DIREITO CONSTITUCIONAL

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Manoela Igrejas
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1 DIREITO CONSTITUCIONAL Parte 4 Profª. Liz Rodrigues

2 - Dimensões de direitos fundamentais: direitos fundamentais são direitos históricos e foram surgindo em momentos distintos, conforme as necessidades sociais de determinada época. - Note que as dimensões se somam, a fim de assegurar melhor proteção da dignidade humana em face dos riscos de violação.

3 - Primeira dimensão: são direitos que marcam a passagem de um Estado Absolutista para um Estado de Direito e se consolidaram por volta do sec. XVIII (ainda que alguns direitos desta dimensão já tenham sido assegurados em documentos históricos bem anteriores, como a Magna Carta Libertatum). - São as chamadas liberdades individuais, que se pautam pela exigência de nãointerferência do Estado em questões particulares(liberdades negativas).

4 - Coincidem com o pensamento liberal-burguês típico do Iluminismo e podem ser encontrados nas primeiras Declarações de Direitos e Constituições do sec. XVIII. - Bonavides: são direitos de liberdade que tem por titulares os indivíduos, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico; são direitos de resistência ou oposição ao Estado.

5 - Direitos civis e políticos: o nacional deixou de ser considerado como mero súdito, passando à condição de cidadão, detentor de direitos tutelados pelo Estado, inclusive contra os próprios agentes deste (Pinho). - São considerados direitos autoaplicáveis. - Exemplos: direito à vida, igualdade (em sentido formal), liberdades em geral, propriedade, votar e ser votado.

6 - Segunda dimensão: são direitos que se consolidam a partir do sec. XIX, em consequência da Revolução Industrial e da inexistência de limites para a proteção de grupos vulneráveis. - São direitos de conteúdo econômico e social, que visam melhorar as condições materiais de vida dos indivíduos, especialmente de hipossuficientes (conteúdo material da dignidade).

7 - Igualdade material: visa diminuir as discrepâncias entre os grupos hegemônicos e os grupos vulneráveis. - Intervenção estatal: liberdade positiva, uma vez que a proteção destes direitos demanda um fazer do Estado, atuando na ordem social e econômica e implementando medidas concretas para a redução das desigualdades.

8 - Apesar de serem considerados normas de caráter programático e de realização progressiva, o STF já entendeu que o Estado não pode se furtar de realizar estes direitos. - Ponderação entre os princípios da reserva do possível e do mínimo existencial. A reserva do possível não pode ser invocada para legitimar o injusto inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente impostos ao poder público (ARE n AgR).

9 - Aplicação das duas facetas do princípio da proporcionalidade: - Proibição de proteção insuficiente: o Estado tem o dever de tutelar de modo adequado todos os direitos fundamentais consagrados na Constituição, adotando as medidas adequadas e necessárias para tanto. - Proibição do excesso: o Estado não pode agir de modo desarrazoado, resultando de uma ponderação desproporcional entre fins e meios.

10 - Direitos sociais, econômicos e culturais: apesar de o direito ao trabalho já ser mencionado na Constituição Francesa de 1848, estes direitos só se incorporam às Constituições a partir do sec. XX (Constituição de Weimar e Constituição Mexicana), especialmente com a implementação do chamado Estado de Bem- Estar Social. - Exemplos: direitos do trabalhador, igualdade (material), saúde, educação, proteção dos desamparados.

11 - Terceira dimensão: direitos ligados à ideia de solidariedade/fraternidade, surgem da necessidade de atenuar as diferenças entre as nações desenvolvidas e subdesenvolvidas, por meio da colaboração entre países ricos e pobres (Novelino). - São direitos transindividuais, difusos, destinados à proteção do gênero humano e que demandam a cooperação internacional.

12 - Exemplos: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito ao desenvolvimento, à autodeterminação dos povos, direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade, direitos de comunicação e direito à paz. - Visam evitar a deterioração da qualidade da vida humana. - Atenção: Bonavides defende que o direito à paz integra a quinta dimensão de direitos fundamentais.

13 - Quarta dimensão: parte da doutrina (Bobbio) entende que estes direitos surgem em consequência dos avanços no campo da engenharia genética e das possibilidades de manipulação do patrimônio genético. - Exemplos: proteção contra a manipulação genética, vedação da discriminação, questões bioéticas.

14 - Bonavides: entende que a globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos de quarta dimensão (globalização dos direitos fundamentais). - Exemplos: direito à democracia direta, à informação e ao pluralismo.

15 - Quinta dimensão: Bonavides considera que o direito à paz integra esta dimensão, por entender que é um axioma da democracia participativa ou, ainda, supremo direito da humanidade. - Há autores que relacionam esta dimensão à proteção de direitos advindos da evolução da comunicação em rede e desenvolvimento cibernético, bem como da realidade virtual.

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