CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA Nº 019/2014
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- Lavínia Canedo Palma
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1 CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA Nº 019/2014 NOME DA INSTITUIÇÃO: AES Brasil AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO: Nota Técnica n 0106/2014-SRD/SCR/ANEEL EMENTA: Segurança do trabalho e da população relativo às distribuidoras de energia elétrica e discussão de aprimoramento da regulamentação. 1. Considerações O Grupo AES Brasil (AES Brasil), em nome de suas distribuidoras, Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A (AES Eletropaulo) e AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A (AES Sul), serve-se da presente para enviar suas contribuições para a Consulta Pública Nº 019/2014, referente à segurança do trabalho e da população relativo às distribuidoras de energia elétrica e discussão de aprimoramento da regulamentação, após análise da Nota Técnica nº 0106/2014-SRD/SCR/ANEEL ( NT ANEEL ), de 26/12/2014. Em relação ao tema objeto desta consulta pública, a companhia externa que tem grande empenho e que todas as empresas do grupo atuam de acordo com valores que servem de parâmetro comum para a condução dos negócios, sendo Segurança o primeiro deles. Cumpre-se observar, ainda, que reduzir a ocorrência de acidentes com colaboradores, com prestadores de serviços e com os milhões de consumidores contidos nas áreas de concessão é um compromisso das referidas distribuidoras. Para isso, optou-se por uma estratégia de se antecipar aos riscos e buscar ações preventivas que proporcionem as melhores condições de segurança para todos. Cada colaborador, além de ser responsável pela própria segurança, também deve estar comprometido com seus pares, zelar pela segurança de clientes e da população, conscientizando-os sobre os riscos relacionados aos negócios do Grupo AES Brasil. Desta forma, os programas de segurança das distribuidoras são baseados nas diretrizes globais do grupo (AES Corporation) e no Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO), cujos requisitos estão de acordo com as especificações da OHSAS 18001:2007 1
2 (Occupational Health and Safety Assessment Series), norma internacional com foco na saúde e na segurança do trabalho voltados à preservação da integridade física e da saúde dos colaboradores e prestadores de serviço (por meio de práticas de mitigação ou eliminação de riscos em atividades e instalações). Em 2012, as empresas foram certificadas na norma OHSAS e passaram por auditoria de manutenção pela certificadora em Como exemplo de programas promovidos pela AES Brasil, destacam-se: Campanhas de comunicação, abrangendo, prioritariamente em áreas rurais, conscientizando sobre os riscos de aproximação e contato com a rede elétrica; Programas educativos em escolas, que visa discorrer sobre as regras de prevenção de acidentes com a rede elétrica para crianças de 8 a 13 anos; Ações de conscientização com os parceiros de negócios (Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Briga Militar e Prefeituras); Blitze de construção civil, que consiste em visitas em obras a fim de conscientizar a sociedade sobre os riscos de acidente com a rede elétrica; Dentre outros. Ressalta-se que a AES Brasil reconhece a importante atuação da ANEEL na busca contínua de aprimoramentos na regulamentação do setor elétrico em benefício da sociedade. Por outro lado, enfatiza que as ações a serem definidas, com o intuito de melhorar os indicadores de segurança, devem considerar que a prevenção de acidentes vai além dos esforços que estão sob a gestão das concessionárias. Em outras palavras, ainda que tenham sido envidados todos os esforços para a melhoria/confiabilidade da rede de distribuição, com a adoção de ações no sentido de minimizar e conscientizar a população sobre os riscos de acidentes com a rede elétrica, ainda deve-se ponderar que muitos deles ocorrem fora do ambiente empresarial e originados de atos imprudentes que são totalmente não gerenciáveis pelas distribuidoras, ou seja, ocorrem independentemente do empenho das empresas em promover a cultura de segurança. Adicionalmente, e por oportuno, é fundamental que a ANEEL avalie as normas técnicas existentes a serem observadas pelas distribuidoras, visando evitar redundâncias desnecessárias ou, ainda, evitando que sejam estabelecidos padrões mais restritivos do que aqueles contidos em normas emanadas pelos órgãos competentes do Ministério do Trabalho. É entendimento da AES Brasil que a ANEEL tem importante papel na prevenção de acidentes com a rede elétrica, podendo atuar de forma efetiva por meio de: (i) estabelecimento de padrões de campanhas publicitárias a serem realizadas pelas distribuidoras, com a definição de periodicidade, quantidade e temas a serem abordados nas mensagens a serem inseridas na fatura de energia; (ii) ações junto à comunidade para aumentar a percepção do risco do consumidor; (iii) maior interação com órgãos competentes, para o aumento de sinergia na adoção de práticas preventivas e fiscalizatórias, visando à redução dos acidentes; dentre outros. 2
3 Sabe-se que o tema é de alta abrangência e complexidade, portanto, a definição de limites para os indicadores de segurança implicará em potencial desafio para a ANEEL, pois a metodologia deverá, necessariamente, elencar os atributos capazes de capturar as especificidades inerentes a cada área de concessão para a definição de indicadores aderentes e, sobretudo, considerando a não gerenciabilidade plena das distribuidoras sobre tais ocorrências. Nesse cenário, a fim de contribuir com a discussão do tema em tela, seguem abaixo as respostas para as questões propostas por esta agência, conforme NT ANEEL. 2. Contribuição às questões para as distribuidoras e demais interessados Questões anexadas à Nota Técnica nº 0106/2014-SRD/SCR/ANEEL, de 26/12/ Considerando o contrato de concessão/permissão que obriga ao seu detentor promover a educação e a conscientização dos usuários quanto aos riscos no uso irresponsável da energia elétrica, quais seriam as melhores formas para se concretizar isso? Como medir a sua eficácia? Entende-se que o papel da ANEEL para o incentivo às distribuidoras para a prevenção de acidentes deveria ficar restrito ao estabelecimento: (i) de padrões mínimos de campanhas publicitárias a serem realizadas pelas distribuidoras, com a definição de periodicidade, quantidade e temas a serem abordados nas mensagens a serem inseridas na fatura de energia; (ii) das ações junto a comunidade para aumentar a percepção do risco do consumidor; (iii) de maior interação com órgãos competentes para o aumento de sinergia na adoção de práticas preventivas e fiscalizatórias, visando a redução dos acidentes; dentre outros. Adicionalmente, em função da alta complexidade e abrangência do tema, entende-se que a regulamentação de novos indicadores de segurança e/ou limites, no curto prazo, restaria prejudicada. Para que isso ocorra, seria necessária metodologia com alto grau de robustez, além do tempo necessário para a observação e maturação dos atributos capazes de refletir as especificidades das áreas de concessão do setor elétrico. A medição da eficácia das ações acima citadas poderia ser realizada por meio de pesquisas com a sociedade a respeito de sua percepção sobre os riscos associados ao uso irresponsável do recurso. 3
4 2. A ANEEL deveria realizar eventos para que boas práticas na área de segurança devam ser compartilhadas entre distribuidoras? Sim, ao realizar eventos possibilitar-se-ia compartilhar as experiências de sucesso que, após análise das distribuidoras, poderiam ser eventualmente utilizadas em sua área de concessão. Além disso, eventos promovidos pela ANEEL gerariam maior alinhamento de ações entre os vários agentes do setor (benchmarking). 3. Seria importante a participação da ANEEL em concursos, premiações e campanhas publicitárias em parceria com as distribuidoras? Sim. Seria de grande importância trazer para a sociedade o assunto da segurança por meio da figura da ANEEL, a fim de fortalecer o trabalho de promoção da cultura de segurança realizado pelas distribuidoras. 4. A ANEEL tem dado publicidade aos indicadores de segurança do trabalho e das instalações da forma adequada? Caso não, como melhorar a divulgação? Observa-se que os dados poderiam ser mais amplamente divulgados em meios de comunicação que atinjam o público que está mais diretamente relacionado aos problemas de ações inseguras com a rede elétrica. Escolas, sindicatos rurais e da construção civil, concentram grande parcela da população que pode interferir nos indicadores, em decorrência de soltura de pipas e das construções próximas à rede elétrica, por exemplo. Ressalta-se que ações de desfazimento e fiscalização de obras irregulares também são de extrema necessidade junto aos demais órgãos públicos. 5. Considerando os acidentes envolvendo a rede elétrica após o ponto de entrega, a ANEEL deveria desenvolver ações como, por exemplo, promoção de campanhas educativas? Tendo em vista que as concessionárias têm grande empenho no assunto e realizam diversas ações de conscientização junto ao seu público de relacionamento, acredita-se que a promoção de campanhas educativas pela ANEEL reforçariam os conceitos divulgados pelas distribuidoras de maneira positiva. 4
5 6. Quais seriam as ações que a ANEEL deveria realizar a partir da análise dos indicadores de segurança do trabalho e das instalações, além da divulgação dos dados? Após análise de indicadores, a ANEEL poderia realizar ações de conscientização em mídias de massa para atingir os grupos de maior risco, promovendo mais amplamente a conscientização dos maiores impactados de acordo com os resultados observados. Adicionalmente, e de acordo com a proposta da AES Brasil supra (resposta do questionamento 1), que parte do pressuposto de que é inexequível a definição de novos indicadores de segurança e/ou limites no curto prazo, a ANEEL poderia avaliar, através de processos fiscalizatórios, a diligência das distribuidoras na adoção de ações para a prevenção de acidentes, verificando o cumprimento dos padrões estabelecidos para as campanhas publicitárias, bem como as demais ações definidas junto à comunidade para aumentar a percepção do risco do consumidor. Como sugestão, é possível que haja convênios ou algum tipo de interação entre o Ministério das Minas e Energias (ao qual a ANEEL está vinculada) e o Ministério do Trabalho e Empregado (ao qual as Superintendências e Gerências Regionais do Trabalho são órgãos) para que haja troca de informações entre eles, de forma à propiciar ao Ministério do Trabalho, sempre que for constatado por algum tipo de relatório que as empresas sujeitas à fiscalização da ANEEL apresentarem, subsídios para que tais órgãos façam a fiscalização das questões atinentes à segurança, medicina e meio ambiente do trabalho. Exemplo dessa interação seria o envio do relatório de Acidentes do Trabalho recebido pela ANEEL ao Ministério do Trabalho e Emprego, para que se procedam ações de fiscalização ou desenvolvimento de políticas conscientizadoras a respeito da obrigatoriedade do uso correto e consciente dos EPIs. 7. Deve-se obrigar as distribuidoras a criarem uma opção emergencial/prioritária em seus canais de atendimento para casos emergenciais que coloquem em risco a população (cabo partido ao chão)? Os canais de atendimento devem oferecer tal opção (a AES Brasil já adota tal prática), guardadas as especificidades de cada distribuidora (por exemplo, estrutura de atendimento condicionada à quantidade de consumidores da área de concessão). 5
6 8. Quais ações podem ser implementadas para reduzir a subnotificação dos acidentes envolvendo os funcionários e a sociedade civil? Uma forma de aprimorar o recebimento de informações das distribuidoras, a respeito dos acidentes associados à rede elétrica, é a conscientização da força de trabalho, população e os órgãos governamentais para o relato dos acidentes/incidentes (independentemente do nível de gravidade) de forma a propiciar a identificação e implementação das medidas preventivas e corretivas cabíveis pelas distribuidoras. Tal conscientização certamente será majorada pela definição dos mínimos esforços a serem empreendidos pela distribuidora para a realização de campanhas publicitárias, bem como as ações a serem desenvolvidas nas comunidades a esse respeito. 9. Como a ANEEL pode atuar para se alcançar a padronização das informações sobre segurança no setor elétrico? A possível falta de observância aos critérios estabelecidos na NBR (Cadastro de Acidente do trabalho Procedimento e Classificação), para a contabilização ou não dos acidentes nos relatórios de segurança das distribuidoras, pode ter contribuído para a subnotificação citada no item anterior e para a falta de padronização das informações no setor elétrico. Desta forma, sugere-se que a ANEEL (em conjunto com os órgãos competentes) reforce/incentive a necessidade de cumprimento de tais critérios por todos os envolvidos, bem como auxilie em sua disseminação no setor elétrico e sociedade. 10. Há necessidade de a ANEEL criar novos indicadores de segurança do trabalho e das instalações? Quais? A AES Brasil entende que, por ora, não há necessidade de criação de novos indicadores. Desta forma, não obstante a resposta do item 16 abaixo (limite de competência da ANEEL), a Agência deveria focar esforços nos indicadores existentes (reconhecidos e acompanhados internacionalmente), contudo, reitera-se o quanto já exposto anteriormente, que a definição de limites para tais indicadores não é factível para o curto prazo, haja vista as etapas a serem percorridas anteriormente. Tais etapas consistem: (i) na discussão do detalhamento dos critérios a serem observados pelas distribuidoras para a contabilização dos acidentes (resposta do item anterior); (ii) na definição de metodologia que abarque as especificidades das áreas de concessão (definição de atributos e clusters); (ii) armazenamento de informações associadas aos atributos para a criação de banco de dados; (iii) definição de métodos de incentivo às distribuidoras; dentre outros. 6
7 11. A ANEEL deveria implementar indicadores de acompanhamento para os segmentos de Transmissão, Geração e Comercialização? Entende-se que, no curto/médio prazo, a ANEEL não deveria implementar indicadores para outros segmentos, principalmente para questões de população, onde uma reeducação da sociedade é necessária. Por outro lado, a ANEEL poderia iniciar, em suas visitas, a verificação dos programas de segurança do trabalho e de segurança com a população que cada empresa vem aplicando, bem como identificar reconhecimentos, certificações, o que demonstrará o grau de excelência das empresas em tais programas. 12. Existem barreiras regulatórias para que as distribuidoras tenham desempenho mais satisfatório nos indicadores de segurança do trabalho e da população? Um dos pontos essenciais a ser observado pela ANEEL para o sucesso de eventuais esforços adicionais empreendidos pelas distribuidoras para a prevenção de acidentes é a concatenação do aumento de tais exigências com os recursos tarifários dispensados para tal fim. 13. Considerando o limite de competência e atuação da ANEEL na área de segurança do trabalho, quais incentivos a ANEEL deveria adotar para as distribuidoras de energia elétrica? Vide resposta do item A adoção de um ranking de distribuidoras quanto ao seu desempenho nos indicadores de segurança seria um incentivo para que as empresas melhorem? Caso sim, de que forma esse ranking deveria ser constituído (média, relativo, etc.)? A AES Brasil é contra a adoção de um ranking pela ANEEL contendo o panorama das distribuidoras quanto ao seu desempenho nos indicadores de segurança. Tal fato se dá pela existência de ocorrências/situações totalmente não gerenciáveis pela distribuidora para a prevenção dos acidentes, o que poderia prejudicar de forma significativa a percepção da sociedade e do órgão regulador, mesmo que tenha sido verificada diligência na adoção de ações preventivas pelas empresas. 15. Distribuidoras que não tem apresentado bons indicadores de segurança do trabalho deveriam ter penalidades aplicadas pela ANEEL? De que forma e em qual momento isso poderia ser realizado? Conforme respostas dos itens 1 e 6, a ANEEL poderia avaliar, através de processos fiscalizatórios, a diligência das distribuidoras na adoção de ações para a prevenção de acidentes. 7
8 16. A ANEEL tem competência de forma mais abrangente para regular (penalidade/incentivo) o assunto em tela? Com base nas Leis 8.987/95 e 9.427/96, bem como no Contrato de Concessão assinado pela distribuidora (que estabelece a exigência de se atender ao princípio de serviço adequado) e Resolução Normativa nº 395/09 (que define as obrigações formais quanto ao acompanhamento da segurança) entende-se que, no que diz respeito à segurança da população, a ANEEL tem competência para regulamentar, fiscalizar e penalizar a distribuidora. Por outro lado, em relação à segurança do trabalho, conforme Artigos 21, inciso XXIV da Constituição Federal e artigo 626 da CLT, entende-se que o MTE seja o órgão responsável pela fiscalização do quesito. 17. Como a ANEEL pode/deve fiscalizar a segurança, respeitando a atribuição do MTE? Conforme respostas dos itens 1 (sugestões para o papel da ANEEL) e 6 (como avaliar o cumprimento das ações definidas pelo regulador). 18. Deve-se tomar alguma ação relativa à discrepância entre as mortes de funcionários próprios e terceirizados? De forma basilar, caberia à distribuidora uma análise dos dados e a intensificação das ações para o combate de acidentes na parcela impactada. A ideia é que sejam verificados os motivos para a existência de eventuais discrepâncias, para balizamento de ações que se demonstrem necessárias para o aprimoramento na gestão da segurança. A AES Brasil tem o entendimento de que a ANEEL deveria fiscalizar e conhecer as ações da distribuidora para o combate de acidentes tanto com equipes próprias como terceirizadas, antes de qualquer ação punitiva. 19. Quais são os custos que as empresas têm despendido com acidentes de trabalho de seus funcionários próprios e terceirizados? Esses custos são elevados para as empresas do setor? Quando da ocorrência de acidentes de trabalho, é necessário arcar com custos de ações de conscientização, despesas médicas, acompanhamento psicológico, indenizações, dentre outros, conforme o caso. Esses valores são bastante elevados, tornando-se estratégico o investimento/engajamento em prevenção. 8
9 20. Quanto é o volume de investimento que as concessionárias de distribuição têm aplicado em ações preventivas para reduzir acidentes de funcionários e da população (por exemplo, educação e treinamento)? São diversas as ações e programas desenvolvidos para que se promova a prevenção aos acidentes com funcionários, terceiros e população. No caso da AES Brasil, em 2014, somandose os montantes de ambas as distribuidoras, foram investidos mais de R$ 27 milhões em Programas de Segurança. Além dos investimentos efetivamente realizados nos programas de educação, treinamento e conscientização, existem outros consequentes de definições estratégicas tais como: a contratação de empresas que tenham bom desempenho em segurança e a gestão destes contratos; constante busca de práticas de segurança que eliminam os riscos nas atividades e instalações; ações de controle e inspeção; busca de novas tecnologias para mitigação de riscos, dentre outros. 21. Há barreiras regulatórias que impedem investimentos em redes subterrâneas com o intuito de reduzir os acidentes com a rede da distribuidora? Sabe-se que a motivação pelo emprego de tal tecnologia no setor elétrico tem sido fundamentalmente o aumento dos requisitos de qualidade da prestação do serviço público (redução das interrupções no fornecimento de energia elétrica). Mesmo para tal objetivo, observa-se a indisposição a pagar dos consumidores (aumento na tarifa) para o aumento da qualidade das redes elétricas, portanto, espera-se que tal rejeição seja majorada se os investimentos forem intrinsecamente voltados à redução de acidentes. Adicionalmente, o elevadíssimo custo da rede subterrânea cria o risco de que a adoção desse padrão construtivo, com o intuito de reduzir acidentes, não seja entendido pela ANEEL como investimento prudente. Caso isso ocorra, a distribuidora não terá o reconhecimento da remuneração de tais ativos na tarifa de energia elétrica. Além disso, por não ser economicamente viável sua aplicação em toda a área de concessão, sua generalização pode não ser entendida como solução para problemas de segurança. Desta forma, configuram-se como principais barreiras regulatórias as incertezas e riscos à distribuidora no emprego de tal tecnologia. 9
10 22. Os incentivos para investimentos em programas P&D da ANEEL na área de segurança são adequados? Caso não, quais seriam os motivos e de que forma isso poderia ser melhorado? Seria por meio de tema estratégico? É entendimento da AES Brasil de que os incentivos na área de segurança com recurso do programa de P&D devem ser mantidos. A adequação de tais incentivos está condicionada, por óbvio, à concatenação do recurso com as necessidades de cada distribuidora. Assim, para que tais incentivos se mantenham adequado, sugere-se que a própria distribuidora avalie e defina os projetos/temas, bem como as áreas a serem abarcadas em tais esforços, não necessariamente voltados a tema estratégicos definidos pela ANEEL. 10
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