DIREITO CONSTITUCIONAL
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- João Henrique Custódio Bennert
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1 DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 2 Profª. Liz Rodrigues
2 - Coisa julgada: Novelino explica que a coisa julgada deve ser entendida como uma qualidade que imuniza os efeitos substanciais da sentença, visando garantir a estabilidade da tutela jurisdicional. - Coisa julgada formal: produz efeitos dentro do processo, impedindo o reexame da sentença e tornando-a imutável dentro do mesmo processo. - Coisa julgada material: torna imutáveis os efeitos desta sentença em qualquer processo.
3 - Observe que a proteção constitucional não se estende à coisa julgada administrativa (decisão irretratável pela própria administração), pois a questão ainda pode ser submetida ao Poder Judiciário, se houver lesão ou ameaça a direito subjetivo (veja o RE n ). - Coisa julgada inconstitucional: nenhum direito pode ser considerado absoluto e, caso o fundamento da decisão venha a ser considerado inconstitucional, poderá caber ação rescisória.
4 - A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuizamento de específica ação autônoma de impugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em lei [...]. A superveniência de decisão do STF, declaratória de inconstitucionalidade de diploma normativo utilizado como fundamento do título judicial questionado [...] não se revela apta, só por si, a desconstituir a autoridade da coisa julgada (RE ED-EDv-AgR).
5 - Art. 5º, LVII, CF/88: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. - Presunção de não-culpabilidade ou presunção de inocência. - O Estado não pode tratar como culpado quem ainda não recebeu uma condenação penal irrecorrível; se houver dúvida fundada, a pessoa deve ser absolvida.
6 - Alteração no posicionamento do STF: até 2016, o entendimento era pacífico no sentido de que a prisão antes do trânsito em julgado somente pode ser decretada a título cautelar (HC n ). - Porém, no julgamento do HC n , o tribunal passou a considerar que a manutenção da sentença penal pela segunda instância encerra a análise dos fatos e provas que assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
7 - A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em julgamento de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência (HC n ). - No entanto, em julho de 2016, o Min. Celso de Mello concedeu liminar para suspender a execução de mandado de prisão que determinava o início do cumprimento da pena pelo réu, antes do trânsito em julgado.
8 - Para o Min. Celso de Mello, o acórdão do HC n não precisaria ser aplicado, pois não tem eficácia vinculante e embora respeitabilíssimo, não se impõe à compulsória observância de juízes e tribunais em geral (HC n ). - A decisão no HC n motivou as Ações Declaratórias de Constitucionalidade n. 43 e 44, propostas pelo Partido Ecológico Nacional e pelo Conselho Federal da OAB.
9 - As ADCs visam o reconhecimento da "legitimidade constitucional da recente opção do legislador (veiculada na Lei nº /2011) de condicionar o início do cumprimento da pena de prisão ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória". - Porém, em out/16, foi confirmada a legitimidade da prisão após decisão condenatória de segundo grau.
10 - Outras questões relativas à presunção de inocência: - RE n : ante o princípio constitucional da não culpabilidade, inquéritos e processos criminais em curso são neutros na definição dos antecedentes criminais. - AI n AgR: viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença [...].
11 - Art. 5º, LXI, CF/88: ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. - Art. 5º, LXV, CF/88: a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
12 - Art. 5º, LXVII, CF/88: não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. - Prisão é a privação da liberdade de locomoção, com o recolhimento da pessoa ao estabelecimento prisional.
13 - Para Lima, há três espécies de prisão: a prisão penal, as extrapenais (prisão civil, prisão administrativa e prisão disciplinar) e as cautelares (flagrante, preventiva e temporária). - Prisão penal: resulta de sentença condenatória com trânsito em julgado que impôs o cumprimento de pena privativa de liberdade.
14 - Prisão extrapenal: não tem relação com a prática de crimes propriamente ditos. - Prisão administrativas: previstas no CPP, não foram recepcionadas pela CF/88, que só admite a prisão por ordem de autoridade judicial. - Prisão civil: decretada para compelir alguém ao cumprimento de uma obrigação civil. Só é possível em caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia (art. 5º, LXVII, CF/88).
15 - Súmula Vinculante n. 25: é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. - Mudança de entendimento do STF no julgamento do RE n Aplicação do art. 7.7 da Convenção Americana de Direitos Humanos.
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