A evolução da IC: aguda e crónica

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A evolução da IC: aguda e crónica"

Transcrição

1 1

2 Sumário 1. Tratamento e estabilização da IC aguda no doente que recorre ao SU 2. Objetivos durante a hospitalização por IC 3. Cuidados de transição hospitalização-domicilio 4. Estratégias para a redução da re-hospitalização por IC 5. Abordagem e tratamento da agudização da IC no doente em ambulatório A evolução da IC: aguda e crónica Lynne Warner Stevenson, A Companion to Braunwald s Heart Disease: Heart Failure, 2 nd edition,

3 A viagem do doente com IC 1. Tratamento e estabilização do doente com IC aguda no SU 3

4 Caso clínico Homem de 65 anos Seguido em consulta de cardiologia por cardiopatia isquémica EAM anterior em 2007: DA ocluída (sem viabilidade); doença de CD e Cx não revascularizável FEVE 33%, insuficiência mitral moderada Portador de CDI em prevenção primária Depressão ligeira de função VD; PSAP 45 mmhg Outros AP: HTA Obesidade DM tipo 2 Ex-fumador Medicação: AAS 100 mg id Furosemido 40 mg 1x/dia Enalapril 5 mg 2x/dia Carvedilol 6,25 mg 2x/dia Espironolactona 25 mg 1x/dia Atorvastatina 40 mg + Ezetimibe 10 mg Caso clínico À entrada na sala de emergência: Obnubilado e cianosado Pele fria e sudorética Pulso fraco e irregular Dispneia aguda com 2 horas de evolução TA 180/110 mmhg FC bpm SaO2 (Fi40%) 87% FR 35 cpm T - 36,8ºC Pulsos cheios EJ +++ AP fervores 2/3 inferiores bilaterais AC S1+S2, irregular, taquicárdica, sopro sistólico II/VI mitral MI edemas moderados maleolares 4

5 Caso clínico Caso clínico 5

6 Qual o diagnóstico mais provável? 1. Edema agudo do pulmão 2. Tromboembolia pulmonar 3. Pneumonia lobar 4. Pneumotórax hipertensivo 5. Exacerbação de DPOC 6

7 Qual o diagnóstico mais provável? 1. Edema agudo do pulmão 2. Tromboembolia pulmonar 3. Pneumonia lobar 4. Pneumotórax hipertensivo 5. Exacerbação de DPOC A progressão da congestão Lynne Warner Stevenson, A Companion to Braunwald s Heart Disease: Heart Failure, 2 nd edition,

8 As síndromas de IC aguda McMurray J et al ESC Heart Failure guidelines. Eur Heart J 2012 O edema agudo do pulmão História de EAM ou ICC Hipoperfusão, S3, edemas, distensão jugular TNI elevadas BNP elevado Aumento ICT Congestão pulmonar Linhas B Kerley Derrame pleural (direito, bilateral) Ware LB et al. N Engl J Med 2005;353:

9 Como abordar o doente com IC aguda? In Suporte Avançado de Vida em Insuficiência cardíaca SAVIC. Editores Manoel Canesim et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2015 Os perfis clínico-hemodinâmicos In Suporte Avançado de Vida em Insuficiência cardíaca SAVIC. Editores Manoel Canesim et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2015 Stevenson, LW. Eur J Heart Failure 1999; 1:

10 Qual é o perfil hemodinâmico do doente? 1. Quente e seco 2. Quente e húmido 3. Fria e húmido 4. Frio e seco 10

11 Qual é o perfil hemodinâmico do doente? 1. Quente e seco 2. Quente e húmido 3. Fria e húmido 4. Frio e seco In Suporte Avançado de Vida em Insuficiência cardíaca SAVIC. Editores Manoel Canesim et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2015 Como abordar o doente com IC aguda? In Suporte Avançado de Vida em Insuficiência cardíaca SAVIC. Editores Manoel Canesim et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole,

12 Das seguintes atitudes, qual a menos prioritária? 1. Sentar o doente 2. Administrar oxigénio suplementar 3. Colocar um comprimido de NTG sublingual 4. Administrar 1 mg/kg de furosemido ev 5. Realizar uma gasimetria 12

13 Das seguintes atitudes, qual a menos prioritária na IC? 1. Sentar o doente 2. Administrar oxigénio suplementar 3. Colocar um comprimido de NTG sublingual 4. Administrar 1 mg/kg de furosemido ev 5. Realizar uma gasimetria Evolução do tratamento da IC nos últimos 50 anos Diuretics Vasodilators Oxygen Consider inotropic therapy Digoxin Aminophylinne Isoproterenol E em 2018? 13

14 EAP em perfil B: quente e húmido In Suporte Avançado de Vida em Insuficiência cardíaca SAVIC. Editores Manoel Canesim et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2015 Tratamento da IC aguda: T +1 hora Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6):

15 Objectivos do tratamento: T+24 horas Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6): Ponikowsky P et al. Eur Heart J. 2016; 37: Os fatores precipitantes Lynne Warner Stevenson, A Companion to Braunwald s Heart Disease: Heart Failure, 2 nd edition, 2010 Ponikowsky P et al. Eur Heart J. 2016; 37:

16 O doente foi estabilizado com furosemido 80 mg ev, dinitrato de issosorbido ev a 4 ml/h, 6 horas de VNI e morfina 4 mg ev. Diurese nas primeiras 24 horas: 3500 ml Onde deve ser internado? 1. Na enfermaria 2. No SO, pois pode ter alta amanhã 3. Nos cuidados intensivos 4. Nos cuidados intermédios 16

17 SU/Alta 15/11/2018 O doente foi estabilizado com furosemido 80 mg ev, dinitrato de issosorbido ev a 4 ml/h, 6 horas de VNI e morfina 4 mg ev. Diurese nas primeiras 24 horas: 3500 ml Onde deve ser internado? 1. Na enfermaria 2. No SO, pois pode ter alta amanhã 3. Nos cuidados intensivos 4. Nos cuidados intermédios Onde internar e quando dar alta? Melhoria subjectiva da dispneia FC < 100 bpm FR < 25 cpm PAS > 100 mmhg Diurese adequada (>1500 ml nas 1 as 24 horas) SaO2 > 90% Creatinina estável ou ligeiramente aumentada Iões normais Bom suporte social Necessidade de VNI ou EOT Evidência de hipoperfusão SaO2 <90% Dispneia FR > 25 cpm FC <40 or >130 bpm PAS <90 mmhg Intermédios/UCIC Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6): Eur Heart Journal: Acute Cardiovasc Care. 2017;6(4):

18 Onde internar e quando dar alta? Nohria A et al. J Cardic Failure. 2001;6:64 Mensagens-chave A descompensação aguda inicia-se habitualmente semanas antes A abordagem deve focar-se nos perfis clínico-hemodinâmicos Os fatores precipitantes, se existirem, devem ser identificados nas primeiras horas Alguns doentes podem ter alta diretamente do SU para casa O local de internamento deve ser escolhido de acordo com a gravidade/perfil hemodinâmico à apresentação 18

19 Caso clínico Dado que se encontrava manifestamente congestivo e sob perfusão de DNI, foi internado na unidade intermédia de medicina interna Ao fim de 24 horas, foi transferido para a enfermaria, após descongestão significativa e melhoria das queixas de dispneia. 19

20 Objetivos de tratamento na IC aguda No internamento Identificar a etiologia e precipitantes Titular terapêuticas e controlar a congestão No SU Iniciar TMO Melhorar hemodinâmica e Considerar dispositivos e tratamento perfusão de órgão cirúrgico Promover oxigenação Aliviar sintomas Limitar a lesão de órgão-alvo Prevenir a TEP Minimizar o tempo no SU Ponikowsky P et al. Eur Heart J. 2016; 37: Objectivos do tratamento: T+48 horas TMO Cuidados multidisciplinares Educação doente/cuidadores Plano de seguimento Peso Balanço hídrico Função renal Electrólitos Sinais Vitais (Ecocardiograma) Monitorização Terapêutica médica otimizada Preparar a alta e seguimento Descongesto ( seco ) Precipitante corrigido Comorbilidades controladas Estabilizado > 24 horas Em TM oral > 24 horas Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6):

21 Que dados valorizar durante o internamento? Girerd N et al. JACC Heart Failure. 2018; 6: Parâmetros clínicos TVJ Dispneia Ortopneia Edemas Fadiga Fervores Girerd N et al. JACC Heart Failure. 2018; 6:

22 Que proporção de doentes tem alta sem perder peso ou <2 kg durante um internamento por IC? 1. <5% 2. 10% 3. 25% 4. 40% 5. 50% 22

23 Que proporção de doentes tem alta sem perder peso ou <2 kg durante um internamento por IC? 1. <5% 2. 10% 3. 25% 4. 40% 5. 50% ADHERE Registry. Fonarow et al. Rev Cardiovasc Med 2003;4 Suppl 7:S21-30 Diurese e diuréticos Ellison, D. et al. N Engl J Med 2017;377:

24 Diurese e diuréticos Ellison, D. et al. N Engl J Med 2017;377: Biomarcadores Girerd N et al. JACC Heart Failure. 2018; 6:

25 Biomarcadores: BNP e NT-proBNP Critérios de bom prognóstico à data de alta: BNP < 250 pg/ml NT-ProBNP < 1500 pg/ml Redução > 30% Girerd N et al. JACC Heart Failure. 2018; 6: Imagem: ecografia torácica e ecocardio Girerd N et al. JACC Heart Failure. 2018; 6:

26 Objectivos do tratamento: T+48 horas TMO Cuidados multidisciplinares Educação doente/cuidadores Plano de seguimento Peso Balanço hídrico Função renal Electrólitos Sinais Vitais (Ecocardiograma) Monitorização Terapêutica médica otimizada Preparar a alta e seguimento Descongesto ( seco ) Precipitante corrigido Comorbilidades controladas Estabilizado > 24 horas Em TM oral > 24 horas Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6): Terapêutica médica optimizada 1. Garantir a não suspensão dos fármacos 2. Introduzir fármacos moduladores de prognóstico 3. Titular o mais possível em internamento Ponikowsky P et al. Eur Heart J. 2016; 37:

27 Garantir a não suspensão de fármacos Beta-bloqueantes Fonarow G et al. J Am Coll Cardiol. 2008;52: Caso clínico Homem de 65 anos, FEVE 33%, cardiopatia isquémica Internado em perfil B (EAP hipertensivo) Agora, TA 105/70 mmhg FC 75 bpm Euvolémico, perdeu 5 kg Creatinina 1,2 mg/dl; K + 4,8 mg/dl Medicação atual: Aspirina 100 mg 1x/dia Furosemido 40 mg 3x/dia Metolazona 2,5 mg 2x/semana Enalapril 10 mg 2x/dia Carvedilol 6,25 mg 2x/dia Espironolactona 12,5 mg 1x/dia Atorvastatina 40 mg + ezetimibe 10 mg 1x/dia 27

28 Qual a proposta menos adequada: 1. Titular carvedilol 6,25 bid para 12,5 bid gradualmente 2. Titular espironolactona para 25 mg id 3. Trocar enalapril 10 mg bid por sacubitril/valsartan 24/26 mg bid 4. Reduzir furosemida para 40 mg bid 5. Adicionar digoxina 0,125 mg 5x/semana 28

29 Qual a proposta menos adequada: 1. Titular carvedilol 6,25 bid para 12,5 bid gradualmente 2. Titular espironolactona para 25 mg id 3. Trocar enalapril 10 mg bid por sacubitril/valsartan 24/26 mg bid 4. Reduzir furosemida para 40 mg bid 5. Adicionar digoxina 0,125 mg 5x/semana Digoxina na IC aguda Efeito na hemodinâmica aditivo a outras estratégias Efeito hemodinâmico favorável (aumenta inotropismo e reduz FC) Não afeta a função renal Pode ser monitorizada Transição fácil da forma endovenosa para oral Barata No contexto agudo pode ser uma opção, mas não de primeira linha. Gheorghiade M and Braunwald E. JAMA; 2009:302(19) 29

30 O estudo Transition: ARNI em internamento Senni M et al. European Heart Journal, Volume 39, Issue suppl_1, 1 August 2018, ehy566.p6531 O estudo Transition: ARNI em internamento Senni M et al. European Heart Journal, Volume 39, Issue suppl_1, 1 August 2018, ehy566.p

31 Mensagens-chave A grande maioria dos doentes deve ter alta com menos peso do que entrou A utilização de indicadores multi-paramétricos de descongestão pode ajudar no seguimento dos doentes e da escolha do momento ideal para a alta A terapêutica moduladora de prognóstico não deve ser suspensa durante o internamento e, se possível, deve até ser titulada A iniciação de sacubitril/valsartan durante o internamento parece ser tão segura como em ambulatório 3. Cuidados de transição hospitalização-domicílio 31

32 Objectivos do tratamento: T+48 horas TMO Cuidados multidisciplinares Educação doente/cuidadores Plano de seguimento Peso Balanço hídrico Função renal Electrólitos Sinais Vitais (Ecocardiograma) Monitorização Terapêutica médica otimizada Preparar a alta e seguimento Descongesto ( seco ) Precipitante corrigido Comorbilidades controladas Estabilizado > 24 horas Em TM oral > 24 horas Čerlinskaitė K et al. Korean Circ J Jun;48(6): O nosso doente acabou por ter alta. Qual a probabilidade de ele ser readmitido durante o próximo mês? 1. <5% 2. 10% 3. 20% 4. 25% 32

33 O nosso doente acabou por ter alta. Qual a probabilidade de ele ser readmitido durante o próximo mês? 1. <5% 2. 10% 3. 20% 4. 25% 33

34 O impacto das rehospitalizações no prognóstico Cardiac and/or renal function Recurrent hospitalization: important for several reasons With each hospitalization, there is myocardial and renal damage which contributes to progressive LV or renal dysfunction, leading to an inevitable downward spiral. Hospitalization Hospitalization Hospitalization O que é a fase vulnerável? As estratégias globais devem focar-se nos fatores que, durante a hospitalização ou durante a fase inicial do período de recuperação logo após a alta hospitalar, possam contribuir para a vulnerabilidade dos doentes. 1,2 Marti NC et al. Circ Heart Fail Sep 1; 6(5): 10. Krumholz HM. Post-hospital Syndrome An acquired, Transient Condition of Generalized Risk. NEJM. 2013;368;2 34

35 A grande complexidade e interação de fatores Albert N et al. Transitions of Care in Heart Failure A Scientific Statement From the American Heart Association. Circ Heart Fail. 2015;8: Quais as características a procurar? Terapêutica médica optimizada Educação dos doentes e cuidadores Estratégias flexíveis de diurético Seguimento após alta Acesso fácil aos cuidados de saúde Protocolos definidos de resposta a variações clínicas (peso, ) Aumento do contacto com cuidados de saúde (telemonitorização, ) Acesso a terapêuticas avançadas Suporte psicossocial McMurray J et al ESC Heart Failure guidelines. Eur Heart J

36 24 horas horas 48 horas 72 horas 24 dias 15/11/2018 Como implementar cuidados? Telefonema pela enfermeira Visita domiciliária por enfermeira Telefonema pela assistente social Telefonema pela enfermeira >3 telefonemas Médico de família: consulta aos 7 dias Médico hospitalar: consulta aos 15 dias Albert N et al. Transitions of Care in Heart Failure A Scientific Statement From the American Heart Association. Circ Heart Fail. 2015;8: Primeira consulta após alta por IC... Bottle A et al. BMJ Open 2016;6:e

37 Como implementar cuidados? A unidade de insuficiência cardíaca Tal Hasin et al. Eur Heart J. 2018(39): A unidade de insuficiência cardíaca 1 Optimização do regime terapêutico 2 Educação detalhada do doente e da família Peso diário Restrição salina e restrição hídrica Ajuste de diurético (dose flexível) Cessão tabágica e alcólica Reabilitação/aconselhamento cardíaco 3 Enfermagem dedicada 4 Hospital de dia para perfusões (levossimendano, diuréticos ev, ferro ev, etc.) 37

38 15/11/2018 Educação e formação dos doentes TEMA COMPETÊNCIA DO DOENTE COMPORTAMENTO DOS PROFISSIONAIS Compreender a causa da IC, sintomas e evolução da doença Tomar decisões realistas, incluindo decisões relativas ao final de vida Fornecer informação oral e escrita que considere o grau de literacia em saúde Reconhecer as barreiras da IC à comunicação e fornecer informação em intervalo de tempo regulares Comunicar de forma sensível informação sobre prognóstico no momento do diagnóstico, durante os processos de tomada de decisão relativos a opções terapêuticas, em momentos de alteração da condição de doença e sempre o doente o requisitar Monitorização de sintomas e autocuidado Monitorizar e reconhecer a alteração de sinais e sintomas. Saber como e quando contactar um profissional de saúde De acordo com conselho de profissionais de saúde, saber quando gerir autonomamente terapêutica diurética e ingestão de fluídos Fornecer informação personalizada para apoiar a auto-gestão, tais como: Em caso de aumento de dispneia ou edema ou aumento inesperado de peso superior a 2Kg em 3 dias, os doentes podem aumentar a dose de diurético e/ou alertar a sua equipa de saúde Utilização de um regime de diuréticos flexível Instrumentos de apoio ao auto-cuidado, tais como caixas de medicamentos, quando apropriado Tratamento Farmacológico Compreender a indicação, dose e efeitos secundários das terapêuticas instituídas Reconhecer efeitos secundários mais comuns e como notificar um profissional de saúde Reconhecer os benefícios de tomar a medicação conforme prescrição médica Fornecer informação oral e escrita sobre dose, efeito e efeitos secundários Implantação de dispositivos e intervenções cirúrgicas percutâneas Compreender a indicação e o propósito dos procedimentos/ implantação de dispositivos Reconhecer as complicações mais comuns e saber quando notificar um profissional de saúde Reconhecer a importância e o benefício dos procedimentos/ Implantação de dispositivos Fornecer informação oral e escrita sobre benefícios e efeitos secundários Fornecer informação oral e escrita sobre controlo regular do funcionamento do dispositivo, bem como documentação sobre o check-up regular Definição, etiologia e evolução da IC (incluindo prognóstico) Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail Aug;18(8): Ferramentas de educação para doentes EXEMPLOS DE MECANISMOS DE INTERVENÇÃO Sistemas de alerta E- Health Sessões de educação e treino especificamente desenhadas para os doentes 38

39 Mensagens-chave Até 25% dos doentes com IC são reinternados no primeiro mês A abordagem específica ao períodos vulnerável é fundamental na transição de cuidados hospitalares para ambulatórios Existem vários modelos de cuidados, mas todos contam com enfermagem especializada e soluções de acesso hospitalar alternativas ao SU Existe conteúdo na internet adequado para doentes e cuidadores sobre IC 4. Estratégias para a redução da rehospitalização por IC 39

40 Qual das seguintes estratégias reduz os reinternamentos? 1. Trocar IECA por sacubitril/valsartan 2. Adicionar ivabradina a doentes em ritmo sinusal com FC > 70 bpm sob dose máxima de beta-bloqueantes 3. Integrar o doente num programa de reabilitação cardíaca 4. Todas as anteriores 40

41 Qual das seguintes estratégias reduz os reinternamentos? 1. Trocar IECA por sacubitril/valsartan 2. Adicionar ivabradina a doentes em ritmo sinusal com FC > 70 bpm sob dose máxima de beta-bloqueantes 3. Integrar o doente num programa de reabilitação cardíaca 4. Todas as anteriores A reabilitação cardíaca Intervenção abrangente que inclui: Exercício físico Informação Aconselhamento Intervenções terapêuticas Melhoria do estado físico e emocional Condiciona mudanças comportamentais de forma a promover um estilo de vida mais saudável Keusch S et al. Swiss Med Wkly. 2017;147:w

42 A reabilitação cardíaca Actualmente, definem-se Serviços de Reabilitação cardíaca (RC) como programas a longo prazo, envolvendo avaliação médica, prescrição de exercício, modificação de fatores de risco cardíacos, educação e aconselhamento Reabilitação Cardíaca: Realidade Nacional e Recomendações Clínicas. Junho Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares Alto Comissariado da Saúde A reabilitação cardíaca Fase 1 INTRAHOSPITALAR Serviços de prevenção e reabilitação a doentes hospitalizados, após evento coronário agudo (EAM/ SCA), durante o internamento, iniciado o mais precocemente possível, a partir das horas Fase 2 EXTRA-HOSPITALAR CURTO-MÉDIO PRAZO Fornece a curto-médio prazo serviços de prevenção e reabilitação a doentes em meio extra-hospitalar, precocemente, após evento cardiovascular, geralmente nos primeiros 3-6 meses após evento, mas estendendo-se até 1 ano após evento, quando necessário; Fase 3 EXTRA-HOSPITALAR LONGO PRAZO Programa que fornece a longo prazo serviços de prevenção e reabilitação para doentes em meio extrahospitalar, após 1 ano Reabilitação Cardíaca: Realidade Nacional e Recomendações Clínicas. Junho Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares Alto Comissariado da Saúde 42

43 A reabilitação cardíaca Aconselhamento nutricional Mortalidade NNT 32 Mortalidade CV NNT 63 Aconselhamento de actividade física Cessação tabágica Internamentos NNT 15 to 22 Reabilitação Cardíaca Internamentos por IC NNT 18 Tratamento psicossocial Controlo do peso Tratamento da diabetes, HTA, dislipidémia Dalal H et al. BMJ 2015 Melhorar o coração Gheoghiade M et al. J Am Coll Cardiol

44 5. Abordagem e tratamento da agudização da IC em ambulatório Caso clínico Homem de 65 anos, FEVE 33%, cardiopatia isquémica Internado em perfil B (EAP hipertensivo) Medicação actual: Aspirina 100 mg 1x/dia Furosemido 40 mg 2x/dia Sacubitril/valsartan 49/51 mg 2x/dia Carvedilol 12,5 mg 2x/dia Espironolactona 25 mg 1x/dia Atorvastatina 40 mg + ezetimibe 10 mg 1x/dia Motivo da consulta: Refere que aumentou 3 kg na última semana e que se sente mais cansado Andou com uma lombalgia e tomou 1 semana de diclofenac que tinha lá em casa... 44

45 Caso clínico Exame objectivo: TA 145/70 mmhg FC 75 bpm Eupneico FR 18 cpm T- 36,8ºC EJ ++ a 45% AP sem estase ou ruídos adventícios AC S1+S2, regular Abd Hepatomegália ligeira (3 cm do rebordo costal) MI Edemas ligeiros Qual o precipitante desta descompensação? 1. Progressão inexorável de doença 2. Toma de anti-inflamatório não esteróide 3. Infeção 4. Nenhuma das anteriores 45

46 Qual o precipitante desta descompensação? 1. Progressão inexorável de doença 2. Toma de anti-inflamatório não esteróide 3. Infeção 4. Nenhuma das anteriores Ponikowsky P et al. Eur Heart J. 2016; 37:

47 O que fazer? 1. Enviar para o serviço de urgência 2. Aumentar a dose de furosemido para 3x/dia 3. Associar diurético tiazídico e vigiar em 2-3 dias 4. Pedir ionograma e função renal para trazer dentro de 5-7 dias

48 O que fazer? 1. Enviar para o serviço de urgência 2. Aumentar a dose de furosemido para 3x/dia 3. Associar diurético tiazídico e vigiar em 2-3 dias 4. Pedir ionograma e função renal para trazer dentro de 5-7 dias Porquê escolher a metolazona? Semivida mais longa que os outros tiazídicos Eficácia mantida mesmo com TFG baixas Manter diurético ansa na dose em curso e associar metolazona diariamente até melhoria e posteriormente 3x/semana Vigilância apertada da função renal e ionograma Ellison, D. et al. N Engl J Med 2017;377:

49 Passados 5 dias Diz que se sente bem melhor e que perdeu 3 kg! Vem mostrar as análises. Exame objectivo TA 135/80 mmhg FC 65 bpm EJ a 45º +, RHJ + AP sem estase Sem ascite Sem edemas Creatinina 1.4 mg/dl (basal 1.2 mg/dl) K mmol/l O que fazer agora? Qual o próximo passo? 1. Manter dose baixa de metolazona (p.ex. ½ cp por semana) 2. Titular sacubitril/valsartan para 97/103 mg 2x/dia 3. Repetir creatinina e ionograma em dias 4. Recomendar vigilância apertada de peso 5. Todas as anteriores 49

50 Qual o próximo passo? 1. Manter dose baixa de metolazona (p.ex. ½ cp por semana) 2. Titular sacubitril/valsartan para 97/103 mg 2x/dia 3. Repetir creatinina e ionograma em dias 4. Recomendar vigilância apertada de peso 5. Todas as anteriores 50

51 Impacto prognóstico de ajustes diuréticos Subir dose de diuréticos = ida ao SU ou internamento Okumura N et al. Circulation. 2016;133: A transição descompensação-compensação Braunwald s Heart Disease. A textbook of cardiovascular medicine. 11 th Edition. 51

52 Um guia de bolso para seguir doentes com IC - I Yancy C et al. 6/j.jacc Um guia de bolso para seguir doentes com IC - II Yancy C et al. 6/j.jacc

53 Mensagens-chave Muitas internamentos podem ser prevenidos através de ajustes de medicação diurética e/ou vasodilatadora A educação de doentes e cuidadores é fundamental para identificação precoce de sinais sugestivos de congestão Muitos ajustes podem ser realizados em ambulatório, com vigilância clínica e laboratorial A utilização de protocolos de seguimento de doentes com IC pode melhorar os resultados globais destes doentes 53

Rim: Aliado ou inimigo? Miguel Nobre Menezes João R. Agostinho. Serviço de Cardiologia, CHLN, CAML, CCUL

Rim: Aliado ou inimigo? Miguel Nobre Menezes João R. Agostinho. Serviço de Cardiologia, CHLN, CAML, CCUL Rim: Aliado ou inimigo? Miguel Nobre Menezes João R. Agostinho Contexto Insuficiência cardíaca Doença renal crónica Incidência crescente Envelhecimento da população e melhoria de cuidados Coexistência

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS Parte 4 Profª. Tatiane da Silva Campos Insuficiência Cardíaca: - é uma síndrome clínica na qual existe uma anormalidade na estrutura ou na função cardíaca,

Leia mais

Internamentos evitáveis

Internamentos evitáveis Internamentos evitáveis Sub-title ULSLA GESTÃO DE CASO Adelaide Belo 19/03/2018 Internamentos evitáveis Sumário Conceito de internamentos evitáveis Projeto - Gestão de Caso na ULSLA Resultados Conclusões

Leia mais

Insuficiência Cardíaca

Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca Epidemiologia, Cenários Fisiopatológicos e Clínicos Carlos Aguiar Epidemiologia 1 Doença a epidémica 15 milhões na Europa ~20% das pessoas vivas aos 40 anos desenvolverão IC 75%

Leia mais

PROTOCOLO MÉDICO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA. Área: Médica Versão: 1ª

PROTOCOLO MÉDICO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA. Área: Médica Versão: 1ª Página: 1 de 11 1. DIAGNÓSTICO: Critérios de Framingham para diagnóstico de IC: 1.1 Maiores: -Dispnéia paroxicística noturna -Estase jugular -Estertores crepitantes na ausculta pulmonar -Cardiomegalia

Leia mais

Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica

Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica ICA: Definição Aparecimento/piora aguda dos sinais/sintomas de insuficiência cardíaca Diagnóstico Clínico Critérios

Leia mais

Coração Outono/Inverno

Coração Outono/Inverno Coração Outono/Inverno O que posso fazer pelo doente idoso com: Risco Cardiovascular Elevado Maria João Vieira Interna de Formação Específica em Cardiologia 1ª Ano Hospital Distrital de Santarém Cátia

Leia mais

INTERVENÇÕES PREVENTIVAS E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA

INTERVENÇÕES PREVENTIVAS E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA INTERVENÇÕES PREVENTIVAS E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ASSOCIADA A CARDIOTOXICIDADE Andreia Magalhães Serviço de Cardiologia Hospital de Santa Maria, CHULN Desafio para os Oncologistas e para

Leia mais

Coração Outono/Inverno: casos clínicos. O que posso fazer pelo meu doente idoso com: Fibrilhação auricular

Coração Outono/Inverno: casos clínicos. O que posso fazer pelo meu doente idoso com: Fibrilhação auricular Coração Outono/Inverno: casos clínicos. O que posso fazer pelo meu doente idoso com: Fibrilhação auricular Homem; 79 anos FRCV: Antecedentes: 1. HTA 1. Úlcera duodenal 2. Diabetes mellitus Medicação habitual:

Leia mais

Síndromes Coronarianas Agudas. Mariana Pereira Ribeiro

Síndromes Coronarianas Agudas. Mariana Pereira Ribeiro Síndromes Coronarianas Agudas Mariana Pereira Ribeiro O que é uma SCA? Conjunto de sintomas clínicos compatíveis com isquemia aguda do miocárdio. Manifesta-se principalmente como uma dor torácica devido

Leia mais

AGENDA. Actualizações sobre a terapêutica na diabetes tipo 2 módulo 1 16 de Outubro de 2018 Drª. Susana Heitor WEB 2

AGENDA. Actualizações sobre a terapêutica na diabetes tipo 2 módulo 1 16 de Outubro de 2018 Drª. Susana Heitor WEB 2 Actualizações sobre a terapêutica na diabetes tipo 2 módulo 1 16 de Outubro de 2018 Drª. Susana Heitor WEB 2 PT-3493 aprovado a 15/10/2018 AGENDA I. Novas recomendações da ADA/EASD 2018 II. Abordagem glucocêntrica

Leia mais

Síndrome Coronariana Aguda

Síndrome Coronariana Aguda Síndrome Coronariana Aguda Wilson Braz Corrêa Filho Rio de Janeiro, 2010 Curso de Capacitação de Urgência e Emergência Objetivos: Apresentar a epidemiologia da síndrome coronariana aguda nas unidades de

Leia mais

MÓDULO FINAL RESUMO DO ESSENCIAL NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Prof. Doutor Ricardo Fontes-Carvalho. MD, PhD, FESC, FACC

MÓDULO FINAL RESUMO DO ESSENCIAL NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Prof. Doutor Ricardo Fontes-Carvalho. MD, PhD, FESC, FACC MÓDULO FINAL RESUMO DO ESSENCIAL NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Prof. Doutor Ricardo Fontes-Carvalho MD, PhD, FESC, FACC Professor na Faculdade de Medicina do Porto Cardiologista

Leia mais

A Pessoa com alterações nos valores da Tensão Arterial

A Pessoa com alterações nos valores da Tensão Arterial A Pessoa com alterações nos valores da Tensão Arterial Fisiologia da TA Tensão arterial é a força exercida pelo sangue, devido à pressão do coração, sobre as paredes de uma artéria. Tensão sistólica: pressão

Leia mais

URGÊNCIAS EM MGF. Ivo Reis Academia Médica 06/2017

URGÊNCIAS EM MGF. Ivo Reis Academia Médica 06/2017 URGÊNCIAS EM MGF Ivo Reis Academia Médica 06/2017 Sumário I PARTE Estrutura dos cuidados de saúde em Portugal Algoritmo de decisão Avaliação do Doente Emergente II PARTE Casos Clínicos Estrutura de Cuidados

Leia mais

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril 2014 é í é A Diabetes em Portugal Prevalência elevada - 39,2% (20-79 anos) Diabetes ou Pré-Diabetes Aumento de 80% na incidência na última década Uma das principais

Leia mais

Programa MÓDULO 1: DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E PROGNÓSTICO (28-29 SETEMBRO 2018) Coordenador: Brenda Moura Sexta-feira

Programa MÓDULO 1: DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E PROGNÓSTICO (28-29 SETEMBRO 2018) Coordenador: Brenda Moura Sexta-feira Programa MÓDULO 1: DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E PROGNÓSTICO (28-29 SETEMBRO 2018) Coordenador: Brenda Moura Sexta-feira 15h 15.15h - Boas-vindas e introdução ao módulo. 15.15h 15.45h Definição de IC 15.45h-

Leia mais

CDI na miocardiopatia não isquémica

CDI na miocardiopatia não isquémica Unidade de Arritmologia Invasiva Serviço de Cardiologia Hospital de Santa Maria CDI na miocardiopatia não isquémica Que indicações? Gustavo Lima da Silva Sumário ü Miocardiopatia dilatada Prevenção secundária

Leia mais

CARDIOPNEUMOLOGISTA EM ELECTROCARDIOGRAFIA

CARDIOPNEUMOLOGISTA EM ELECTROCARDIOGRAFIA CARDIOPNEUMOLOGISTA EM CONTEXO DE URGÊNCIA ELECTROCARDIOGRAFIA DUARTE RIBEIRO; ANA CRISTINA REIS; ANA MARQUES; HELENA PEDROSA; JOANA RODRIGUES; LUÍS CASALTA; PATRICIA BRANCO; RUI SILVA 11200 11100 11000

Leia mais

Insuficiência cardíaca agudamente descompensada

Insuficiência cardíaca agudamente descompensada Insuficiência cardíaca agudamente descompensada na Sala de Urgência Autores e Afiliação: Carlos Henrique Miranda. Docente da Divisão de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica da FMRP -

Leia mais

SCA Estratificação de Risco Teste de exercício

SCA Estratificação de Risco Teste de exercício SCA Estratificação de Risco Teste de exercício Bernard R Chaitman MD Professor de Medicina Diretor de Pesquisa Cardiovascular St Louis University School of Medicine Estratificação Não-Invasiva de Risco

Leia mais

Programa de Reabilitação Cardíaca Fase intra-hospitalar

Programa de Reabilitação Cardíaca Fase intra-hospitalar Programa de Reabilitação Cardíaca Fase intra-hospitalar Lisboa, Maio 2008 Ftª Margarida Sequeira Drª Ana Cruz Dias Ftª Adelaide Fonseca Ftª Zita Vaz Reabilitação Cardíaca RC Definição o conjunto de actividades

Leia mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FUNÇÃO VENTRICULAR PRESERVADA. Dr. José Maria Peixoto

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FUNÇÃO VENTRICULAR PRESERVADA. Dr. José Maria Peixoto INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FUNÇÃO VENTRICULAR PRESERVADA Dr. José Maria Peixoto Introdução A síndrome da IC poder ocorrer na presença da função ventricular preservada ou não. Cerca de 20% a 50 % dos pacientes

Leia mais

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL BENEFIT e CHAGASICS TRIAL Estudos Clínicos em Chagas Patricia Rueda Doença de Chagas Terceira doença parasitária mais comum do mundo (Malária e Esquistossomose) Cardiopatia chagásica é a forma mais comum

Leia mais

Velhas doenças, terapêuticas atuais

Velhas doenças, terapêuticas atuais Velhas doenças, terapêuticas atuais Hipertensão arterial e moduladores do SRAA Sérgio Bravo Baptista Unidade de Cardiologia de Intervenção, Hospital Fernando Fonseca, Amadora Hospital CUF Cascais, Clinica

Leia mais

Hospitalizaçao domiciliária Integração de cuidados Um Projeto inovador para o futuro

Hospitalizaçao domiciliária Integração de cuidados Um Projeto inovador para o futuro Hospitalizaçao domiciliária Integração de cuidados Um Projeto inovador para o futuro Porque surgiu a hospitalização domiciliária?...os serviços de internamento deverão aumentar a sua dinâmica... para acrescentar

Leia mais

RESIDÊNCIA MÉDICA SUPLEMENTAR 2015 PRÉ-REQUISITO (R1) / CLÍNICA MÉDICA PROVA DISCURSIVA

RESIDÊNCIA MÉDICA SUPLEMENTAR 2015 PRÉ-REQUISITO (R1) / CLÍNICA MÉDICA PROVA DISCURSIVA RESIDÊNCIA MÉDICA SUPLEMENTAR 0 PRÉ-REQUISITO (R) / CLÍNICA MÉDICA PROVA DISCURSIVA RESIDÊNCIA MÉDICA SUPLEMENTAR 0 PRÉ-REQUISITO (R) / CLÍNICA MÉDICA PROVA DISCURSIVA ) Idosa de 8 anos, ex-tabagista (carga

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS Doença Cardiovascular Parte 2 Profª. Tatiane da Silva Campos Para a avaliação do risco cardiovascular, adotam-se: Fase 1: presença de doença aterosclerótica

Leia mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDAMENTE DESCOMPENSADA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDAMENTE DESCOMPENSADA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO UNITERMOS INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDAMENTE DESCOMPENSADA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Adriana Vier Azevedo Betina Wainstein Gilda Guerra Maria Claudia Guterres Luiz Claudio Danzmann INSUFICIÊNCIA CARDÍACA,

Leia mais

Desafio para a equipa de Pneumologia

Desafio para a equipa de Pneumologia Desafio para a equipa de Pneumologia 5 Novembro 2015 Nº casos de Pneumonia no HVFX 25 20 15 10 Pneumonia Internamento 5 0 Pneumonia 7 nov 8 nov 9 nov 10 nov Equipa de Pneumologia Apoio no Serviço de Urgência

Leia mais

aca Tratamento Nelson Siqueira de Morais Campo Grande MS Outubro / 2010

aca Tratamento Nelson Siqueira de Morais Campo Grande MS Outubro / 2010 Insuficiência ncia Cardíaca aca Tratamento Nenhum conflito de interesse Nelson Siqueira de Morais Campo Grande MS Outubro / 2010 nsmorais@cardiol.br Conceitos Fisiopatológicos A IC é uma síndrome com múltiplas

Leia mais

15º FÓRUM DE FISIOTERAPIA EM CARDIOLOGIA AUDITÓRIO 10

15º FÓRUM DE FISIOTERAPIA EM CARDIOLOGIA AUDITÓRIO 10 Fóruns 28 de setembro de 2013 15º FÓRUM DE FISIOTERAPIA EM CARDIOLOGIA AUDITÓRIO 10 Insuficiência Cardíaca Como abordar na: IC Fração de ejeção reduzida / normal IC descompensada IC Crônica IC Chagásica

Leia mais

ACADEMIA MÉDICA Alargando Horizontes! 5 Urgências em MGF. Ivo Reis UCSP Soure

ACADEMIA MÉDICA Alargando Horizontes! 5 Urgências em MGF. Ivo Reis UCSP Soure ACADEMIA MÉDICA Alargando Horizontes! 5 Urgências em MGF Ivo Reis UCSP Soure ivoreismgf@gmail.com CRONOGRAMA Cronograma Apresentação CheckList: as 5 urgências Casos clínicos Discussão e Avaliação Estrutura

Leia mais

Detecção precoce de cardiotoxicidade no doente oncológico deve ser efectuada sistematicamente? Andreia Magalhães Hospital de Santa Maria

Detecção precoce de cardiotoxicidade no doente oncológico deve ser efectuada sistematicamente? Andreia Magalhães Hospital de Santa Maria Detecção precoce de cardiotoxicidade no doente oncológico deve ser efectuada sistematicamente? Andreia Magalhães Hospital de Santa Maria Detecção precoce de cardiotoxicidade no doente oncológico deve ser

Leia mais

DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E PERICÁRDIO. Patrícia Vaz Silva

DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E PERICÁRDIO. Patrícia Vaz Silva DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E PERICÁRDIO Patrícia Vaz Silva Curso Básico de Cardiologia Pediátrica - Coimbra, 4 e 5 de Abril de 2016 INTRODUÇÃO A. DOENÇAS DO MIOCÁRDIO Doenças do músculo cardíaco, caracterizadas

Leia mais

Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes

Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes Objectivos do Programa num horizonte temporal de 10 anos: Reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes; Atrasar o início das complicações major

Leia mais

16/04/2015. Insuficiência Cardíaca e DPOC. Roberto Stirbulov FCM da Santa Casa de SP

16/04/2015. Insuficiência Cardíaca e DPOC. Roberto Stirbulov FCM da Santa Casa de SP Insuficiência Cardíaca e DPOC Roberto Stirbulov FCM da Santa Casa de SP Potencial conflito de interesse CFM nº 1.59/00 de 18/5/2000 ANVISA nº 120/2000 de 30/11/2000 CREMESP : 38357 Nos últimos doze meses

Leia mais

E APÓS UM INFARTO DO CORAÇÃO, O QUE FAZER? Reabilitação Cardiovascular

E APÓS UM INFARTO DO CORAÇÃO, O QUE FAZER? Reabilitação Cardiovascular E APÓS UM INFARTO DO CORAÇÃO, O QUE FAZER? Reabilitação Cardiovascular Reabilitação Cardiovascular Recomendação de Atividade Física Recomendação populacional Todo adulto deve realizar pelo menos 30 minutos

Leia mais

Objetivos da Respiração. Prover oxigênio aos tecidos Remover o dióxido de carbono

Objetivos da Respiração. Prover oxigênio aos tecidos Remover o dióxido de carbono Anatomia e Fisiologia pulmonar Objetivos da Respiração Prover oxigênio aos tecidos Remover o dióxido de carbono PatologiasRespiratórias Mais Comuns Patologias Respiratórias Mais Comuns Insuficiência Respiratória

Leia mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica Definição Síndrome caracterizada por alteração cardíaca estrutural ou funcional, que resulta em prejuízo da capacidade de ejeção

Leia mais

Evolução do prognóstico das síndromes coronárias agudas ao longo de 12 anos - a realidade de um centro.

Evolução do prognóstico das síndromes coronárias agudas ao longo de 12 anos - a realidade de um centro. Evolução do prognóstico das síndromes coronárias agudas ao longo de 12 anos - a realidade de um centro. Glória Abreu, Sérgio Nabais, Carina Arantes, Juliana Martins, Carlos Galvão Braga, Vítor Ramos, Catarina

Leia mais

I Encontro Integrar + Proximidade + Saúde

I Encontro Integrar + Proximidade + Saúde I Encontro Integrar + Proximidade + Saúde PIAH PLANEAMENTO INTEGRADO DE ALTA HOSPITALAR Resultados Preliminares Hospital de Santa Marta Dr.ª Inês Espírito Santo CHLC Cardiologia Enf.ª Cristina Soares CHLC

Leia mais

EDEMA AGUDO DE PULMÃO

EDEMA AGUDO DE PULMÃO EDEMA AGUDO DE PULMÃO Giuliano Machado Danesi Laura de Lima Xavier Mirella Cesa Bertoluci Sérgio Baldisserotto UNITERMOS PULMÃO, DISPNÉIA, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA KEYWORDS LUNG, DYSPNEA, HEART FAILURE SUMÁRIO

Leia mais

Guideline insuficiência cardíaca 2012 Sociedade Europeia Cardiologia. Harrison Principles of Internal Medicine

Guideline insuficiência cardíaca 2012 Sociedade Europeia Cardiologia. Harrison Principles of Internal Medicine Patologia Médica III Cardiologia Ficha #10 Bibliografia INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Guideline insuficiência cardíaca 2012 Sociedade Europeia Cardiologia Harrison Principles of Internal Medicine Um homem de

Leia mais

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO. Dr Achilles Gustavo da Silva

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO. Dr Achilles Gustavo da Silva INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Dr Achilles Gustavo da Silva II Simpósio Médico de Fernandópolis 2009 Hospitalizations in the U.S. Due to Acute Coronary Syndromes (ACS) Acute Coronary Syndromes* 1.57 Million

Leia mais

Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea

Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea Sérgio Madeira, João Brito, Maria Salomé Carvalho, Mariana Castro, António Tralhão, Francisco Costa,

Leia mais

CATETERISMO CARDÍACO. O Acompanhamento da Pessoa. Isilda Cardoso José Fernandes Susana Oliveira

CATETERISMO CARDÍACO. O Acompanhamento da Pessoa. Isilda Cardoso José Fernandes Susana Oliveira CATETERISMO CARDÍACO O Acompanhamento da Pessoa Isilda Cardoso José Fernandes Susana Oliveira CATETERISMO CARDÍACO: O ACOMPANHAMENTO DA PESSOA CATETERISMO CARDÍACO Prática clínica baseada na evidência

Leia mais

Choque Cardiogêncio. Manoel Canesin ICC HC/HURNP/UEL

Choque Cardiogêncio. Manoel Canesin ICC HC/HURNP/UEL Manoel Canesin Ambulatório e Clínica ICC HC/HURNP/UEL O O conceito clássico de choque cardiogênico define uma situação de hipoperfusão tecidual sistêmica decorrente de disfunção cardíaca aca primária.

Leia mais

2017 DIRETRIZ PARA PREVENÇÃO, DETECÇÃO, AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM ADULTOS

2017 DIRETRIZ PARA PREVENÇÃO, DETECÇÃO, AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM ADULTOS Urgência e Emergência Prof.ª André Rodrigues 2017 DIRETRIZ PARA PREVENÇÃO, DETECÇÃO, AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM ADULTOS Colégio Americano de Cardiologia Associação Americana do Coração

Leia mais

Introdução. (António Fiarresga, João Abecassis, Pedro Silva Cunha, Sílvio Leal)

Introdução. (António Fiarresga, João Abecassis, Pedro Silva Cunha, Sílvio Leal) Introdução António José Fiarresga Hospital Santa Marta, Hospital Lusíadas Lisboa Pós-Graduação em Medicina de Emergência Abordagem urgente das Síndromes Coronárias Agudas (António Fiarresga, João Abecassis,

Leia mais

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA APÓS SCA

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA APÓS SCA JOÃO ABECASIS Hospital Lusíadas Lisboa Pós-Graduação em Medicina de Emergência Abordagem urgente das Síndromes Coronárias Agudas (António Fiarresga, João Abecasis, Pedro Silva Cunha, Sílvio Leal) MEDIDAS

Leia mais

Certificação Joint Commission no Programa de Dor Torácica.

Certificação Joint Commission no Programa de Dor Torácica. Certificação Joint Commission no Programa de Dor Torácica. Enf. Ana Paula de Mattos Coelho Hemodinâmica - Hospital TotalCor E-mail: acoelho@totalcor.com.br Joint Commission Acreditação do atendimento hospitalar;

Leia mais

PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FASE HOSPITALAR PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA- HIAE

PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FASE HOSPITALAR PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA- HIAE PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FASE HOSPITALAR PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA- HIAE Versão eletrônica atualizada em Março 2011 RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO: Ft Pedro Veríssimo da Fonseca Neto Ft Mary Nagano Ft

Leia mais

Adesão a um Programa de Reabilitação Cardíaca: quais os benefícios e impacto no prognóstico?

Adesão a um Programa de Reabilitação Cardíaca: quais os benefícios e impacto no prognóstico? REUNIÃO CONJUNTA DOS GRUPOS DE ESTUDO DE CUIDADOS INTENSIVOS CARDÍACOS E DE FISIOPATOLOGIA DO ESFORÇO E REABILITAÇÃO CARDÍACA Compliance to a Cardiac Rehabilitation Program: what are the benefits and impact

Leia mais

APRENDENDO SOBRE A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

APRENDENDO SOBRE A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA APRENDENDO SOBRE A CARDÍACA A insuficiência cardíaca é uma condição debilitante e potencialmente fatal, que afeta cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo no entanto, poucas pessoas compreendem completamente

Leia mais

DÚVIDAS DO DIA A DIA EM CASOS DO MUNDO REAL

DÚVIDAS DO DIA A DIA EM CASOS DO MUNDO REAL DÚVIDAS DO DIA A DIA EM CASOS DO MUNDO REAL 1 de Novembro 2013 Francia Ferraz Interna do 3º ano MGF Orientadora: Rosa Maria Feliciano Caso clínico 68 anos Natural e residente em Santarém Casado Reformado

Leia mais

CORONARY ARTERY DISEASE EDUCATION QUESTIONNAIRE CADE-Q VERSÃO EM PORTUGUÊS (PORTUGAL)

CORONARY ARTERY DISEASE EDUCATION QUESTIONNAIRE CADE-Q VERSÃO EM PORTUGUÊS (PORTUGAL) CORONARY ARTERY DISEASE EDUCATION QUESTIONNAIRE CADE-Q VERSÃO EM PORTUGUÊS (PORTUGAL) Autor: João Paulo Moreira Eusébio E-mail: eusebio.jp@gmail.com Título do trabalho Reabilitação Cardíaca - Educação

Leia mais

III Curso pós-graduado de atualização Ecografia Torácica na Emergência e Cuidados Intensivos

III Curso pós-graduado de atualização Ecografia Torácica na Emergência e Cuidados Intensivos III Curso pós-graduado de atualização Ecografia Torácica na Emergência e Cuidados Intensivos Curso monotemático de ultrasonografia point-of-care Instituto de Formação Avançada da Faculdade de Medicina

Leia mais

Impacto prognóstico da Insuficiência Mitral isquémica no EAM sem suprast

Impacto prognóstico da Insuficiência Mitral isquémica no EAM sem suprast Impacto prognóstico da Insuficiência Mitral isquémica no EAM sem suprast Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga Vítor Ramos, Catarina Vieira, Carlos Galvão, Juliana Martins, Sílvia Ribeiro, Sérgia

Leia mais

Sessão Televoter Diabetes

Sessão Televoter Diabetes 2011 16 de Abril Sábado Sessão Televoter Diabetes António Pedro Machado Daniel Braga Jácome de Castro Simões-Pereira Objectivos glicémicos em adultos (mulheres não grávidas) A1C < 7.0% - Objectivo global

Leia mais

ANEXO III ALTERAÇÕES AO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO E FOLHETO INFORMATIVO

ANEXO III ALTERAÇÕES AO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO E FOLHETO INFORMATIVO ANEXO III ALTERAÇÕES AO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO E FOLHETO INFORMATIVO 43 ALTERAÇÕES A SEREM INCLUÍDAS NAS SECÇÕES RELEVANTES DO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO PARA MEDICAMENTOS

Leia mais

Hipoalbuminemia mais um marcador de mau prognóstico nas Síndromes Coronárias Agudas?

Hipoalbuminemia mais um marcador de mau prognóstico nas Síndromes Coronárias Agudas? Hipoalbuminemia mais um marcador de mau prognóstico nas Síndromes Coronárias Agudas? Carina Arantes, Juliana Martins, Carlos Galvão Braga, Vítor Ramos, Catarina Vieira, Sílvia Ribeiro, António Gaspar,

Leia mais

12º RELATÓRIO DO OBSERVATÓRIO NACIONAL DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS RESUMO DOS DADOS

12º RELATÓRIO DO OBSERVATÓRIO NACIONAL DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS RESUMO DOS DADOS 12º RELATÓRIO DO OBSERVATÓRIO NACIONAL DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 1) Mortalidade por Doenças Respiratórias RESUMO DOS DADOS As doenças do sistema respiratório são uma das principais causas de morte na União

Leia mais

AÇÃO DE FORMAÇÃO ACTUALIZAÇÃO EM DIABETES

AÇÃO DE FORMAÇÃO ACTUALIZAÇÃO EM DIABETES AÇÃO DE FORMAÇÃO ACTUALIZAÇÃO EM DIABETES DESTINATÁRIOS: Médicos FORMADORES: Dr. André Carvalho, - Endocrinologista Dra. Conceição Bacelar - Endocrinologista Dr. Fernando Pichel - Nutricionista Dr. Romeu

Leia mais

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES Dra Fabrícia de Oliveira Assis Cantadori Cardiologista do HUJM Cuiabá, maio de 2015 UFMT PREVENÇÃO É procurar e utilizar métodos para prevenir doenças e/ou suas complicações,

Leia mais

Conflitos de interesse

Conflitos de interesse TEP- Estratificação de risco e anticoagulação na fase aguda Rodrigo Luís Barbosa Lima Médico pneumologista dos Hospitais Life Center e Biocor BH MG Preceptor do Ambulatório de Circulação Pulmonar do Hospital

Leia mais

SISTEMA CARDIOVASCULAR

SISTEMA CARDIOVASCULAR AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA SISTEMA CARDIOVASCULAR Paulo do Nascimento Junior Departamento de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Botucatu AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: OBJETIVOS GERAIS ESCLARECIMENTO DO

Leia mais

Insuficiência Cardiaca

Insuficiência Cardiaca Enfermagem em Clínica Médica Insuficiência Cardiaca Enfermeiro: Elton Chaves email: eltonchaves76@hotmail.com EPIDEMIOLOGIA A Insuficiência Cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva - é resultante

Leia mais

Reabilitação cardíaca na europa

Reabilitação cardíaca na europa Massimo F. Piepoli Heart Failure Unit, cardiac department Guglielmo da Saliceto Polichirurgico Hospital, Piacenza - italia european Association for cardiovascular Prevention & Rehabilitation (eacpr) chairman

Leia mais

Insuficiência cardíaca: cenários da vida real Comorbilidades Pulmão ou Coração? Tatiana Guimarães Ana Rita G. Francisco

Insuficiência cardíaca: cenários da vida real Comorbilidades Pulmão ou Coração? Tatiana Guimarães Ana Rita G. Francisco Insuficiência cardíaca: cenários da vida real Tatiana Guimarães Ana Rita G. Francisco Caso Clínico História Clínica Identificação: J.M.S, 54 anos de idade História conhecida de: (1) Cardiopatia isquémica

Leia mais

Direcção-Geral da Saúde

Direcção-Geral da Saúde Assunto: Para: Orientação Técnica sobre Exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) Todos os Médicos Nº: 34/DSCS DATA: 19/11/08 Contacto na DGS: Direcção de Serviços de Cuidados de Saúde

Leia mais

O paradoxo dos fumadores revisitado

O paradoxo dos fumadores revisitado O paradoxo dos fumadores revisitado António Gaspar, Sérgio Nabais, Márcia Torres, Sérgia Rocha, Aida Brandão, Pedro Azevedo, Miguel Alvares Pereira, Adelino Correia Cardiologia Hospital São Marcos, Braga

Leia mais

Electroconvulsivoterapia de Continuação e Manutenção

Electroconvulsivoterapia de Continuação e Manutenção Electroconvulsivoterapia de Continuação e Manutenção Ricardo Coentre Assistente Hospitalar de Psiquiatria Curso Teórico-Prático de Electroconvulsivoterapia Hospital Beatriz Ângelo, Loures, Portugal 10

Leia mais

Custo-Eficácia da Ressincronização Cardíaca. Luis Sargento, Serviço de Cardiologia II, Hdia Insuf Cardiaca, CHLN

Custo-Eficácia da Ressincronização Cardíaca. Luis Sargento, Serviço de Cardiologia II, Hdia Insuf Cardiaca, CHLN Custo-Eficácia da Ressincronização Cardíaca Luis Sargento, Serviço de Cardiologia II, Hdia Insuf Cardiaca, CHLN Impacto Económico da Insuficiência Cardíaca Apesar de ser dificil definir valores reais de

Leia mais

Insuficiência Cardíaca

Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra Cardiologia 2º semestre 2012/2013 Catarina Pereira Cláudia Ferreira A2-P6 Um homem de 59 anos sofre de uma hipertensão arterial mal

Leia mais

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica Daiani de Bem Borges Farmacêutica (NASF/PMF) Preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde/UFSC/PMF Doutoranda - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFSC

Leia mais

ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR PARA O ATENDIMENTO AOS PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS

ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR PARA O ATENDIMENTO AOS PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR PARA O ATENDIMENTO AOS PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS DR. RUBENS ALDO SARGAÇO MEMBRO DO GRUPO DE DIABETES HOSPITALAR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES FINALIDADE DO GRUPO

Leia mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPESADA NO PRONTO SOCORRO LUCYO FLÁVIO B. DINIZ MÉDICO RESIDENTE DE CLÍNICA MÉDICA UNIVASF

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPESADA NO PRONTO SOCORRO LUCYO FLÁVIO B. DINIZ MÉDICO RESIDENTE DE CLÍNICA MÉDICA UNIVASF 1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPESADA NO PRONTO SOCORRO LUCYO FLÁVIO B. DINIZ MÉDICO RESIDENTE DE CLÍNICA MÉDICA UNIVASF 2 O médico, Sir Luke Fildes (1843-1927) 3 Introdução 4 Fisiopatologia; Clínica;

Leia mais

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica Registro Brasileiros Cardiovasculares REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Julho de 2011 Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Agosto

Leia mais

Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Pacientes com Hipertensão Arterial PREVER 2 SEGUIMENTO 15 MESES

Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Pacientes com Hipertensão Arterial PREVER 2 SEGUIMENTO 15 MESES Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Pacientes com Hipertensão Arterial PREVER 2 Número do Centro l ID do Participante l Data do Atendimento l l l / l l l / 201l l Iniciais do Participante SEGUIMENTO

Leia mais

CASO CLÍNICO Tromboembolismo pulmonar como primeira manifestação de neoplasia pulmonar

CASO CLÍNICO Tromboembolismo pulmonar como primeira manifestação de neoplasia pulmonar CASO CLÍNICO Tromboembolismo pulmonar como primeira manifestação de neoplasia pulmonar Ana Rita Pinto Ribeiro Oliveira da Silva Interna de Formação Específica em Medicina Interna (5º ano) Centro Hospitalar

Leia mais

PROTOCOLO MÉDICO SEPSE E CHOQUE SÉPTICO

PROTOCOLO MÉDICO SEPSE E CHOQUE SÉPTICO Página: 1 de 6 1. INTRODUÇÃO: Considerar SEPSE e CHOQUE SÉPTICO quando: - Temperatura >38 C ou < 36 C - FR >20 ou paco2 12.000 ou leucopenia 10% de bastões - Hipotensão induzida

Leia mais

Importância da informação para o diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca

Importância da informação para o diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca Brenda Moura Assistente Hospitalar Graduada, Hospital das Forças Armadas-Pólo do Porto National Societies Committee of the Heart Failure Association Importância da informação para o diagnóstico e tratamento

Leia mais

PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE SEPSE 11- INSTRUÇÕES MULTIPROFISSINAIS ESPECÍFICAS: TIPO DE INSTRUÇÃO. Primeiras 06 horas

PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE SEPSE 11- INSTRUÇÕES MULTIPROFISSINAIS ESPECÍFICAS: TIPO DE INSTRUÇÃO. Primeiras 06 horas PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE SEPSE 11- INSTRUÇÕES MULTIPROFISSINAIS ESPECÍFICAS: EQUIPE TIPO DE INSTRUÇÃO Primeiras 06 horas ü Garantir restauração volêmica imediata (30ml/Kg) em 30 minutos. ü Solicitar

Leia mais

UNIDADE DE ORTOGERIATRIA DO CENTRO HOSPITALAR GAIA/ESPINHO. Rafaela Veríssimo 23 de Novembro de 2017

UNIDADE DE ORTOGERIATRIA DO CENTRO HOSPITALAR GAIA/ESPINHO. Rafaela Veríssimo 23 de Novembro de 2017 UNIDADE DE ORTOGERIATRIA DO CENTRO HOSPITALAR GAIA/ESPINHO Rafaela Veríssimo 23 de Novembro de 2017 Introdução A fragilidade do idoso reflete-se no prognóstico da fratura do fémur 10% doentes morrem no

Leia mais

Qual o Fluxograma da Dor Torácica na Urgência? Pedro Magno

Qual o Fluxograma da Dor Torácica na Urgência? Pedro Magno Pedro Magno - EUA: 119.000.000 recorrências ao S. Urgência / ano - : 8-10% do total destas recorrências ao S. Urgência Pitts SR, US Dept of Health and Human Services, 2010. -Doentes com enfarte do miocárdio

Leia mais

Curso prático de atualização em anticoagulação oral na FANV Casos especiais. Arminda Veiga

Curso prático de atualização em anticoagulação oral na FANV Casos especiais. Arminda Veiga Curso prático de atualização em anticoagulação oral na FANV Casos especiais Arminda Veiga Anticoagulação oral em populações especiais O doente com doença renal O doente com doença com doença coronária

Leia mais

TEMA INTEGRADO (TI) / TEMA TRANSVERSAL (TT) 4ª. SÉRIE MÉDICA

TEMA INTEGRADO (TI) / TEMA TRANSVERSAL (TT) 4ª. SÉRIE MÉDICA FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIRETORIA ADJUNTA DE ENSINO MEDICINA (DAEM) COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO DE MEDICINA (CGCM) NÚCLEO PEDAGÓGICO EDUCACIONAL (NuPE) TEMA INTEGRADO (TI) / TEMA

Leia mais

Tratamento da mulher com SCA em Portugal: mais uma justificação para o programa Bem me Quero

Tratamento da mulher com SCA em Portugal: mais uma justificação para o programa Bem me Quero Tratamento da mulher com SCA em Portugal: mais uma justificação para o programa Bem me Quero Treating women with ACS in Portugal: one more reason for the Bem me Quero programme Jorge Mimoso Hospital Distrital

Leia mais

Curso Avançado em IC

Curso Avançado em IC Curso Avançado em IC Módulo 2 Tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fracção de Ejecção Reduzida Sara Gonçalves Serviço de Cardiologia Centro Hospitalar de Setúbal Porto, 9 de Junho de 2018 1 Caso 1

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doenças Respiratórias Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doenças Respiratórias Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS Doenças Respiratórias Parte 3 Profª. Tatiane da Silva Campos Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) - é uma doença com repercussões sistêmicas, prevenível

Leia mais

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA GOVERNO REGIONAL SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE E ASSUNTOS SOCIAIS, IP-RAM

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA GOVERNO REGIONAL SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE E ASSUNTOS SOCIAIS, IP-RAM Recomendações: Promover a vacinação dos profissionais de saúde e dos grupos de risco com a vacina monovalente (H1N1v 2009) e com a vacina trivalente (H1N1v 2009, H3N2, B) para a época 2010-2011; Grupos

Leia mais

MÓDULO 6: REVISÃO DE ASPECTOS FUNDAMENTAIS AVALIAÇÃO FINAL PROF. DR. RICARDO FONTES-CARVALHO (MD,

MÓDULO 6: REVISÃO DE ASPECTOS FUNDAMENTAIS AVALIAÇÃO FINAL PROF. DR. RICARDO FONTES-CARVALHO (MD, MÓDULO 6: REVISÃO DE ASPECTOS FUNDAMENTAIS AVALIAÇÃO FINAL PROF. DR. RICARDO FONTES-CARVALHO (MD, PhD, FESC, FACC) - Cardiologista no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - Professor na Faculdade de Medicina

Leia mais

CASOS CLÍNICOS. Dia de Apresentação - 17 DE JANEIRO H00 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL. Marta Matias Costa 1 ; Ana Manuela Rocha 1

CASOS CLÍNICOS. Dia de Apresentação - 17 DE JANEIRO H00 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL. Marta Matias Costa 1 ; Ana Manuela Rocha 1 CASOS CLÍNICOS Dia de Apresentação - 17 DE JANEIRO 2019 16H00 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Marta Matias Costa 1 ; Ana Manuela Rocha 1 1 - USF Montemuro - ACeS Dão Lafões Enquadramento: A embolia

Leia mais

Luís Amaral Ferreira Internato de Radiologia 3º ano Outubro de 2016

Luís Amaral Ferreira Internato de Radiologia 3º ano Outubro de 2016 Luís Amaral Ferreira Internato de Radiologia 3º ano Outubro de 2016 Introdução Síncope: perda de consciência súbita, curta duração e com resolução espontânea Causada por hipoperfusão cerebral temporária

Leia mais

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL? COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL? Profa. Dra. Rosália Morais Torres VI Diretrizes Brasileiras de hipertensão arterial Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1): 1-51 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)

Leia mais

COMISSÃO COORDENADORA DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS LISOSSOMAIS DE SOBRECARGA

COMISSÃO COORDENADORA DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS LISOSSOMAIS DE SOBRECARGA COMISSÃO COORDENADORA DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS LISOSSOMAIS DE SOBRECARGA REGISTO DE MONITORIZAÇÃO Défice de Lipase Ácida Lisossomal (todos os doentes, excepto doença de Wolman ) (Preencher com letra legível)

Leia mais

Checklist Validação Antibióticos Caso Clínico

Checklist Validação Antibióticos Caso Clínico Checklist Validação Antibióticos Caso Clínico Grupo de Interesse de Infecciologia Ana Inácio 23 de Fevereiro de 2018 Lisboa 1 CASO CLINICO Mulher, 72 anos, caucasiana, reformada, recorre à Urgência por,

Leia mais

Prova de Esforço. Ana Mota

Prova de Esforço. Ana Mota Prova de Esforço Ana Mota INTRODUÇÃO O exercício físico é umas das situações de stress ao qual o ser humano pode ser exposto. A prova de esforço em crianças e adolescentes difere em alguns aspetos das

Leia mais