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Transcrição:

Probabilidade Introdução O trabalho estatístico se desenvolve a partir da observação de determinados fenômenos e emprega dados numéricos relacionados aos mesmos, para tirar conclusões que permitam conhecê-los e explicá-los a ponto de poder, com determinado grau de crença, obter o desenvolvimento teórico do fenômeno. Para tanto é necessário que se formule um modelo que ajude a melhor elucidá-lo. No campo da estatística, os modelos matemáticos utilizados são denominados, modelos não-determinísticos ou probabilísticos, ou seja, que avaliam com que probabilidade os resultados podem ocorrer. 2 Noções de experimento, espaço amostral e eventos 2. Experimento aleatório [Simbologia: E] É uma das realizações do fenômeno sob observação. Se o fenômeno seguir um modelo não-determinístico, tem-se um experimento aleatório, com as seguintes características: O experimento pode ser repetido; Embora não seja possível afirmar que resultado em particular ocorrerá, é possível descrever o conjunto de todos os resultados possíveis do experimento; À medida que aumenta o número de repetições aparece uma certa regularidade que torna possível a construção de um modelo matemático. 2.2 Espaço amostral [Simbologia: S] É o conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento aleatório. 2.3 Evento [Simbologia: A, B, C,...] É qualquer subconjunto do espaço amostral de um experimento. Tipos de eventos:. Eventos mutuamente exclusivos: dois eventos A e B são denominados mutuamente exclusivos, se eles não puderem ocorrer juntos, isto é, AB = ; 2. Eventos complementares: são os eventos que se completam em relação ao espaço amostral, isto é, A A = S, onde A é o evento complementar de A; 3. Eventos impossíveis: são eventos que não possuem elementos no espaço amostral, isto é, A = e = 0; 4. Eventos certos: são eventos que possuem todos os elementos do espaço amostral, isto é, A = S e = ;

5. Eventos independentes: são eventos que podem ocorrer simultaneamente, isto é, AB e P(AB) =. P(B) 6. Eventos dependentes: são eventos em que a ocorrência de um deles está condicionada à ocorrência de outro, acontece um evento se o outro já ocorreu, isto é, AB e P(AB) =. P(B/A), com 0. 3 Álgebra de eventos Podem-se combinar os eventos da mesma maneira que se faz com os conjuntos:. Se A e B forem dois eventos, A B significa que A e B ocorrem; 2. Se A e B forem dois eventos, A B significa que A ou B ocorrem; 3. Se A for um evento, A será o evento que ocorrerá se, e somente se, A não ocorrer; sendo A o evento complementar de A. 4 Conceitos de probabilidade Interpretação como freqüência relativa, definição clássica e definição axiomática. O problema fundamental da probabilidade consiste em: atribuir um número a cada evento A, o qual avaliará as chances de ocorrência de A quando o experimento for realizado. 4. Conceito empírico É uma interpretação da probabilidade como freqüência relativa. Repetindo-se um experimento E um grande número de vezes e calculando-se a freqüência relativa do evento A, obtém-se um número "p" que pode ser tomado como a probabilidade da ocorrência de A, que nesse caso, poderia ser tomada como: = p lim n f (A ) n 4.2 Definição clássica de probabilidade É válida para espaços amostrais finitos e equiprováveis. Se todos os resultados de um espaço amostral finito forem igualmente prováveis, ou seja, admitindo-se que S possa ser escrito sob a forma S = {a, a 2,..., a }, então, a cada evento formado por um resultado simples (a i ) associa-se um número "p i ", denominado probabilidade de A, que satisfaça as seguintes condições: p i 0; P(S) = p + p 2 +... + p = p ; i p i, já que todos os resultados são igualmente prováveis. i

Disto decorre que, para qualquer evento A constituído de r resultados simples, r<, tem-se: = r. / = r, sendo que: = nº de casos favoráveis a A pelos quais E pode ocorrer nº total de casos pelos quais E pode ocorrer = r / Pela definição clássica de probabilidade devida a Laplace: seja E um experimento aleatório que dá origem a resultados mutuamente excludentes e igualmente possíveis. Seja A um evento constituído por r resultados de E. A probabilidade de ocorrer o evento A é definida como sendo a razão r/. 4.3 Definição axiomática Seja E um experimento e S um espaço amostral associado a E. A cada evento A associa-se um número real representado por e denominado probabilidade de A, que satisfaça aos seguintes axiomas:. 0 ; 2. P(S) = ; 3. Se A e B forem eventos mutuamente excludentes, então: P(A B) = + P(B); 4. Se A, A 2,..., A n,... forem dois a dois eventos mutuamente excludentes, então: P( i A i ) = P(A ) + P(A 2 ) +... + P(A n ) +... Teoremas fundamentais: Teorema : se for um evento (conjunto) vazio, então: P() = 0; Teorema 2: se A for um evento complementar de A, então: P( A ) = - ; Teorema 3: se A e B forem eventos quaisquer, então: P(A B) = + P(B) - P(A B); Teorema 4: se A e B forem eventos de um espaço amostral S e se A B, então: P (B). 5 Probabilidade condicionada Seja A e B dois eventos associados a um experimento E. Denota-se por P(B/A), a probabilidade do evento B, condicionada a ocorrência do evento A. Sempre que se calcula a P(B/A), se está, essencialmente, calculando P(B) em relação ao espaço reduzido A e utiliza-se a seguinte fórmula, onde 0: P(A B) P(B/A) = com 0, pois A já ocorreu. Pode-se escrever também, através do teorema do produto:

P(AB) = P(A/B). P(B) e P(BA) = P(B/A). Que representa uma alternativa para o cálculo da probabilidade da interseção de dois eventos. 6 Independência estatística Se a ocorrência ou não do evento A, não afetar a probabilidade de ocorrência do evento B e vice-versa, diz-se que A e B são independentes. É compreensível que os eventos A e B sejam inteiramente não relacionados. Saber que B ocorreu não fornece qualquer informação sobre a ocorrência de A. De fato, o cálculo seguinte mostra isso: Se A e B forem independentes, pode-se escrever: P(A/B) = e P(B/A) = P(B) Nesse caso, usando-se a expressão anterior para P(AB), tem-se: P(AB) = P(A/B). P(B) =. P(B) P(AB) = P(B/A). =. P(B) Chegando-se à condição de independência, na qual A e B serão eventos independentes se e somente se: 7 Teorema de Bayes P(AB) =. P(B) P(B A) P(B /A) =, onde: = P(A/B ). P(B ) + P(A/B 2 ). P(B 2 ) +... + P(A/B ). P(B ) = probabilidade total P(B /A) = P(B /A) = P (A / B).P(B ) P(A / B ).P(B ) P(A / B ) P(B ) P(A / B ) P(B ) P(A / B ) P(B ) 2 2 3 3 Generalizando-se essa aplicação para B i : P (B i / A) n P A P(Bi ) Bi P A P(B j) B j i onde: P(B i ) = probabilidades à priori (conhecidas);

P(A/ B i ) = probabilidades condicionais (conhecidas); P(B i /A) = probabilidades à posteriori. Esse resultado é conhecido como teorema de Bayes. É também denominada fórmula da probabilidade das causas ou dos antecedentes. Desde que os B i`s constituam uma partição do espaço amostral, um e somente um, dos eventos B i ocorrerá. Portanto, a expressão acima nos dá a probabilidade de um particular B i dado que o evento A tenha ocorrido. A fim de aplicar esse teorema, deve-se conhecer os valores dos B i`s, sendo que, se esses valores são desconhecidos, fica impossibilitada a sua aplicação. 8 Resumo das propriedades do cálculo de probabilidades Dois eventos A e B A e B: mutuamente excludentes P(AUB) = + P(B) (A inter. B) = vazio, então P (A inter. B) = 0 A e B: não mutuamente excludentes P(AUB) = + P(B) - P(A inter. B) (A inter. B) diferente de vazio, então P (A inter. B) diferente de 0 A e B independentes P(A inter. B) =. P(B) A e B dependentes P(A inter. B) =. P(B/A) P(A inter. B) = P(B). P(A/B)