Avaliação do Programa Rede 2013

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1 Avaliação do Programa Rede 2013 Vaga Lume

2 Sumário Introdução... 2 O Programa em Objetivos do Programa Contribuir com os projetos pedagógicos das instituições participantes Tema do meio-ambiente inserido no currículo das escolas de forma vivencial Ações coordenadas aos projetos das Bibliotecas das instituições Formar educadores na metodologia do Programa Rede Educadores capacitados para conduzir as oficinas Promover o diálogo intercultural com base no tema meio-ambiente Habilidades de leitura, escrita e expressão oral dos adolescentes aprimoradas Diálogos estabelecidos entre educadores Diálogos estabelecidos entre adolescentes de diferentes contextos socioculturais Diversidade cultural valorizada Adolescentes e Educadores sensibilizados para o tema do meio-ambiente Protagonismo juvenil estimulado Pontos de Atenção Pontos Fortes do Programa

3 Introdução Avaliar constantemente os processos e resultados é muito importante quando se busca aprimorar os Programas e ampliar o impacto dos mesmos na vida dos participantes. Ao longo do ano fizemos 2 avaliações de impacto do Programa Rede, uma ao final do 1º semestre e outra no encerramento do ciclo, com seus participantes: adolescentes, educadores e coordenadores das turmas de São Paulo e da Amazônia. Além disso, também foram feitas avaliações dos eventos promovidos pela Vaga Lume, como Comitês e Acampamentos. A tabela abaixo traz o total de adolescentes inscritos no Programa e as avaliações finais, recebidas pela Vaga Lume até a elaboração desse relatório. Instituição Adolescentes inscritos Avaliações recebidas até 07/03 Adolescentes Avaliações recebidas até 07/03 Coordenadores e Educadores Escola Alecrim Escola Santi 7 5 Educador Escola Vera Cruz 12 6 Educador Coordenador Instituto Anchieta Grajaú Educador Fundação Tide Setúbal 14 7 Educador Programa Gotas de Flor com Educador Amor Projeto Âncora 15 entraram mais 2 17 Educador Coordenador Barreirinhas Cantinho 13 0 Carauari Roque 11 0 Castanhal Assentamento 12 entraram mais 2 14 Castanhal Cupiúba 12 6 Educador Chapada dos Guimarães João Carro Ouro Preto do Oeste 22 de 16 0 Educador Dezembro Pacaraima Bananal 9 7 Educador Coordenador Pacaraima Santa Rosa Educador Coordenador Ponte Alta Santarém São Braz Educador Coordenador Tefé Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Educador Uarini - 9 entraram mais

4 A seguir traremos os principais achados coletados nas avaliações, vinculadas aos objetivos do Programa. O Programa em 2013 Em 2013 o Programa Rede teve 306 inscritos, sendo 132 de São Paulo, divididos em 08 turmas, e 174 da Amazônia, em 12 turmas. Cada turma tem um educador responsável, sendo um total de 20 educadores participantes. Grupos de Troca - Rede 2013 Participantes Escola Alecrim Escola Santi Escola Vera Cruz Galpão de Cultura Fundação Tide Setúbal Instituto Anchieta Grajaú Núcleo de Arte e Cultura - Instituto Alana Programa Gotas de Flor com Amor Projeto Âncora Assentamento João Batista II - Castanhal (PA) Comun. 22 de Dezembro - Ouro Preto do Oeste (RO) Participantes Comun. Agrovila Cupiúba - Castanha (PA) Comun. Boa Vista - Ponte Alta do Tocantins (TO) Comun. Indígena Bananal - Pacaraima (RR) Comun. N. S. do Perpétuo Socorro - Tefé (AM) Comun. Lago do Roque - Carauari (AM) Comun. Sítio Fortaleza - Uarini (AM) Comun. Cantinho - Barreirinhas (MA) Comun. João Carro - Chapada dos Guimarães (MT) Comun. Indígena Santa Rosa - Pacaraima (RR) Comun. São Braz - Santarém (PA) Objetivos do Programa 1. Contribuir com os projetos pedagógicos das instituições participantes O Programa Rede acontece no contra turno, como uma atividade extracurricular apenas para aqueles adolescentes que tiverem interesse em participar, sendo assim não atinge toda a comunidade escolar. Ainda sim, a participação no Programa Rede proporciona às escolas e 3

5 ONGs possibilidades de enriquecer seu currículo. Temas como diversidade cultural, identidade, Amazônia (que em São Paulo é muito pouco trabalhado) e meio ambiente são abordados em profundidade com o grupo participante, mas o Programa incentiva que toda a comunidade se envolva no desenvolvimento das atividades (seja pela divulgação, por eventos de socialização ou mesmo por outras ideias que possam surgir em cada grupo). "O Programa Rede trouxe muito aprendizado não só pra mim, mas para toda a escola, sobretudo para os alunos participantes. Para mim, em particular, pude enxergar a comunidade com um novo olhar que não tinha antes. Refletir sobre o problema do lixo, que hoje é tão grave em todo o mundo, foi exatamente importante, pois pudemos observar a realidade do Brasil como um todo trazendo uma reflexão para a nossa comunidade que, embora pequena, já sofre com as consequências da falta de consciência ambiental." - Maria de Lourdes, Escola Paulo Freire, Castanhal, Pará. 1.1 Tema do meio-ambiente inserido no currículo das escolas de forma vivencial Para aprofundar as pesquisas e discussões dos grupos, cada par de troca escolheu, logo no início do Programa, um subtema relacionado ao meio ambiente. Os subtemas escolhidos foram: Lixo, Transporte, Sustentabilidade e Água - sendo que dos 10 pares de troca, 07 escolheram o Lixo como tema para o ano. Durante todo o ano foram realizadas 26 oficinas em cada uma das escolas/ongs participantes. Cerca de 13 delas foram sobre o tema Meio Ambiente. Quando perguntamos aos adolescentes (conforme gráfico abaixo) em que a Rede os ajudou, a alternativa mais escolhida vezes - foi a Entender mais sobre Meio Ambiente. 4

6 *Os adolescentes podiam escolher quantas alternativas quisessem Ações coordenadas aos projetos das Bibliotecas das instituições O Programa Rede na Amazônia acontece em comunidades que possuem uma biblioteca Vaga Lume e é através dela que a Rede se inicia. Em São Paulo, as ONGs e escolas que participam do Programa também possuem bibliotecas. Principalmente na Amazônia, a Vaga Lume vem buscando reforçar o vínculo do Programa Rede com a biblioteca e com o Programa Expedição, mas ainda não houve uma ação focada nisso. Como vemos no gráfico abaixo, a maioria dos adolescentes participantes da Rede ainda não participa de ações articuladas com as bibliotecas. 5

7 2. Formar educadores na metodologia do Programa Rede Formar os educadores na metodologia do Programa Rede é um dos principais objetivos do Programa, uma vez que, durante o ano, são eles que conduzem as oficinas e desenvolvem as estratégias para trabalhar os temas. "Após participar do programa, aprimorei mais meus conhecimentos, o que vai servir tanto para minha vida pessoal, como para a profissional. Aprender a lidar com pessoas de vários pensamentos diferentes." - Romara Andrade Pereira, educadora na comunidade Santa Rosa, Pacaraima, RR. "Contribuiu bastante para mim, como educadora, aprendi muito com o Programa, tanto na escola, como minha formação pessoal." - Hilda, educadora na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Tefé, AM. "Participar do programa é um exercício contínuo de escuta, de um olhar cuidadoso para o outro e para si." - Andreia, educadora na escola Vera Cruz, SP Educadores capacitados para conduzir as oficinas Durante o ano de 2013 a Vaga Lume promoveu 5 Comitês Educacionais para formar os educadores. Apenas no primeiro e no último, por questões logísticas e do alto custo, contamos com a presença dos educadores da Amazônia. Para suprir essa ausência, os educadores da Amazônia são orientados à distância, tanto pela coordenadora da Rede na Vaga Lume, quanto pela educadora responsável por cada município. Os comitês são sempre bem avaliados pelos educadores. No gráfico abaixo, 72% dos educadores avalia como ótimo os comitês organizados esse ano. 6

8 A principal queixa dos educadores a respeito dos comitês é a falta de tempo para aprofundar as discussões. "Participei de poucos, mas senti falta de uma possibilidade maior de troca de pesquisas, estratégias e trabalhos." - Lucas, educador da Escola Santi, SP. Além dos comitês, a Vaga Lume produz e entrega no início do ano uma apostila para orientar os educadores na condução das atividades do Programa. Esse material serve de apoio ao educador e traz, além de textos teóricos, sugestões de avaliação e registro das atividades. A avaliação que os educadores fazem da apostila é 100% positiva. Dividida entre 50% de bom e 50% de ótimo. 7

9 Durante todo o ano, a Equipe Vaga Lume apoia de perto as ações dos educadores, por telefone e , além de visitas (no caso de SP) às oficinas. Quando perguntamos aos educadores como eles avaliavam esse apoio (gráfico abaixo), temos 70% de respostas ótimo e 30% de respostas bom. Nenhum educador que respondeu, fez uma avaliação negativa desse apoio. Esse dado é importante, uma vez que, principalmente na Amazônia, esse apoio é um suporte fundamental à formação dos educadores. 3. Promover o diálogo intercultural com base no tema meioambiente O Programa Rede proporciona uma reflexão sobre a perspectiva de cada participante sobre meio ambiente em que vive, e a partir disso possibilita a troca entre diferentes realidades. 8

10 3.1 Habilidades de leitura, escrita e expressão oral dos adolescentes aprimoradas *Os adolescentes podiam escolher quantas alternativas quisessem. A participação na Rede exige que os adolescentes trabalhem suas habilidades para além das atividades corriqueiras da escola. Na hora de produzir os trabalhos é a habilidade da escrita que acaba sendo trabalhada. Além disso, desenho e outras linguagens também são utilizadas. Quando perguntamos aos adolescentes quais as principais contribuições da Rede, 50 citaram que começaram a escrever melhor e 95 afirmaram que começaram a falar em público com mais segurança. "[A Rede me ajudou em] Várias coisas, como se apresentar em público para tirar a sua vergonha." - Hilary, adolescente do Projeto Anchieta, Grajaú, SP. Os educadores concordam: dos 10 que responderam a avaliação, 05 afirmaram que observaram mudanças importantes nos adolescentes. "Se tornaram mais responsáveis, e amistosos entre as relações do grupo." - Jarrie, educador do Instituto Alana, SP. "Mudança no comportamento, ficaram mais extrovertidos e comunicativos. Conseguem liderar e se comunicar com os outros bem mais facilmente." - Claudia, educadora no Gotas de Flor com Amor, SP. "Eles começaram a escutar mais o posicionamento dos outros." - Lucas, educador da Escola Santi, SP. 9

11 "Souberam se expressar melhor em público, se desenvolveram mais na leitura e sua escrita." - Hilda, educadora da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Tefé, AM. "Alguns participantes que começaram muito tímidos passaram a expressar suas opiniões no grupo com mais clareza, colaborando de forma construtiva com os trabalhos. A maioria dos participantes mostrou-se capaz, no decorrer do ano, de trabalhar melhor em grupo, ouvir o outro e respeitar as diferentes opiniões." - Andréia, educadora na Escola Vera Cruz, SP. 3.2 Diálogos estabelecidos entre educadores O intercâmbio entre turmas de diferentes realidades socioambientais é o grande diferencial do Programa Rede. Ao promover a troca entre adolescentes e educadores de diferentes regiões e classes sociais dentro da cidade de São Paulo esse objetivo já vai se cumprindo. Mas a troca entre comunidades rurais da Amazônia Legal brasileira e escolas e ONGs de São Paulo é o principal apelo do Programa. No entanto, ao mesmo tempo em que a distância aumenta a riqueza da troca, ela dificulta a comunicação rápida com a qual nós, de São Paulo, estamos habituados. Ao passo que aqui os educadores têm fácil acesso aos meios de comunicação (tanto no trabalho quanto em casa), na Amazônia a realidade é outra. Muitas comunidades ainda não tem acesso à internet e mesmo ao uso do telefone em muitos lugares ainda é limitado a orelhões, que nem sempre funcionam. Esse problema foi relatado por alguns educadores na avaliação, como mostram os depoimentos a seguir: "O contato foi muito ruim, entendo que a localidade não favoreceu o contato." - Jarrie, educador do Instituto Alana, SP. "Tive dificuldades em entrar em contato, precisei usar o recurso chamado "Renata" para obter alguma notícia. Foi muito menos contato do que estou acostumada a ter em outros pares. Mas no fim deu tudo certo, nos ajustamos no dia e nosso trabalho saiu como havíamos pensado, mesmo sem a comunicação." - Claudia, educadora da ONG Gostas de Flor, SP. "Esse é um ponto muito difícil de avaliar, uma vez que tivemos pouquíssimo contato. Mesmo durante o Acampamento [de Integração], a troca foi superficial. Com o trabalho da despedida, o envolvimento foi pouco. Na verdade, não conseguimos saber muito sobre o processo deles, tampouco sobre o que eles acharam ou acompanharam a respeito do nosso processo. Foi uma pena!" - Andréia, educadora da Escola Vera Cruz, SP. Mesmo com a dificuldade de comunicação, os educadores foram unânimes ao afirmar que os trabalhos recebidos trouxeram contribuições relevantes à discussão de seus grupos. 10

12 "Ficamos encantados em trocar com eles, são de uma criatividade ímpar." - Avaliação anônima. "No meu ponto de vista eles foram bem desenvolvidos e empenhados nos trabalhos, fazendo com que todos entendessem da melhor forma possível. Conseguiram repassar suas mensagens para que todos tivessem o conhecimento da sua realidade." Romara, educadora na comunidade Santa Rosa, Pacaraima, RR. "Foi ótimo" - Hilda, educadora, comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Tefé, AM. "Notas 10, pois os mesmos fizeram trabalhos além do que a turma esperava." Zacarias, coordenador e educador, na comunidade Bananal, Pacaraima, RR. 3.3 Diálogos estabelecidos entre adolescentes de diferentes contextos socioculturais O Programa Rede proporciona diálogos entre: Adolescentes da periferia de São Paulo atendidos por ONGs com adolescentes de escolas particulares em zonas centrais da capital durante os comitês realizados ao longo do ano, com a participação livre de quantos adolescentes tivessem interesse; Adolescentes de SP com adolescentes de comunidades rurais da Amazônia através das trocas dos trabalhos; Adolescentes de comunidades rurais da Amazônia: ribeirinhas, de beira de estrada, indígenas, quilombolas, assentamentos etc. através dos trabalhos produzidos e do Acampamento de Integração; Representantes de todas as escolas/ongs participantes através do Acampamento de Integração e dos materiais produzidos (como vídeos e livros). 11

13 Nas atividades presenciais (Comitês Educacionais e Acampamento de Integração) as atividades de integração são muito valorizadas e trazem a maior lição sobre diversidade. Em algumas horas, adolescentes que teriam pouca oportunidade de se conhecer, já se tornam melhores amigos. *Os adolescentes podiam escolher quantas alternativas quisessem. "Que a Vaga Lume é muito legal, porque nos comunicamos por um meio antigo e a ansiedade é muito grande para ver o que eles escreveram." - Lohan, Projeto Âncora 3.4 Diversidade cultural valorizada Dentro do planejamento anual do Programa Rede, praticamente metade do ano é dedicado às discussões sobre identidade e diversidade cultural e também é sobre esse tema o primeiro trabalho. Os adolescentes aprendem sobre a sua realidade através das pesquisas que fazem para produzir os trabalhos. No entanto, é a partir dos trabalhos recebidos que eles passam a perceber sua realidade dentro de um contexto mais amplo. Quando conhecemos o outro podemos entender melhor nossa realidade. A partir das semelhanças e diferenças entendemos quem somos. "Achei show de bola porque descobri que eles iam até o Igarapé, ou em uma nascente buscar água para diversas atividades." - Luiz, adolescente da comunidade Santa Rosa, Pacaraima, RR. "Ruim, porque eles só falaram que era isso e aquilo e não falaram o que tinha lá em São Paulo." - Jarlisson, adolescente do município de Santarém, PA. 12

14 "Descobri que o meu par de troca torce pelo mesmo time que eu." - Marcos, adolescente do município de Santarém, PA. "Aprendi que a diversidade deles é um pouco diferente da nossa, e a cultura deles é um pouco igual a nossa." - Elissa, adolescente do Programa Gotas de Flor com Amor, SP. "Aprendi os costumes e os jeitos de cada cidade que participo" - Victor, adolescente do Programa Gotas de Flor com Amor, SP. "Um exemplo = São Paulo a selva de pedra e Barreirinhas - MA, Amazônia a selva de árvores Avaliação anônima *Os adolescentes podiam escolher quantas alternativas quisessem. "A visão que eu tinha das pessoas que vivem em grandes cidades na realidade é totalmente diferente do que eu aprendi nesse ano, e que me ajudou e ajuda a entender a sociedade num todo, independente da raça ou cor, e hoje me sinto realizado pelo fato de ter que mostrar o trabalho realizado pela Vaga Lume, uma coisa que aprendi ainda mais, vamos preservar o meio ambiente porque no futuro vamos precisar dele." - Zacarias, educador Comunidade Bananal, Pacaraima, RR. "Pude conhecer melhor as características da comunidade Boa Vista, entendo melhor as especificidades locais. Também pude desenvolver um trabalho mais profundo de produção fora da sala de aula com os alunos e alunas participantes do projeto." - Lucas, educador da Escola Santi, SP. 13

15 3.5 Adolescentes e Educadores sensibilizados para o tema do meio-ambiente O tema Meio Ambiente está presente durante todo o ano de trabalho do Programa Rede. Ainda na primeira etapa do ano, com foco em identidade e valorização da diversidade, os adolescentes e educadores já vão notando as diferenças e semelhanças dos lugares onde vivem e dos problemas que enfrentam. Na segunda fase, quando as oficinas são focadas nos subtemas escolhidos, os adolescentes se aprofundam com pesquisas que partem da sua realidade. A intenção do Programa não é formar especialistas nos temas escolhidos, mas sensibilizar os adolescentes e educadores para um olhar mais cuidadoso sobre o ambiente que vivemos. "Aprendi que devemos olhar para natureza com um olho diferente, aquele olho que cuida, que trata bem e etc." - Marcos Guilherme, adolescente do Programa Gotas de Flor com Amor, SP. "Se cada um cuidar um pouquinho, as coisas vão melhorar, então não haverá desmatamento e nem as águas ficarão poluídas." - Lohan, adolescente do Projeto Âncora, SP. "Eu aprendi que é muito importante preservar a natureza e sabendo isso a gente começa a repensar sobre os nossos atos sobre o meio ambiente, o que a gente faz de errado." - Beatriz, adolescente da comunidade Assentamento, Castanhal, PA. Opinião dos educadores Quando perguntamos aos educadores que tipo de mudanças observou no comportamento dos adolescentes, 04 dos 10 que responderam as avaliações afirmaram que foram com relação à percepção dos adolescentes sobre o Meio Ambiente: "São alunos mais conscientes de sua responsabilidade com os cuidados com o meio ambiente." - Márcia, educadora na comunidade 22 de dezembro, Ouro Preto do Oeste, RO. "Manter o ambiente limpo; não desperdiçar água; não poluir os igarapés, todos são conscientes que não devemos poluir os nossos rios e igarapés." - Romara, educadora na comunidade Santa Rosa, Pacaraima, RR. "Preocupação com o meio ambiente; comportamento; responsabilidade com as questões ambientais." - Elza, educadora na comunidade São Braz, Santarém, PA. "Consciência ambiental, preocupação com o destino do lixo da escola e na comunidade, preocupação das crianças em relação à poluição dos igarapés e o uso dos agrotóxicos." - Maria de Lourdes, da Escola Paulo Freire, em Castanhal, PA. 3.6 Protagonismo juvenil estimulado 14

16 Para estimular o protagonismo dos adolescentes, a Vaga Lume incentivou, através dos comitês, que as turmas promovessem iniciativas sobre o subtema escolhido, em sua escola ou comunidade. 78% dos adolescentes que responderam a avaliação afirmaram que fizeram alguma intervenção em Foram realizadas ações de diferentes amplitudes, como conscientização sobre o lixo, coleta seletiva, projeto carona etc. A exposição e debates sobre os trabalhos do ano também foram ações promovidas pelos adolescentes com supervisão dos educadores. Planejando, organizando e liderando essas ações, por mais simples que sejam, os adolescentes se apropriam do projeto e começam a ser uma referência em sua escola e em sua comunidade. Além da organização desses eventos, outra maneira de estimular o protagonismo dos adolescentes é incentivando a participação de monitores nas turmas. Os monitores são adolescentes que participaram em outras edições do Programa e têm interesse em continuar participando, no entanto, estão fora da faixa etária exigida. Eles podem auxiliar o educador no planejamento e na execução das atividades, contribuindo assim com o desenvolvimento das oficinas. Em 2013, dos educadores que responderam a avaliação, apenas 2 tiveram a participação de monitores em suas turmas e ambos afirmaram que essa participação contribuiu muito com o trabalho. 15

17 "Eu diria para a pessoa que a Vaga Lume muda vidas, inclusive a minha, e que ela dá voz aos jovens." Mhira Loeb Mindlin, monitora na Escola Vera Cruz. Pontos de Atenção A partir das avaliações notamos que alguns pontos devem ser olhados com atenção para que o Programa atinja melhores resultados: Para que o Programa atinja toda a comunidade escolar é importante que a Vaga Lume incentive ainda mais, junto a adolescentes e educadores, ações de divulgação, mobilização e socialização das atividades da Rede; É importante que a seleção das turmas da Amazônia seja feita com um maior cuidado, uma vez que é fundamental que sejam possíveis outras trocas (por e telefone) ao longo do ano entre os educadores, para além dos trabalhos produzidos; Para que o trabalho com monitores traga melhores resultados, é importante que investir na formação deles junto aos educadores. Pontos Fortes do Programa As avaliações também mostram que alguns pontos atingem os resultados esperados e fazem com que o Programa seja uma experiência muito importante para adolescentes e educadores. Destacam-se: A valorização da diversidade cultural é um ponto bem forte do Programa. Pelos Comitês Educacionais, trabalhos e Acampamento de Integração, os participantes conhecem outras realidades e criam vínculos entre si; 16

18 A avaliação também deixou evidente que os participantes chegam ao final do ciclo do Programa Rede sensibilizados pelas questões ambientais, entendendo melhor suas realidades e querendo buscar soluções para os problemas; A formação dos educadores também merece destaque por proporcionar não só aprendizados pela equipe da Vaga Lume, mas principalmente entre educadores de diferentes realidades. 17