DIREITOS HUMANOS. Direito Internacional dos Direitos Humanos. Características dos Direitos Humanos Parte 2. Profª. Liz Rodrigues
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- Amadeu Rafael de Sá Henriques
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1 DIREITOS HUMANOS Direito Internacional dos Direitos Humanos Características dos Direitos Humanos Parte 2. Profª. Liz Rodrigues
2 - Interpretação pro homine: normas que garantem direitos humanos não podem ser interpretadas de modo a eliminar direitos ou justificar a sua inobservância. - Em caso de conflito, deve sempre ser aplicada a norma que melhor protege a dignidade humana (primazia da norma mais favorável).
3 - Os direitos comportam uma interpretação ampliativa, sempre assegurando uma melhor proteção do ser humano e restringindo as arbitrariedades estatais. - Porém, se a norma permitir uma restrição a um direito, a restrição deve ser aplicada de modo estrito. - Observe que não se aplicam os critérios normais de solução de antinomias.
4 - Máxima efetividade: a interpretação de um direito deve ser feita de modo a assegurar o maior proveito ao seu titular, impondo o menor sacrifício possível aos titulares dos outros direitos em colisão (Ramos). - Veja o que afirmou o STF, quando do julgamento do RE n :
5 O Poder Judiciário, nesse processo hermenêutico que prestigia o critério da norma mais favorável (que tanto pode ser aquela prevista no tratado internacional como a que se acha positivada no próprio direito interno do Estado), deverá extrair a máxima eficácia das declarações internacionais e das proclamações constitucionais de direitos, como forma de viabilizar o acesso dos indivíduos e dos grupos sociais, notadamente os mais vulneráveis, a sistemas institucionalizados de proteção aos direitos fundamentais da pessoa humana [...].
6 - Eficácia: normas de direitos humanos se aplicam tanto nas relações entre o Estado e os indivíduos (eficácia vertical) quanto nas relações entre os particulares (eficácia horizontal. - Aplicabilidade imediata: as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata (art. 5º, 1º, CF/88) e não precisam ser complementadas pela legislação interna do país.
7 - Exigibilidade: por esta característica, direitos humanos podem ser exigidos dos Estados e o seu inadimplemento (ou cumprimento insatisfatório) pode levar à responsabilização internacional. - Natureza objetiva: tratados de direitos humanos tem natureza nãosinalagmática. Ou seja, os Estados assumem obrigações para com os indivíduos sob sua jurisdição, e não para com outros Estados (Ramos).
8 Os tratados modernos sobre direitos humanos, em geral, e em particular, a Convenção Americana, não são tratados multilaterais do tipo tradicional, concluídos em função de um intercâmbio recíproco de direitos, para o benefício mútuo dos Estados contratantes. Seu objeto e fim são a proteção dos direitos fundamentais dos seres humanos, independentemente de sua nacionalidade, tanto em face de seu próprio Estado como em face dos outros Estados contratantes (Corte Interamericana).
9 - Auto-aplicabilidade: como regra geral, direitos humanos podem ser demandados imediatamente por seus titulares, sem que seja necessária a criação de uma norma integrativa que lhes dê capacidade de produzir efeitos (ou seja, não são normas de eficácia limitada). - Porém, direitos de segunda dimensão podem exigir prestações positivas dos Estados.
10 - Realização progressiva: em se tratando de direitos de segunda dimensão, admite-se que, talvez, os Estados não tenham condições para implantar os direitos de modo perfeito imediatamente; assim, considerando os recursos disponíveis (reserva do possível), é aceitável que estes direitos sejam efetivados de modo progressivo.
11 A cláusula da reserva do possível que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana [...]. (STF. ARE n AgR).
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