VOTO. ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAI[BA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA

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1 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAI[BA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N /001 ORIGEM : zr Vara da Comarca de Guarabira. RELATOR : Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. APELANTE : Município de Guarabira, representado por seu Procurador José Anchieta dos Santos. APELADO : Francisca Francinete Soares dos Santos. ADVOGADO : Antonio Teotonio de Assunção. EMENTA: COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. TERÇOS DE FÉRIAS NÃO GOZADAS, DIFERENÇAS A TÍTULO DE SALÁRIO-FAMÍLIA, CONVERSÃO DE LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA, QUINQUÊNIOS E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. APELAÇÃO. PERCEPÇÃO DE QUINQUÊNIOS. PREVISÃO NO ART. 51, XVI, DA LEI ORGÂNICA MUNICIPAL. INADIMPLEMENTO COMPROVADO, COM BASE EM DEMONSTRATIVOS DE PAGAMENTO. DESPROVIMENTO. Faz jus à percepção do quinquênio, no percentual fixado em lei, o servidor que atende a todos os requisitos legais para a percepção do referido beneficio. VISTO, relatado e discutido o presente procedimento referente à Apelação Cível n /001, na Ação de Cobrança c/c Obrigação de Fazer, em que figuram como partes Francisca Francinete Soares dos Santos e Município de Guarabira. ACORDAM os eminentes Desembargadores integrantes da Egrégia Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Pataíba, à unanimidade, acompanhando o voto do relator, negar provimento à Apelação. VOTO. Francisca Francinete Soares dos Santos ajuizou, perante o Juízo da 4 Vara da Comarca de Guarabira, Ação Ordinária de Cobrança c/c Obrigação de Fazer, processo n , em face do Município de Guarabira. Alegou (1) que foi contratada em 01/04/1983 como Professora de nível médio, f. 14, tendo vínculo trabalhista; (2) que houve a implantação de regime estatutário pela Lei Complementar Municipal n 372/1997; (3) que o Município não pagou os terço de férias referente aos anos de 2004 a 2009; (4) que não houve a implantação dos cinco quinquênios a que faz jus, com o acréscimo de 13% em sua remuneração; (5) que recebeu o salário-família referente a dois filhos em valor inferior ao efetivamente devido; (6) que em 26 anos de serviço, não gozou a licença-prêmio, devendo esta ser convertida em pecúnia. f 1 \ Pugnou pela concessão da antecipação da tutela jurisdicional, para determinar ao 1 1

2 Réu a implantação do percentual de 13% em sua remuneração, à título de quinquênio, do valor de R$ 26,06 por cada cota/mês, a título de salário-família, por cada filho, e do terço de férias, e, no mérito, pediu pela procedência do pedido para condenar o Réu à implantação do requerido na antecipação da tutela, e ao pagamento das diferenças do salário-família, a partir de 01/2005; dos quinquênios retroativos, desde 01/2005; em pecúnia de 12 meses de licença-prêmio; e do terço de férias referentes a 2004/2009. Na Contestação, f. 78/83, o Município de Guarabira arguiu a prejudicial de prescrição bienal. No mérito propriamente dito, aduziu (1) que a Promovente não comprovou que requereu ou gozou as férias, assim não há que se falar em pagamento de férias; (2) que a Autora recebe o Adicional por tempo de serviço (quinquênio); (3) que o salário-família era pago de acordo com a Lei n 617/2004, no valor de R$ 14,00, tendo sido corrigido para R$ 21,00 com a edição da Lei 831/2009, a partir do mês de 06/2009; (4) que a Lei Orgânica do Município de Guarabira não prevê a reversão da licença-prêmio em pecúnia. Pugnou pelo acolhimento da prejudicial e pela improcedência do pedido. O pedido de tutela antecipada foi indeferido na Decisão de f. 85. Na Sentença, f. 157/167, o Juízo a quo, considerando que para a incidência do adicional por tempo de serviço, na modalidade quinquenal, basta que haja o transcurso do tempo de atividade do servidor, julgou parcialmente procedente a pretensão inicial, determinando que o Réu implante, com base apenas no vencimento do cargo exercido pela Autora, o adicional por tempo de serviço, na modalidade quinquenal, observado o percentual de 13%, com incidência a partir de 01/04/2008, condenando-o, ainda, ao pagamento dos valores relativos aos quinquênios até a sua devida implantação, no percentual referido, a contar de 01/04/2008, sendo que, no período anterior a referida data, serão aplicadas as regras do art. 51, XVI, da Lei Orgânica Municipal, tudo no limite do prazo prescricional de cinco anos, dos arts. 1 e 2 do Decreto n /32, no período anterior ao ajuizamento da ação. Referidos valores serão acrescidos da compensação da mora e correção monetária, na forma do art. 1 -F da Lei 9.494/97, com observância dos descontos obrigatórios para a Previdência Própria e IRPF, se necessário. Houve sucumbência recíproca, portanto os honorários advocatícios ficam compensados no forma do art. 21, caput, do CPC c/c a Súmula n 306 do STJ, e as custas ficam rateadas, mas com a isenção prevista no art. 12 da Lei 1.060/50, no que tange à Autora, e a disciplinada no art. 29 da Lei Estadual n 5.672/92, em relação ao Promovido. O Réu interpôs Apelação, f. 169/172, afirmando (1) que o cargo de professor possui legislação própria, à Lei n 820/2009, que em seus art. 3 0, V e 20, VIII, assegura a garantia de progressão funcional, baseada no tempo de serviço, conforme quadro que disciplina o salário-bràe dos docentes, f. 133; (2) que conforme ficha financeira vem

3 cumprindo rigorosamente com a legislação aplicada. Pugnou pelo provimento do Recurso. Nas Contrarrazões, f. 176/179, a Apelada asseverou que a lei que instituiu o plano de cargos e carreira do magistério não revogou a lei orgânica municipal que autoriza o pagamento de quinquênios. Desnecessária a intervenção Ministerial no feito, por não se configurarem quaisquer das hipótese do art. 82, I a III, co CPC. É o relatório. Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso. Alega o Município de Guarabira, como primeira e segunda premissas de suas razões de Apelo, que a Apelada não tem direito a percepção de quinquênios por ser regida pela legislação própria, Lei n 820/2009, e de que a vem cumprindo rigorosamente. A Autora/Apelada, servidora pública do Município de Guarabira, exerce a função de Professora desde , e, não obstante ter mais de vinte e seis anos de serviço na data da propositura da ação, não estava recebendo quinquênios corresponde ao tempo de labor, consoante demonstram os contracheques colacionados, f. 17/20. O art. 51, XVI, da Lei Orgânica Municipal prevê que: Art. 51. São direitos dos servidores públicos: (Redação dada pela Emenda n 07/2007) [...] XVI o adicional por tempo de serviço será pago a todos os servidores, na forma da lei, automaticamente pelos sete quinquênios em que se desdobrar a razão de cinco por cento (5%) pelo primeiro; sete por cento (7%) pelo segundo; nove por cento (9%) pelo terceiro; onze por cento (11%) pelo quarto; treze por cento (13%) pelo quinto; quinze por cento (15%) pelo sexto e dezessete por cento (17%) pelo sétimo, sendo este direito extensivo ao funcionário investido em mandato Legislativo." (f. 46). A Legislação Municipal garante aos servidores que completarem vinte e cinco anos de efetivo serviço público o direito ao quinquênio no percentual de treze por cento, independentemente de requerimento. Ademais, como bem pontuou o Juízo a quo, f. 162, a "lei municipal não pode retirar a natureza automática de incidência do ATS, pois tal fato, além de violar o art. 51, XVI, da Lei Orgânica Municipal (LOM), atentaria contra a própria natureza jurídica do adicional por tempo de serviço, pois este é um benefício ex facto temporis. Portanto, o dispositivo da LOM que disciplinou o ATS é de aplicabilidade imediata. Nesse sentido, as próprias declarações das partes inseridas na inicial e contestação". Nesta linha de raciocínio, conclui-se que, tendo sido a Apelada admitida em , complkou o quinto quinquênio em , consequentemente, passou

4 a ter direito a incorporar aos seus vencimentos o adicional por tempo de serviço à razão de 13% sobre o valor do vencimento básico, não merecendo reforma a Sentença. Posto isso, conhecido o Recurso, nego-lhe provimento, mantendo incólume a Sentença. É o voto. Presidiu o julgamento, realizado na Sessão Ordinária desta Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba o Desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, no dia 17 de abril de 2012, conforme certidão de julgamento, dele participando além deste Relator, a Dra. Vanda Elizabeth Marinho, Juíza Convocada para substituir o Des. João Alves da Silva, e a Dra. Maria das Graças de Morais Guedes, Juíza Convocada para substituir o Des. Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho. Presente a sessão, a Exma. Sra. Dra. Jacilene Nicolau Faustino Gomes, Procuradora de Justiça. Gabirrete no TJ/PB em João Pessoa-PB, 25 de abril de 20).2.? A47(1 Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira Relator. ;

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