Estado e relações entre direito interno e direito internacional. Conflitos e aporia.

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Tânia Terra Felgueiras
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1 Estado e relações entre direito interno e direito internacional. Conflitos e aporia. Profa. Me. Érica Rios erica.carvalho@ucsal.br

2 PROBLEMAS Hierarquia entre normas internacionais e direito interno? Como aplicar normas internacionais dentro da ordem jurídica nacional? Casos de divergência Teoria Dualista: Direito Internacional e o Direito interno dos Estados são duas ordens jurídicas distintas e independentes Teoria Monista: são dois sistemas que derivam um do outro (vasos comunicantes). Há correntes defendendo a primazia de um ou de outro.

3 O BRASIL ADOTOU A TEORIA DUALISTA? Aplicação da norma internacional depende de sua internalização ao ordenamento jurídico nacional? Vejamos 3 posições históricas do STF sobre isso: RE PA sobre a Convenção de Genebra (1931): tratados têm que ser incorporados como lei interna via processo legislativo ou internalizados sui generis por decreto do CN, senão não têm aplicabilidade interna. Tratado internacional tem a mesma posição hierárquica de lei ordinária, e, em consequência, lei interna superveniente poderá revogar tratado em vigor, com exceção de matéria tributária (art. 98 do CTN). O STF exige promulgação pelo Executivo via decreto de execução presidencial. Sobre o Pacto de San José da Costa Rica (Dec ): necessidade de tratados sobre DH serem internalizados pelo mesmo processo legislativo de EC para terem status constitucional (art. 5º, 3º da CF). Os tratados incorporados antes da EC nº 45 terão status supralegal.

4 TEORIA MONISTA SÓ EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA? Regra de Paridade: não há sobreposição das normas de direito internacional sobre as normas de direito interno. Têm o mesmo status, e, em caso de conflito, prevalece a mais recente. (adotado nos EUA) Art. 98 do CTN: os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. No que diz respeito aos tratados tributários internacionais, como é o caso do Acordo de Bitributação, há uma sobreposição das normas de direito internacional sobre as normas de direito interno. Assim, parece-nos prevalecer a Teoria Monista apenas nessa área.

5 Mas afinal, Monismo ou Dualismo? A CF não oferece solução: Art. 4º: Elenca os princípios que regem as relações internacionais, destacando, em seu ú, a busca pela integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina. Art 5º, 2º: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Art. 49, I: Compete ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Art. 84, VIII: Compete privativamente ao presidente da república celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. Não diferencia ordem interna e internacional.

6 Convenção de Viena (1969) sobre o Direito dos Tratados (Decreto n 7.030/2009) Consagrou expressamente a posição monista no art. 27: Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Sem prejuízo do art. 46.: 1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental. 2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé. Ademais, se a norma interna for mais favorável ainda ao ser humano, ela deve prevalecer sobre a internacional, e vice-versa o que confirma o monismo adotado.

7 CRÍTICAS ÀS 2 TEORIAS Teoria Monista Teoria Dualista

8 LEITURA DIRIGIDA DE PERDEDORES GLOBAIS, (R. KURZ, 1995) 1. Qual a diferença em relação ao mercado a partir da globalização? 2. A divisão e forma do trabalho mudaram nesse processo de globalização? Como? 3. À medida em que menos trabalhadores encontram postos de trabalho e que a produção cresce, há consumidores suficientes para manter o sistema equilibrado? 4. Estados Nacionais devem ter que objetivos? Desenvolvimento real ou sustento de multinacionais para garantir o mero crescimento econômico? 5. Quais as principais contradições contemporâneas entre mercado e Estado?

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