Junho/2011. Introdução. Por que estudar a formação do enfermeiro?
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- Ricardo Taveira
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1 A Formação do Enfermeiro para Atuação na Atenção Básica: uma análise segundo as diretrizes do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÚDE) Karen dos Santos Matsumoto Thereza Varella Célia Regina Pierantoni Junho/2011 ObservaRH Estação de Trabalho IMS/UERJ Ministério da Saúde Introdução Por que estudar a formação do enfermeiro? Melhor compreensão das mudanças na dinâmica do sistema educativo da área da saúde, especialmente na graduação em enfermagem; Entendimento da estreita relação entre a formação de profissionais capacitados e o sistema de saúde; Baia produção acadêmica sobre o tema. Objetivo geral Analisar a formação do enfermeiro, no município do Rio de Janeiro, na perspectiva do trabalho na Atenção Básica, via ESF, a partir da visão dos alunos de graduação de enfermagem sobre seu processo formativo.
2 Metodologia (1) - Estudo de caso múltiplo com abordagem quali - quantitativa de natureza descritiva eploratória. - Pesquisa Bibliográfica: A Formação do Enfermeiro Mercado de Trabalho em Saúde e o Profissional Enfermeiro - Universo: Município do Rio de Janeiro. Cenários: Uma instituição pública e uma privada que oferecem cursos de graduação em enfermagem (identificadas por A e B no estudo) As instituições escolhidas foram as que obtiveram o melhor conceito no ENADE e que não aderiram ao Pró-Saúde, e dentre estas, as que possuíam o maior número de concluintes em Metodologia (2) - Instrumento decoleta dedados: Survey aplicado por meio de questionário aos alunos de graduação de enfermagem dos últimos s das instituições escolhidas. Composto por 30 questões objetivas e estruturadas, contendo perguntas informativas e opinativas, agrupadas em três blocos: Bloco I-Identificação, Bloco 2-Perfil sóciodemográfico; Bloco 3-Situação e atividade acadêmica. Realização de pré-teste. Metodologia (3) Eio Norteador do Estudo Pró-Saúde: Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde. É um programa que possui papel indutor na transformação do ensino de saúde no Brasil. Objetiva promover a integração ensino-serviço, visando à reorientação da formação profissional, assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Básica (BRASIL, 2009, p.10 e 13).
3 Metodologia (4) A proposta do Pró-Saúde: Tabela 1 -Estrutura da matricial dos eios do Pró-Saúde. Rio de Janeiro, Eios A. Orientação teórica B. Cenários de prática C. Orientação pedagógica Vetores Estágio I Estágio II Estágio III 1- Determinantes de saúde e doença 2- Produção de conhecimentos segundo as necessidades do SUS Fonte: PRÓ-SAÚDE, 2009, p Pós- Graduação e Educação Permanent e 4-Interação Ensinoserviço 5-Diversificação dos cenários do processo aprendizagem 6-Articulação dos serviços universitários com o SUS 7-Análise crítica da Atenção Básica 8-Interação do ciclo básico/ciclo 9-Mudança Metodológica profissional Metodologia (5) -Análise dos dados: Base de dados no Access. Tabulação dos dados através do software R versão Tratamento estatístico dos dados: Análise de confiabilidade das respostas. Principais resultados (1) Situação e atividade acadêmica: - Atividades curriculares: 90% dos alunos responderam que os múltiplos determinantes são os que predominam na estrutura curricular. Há uma abordagem da saúde como um processo multideterminado, valorizando ações de promoção, prevenção, recuperaçãoe vigilância dasaúde. Interação teoria-prática/ensino-serviço: É constante na instituição B (90%). Já na instituição A, 49% responderam que é constante, porém 46% disseram haver pouca interação. Momento em que os alunos iniciam os campos de prática: 100% dos alunos da instituição B responderam que ocorrem em todos os s da graduação. Na instituição A, os campos de prática ocorrem em alguns s específicos (51,3%) ou somente nos últimos s (41%).
4 Principais resultados (2) - Atividades curriculares: Campos de prática: Instituição A Situação e atividade acadêmica: Tabela 2- Alunos de graduação em enfermagem segundo periodicidade em que os alunos são inseridos nocampo de prática na Instituição A. Rio de Janeiro, INSTITUIÇÃO A Campos de prática 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Laboratórios de práticas assistenciais das IES Equipamentos sociaisescolares e comunidade Unidades básicas de Saúde Estratégia de Saúde da Família Instalações próprias da IES (hospitais e clínicas) articuladas ao SUS Hospitais do SUS Hospitais e clínicas privados não vinculados ao SUS Principais resultados (3) - Atividades curriculares: Campos de prática: Instituição B Situação e atividade acadêmica: Tabela 3 - Alunos de graduação em enfermagem segundo periodicidade em que os alunos são inseridos nocampo de prática na Instituição B. Rio de Janeiro, Campos de prática Laboratórios de práticas assistencias das IES Equipamentos sociaisescolares e comunidade 1º 2º 3º INSTITUIÇÃO B 4º 5º 6º 7º 8º Unidades básicas de saúde Estratégia de Saúde da Família Instalações próprias da IES (hospitais e clínicas) articuladas ao SUS Hospitais do SUS Hospitais e clínicas privados não vinculados ao SUS Principais resultados (4) - Organização do processo de formação Situação e atividade acadêmica: Tabela 4 - Alunos de graduação em enfermagem segundo organização do processo de formação de acordo com a natureza jurídica da instituição. Rio de Janeiro, Organização do processo de formação Instituição A Instituição B Fi % Fi % Possui como eio as necessidades de saúde da população, enfatiza a importância da Atenção Básica, problematiza as situações de saúde e da organização do serviço Está pautado em processos patológicos, com ênfase nas ações curativase hospitalares Articula atividades ambulatoriais e hospitalares, promovendo oportunidades de conhecimento e análisedo serviço de saúde Total
5 Conclusão (1) O estudo apontou que as IES integrantes doestudo estão próimas do modelo de atenção proposto pelo SUS, contudo ainda necessitam de reformulações em suas estruturas curriculares, de modo a formar cidadãosprofissionais críticos e refleivos, com conhecimentos, habilidades e atitudes que os tornem aptos a atuarem em um sistema de saúde qualificado e integrado (BRASIL, 2009). Conclusão (2) A proposta do Pró-Saúde: Instituição A Tabela 5 - Estrutura da matricial dos eios do Pró-Saúde para a Universidade A. Rio de Janeiro, Eios A. Orientação teórica B. Cenários de prática C. Orientação pedagógica Vetores Estágio I 1- Determinant es de saúde e doença 2- Produção de conhecimento s segundo as necessidades do SUS 3-Pós- Graduaçã o e Educação Permanen te 5- Diversificação dos cenários do processo aprendizagem 6- Articulação dos serviços universitário s com o SUS 7- Análise crítica da Atenção Básica 8- Interação do ciclo básico/cicl o profission al Estágio II Estágio III Não foi abordado Não há instalações próprias 9-Mudança Metodológic a Conclusão (3) A proposta do Pró-Saúde: Instituição B Tabela 6 - Estrutura da matricial dos eios do Pró-Saúde para a Universidade B. Rio de Janeiro, Eios A. Orientação teórica B. Cenários de prática C. Orientação pedagógica Vetores Estágio I Estágio II 1- Determinante s de saúde e doença 2- Produção de conhecimento s segundo as necessidades do SUS Estágio III 4- Interação Ensinoserviço 3-Pós- Graduação e Educação Permanente Não foi abordado 4- Interação Ensinoserviço 5- Diversificação dos cenários do processo aprendizagem 6- Articulação dos serviços universitário s com o SUS 7-Análise crítica da Atenção Básica 8-Interação do ciclo básico/ciclo profissional 9- Mudanç a Metodol ógica
6 Conclusão (4) Considerando o modelo de reorientação da formação proposto pelo Pró-Saúde, as duas instituições estão caminhando de maneiras diferentes neste processo, estando a Instituição B mais próima das diretrizes do programa, à medida que apresenta um número maior de vetores no Estágio III. A Instituição A possui um número maior de vetores no estágio II, o que não invalida a mudança. Conclusão (5) Ambas as instituições nãoaderiram ao Pró-Saúde como eio norteador das modificações da formação, mas apresentam-se muito próimas das diretrizes do programa. O modelo biomédico ainda é bastante representativo no processo de formação, porém é consensual de que toda mudança necessária é lenta e gradual. Conclusão (6) Município do Rio de Janeiro: Nós críticos na formação doenfermeiro para a ESF: Violência eistente na cidade, que dificulta o desenvolvimento das atividades da ESF; A baia institucionalidade dessa estratégia no município, onde o número de equipes é insuficiente para atender a toda população. Temos 170 equipes de Saúde da Família, com uma estimativa de cobertura de pessoas. Considerando que a população é de habitantes, a cobertura da ESF no município do Rio de Janeiro é de apenas 9%.
7 Conclusão (7) A continuidade e o fortalecimento do incentivo às instituições para a adesão ao Pró-Saúde/DCNs aproimará cada vez mais a formação do enfermeiro ao modelo de atenção proposto pelo SUS, repercutindo desta forma na qualidade do atendimento prestado aos usuários do sistema desaúde brasileiro. Finalizando este estudo, apesar de sua limitação para generalizações, é possível elucidar questões que auiliem o processo de reformulação da formação em saúde. Há a necessidade de novas pesquisas, mais abrangentes, no campo da formação, de modo a complementar esta análise e contribuir para o debate. Referências PIERANTONI, Célia Regina, et al. Tendências do Sistema Educativo no Brasil: medicina, enfermagem e odontologia. In: BARROS, A.F.R.; SANTANA, J.P.; NETO, P.M.S.(org.). Observatório de Recursos Humanos em Saúde no Brasil. Brasília: OPAS, 2004, v. 2, p PIERANTONI, Célia Regina; Varella, Thereza Christina. A profissão do enfermeiro no Brasil: um mercado em transformação. In: PIERANTONI, Célia Regina (Org) et al. Trabalho e Educação em Saúde no Mercosul. Brasília, DF: Ministério dasaúde. Rio dejaneiro: Europa, 2008, p VARELLA, Thereza Christina, et al. A epansão da graduação em enfermagem no Brasil configurando as motivações eepectativas dosalunos. Rio de Janeiro: FENF/UERJ, VARELLA, Thereza Christina; MATSUMOTO, Karen. O trabalho do enfermeiro no Brasil: analisando oferta e demanda no mercado. IN: Educação e saúde. Organizadoras- PIERANTONI, Célia Regina; VIANA, Ana Luisa D Ávila. São Paulo: Hucitec, P VARGAS, Liliana Angel; GARBOIS, Julia Arêas; CUNHA, Fátima Teresinha Scarparo. O direito à saúde na Estratégia Saúde da Família: uma refleão necessária. In: PHYSIS Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 18 [1]: 27-44, VIEIRA, A. L. S.; SILVA, M. T. N. Pessoal de enfermagem no Brasil e evolução da formação do enfermeiro. Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro: v. 2, n. 1, p VIEIRA, A.L.S.; FILHO, A.A.; OLIVEIRA, E.S. de. Mercado de trabalho em saúde na região sudeste- Brasil: a inserção da equipe de enfermagem. Disponível em: Acesso em: 21/04/2006 às 12:31h. VIEIRA, A.L.S. Empregabilidade dos enfermeiros no Brasil. Revista de Enfermagem Escola Anna Nery, Rio de Janeiro: v. 6, suplemento n. 1, p Pesquisa disponível no site: Obrigada!
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