1 3 6 * -3410. '...-.'- PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA ACÓRDÃO Apelação Cível n. 888.2004.011557-6/001. Relator: Desembargador Antônio Elias de Queiroga. Apelante: Albanete Alves Gomes. Advogados: Fábio Brito Ferreira e Marcelo Figueiredo Filho. Apelados: Eunice Pedro de Carvalho Paulo Soares e outros. Advogado: Tiago Sobral Pereira Filho. CAUTELAR. Pressupostos. Aplicação de penalidade a associados de sindicato sem o devido processo legal. Art. 5 0 LV da CF. Dano irreparável. Sentença. Manutenção. O objeto da ação cautelar é justamente acautelar o pretenso direito discutido na causa principal. Demonstrados os pressupostos do fumus boni iuris e do periculwn in mora necessários é de se deferir a cautela. VISTOS relatados e discutidos estes autos.. 41Ik ACORDAM em sessão da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba por unanimidade negar provimento ao apelo nos termos do voto do relator integrando a presente decisão a súmula de julgamento de fls. 176. (51
1f- PODER JUDICIÁRIO ; TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAWA " RELATÓRIO Eunice Pedro de Carvalho e outros promoveram ação cautelar inominada contra Albanete Alves Gomes Presidente do Sindicato do Departamento de Estradas e Rodagens da Paraíba viando anular a circular que os excluiu do sindicato para que possam retornar ao quadro associativo. Fundamentam o seu pedido no seguinte: São funcionários públicos estaduais e sempre fizeram parte do quadro associativo do sindicato desde a sua criação. Em 21 de julho de 2001 em represália às inúmeras ações que os autores propuseram na justiça a demandada os excluiu do quadro associativo através de ato publicado no Diário Oficial do Estado sendo o ato praticado sem que tivessem qualquer oportunidade de defesa. Citada a ré alegou preliminarmente que os autores não indicaram a ação principal a ser proposta e no mérito disseram que os requerentes desligaram-se voluntariamente do sindicato. Em sentença de fls. 151-155 a Juíza julgou procedente o pedido entendendo que restou caracterizada a violação ao direito de defesa dos autores pelo que anulou o ato de exclusão. Inconformada a demandada apelou aduzindo que apenas cumpriu as normas do estatuto sindical após o desejo dos autores de se desligarem voluntariamente do sindicato (fls. 156-160). Os autores não apresentaram contra-razões. 2
I /.. - 0......r. PODER JUDICIÁRIO - '.. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA ' k. - A Procuradoria de Justiça emitiu o parecer de fls. 168-169 opinando pelo desprovimento do recurso. VOTO 41 411 A ação cautelar é acolhida ou rejeitada por seus próprios fundamentos e não em razão do mérito da ação principal sendo essa a razão de que "todo provimento cautelar é destarte expressão do exercício de uma ação diversa daquela que procura a solução do litígio embora exista obrigatoriamente uma coordenação entre ambas ".1 Nesse diapasão os fundamentos necessários para se alcançar o objeto da medida cautelar acautelando o pretenso direito discutido no processo principal são basicamente dois: I um dano potencial - risco que corre o i processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte em razão do periculum in mora; II- a plausibilidade do direito material invocado ou seja o fumus boni iuris. Na espécie há a aparência do bom direito (fumus boni iuris) porquanto consta que os apelados foram surpreendentemente afastados do quadro 1 associativo do sindicato no dia 21 de julho de 2001 através da Circular/002/2001 publicada no Diário da Justiça sem direito de defesa. A Ata da Reunião da Diretoria Executiva do Sindicato (fls. 120) deixa transparecer que a exclusão dos autores é conseqüência de penalidade aplicada aos mesmos ocorrendo "em razão de embaraço e atitude e 'Curso de Direito Processual Civil Humberto Theodoro Jr. 35' ed. Ed. Forense 2003 p. 348-349. li' 3 _
.... r '. PODER unal JUDDIECIÁ. I' " '4 JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAWA inverdades distorcidas que são fruto e reflexos de rancor em virtude de não terem logrado êxito na justiça e que só desejam se não outra coisa do que semear a desordem". O próprio ato de exclusão publicado no Diário Oficial fundamenta-se no art. 6 do estatuto que disciplina a aplicação de penalidades. É bem verdade que à diretoria cabe zelar pela manutenção e organização da instituição inclusive aplicando penalidades aos associados mas sempre com a garantia do direito de defesa (art. 5 LV CF). 4 Com relação ao dano irreparável a sua concretude é indiscutível em face dos dissabores que poderão recair sobre os apelados. Por essas razões a Câmara negou provimento à apelação. Sala das sessões da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em João Pessoa 09 de maio de 2005 (data do julgamento). Presidência do Desembargador Francisco Seráphico da Nóbrega com voto. Presentes à sessão o Desembargador Antônio Elias de Queiroga (relator) e o Juiz convocado em substituição à Desembargadora Maria de Fátima Bezerra Cavalcanti Leandro dos Santos. João Pessoa 09 de maio de 2005. k... Des. Antônio Elias de Q iroga. Relator 4
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