DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. Professor Juliano Napoleão
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- Silvana Carvalho Lobo
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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Professor Juliano Napoleão
2 UNIDADE 2 Conflitos de lei no espaço e as normas de Direito Internacional Privado
3 2.1 Os conflitos de lei no espaço pertinentes às relações privadas com conexão internacional Princípio da territorialidade Regra geral: o Estado aplica as normas de sua própria ordem jurídica a todas as relações que se desenvolvam dentro de seu território. Conflitos de lei no espaço Situações em que mais de um ordenamento nacional possa incidir sobre uma relação privada que transcende as fronteiras de um ente estatal, ou seja, que tenha conexão internacional. (PORTELA, 2015, p. 653)
4 2.2 Estrutura normativa do Direito Internacional Privado OBJETO DE CONEXÃO ELEMENTO DE CONEXÃO
5 2.2 Estrutura normativa do Direito Internacional Privado Tipos de normas de Direito Internacional Privado Norma de sobredireito, de superordenamento, indicativa ou indireta: Indicação da norma nacional aplicável a um conflito de leis no espaço; Norma conceitual ou qualificadora: informam como uma regra indicativa deve ser interpretada e aplicada; Normas diretas, referentes à nacionalidade e à condição jurídica do estrangeiro, quando pertiente;
6 2.3 Objetos e elementos de conexão Objeto de conexão Matéria tratada pela norma. Elemento de conexão Critério de determinação do direito aplicável ao objeto de conexão.
7 2.3 Objetos e elementos de conexão Art. 7º LIDB: A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Objetos de conexão: o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Elementos de conexão: domicílio.
8 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Lex fori Aplica-se a norma do Estado onde se desenvolve a relação jurídica. É regra referente à própria aplicação das normas de Direito Internacional Privado.
9 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Domicílio Aplica-se a norma do domicílio de uma das partes; Ex. LINDB, Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Atenção! O domicílio é o principal elemento de conexão adotado no Brasil;
10 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Nacionalidade Aplica-se a norma do Estado de nacionalidade de uma das partes; Ex. LINDB, Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.
11 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Lex rei sitae Aplica-se a norma do lugar onde está situada a coisa. Ex. CRFB/1988, Art. 5º. XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
12 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Lex loci delicti comissi Aplica-se a norma do lugar onde o ilícito foi cometido.
13 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Lex loci execucionis/lex loci solutionis Aplica-se a norma do lugar em que se dá a execução de um contrato ou obrigação. Ex. Súmula 207 do TST: o contrato de trabalho deve ser regido pelo local de prestação de serviço e não pelo local de assinatura do contrato.
14 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Lugar de constituição da obrigação/locus regit actum/lex loci contractus Aplica-se a norma do lugar em que a obrigação foi contraída. CPC, Art o Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.
15 2.3 Objetos e elementos de conexão Tipos de elementos de Conexão Autonomia da vontade Aplica-se a norma escolhida pelas partes Ex. Lei 9307/2006 (Lei da Arbitragem): Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes. 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
16 2.4 Institutos básicos do Direito Internacional Privado Regra geral, a norma de Direito Internacional a ser aplicada é indicada pela lex fori. Tendo em vista o incremento da complexidade das relações privadas com conexão internacional e o correspondente desafio de normatização, muitas vezes o instituto da lex fori não é suficiente.
17 2.4 Institutos básicos do Direito Internacional Privado Qualificação Delimitação do objeto de conexão; Ação anterior à escolha da norma aplicável; Regra geral: qualificação pela lex fori, mas há divergência doutrinária; Exceção: lex causae: LINDB: Art. 8 o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Art. 9 o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
18 2.4 Institutos básicos do Direito Internacional Privado Ordem pública Aspectos fundamentais de um ordenamento jurídico e da própria estrutura do Estado e da sociedade; Norma estrangeira contrária à ordem pública não é aplicável. LINDB, Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
19 2.4 Institutos básicos do Direito Internacional Privado Reenvio O ordenamento jurídico do Estado A indica a ordem jurídica do Estado B como aplicável a um caso. A norma do Estado B determina como incidente na situação a ordem jurídica do Estado A, ou mesmo de um outro Estado C. Regra: O Brasil não admite o instituto do reenvio: LINDB, Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
20 2.4 Institutos básicos do Direito Internacional Privado Direito adquirido Reconhecimento por um Estado de direito adquirido em outro, desde que não ocorra contraposição à ordem pública.
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