, nem com os meus sapatos, ainda nos pés. Uma negra divertida num alvíssimo vestido sacerdotal de renda e seda, que manejava a vassoura com vivacidade, até me pediu que a fotografasse. Quase desejei participar (Landes, 2002[1967], p. 306). Uma foto na coleção corresponde à descrição fornecida por Landes. Esse exemplo sugere que ela avisasse aos fotografados e, possivelmente, pedisse-lhes permissão para fotografálos.

5 Figura 2: Varrendo, lavagem do Bonfim, Janeiro, 1939 (91-4_0240). Como exemplificado nesta comparação, num momento da etnografia e em uma foto na coleção, faço leituras comparativas das fotos tiradas e a narrativa escrita por Landes para revelar novas informações. A partir dessa análise, considero como no processo de escrever ocorrem rasuras e mudanças da experiência vivida para a experiência contada. Mesmo que a câmera não possa capturar a realidade total de uma situação, o cruzamento com outras fontes aproxima ainda mais à experiência de campo de Landes. Este trabalho explora os meios diversos nos quais as fotos de s têm sido usadas e reinterpretadas como forma de comentar sobre o legado do trabalho de autora pesquisada e a foto como objeto material. Fotos como documentos sociais contêm relacionamentos múltiplos que se tornam entidades, atuando e mediando entre pessoas (Edwards, 2006, p. 31). Nesse sentido, fotos podem servir como interlocutores que unem comunidades distantes em tempos e espaços diferentes. O exemplo das fotos de Mãe Aninha emolduradas em seu terreiro, publicadas em jornais e etnografias estrangeiras refletem essa abordagem. Vemos como a produção de conhecimento sobre o candomblé está interligada também com a produção das fotos. Essa coleção servia como forma de documentação pessoal para o processo antropológico de Landes durante a pesquisa e escrita etnográfica, não como um

6 empreendimento artístico, nem inicialmente público. As fotos só se tornaram públicas a partir da doação ao museu Smithsonian National Anthropological Archives. Landes foi convidada a doar seu arquivo pessoal após a publicação do artigo A Woman Anthropolgist in Brazil (1970), que documentou os desafios de sua experiência no Brasil (Cunha, 2005, p. 16),. Atualmente, as fotos têm sido usadas, em várias formas, por acadêmicos brasileiros e norte-americanos e, possivelmente, ainda existem revelações impressas nos terreiros onde pesquisou. 6 A circulação cria vida própria, a foto se torna socialmente viva e influencia as pessoas ao longo de seus caminhos (Appadurai, 1986). A coleção também revela várias instâncias que fornecem novas visões do uso da cultura visual dentro dos próprios candomblés, que revelam informações sobre o uso de fotografia por praticantes daquela época para entender melhor sua perspectiva da fotografia e Landes com sua câmera no campo de pesquisa. Na antropologia, a observação serve como meio de conhecimento, apresentando resultados finais em etnografias. Na fotografia, a observação se fixa em objetos por meio da tecnologia da máquina, criando certa permanência em fotos impressas. Os dois (o antropólogo e o fotógrafo) utilizam o poder do olhar como a forma de definir o objeto. 7 Nesse sentido, a fotografia transforma o espaço (aberto, em fluxo, maleável) em um local fixo, quadrado e definido. Enquanto Landes se movia nas ruas e terreiros de Salvador, ela olhava, mas não via tudo. No momento em que tirava uma foto e via a imagem revelada, observava uma determinada realidade com elementos fixos. No caso de Landes, suponho que as fotos serviram como documentação da experiência de campo, utilizadas no processo de escrever sua etnografia como representação de tal experiência, A Cidade das Mulheres. Atualmente, a coleção pode servir para várias funções como um registro de personagens conhecidas e queridas do candomblé, de locais urbanos de Salvador, ou de eventos icônicos na história da Bahia. 6 Ainda não encontrei fotos de Landes nos terreiros onde Landes pesquisou. Porém, em 2013, houve uma iniciativa de criar uma exposição das fotos de Landes como uma colaboração entre o terreiro de Gantois, o Museu Afro-Digital e o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO, UFBA). Por falta de apoio financeiro, a exposição não foi realizada. Fotos de Landes foram usadas e publicadas em livros recentes como Julio Braga, Na Gamela do Feitiço (1999), Sally Cole, Ruth Landes: A Life in Anthropology (2003), Lisa Castillo, Entre a oralidade e a escrita (2010). 7 Como observa Elizabeth Edwards, There are strong visualist metaphors in anthropology - observing, seeing, reading --and there is the obvious analogy between the anthropologist and camera as external observer and recorder (Fabian 1983; Clifford 1986) (Edwards, 1992, p. 14).

7 O processo de fixação dos objetos na fotografia corresponde à abordagem dos Boasianos 8 denominada salvage anthropology, mediante a qual os antropólogos pesquisaram as culturas primitivas no campo sob o pressuposto de que elas seriam corruptíveis pela civilização ocidental (a ironia, neste pensamento, vista historicamente é que os próprios antropólogos contribuíram para a dita corrupção, estando implicados nos projetos imperialistas). Margaret Mead utilizou métodos visuais nas pesquisas e usava a fotografia em conjunto com a metodologia de sua antropologia. Num artigo chamado Visual Anthropology in a Discipline of Words, ela comentou que o reconhecimento de que as formas de comportamento humano ainda existentes inevitavelmente desaparecerão faz parte de nossa herança científica e humanística desde o início. É por isso ela continua que precisamos criar um acervo de material visual passível de ser cada vez mais reanalisado com novos instrumentos e teorias desenvolvidas (Mead, 1995, pp. 3, 10, tradução minha). Nas considerações de Mead (e, suponho, também de sua colega Landes), fotos servem como uma forma de documentar as práticas de culturas primitivas que estavam supostamente em perigo de desaparecer. Debora Gordon anotou que o campo servia como um lugar separado, onde o ocidental poderia encontrar um tempo antes do advento da sociedade ocidental (1990, p. 154). Essa capacidade de apropriação e descontextualização do tempo e espaço dos fotografados demonstra o poder da fotografia, similar ao poder da observação como conhecimento na antropologia. Do instantâneo ao retrato: poder feminino no Gantois e o Engenho Velho Pela coleção parece que Landes tinha um grande interesse nas crianças afiliadas aos terreiros. Esse foco nas crianças está ligado com o propósito de matriarcado. Os terreiros de candomblé são administrados pelas mulheres como comunidades compostas por famílias, que oferecem poder doméstico e religioso para as mães. Neste sentindo, o terreiro é um espaço 8 Os Boasianos referem aos alunos que foram treinados por Franz Boas na Columbia University em Nova Iorque, criando uma tradição de antropologia também dirigido pela orientadora Ruth Benedict que enfatizava pesquisa de campo em várias culturas do mundo para documentar e classificar os remanescentes de culturas que estavam supostamente desaparecendo com a modernidade. Para Benedict, em Patterns of Culture (1934), cultura era um total em que os indivíduos se conformavam. Culturas exibem personalidades e têm caraterísticas que correspondem com os indivíduos daquela sociedade. A partir de uma visão psicológica, esta noção de cultura passou a explicar as relações dos indivíduos com a totalidade. (Lapsley, 1999; Stocking, 1999).

8 privado, no qual a antropóloga tem acesso privilegiado. O mundo dos homens está nas ruas, em público, no cargo dos ogãs, enquanto as filhas de santos, os ekedis e as mães de santos servem os orixás nos terreiros. Porém, para Landes, o terreiro também cria uma organização social e não apenas religiosa. O candomblé é um espaço de alteridade, é uma inversão dos papéis de poder na sociedade brasileira. A maioria das fotos que aparecem na coleção de Landes é instantânea e de pouca qualidade. A partir de uma análise sequencial de cenas fotografadas na pesquisa de campo, podemos ver quando ela ficou longe observando as pessoas e quando ela interveio para ajustar ou dirigir a foto. Landes descreve o uso da fotografia durante a pesquisa de campo na seguinte forma: Precisávamos estar constantemente disponíveis, com paciência e cordialidade infinitas, sempre alertas, sempre prontos a tomar notas e tirar instantâneos de maneira discreta (2002, p. 56). Os vários níveis de intervenção também refletem nas variações na experiência de campo e as interações entre observação e participação na metodologia antropológica. Uma comparação entre as fotos tiradas na pesquisa de campo e a etnografia escrita ao longo da década subsequente ilumina duas perspectivas de sua experiência de campo. Tal comparação também reflete nas diferenças e potencialidades distintas de fontes escritas e visuais. Sem dúvida, a presença de Landes com a maquina tinha um impacto nas imagens produzidas. Porém, há algumas fotos na coleção que mostram espontaneidade e contêm elementos que não poderiam ser intencionalmente encenados por ela. Algumas fotos fornecem evidência sobre os relacionamentos entre as pessoas fotografadas, apesar da influência da máquina e da pesquisadora. Essas incluem as mulheres (mães e filhas de santos), crianças nas ruas, homens jogando capoeira, e participantes em festas, como a Lavagem do Bonfim e a procissão na festa de Iemanjá. Nesse aspecto, assumo que, embora a presença de Landes certamente influenciasse as dinâmicas da foto, as imagens capturaram momentos fora do seu controle. Como destaca a historiadora Lilia Schwarcz, comentando numa exposição de fotos da escravidão no final do século XIX no Brasil, Diferente da pintura, na fotografia se materializa um processo distinto de captura da individualidade da cena, com seu acaso, revelando a própria impossibilidade de o fotógrafo dominar totalmente a construção da representação. É nesse momento que o artista-fotógrafo perde o controle sobre seu produto (2011). A coleção de Landes, como a etnografia, representa os terreiros como espaços dominados por mulheres. Relacionamentos de Landes com informantes no campo informaram sua teoria do

9 poder feminino apresentada em Cidade das Mulheres. O livro tinha um impacto na imagem internacional dos candomblés e das mães-de-santo representadas por ela com a ajuda de Edison Carneiro. Uma análise como essa dá nova perspectiva à experiência de campo e tem sido válida para entender melhor a metodologia antropológica e a construção de argumentos apresentados na etnografia. Para documentar a suposta liberdade e felicidade nos terreiros como um espaço de socialização dos negros, Landes tirava fotos espontâneas das crianças. As fotos que ela tirou nos terreiros de candomblé do Engenho Velho e Gantois se parecem nesse aspecto. Em dois exemplos, Landes, como fotógrafa, está em cima, observando as atividades informais e a vida cotidiana dos participantes, principalmente das mulheres e das crianças. Ela tira a foto de longe, sem muita intervenção. Parece que alcança a captura do ambiente do terreiro, para documentar o que geralmente não está visto por estrangeiros. Figura 3: Moço segurando lata de agua na cabeça, Engenho Velho, 24 de outubro, 1938 (91-4_0616). Figura 4: Crianças na casa de Manoel, Gantois, setembro de 1938 (91-4_0368). As crianças aparecem soltas no chão, livres e partes integrais da comunidade religiosa. Outras fotos na coleção mostram crianças no ato de trabalho, equilibrando a noção de

10 que elas eram livres do trabalho infantil. Porém, a partir de sua etnografia e seu olhar fotográfico, Landes sugere que os terreiros sejam espaços mais seguros e felizes para as crianças e as mães. Lá elas convivem em paz, mesmo entre condições humildes, com casas simples na floresta. No Engenho Velho, ela descreve a experiência assim, as crianças saltavam e corriam ao redor de nós e, afinal, duas delas agarraram as mãos de Edison e nos levaram às pequeninas casas, cada qual dedicada a uma divindade diferente, construídas, às vezes, em volta do tronco desmedido das árvores sagradas (Landes, 2002, p. 83). Nos primeiros meses em Salvador Landes visitou o terreiro de Gantois e conheceu Mãe Menininha. Landes visitou Gantois no dia 14 de setembro de 1938, sem Edison Carneiro, que tinha brigado com Mãe Meninha por causa de conflitos na União de Seitas Afro-Brasileiras (Landes 2002, p. 116). Landes foi apresentada pelo Dr. Estácio Lima, que tinha uma forte ligação com Mãe Menininha. 9 Ela já tinha visitado o Ilê Axé Opô Afonjá logo depois do falecimento da mãe-de-santo Aninha e viu retratos dela, ouviu histórias de sua grandeza contadas por devotos e também por Edison Carneiro e Martiniano do Bonfim. O respeito e admiração pelas mães de santos marcaram seu encontro com Mãe Menininha como o primeiro contato com uma matriarca viva. Landes demostra como ficou impressionada com sua posição de poder. De acordo com Landes, a Mãe Menininha era a epítome da matriarca e confirmou as teorias do poder feminino no Candomblé. Landes admirou a posição que ela ocupava como uma grande chefe, a sua vida transcorrera num pedestal religioso em sua sociedade matriarcal (Landes, 2002, p. 126). Uma sequência de fotos com Mãe Menininha no terreiro demostra como Landes interagiu com os informantes, oscilando da espontaneidade ao retrato formal. Em geral, ela estava focada nas mulheres nos terreiros. 9 Landes também conheceu o Dr. Nestor Duarte, um professor da Faculdade de Direito, que escreveu um livro sobre a história da mulher negra no Brasil. Ele já relatou ideais de matriarcado nos candomblés para Landes: Economicamente, tanto na África como durante a escravidão no Brasil, [a mulher negra] contara consigo mesma e isso se combinava com a sua eminência no candomblé para dar um tom matriarcal à vida familiar entre os pobres. Era um desejável equilíbrio, supunha, para o rude domínio dos homens em toda a vida latina (Landes 2002[1967]: 120).

11 Figuras 5, 6, 7 : Mãe Menininha e suas filhas ficando em pê e encostando na janela de seu terreiro no Gantois, 14 de setembro, 1938 (91-4_0398, 91-4_0399, 91-4_0381). Nessa sequência de fotos, vemos Mãe Menininha sentindo-se à vontade, falando com suas filhas-de-santos na janela de uma casa. Na primeira foto (figura 5), Menininha segura seu panode-costa, falando com algumas mulheres dentro da casa. Na segunda (figura 6), ela está desancando no chão, em cima da calçada fora da casa, possivelmente aproveitando o vento para se aliviar do calor ou para falar com Ruth Landes que, ao que parece, estava em pé, tirando fotos na frente da casa. Em todas as fotos, Mãe Menininha entre outras, estão descalças. Quando se vira para a câmera de Landes (figura 7), ela arruma o pano-de-costa, mas não mexe o cabelo, nem a roupa, nem os pés. 10 Mesmo quando Landes chama todos para tirar uma foto mais encenada, ninguém troca de roupa. Possivelmente, todas apenas saíram da casa e se juntaram para posar. Observa-se como todos os fotografados parecem ser exclusivamente mulheres e crianças. Poderia ser a intenção de Landes produzir uma foto assim, ou poderia refletir uma realidade cotidiana de quem ficava nos terreiros. 10 Não tenho certeza da ordem exata dessas fotos, porque o arquivo de Landes nem sempre se apresenta cronologicamente. Portanto, sempre fornece datas para criar uma cronologia de sua experiência no campo.

12 Figura 8: Mãe Menininha (sentada) com suas filhas na sua casa de Candomblé, Gantois, 14 de setembro, 1938 (91-4_361). Vários exemplos sugerem que Landes pediu licença para tirar fotos. No Gantois, as mulheres no terreiro foram informadas de sua chegada. Possivelmente, elas chegaram à janela com animação, antecipação e suspeição de ver a visita estrangeira, uma mulher branca e americana no terreiro. Foi uma novidade e na etnografia Landes escreve como elas estavam fofocando sobre os motivos da visita da antropóloga branca e norte-americana. Na narrativa, Landes encontra com Menininha na sala de visita, as duas sentam e começam a falar sobre os ancestrais, a linhagem da família de Menininha e do Gantois, que, em geral, são sempre mulheres. De repente, chega uma filha-de-santo para conversar com sua mãe-de-santo, - Estão falando dessa gringa, replicou a visitante, com uma cara de poucos amigos. Parece que ela quer aprender a dançar Sorriu, de leve. Sem dúvida que há alguma coisa atrás disso. Com certeza, vai espalhar o que aprender nos palcos da terra dela e ganhar bom dinheiro. - Que bobagem! censurou Menininha, gravemente. É amiga do Dr. Estácio. Ele mesmo a trouxe aqui em casa. Além disso, ele disse que é pessoa instruída, uma doutora. Não repita esses boatos bobos. Que mais você sabe? (Landes, 2002, p. :129) Esse trecho demostra como Menininha respeitou Landes e confiou em seu propósito de pesquisa como uma conhecida de Dr. Estácio Lima. Não é certo que a entrevista incluída no

13 livro ocorreu no mesmo dia dessas fotos, nem posso ter certeza de que a etnografia em si seja precisa. Porém, análise comparativa esclarece como Landes interpretou as atividades e os eventos da pesquisa de campo para entender melhor a formação de sua tese de matriarcado no candomblé. Com a confiança de Mãe Menininha, Landes ganhou permissão para tirar fotos espontâneas das cenas informais do terreiro. Ela também ajustou algumas fotos e organizou pessoas para registrar momentos construídos por ela. A coleção tem exemplos de retratos tirados por Landes, criando um arquivo de líderes nas comunidades afro-religiosas naquela época. Essas fotos podiam ter servido para documentar as líderes dos terreiros e fornecer provas da liderança feminina. Como anteriormente mencionada, Landes não publicou essas fotos em suas primeiras publicações após a pesquisa no Brasil. Ao contrário, ela usava as fotos em privado, durante o processo de escrever a etnografia ao longo dos anos subsequentes. O retrato da mãe pequena Maria da Conceição no Gantois mostra como Landes produziu algumas fotos como parte de suas interações com informantes no campo. Não há mais fontes sobre este evento, possivelmente Maria pediu a Landes para tirar sua foto, ou foi Landes que a organizou. Ocorre no ambiente natural do terreiro, ela está vestida em roupa branca comum, com o pano-de-costa, contas de orixá e turbante, em frente de uma árvore. Está numa posição poderosa, apresentando-se como dona do espaço, segura e em controle.

14 Figura 9: Mãe Pequena... Maria da Conceição, Gantois, setembro 1938 (91-4_0162). Sob o comando de Mãe Menininha, Maria da Conceição administrava as atividades religiosas para a manutenção dos orixás e a comunidade religiosa. Por essa foto, Landes parece convencida de seu poder e interessada em divulgar sua posição para um público maior. Landes visitou o Gantois pelo menos duas vezes durante o mês de setembro (como está registrado na coleção de fotos). No mês de outubro, ela foi muito ativa nas pesquisas. Conheceu mais da cidade junto com Edison Carneiro. Visitaram Brotas, Duque de Caxias e igrejas católicas na cidade alta. 11 Continuou a frequentar o terreiro caboclo de Sabina, visitou a casa de Mãe Flaviana, voltou a Ilê Axé Opô Afonjá e visitou o terreiro Engenho Velho pela primeira vez. No dia 24 de outubro, Landes tirou 54 fotos no Engenho Velho. No livro, ela também descreve sobre as experiências no local, como na festa de Oxalá. Porém, a ela não foi permitido fotografas durante cerimônias e rituais. Ainda assim, ela escreveu a respeito dos ritos em detalhes na etnografia. Foi no Engenho Velho, o terreiro supostamente mais antigo da Bahia, onde Landes começou a achar que este era realmente um templo de matriarcas e que os homens, embora desejados e necessários, eram principalmente espectadores (Landes, 2002, p. 88). Ela explica 11 Tudo isso está recontado na etnografia e também representado na coleção de fotos.

15 como no Engenho Velho, [d]urante século e meio, houve uma sucessão de mulheres, as mães do templo, que atenderam a todas as necessidades da sua gente e regularmente entretiveram os deuses na sua carne (2002, p. 81). Mais uma vez, a mãe pequena Luzía no Engenho Velho representou para Landes o poder feminino dos terreiros. Ela começou a entender as hierarquias e papéis das mulheres na organização religiosa. Cada uma tinha suas tarefas, papéis rituais, destinos e ligações particulares com orixás. Figura 10: Filhas de Engenho Velho em frente da casa de Xangô,, 24 de outubro, 1938 (91-4_0615). Embora muitas das fotos tiradas no dia 24 de outubro no Engenho Velho sejam espontâneas, essa é uma foto intencional e posada, requerendo uma colaboração entre as fotografadas e Landes (possivelmente, Carneiro também estava envolvido). Essa imagem das várias meninas e mulheres no terreiro representa as gerações, as hierarquias e a validade do poder feminino. A foto serve como prova de sua tese de matriarcado, que foi desenvolvida em suas publicações após a pesquisa. Em artigo publicado no ano de 1940, Landes descreveu o candomblé como um matriarcado cultual. Ela coloca que os sacerdócios nagô na Bahia são quase exclusivamente femininos. A tradição afirma que somente as mulheres estão aptas, pelo seu sexo, a tratar as divindades e que o serviço dos homens é blasfemo e desvirilizante (Landes, 2002[1940a], p. 321).

16 Essa leitura comparativa das fontes visuais e textuais permite acessar as atividades cotidianas das mulheres no terreiro por meio de fontes distintas, que reforçam os argumentos apresentados nos artigos e no livro de Landes. 12 Esses exemplos mostram como Landes não apenas criou a ideia da liderança feminina e a predominância das mulheres no terreiro. Ao contrário, ela observou essa realidade nos terreiros onde frequentava, durante a pesquisa de campo, ao lado de Carneiro, e relatou as observações na etnografia, de acordo com seu treinamento como antropóloga. Esse exemplo responde às críticas de J.L Matory em relação à influência da tese de Landes para o desenvolvimento do Candomblé. Ele argumenta que, Landes efetivamente fundou a tradição brasileira na qual o compromisso do terreiro à exclusão de homens da possessão e do cargo de pai-de-santo se tornava a medida significativa de sua pureza nagô. Matory atribui problemas nos trabalhos de Carneiro e Landes em construir e divulgar uma realidade que queriam ver, mas que não existia no campo. Já para Landes, isso era a igualdade de gênero e, para Carneiro, era a cultura nordestina pré-moderna (Matory, 2005, pp. 191, 195, 190, tradução minha). Nesse debate, concordo com a avaliação da historiadora da antropologia Mariza Corrêa, no artigo O mistério dos orixás e das bonecas (2000). Falando do símbolo da baiana baseada na figura matriarcal das mulheres negras associadas aos terreiros, Corrêa explica, Ruth Landes foi a primeira pesquisadora a, explicitamente, feminizar os cultos afro-brasileiros. A baiana, é claro, não foi criação sua, mas a revolta que essa explicitação causou em alguns círculos brasileiros sugere que, antes de se transformar em símbolo, ela era uma realidade intratável (p. 252). Na discussão sobre o que surgiu primeiro a liderança feminina ou a representação de tal a predominância das mulheres nos terreiros era um fenômeno observado e interpretado por Landes e registrado em suas fotos. A experiência informou sua teoria de gênero e religião que, após a publicação, passou por círculos acadêmicos, ganhou vida própria, circulou e foi recebida e interpretada de maneiras diversas. 13 O importante é contextualizar os argumentos de Landes a partir de 12 Minha análise para este argumento vem da avaliação da coleção inteira, na qual há vários exemplos de mulheres e crianças nos terreiros. Landes focou no aspecto de gênero e família nos terreiros, e capturou cenas representando isso, tanto espontâneas como encenadas. 13 Por exemplo, as pesquisas posteriores de Peter Fry confirmam a predominância de mulheres nos terreiros, onde diz, entretanto o fato é que a maioria dos membros do culto são mulheres, e mesmo se Landes está errada em insistir que o papel sacerdotal é exclusivamente feminino, as mulheres certamente dominam os cultos (FRY 1982: 65).

17 suas observações, seu tempo histórico, seu treinamento, seus informantes e interações no campo de pesquisa. Cultura visual entre os candomblés Vários exemplos na coleção de Landes demonstram como as fotos eram produzidas e circuladas entre participantes de Candomblé, antes de ela chegar ao Brasil com sua maquina. Por exemplo, as fotos que Landes tirou durante a entrevista com Martiniano do Bonfim revelam que havia imagens emolduradas na parede em sua sala de estar. Landes anota como Bonfim, durante a entrevista, mexia com livros, papéis e canetas na mesa, para arrumar o lugar. Ele se representou não como um negro pobre, como estava visto por Landes e a sociedade em geral, mas, sim, como um africano bem educado, vestido e respeitado. Figura 11: Ruth Landes e Martiniano do Bonfim na casa de Martiniano, agosto, Foto tirada por Edison Carneiro (91-4_0315). A entrevista publicada em The City of Women descreve como Martiniano se referiu a fotos pessoais para mostrar sua posição no mundo afro-brasileiro, O velho começou a remexer nuns livros muito manuseados, na mesa empoeirada, até encontrar um com figuras de famílias negras da Bahia e parentes importantes de Lagos (Landes, 2002, p. 67). Esse

18 exemplo mostra como Martiniano dependia dos meios visuais de legitimação para demonstrar a capacidade de comunicação em Inglês e Iorubá e o conhecimento de textos e livros. Ele usa essa prova visual de fotos para legitimar sua linhagem e prestígio como um africano verdadeiro, como uma resistência às relações raciais de embranquecimento e o estabelecimento da nação brasileira durante o regime autoritário do Estado Novo de Getulio Vargas ( ). No próprio depoimento sobre tais imagens, Bonfim confirma que elas serviam como capital social, uma forma de legitimar o Candomblé como uma religião africana e também o papel central, nessa religião, para os estrangeiros. No ato de ser fotografado, ele também aceita essa autoridade e se expõe como representante do candomblé. Sua aliança com Mãe Aninha também reforçava sua autoridade e legitimidade como líderes do Candomblé nagô na Bahia (Dantas, 1988; Lima, 1987) 14. Na roça de Aninha, Landes também encontrou várias fotos da falecida Mãe Aninha, emolduradas, impressas e pintadas, como um testamento de grandeza e do papel honorável no terreiro. 14 Vivaldo da Costa Lima explica bem a relação de Martiniano e Aninha e seus legados nos candomblés, Martiniano e Aninha são atualmente nomes lembrados na tradição oral de todos os terreiros da Bahia, mitificados já, na lembrança da gente-de-santo, dos que os conheceram em vida e dos que ouviram contar histórias de seu poder, de seu conhecimento, de seu imenso prestígio. Nessas duas figuras singulares bem se poderiam identificar as clássicas categorias weberianas da legitimação do poder, no caso, do poder teocrático exercido pelos pais e mães dos terreiros da Bahia: eram eles pessoas que conheciam suas origens étnicas e culturais. Dotados de um superior conhecimento das tradições e reconhecidos por toda a gente como detentores legítimos do saber religioso, dos fundamentos como se diz na linguagem dos terreiros; formados nos rigorosos cânones do ritual, dos sacrifícios, do questionamento do destino, das cosmogonias, das teogonias e da ação corretora das normas Martiniano e Aninha eram ainda dotados de uma aura carismática emanada de suas personalidades poderosas, plenas de sabedoria e de mistério. Viveram queridos, respeitados e temidos. E hoje são lembrados e reverenciados na memória dos terreiros como verdadeiros heróis culturais de sua gente (Lima, 1987, p. 46)

19 Figura 12: Um retrato de Mãe Aninha, aos 45 anos de idade, nas mãos de Edison Carneiro, Ilê Axé Opô Afonjá, 9 de outubro, 1938 (91-4_0383). Figura 13: Um retrato de Aninha, aos 26 anos de idade, pintado depois de uma foto, Ilê Axé Opô Afonjá, 9 de outubro Esses retratos de Aninha circularam na Bahia e fora do estado, validando o poder dos líderes de Candomblé e servindo como provas de linhagens africanas para terreiros nagôs da Bahia. Em sua conversa com Mãe Menininha, sobre sua família e ascensão a mãe-desanto, Landes também consultou fotos do Gantois, examinei novamente o retrato, reparando no torso de fazenda africana listada, o vestido de dona-de-casa da baiana, as pulseiras de ouro, grossas como algemas da era elizabetana, em cada braço, os colares, contas rituais, os pesados brincos de ouro aparecendo por baixo do torso (Landes, 2002, p. 127). A partir desses exemplos na coleção de fotos de Landes e as descrições em sua etnografia, vemos como os líderes do Candomblé usavam fotos da linhagem e da família de santo para provar a validade da religião com raízes africanas. A coleção de Landes tem muitos exemplos que sugerem que pessoas nos terreiros tinham contato com câmeras e fotos antes que Landes chegasse para tirar as suas. 15 A maioria das fotos eram retratos formais, servindo como registros de família e preservando a 15 O artigo de Lisa Castillo (2009) também fornece exemplos de fotos utilizadas e apresentadas nos terreiros antes e depois de Landes, incluindo as de Manuel Querino, Nina Rodrigues e Pierre Verger. Carneiro também tirou fotos para As Religiões Negras, mesmo que nem todas fossem publicadas (Oliveira e Lima, 1987).

20 história do terreiro. A coleção de fotos de Landes se diferencia nessa perspectiva. Mesmo que ela produzisse alguns retratos de líderes também na coleção, a maioria das fotos capturam momentos espontâneos e inesperados, que contêm informações não examinadas sobre a vida cotidiana nos candomblés da Bahia, no final da década de A coleção serve como um acervo histórico e antropológico (como Mead esperava) das personagens e práticas de Candomblé e os lugares da cidade de Salvador. No final, as fotos reforçam a teoria do poder feminino no Candomblé e produzem evidências da forte presença e papeis integrais das mulheres nos terreiros. Sem dúvida, o interesse de Landes nas mulheres e suas crianças influenciaram as cenas que fotografou. A construção do matriarcado por Landes reflete a posição e os interesses como mulher branca e norte-americana, que apontava a possibilidade da organização social do matriarcado como contraponto do patriarcado ocidental. Porém, a prevalência de tais cenas nos terreiros e a facilidade com que a pesquisadora tinha em capturar tais momentos em fotos instantâneas, sugerem que a predominância feminina nos terreiros pesquisados por ela era a realidade observada e não apenas criada em sua etnografia A Cidade das Mulheres. Através da análise da coleção de fotos, podemos avaliar a aproximação de Landes aos informantes nos candomblés, principalmente seu foco nas mulheres e crianças. O interesse no assunto das mulheres começou antes de chegar na Bahia, mas suas interações com interlocutores no campo de pesquisa mostrou a predominância de mulheres nos candomblés, principalmente os terreiros nagôs. 16 A tese do matriarcado foi construída a partir de suas interações com mulheres como as mães pequenas e as líderes dos terreiros Mãe Menininha, Mãe Flaviana e a falecida Mãe Aninha. As afirmações de Martiniano do Bonfim e Edison Carneiro, grandes autoridades sobre os candomblés da Bahia, também confirmaram suas ideias sobre o matriarcado, que claramente não foi apenas uma invenção sua, mas o resultado de várias colaborações realizadas no campo de pesquisa, como uma boa pesquisadora treinada na antropologia norte-americana. 16 Referindo aqueles terreiros da nação nagô, também chamado Ketu, que afirmam uma tradição iorubá da adoração dos orixás.

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