1 I SABE LA GAMA DE MAGALHÃES Relatora

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1 PODER ^JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N * * Vistos, relatados e ciscutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n 51"' /4-00, da Comarca ce SUMARÉ, em que são apelantes GERALDO BARBOSA DE CASTRO, E OUTRA sendo apelado O JUÍZO: ACORDAM, em Sexta Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U.", de conformidade com o voto do Relatei, que íntegra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MAGNO ARAÚJO (Presidente), VITO GÜGLIELMI. São Paulo, 31 de julho ce JJ\V^ <s ^AÔt 1 I SABE LA GAMA DE MAGALHÃES Relatora

2 APELAÇÃO CÍVEL n /4 APELANTES Geialdo Barbosa de Castro e sua esposa APELADO O Juízo COMARCA. Sumaré Voton Usucapião - Imóvel de propriedade da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU - Bem público inviável de ser usueapido - Inteligência dos artigos 183, parágrafo 3", c 191, parágrafo único, da Constituição Federal, e 102, do Código Civil - Sentença mantida. Recurso improvido. A r sentença de fls l ( >9/200. cu)o relatório adoto, julgou improcedente a ação de usucapião movida por Geraldo Barbosa de Castro e sua esposa, e contra essa r decisão insurgem-se os autores, pedindo sua reforma, para se acolher na íntegra o pleito vestibular Em abono do seu direito alegam que detêm a posse mansa e pacífica da área usucapienda desde satisfazendo as condições exigidas pela Lei n 6 383/76 para a aquisição da propriedade. Afirmam, também, que não ha certeza de que o imóvel pertença a ente público ou seja abrangido pela matrícula imobiliária cm nome da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU. donde impositivo o decreto de procedência da demanda, tudo como aduzem nas razões de fls O recurso, tempestivo, foi bem processado, com dispensa de preparo, e manifestação desfavorável da E Procuradoria Geral de Justiça

3 TRIBUNAL DE JUSI IÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO É o relatório inconíbrmismo não pioccdc Em que pese a combatividade do advogado dos apelantes. seu Vê-se de fls 02/06 e 44/47 que Geraldo Baibosa de Castro e Dailse Mana Castro Monção moveram ação de usucapião especial rural em face de Companhia Desenvolvimento Habitacional Urbano do Estado de São Paulo - CDHU. dizendo, em síntese, que satisfaziam as condições exigidas para adquirirem o domínio do bem. tudo ante os motivos que aduziram na inicial e sua emenda Consta ainda de fls 173 que. citada, a ré não contestou a demanda, tornando-se revel. fato que não impln.ava obrigar o Juízo a acolhei a tese vestibular, nos termos da norma do artigo 319. da lei instrumental civil, eis que "a falta de contestação conduz a que se tenham como verdadeiros os fatos alegados pelo autor Não. entretanto, a que necessariamente deva ser julgada procedente a ação Isso pode não ocorrer. se)a em virtude de os fato*, não conduzirem as conseqüências jurídicas pretendidas. se a por evidenciar-se existir algum, não cogitado na inicial, a obstar que aquelas se verifiquem"* (Theotônio Negrão e José Roberto F Gouvêa. Código de Processo Civil e legislação processual em vigor. Saraiva. São Paulo a edição, pag 400, nota 6 ao art 319 do C P C ) No caso em exame, ficou evidente que os autores pretendiam adquirir o domínio sobre imóvel que era de propriedade da FEPASA - Ferrovia Paulista S/A e incorporou-se ao patrimônio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU. conforme atesta certidão imobiliária de fls. 79/80 BVM Apelação Cível n /4 - Voto 10404

4 rftf^&r PODER JUDICIÁRIO Ocorre que a área usucapienda caracteriza-se como bem público, eis que pertence a sociedade de economia mista integrante do Sistema Financeiro da Habitação, cuja finalidade e a jnplantação de proieto de coniunio habitacional, destinado à construção de moradia popular, não sendo suscetível de apropriação por particular Daí que inviável adquirir o imóvel por usucapião, face ao disposto nos artigos 102. do Código Civil, e 183. parágrafo 3 o. e 191. parágrafo único, da Constituição Federal Nesse sentido, confira-se ulgado desta Corte, em cuja ementa se lê USUCAPIÃO - Imóvel urbano - feneno de propriedade da FEPASA - Ferrovia Paulista S/A incorporado ao patrimônio público da Cia de Desenvolvimento Habitacional - CDHU. para a construção de moradias populares - Bem de domínio público, não susceptível de apropriação por particular - Indeferimento da petição inicial mantido - Recurso improvido (v Acórdão proferido pela E Primeira Câmara de Direito Privado ao julgar, em a Ap Cível n /7. sendo Relatoi o eminente Desembargador Paulo Eduardo Razu'%.) Ressalte-se. ainda, que as disposições constitucionais e as novas regras do ordenamento jurídicos cm vigoi excluem a usucapião das normas da Lei n 6 969/81. que permitiam esse meio de aquisição de terras devolulas pertencentes a União De outro lado, correta a ilustrada Procuradoria Geral de Justiça ao ponderar que ''por falta de amparo nas regras processuais, inviável a conversão da ação de usucapião em pedido de legitimação de posse, conlorme solicitado nas razões de recurso (tis 209/210). pretensão esta que deveiá ser pleiteada em via própria" BVM Apelação Cível n /4 - Voto 10404

5 Daí que. embora compreensível o mconformismo dos apelantes e mesmo considerando a gravidade do problema da moiadia em nosso país. a hipótese não justificava deferir o pleito vestibular recurso Diante do exposto, pek' meu voto. nega-se provimento ao ISABELA (GAMA 0E MAGALHÃES telatonr VI Apelação Cível n ? 4 - Voto 10404