DIREITOS HUMANOS. Direitos Humanos no Ordenamento Nacional. Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro

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Yago Miranda Neves
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1 DIREITOS HUMANOS Direitos Humanos no Ordenamento Nacional Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro Profª. Liz Rodrigues

2 - A proteção da dignidade da pessoa humana pode ser feita tanto por normas nacionais quanto por normas internacionais. - Há uma certa permeabilidade entre o direito nacional e o internacional e, ao assumir um compromisso perante organizações internacionais, o Brasil deve adotar as medidas necessárias para que estes direitos sejam devidamente protegidos em âmbito interno.

3 - Tratado é definido como acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica (art. 2º, 1.a, Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados/1969). - O tratado traduz um compromisso formalmente assumido por um Estado soberano, que geralmente participa ativamente do seu processo de formação, e que, em razão do princípio da boa-fé, deverá ser fielmente cumprido pelos países que a ele se vincularam.

4 - Processo de formação de tratados: a. negociações preliminares: fase em que os representantes dos Estados se reúnem a fim de estudar conjuntamente as possibilidades de se chegar a um entendimento relativo à conclusão de determinado instrumento internacional. - O texto é negociado até que não existam mais questões pendentes; Estando o tratado concluído, passa-se à segunda fase.

5 b. aprovação parlamentar: neste momento, o parlamento de cada Estado interessado em se tornar parte do tratado irá analisar a conveniência de se permitir a vinculação daquele país àquele compromisso internacional. - No caso do Brasil, o art. 49, I da CF/88 indica que compete exclusivamente ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

6 - Além disso, o art. 5º, 3º da CF/88 dispõe que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

7 - Nem todo tratado de direitos humanos terá, no Brasil, status de equivalente às emendas constitucionais - apenas aqueles que vierem a ser aprovados, quando da análise parlamentar, pelo quórum qualificado indicado no art. 5º, 3º, CF/88. - Em relação aos outros, o STF entende que o tratado em questão deverá ser entendido como sendo uma norma infraconstitucional e supralegal subordinado à Constituição e considerado superior a toda legislação infraconstitucional.

8 - Depois de aprovado pelo Congresso Nacional (seja com o quórum normal de maioria simples, seja com o quórum qualificado do art. 5º, 3º, CF/88), será expedido um Decreto Legislativo, que autoriza o Poder Executivo a concluir o acordo internacional e demonstra a aquiescência do Congresso à matéria nele contida. - A aprovação parlamentar não obriga o Presidente da República a ratificar o tratado ou a ele aderir, mas a não-aprovação implica na recusa do documento internacional, que não poderá ser firmado pelo Presidente da República em hipótese alguma.

9 c. ratificação: nos termos do art. 84, VIII da CF/88, é competência privativa do Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. - Este é um ato discricionário, que será realizado após análise de conveniência e oportunidade, e o fato de o Parlamento ter se manifestado de modo favorável em nada obriga o Chefe do Executivo à sua ratificação.

10 - Ratificação e adesão indicam o ato pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado (art. 2º, 1.b, CVDT/69). - Ratificação é utilizada nas situações em que o Estado em questão participou do processo de formação do texto do tratado (ou seja, fez parte das negociações preliminares) e a adesão é utilizada quando o Estado pretende se vincular a um tratado que já está pronto (ou seja, nesse caso, ele não participou das negociações preliminares).

11 âmbito interno. Incorporação de Tratados Intern. de Direitos Humanos no Direito Brasileiro d. promulgação do tratado internacional: esta última fase se realiza com a expedição de um Decreto de Execução, por parte do Presidente da República, que determina que o tratado em questão deve ser executado e cumprido em sua integralidade. - Ainda que o tratado já seja capaz de gerar obrigações para o Brasil desde o momento da ratificação, o STF (ADI /DF) entende que a expedição do Decreto de Execução e publicação do texto na imprensa oficial são requisitos necessários para dar ao tratado aplicabilidade em

12 O iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais - superadas as fases prévias da celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da ratificação pelo Chefe de Estado - conclui-se com a expedição, pelo Presidente da República, de decreto, de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: a. a promulgação do tratado internacional; b. a publicação oficial de seu texto; e c. a executoriedade do ato internacional, que passa então, e somente então, a vincular e obrigar no plano do direito positivo interno (ADI n /DF).

13 - Status dos tratados de direitos humanos: durante muito tempo (desde a década de 70), o STF manteve o posicionamento de que tratados internacionais, independentemente do assunto, deveriam ser incorporados ao ordenamento com força de normas infraconstitucionais. - Art. 5º, 2º, CF/88: "Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte".

14 - Em 2004, com a Emenda Constitucional n. 45, o art. 5º da CF/88 recebeu um terceiro parágrafo, que prevê que: "Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais". - Apenas a Convenção Internacional para a Proteção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo tem esse status.

15 - Os outros tratados de direitos humanos já ratificados receberam, a partir de 2008 (RE n ), um peso intermediário: são considerados normas infraconstitucionais e supralegais,

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