UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: de Setembro de 2014 a Setembro de 2015 (X) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Avaliação nutricional de resíduos da indústria de processamento de frutas e da produção de biodiesel para a alimentação de ruminantes. Nome do Orientador: André Guimarães Maciel e Silva. Titulação do Orientador: Doutor. Faculdade: Medicina veterinária. Unidade: Castanhal /PA Laboratório: Nutrição animal. Título do Plano de Trabalho: Uso do resíduo do feijão preto (Phaseolus vulgaris) na alimentação de ovinos consumo voluntário e digestibilidade aparente da matéria seca e da matéria orgânica. Nome do Bolsista: Rhayssa Caroline Silva Nogueira. Tipo de Bolsa: PIBIC Interior 1

2 Resumo O Feijão Preto (Phaseolus vulgaris) é o terceiro grão mais cultivado no Brasil surgindo como possível alternativa de substituição ao milho e a soja para alimentação animal. Desta forma este experimento teve como objetivo avaliar a digestibilidade da matéria orgânica MO, e da matéria seca MS de concentrado com concentrações crescentes de resíduo de feijão preto na alimentação de ovinos em crescimento. O experimento ocorreu no Galpão Experimental do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA/Campus Castanhal e no Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal do Pará, os animais receberam duas vezes ao dia concentrado com níveis crescentes (0%, 15%, 30% e 45%) de feijão preto e silagem de capim elefante. O estudo teve vinte e um dias de adaptação e quatro dias de coletas. As amostras foram acondicionadas à uma temperatura de 21ºC e as análises laboratoriais, foram feitas sobre amostra composta dos 4 dias de coleta. Palavras chave: Digestibilidade, Nutrição, Ovinos, Matéria Orgânica, Matéria Seca. 2

3 INTRODUÇÃO O elevado custo para a produção animal na região Norte do Brasil, levanta a demanda por pesquisas sobre alternativas para a utilização de ingredientes tradicionais com o milho e a soja. Os coprodutos da agroindústria como os de beneficiamento de grãos, surgem como uma fonte barata para alimentação dos rebanhos comerciais, tornando-se alternativa a ser considerada para a redução dos custos de produção no setor pecuário, porém, é necessária a avaliação da qualidade nutricional desses coprodutos para sua utilização na nutrição animal (PEREIRA, 2000). As plantas do gênero Phaseolus, estão entre as mais antigas cultivadas pelo homem, são mais de 1.300 espécies da família leguminosae, porém apenas uma pequena fração é utilizada na alimentação animal devido à presença de fatores anti nutricionais, o gênero Phaseolus, apresenta grande potencial para ser utilizado (D MELLO e DEVENDRA, 1995). Em função da disponibilidade do resíduo do feijão preto, impróprio para o consumo humano, este se apresenta como possível fonte para a alimentação animal. Considerando dados de 2007 a 2011, a produção média anual foi de 3,38 milhões de toneladas e de 2,90 milhões em 2012, redução de 22,3% com relação ao ano anterior. As regiões produtoras são: Sul com 31%, Sudeste com 27%, Nordeste com 23%, Centro-Oeste com 15% e os estados da Região Norte contribuem com 4% da área nacional de cultivo. A estimativa da produção de feijão para a safra de 2014/2015 é de cerca de 3,6 milhões de toneladas em 3,7 milhões de hectares (CONAB, 2012). Para que este coproduto possa ser acrescentado em rações, é necessário o conhecimento prévio da sua composição bromatológica, e se sua utilização não apresenta riscos à saúde dos animais. JUSTIFICATIVA 3

4 O consumo de MS é um fator de regulação, e um dos aspectos a serem considerados na nutrição animal, outro ponto é a digestibilidade dos componentes da dieta, É recomendando na literatura a inclusão de feijão em rações e concentrados na ordem de 10% para animais em mantença e de 20 a 25% para ovinos e bovinos na fase de engorda em regime de confinamento, respectivamente (SINDIRAÇÕES, 1998). Para Igor (2007), em estudo realizado com ovinos de 30 kg, não foi encontrado redução na digestibilidade da PB da dieta entre as concentrações de 12 e 47% de inclusão, a digestibilidade do alimento permaneceu entre 71,08 e 82,12% de média respectivamente, os tratamentos com 12 a 24% de concentrado foram inferiores na digestibilidade da MS (DMS) em relação aos tratamentos com concentrações de 36 a 47%, sendo este último o de DMS superior aos anteriores aumento explicável em razão da menor participação dos carboidratos fibrosos na dieta e, consequente aumento dos carboidratos não estruturais mais digestíveis. O uso de feijão expandido assim como do resíduo moído, não apresentaram efeitos na DMS (p>0,05). As análises de regressão para a inclusão de feijão expandido ou moído seguiram um comportamento linear até a concentração de 47% no concentrado, o que representa 42,3% na dieta sem ter efeitos deletérios na DMS. Para se incorporar o feijão em rações para ruminantes é necessário o conhecimento de sua composição bromatológica, aceitabilidade, eficiência da conversão alimentar e o desempenho dos animais alimentados com o resíduo, para que se estabeleçam níveis de inclusão que não causem sinais de intoxicação devido à presença de fatores antinutricionais (FANs) presentes na maioria das leguminosas como, fitatos, taninos, lectinas, que são inibidores enzimáticos que podem levar ao surgimento de acidose subclínica, (MOSS, 2005). Avaliar a digestibilidade da MO e da MS pode esclarecer se há possibilidade de uso desse coproduto para a nutrição de ruminantes. OBJETIVO 4

5 Avaliar a digestibilidade aparente da MS e da MO de dietas contendo proporções crescentes de coproduto de feijão preto, na alimentação de ovinos em crescimento. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo de digestibilidade aparente foi realizado no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA/Campus Castanhal e, as análises laboratoriais, no Laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pará Instituto de Medicina Veterinária, Campus de Castanhal. As dietas experimentais foram silagem de capim Napier e concentrado contendo coproduto de feijão preto (Phaseolus Vulgaris), em níveis crescentes de (0, 15, 30 e 45%) em substituição ao milho e a soja. Os animais foram alimentados duas vezes ao dia, às 08:00 e às 20:00 horas, foram utilizadas 24 cordeiras de aproximadamente 6 meses de idade, divididas em quatro grupos experimentais com seis animais cada, sendo as dietas ajustadas para 50% de volumoso e concentrado com base na MS, e ajustada diariamente para permitir 10% de sobras. Os animais foram alojados em gaiolas metabólicas com estrado ripado, com espaçamento de 1,5 cm para permitir o escoamento das fezes facilitar a coleta, direcionadas por uma tela em declive de 45 para um recipiente plástico posto ao final da tela. A urina foi coletada em recipientes posicionados em abaixo das gaiolas. As fezes foram coletadas e pesadas, retirada uma parcela de 10% do total produzido e armazenadas em sacos plásticos identificados com o número do animal, dia e hora da coleta, grupo experimental a que o animal pertencia e o tratamento a que o animal foi submetido, para fazer uma amostra composta. 5

6 Nos 4 dias de coleta, foram realizadas pesagens da ração oferecida e das sobras do dia anterior, sendo a pesagem das sobras realizadas no início de cada dia. Foram recolhidas amostras da ração e das sobras, estas amostras foram homogeneizadas, acondicionado em sacos plásticos identificados com o número do animal, dia e hora da coleta, grupo experimental a que o animal pertence e o tratamento, para confecção das amostras compostas. No laboratório, primeiramente as amostras do oferecido, sobras e fezes passaram por, descongelamento, retirada das amostras compostas, pré-secagem a 55 C e moagem do alimento para as seguintes análises: - Matéria Seca (MS) em estufa a 105ºC, Cinzas e Matéria Orgânica após queima completa do material em Mufla a 600ºC por 4 h; -Extrato Etéreo (EE); - Proteína Bruta pelo método de Kjeldahl; segundo a metologia descrita por INCT (2000). - Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente Ácido (FDA), Lignina (LIG); segundo Van Soest (1994). Foram pesadas 5g das amostras, para determinação de MS em estufa a 105 C, por 24 horas para amostras do oferecido, sobras e fezes, sendo precedida de présecagem em estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72 horas. Determinação da Fibra em Detergente Neutro (FDN). Foi pesado 1g de amostra em saquinhos de TNT para serem processados em aparelho determinador de fibra ANKON. 100 ml de detergente neutro por grama de amostra e 0.25 de Alpha-amilase termoestável e mantido a 100ºC por uma hora. Para retirar o excesso do detergente, as amostras foram lavadas com água destilada quente e depois imersas em acetona. Em seguida, foram para a estufa a 105ºC por 2 horas. O mesmo procedimento para determinação de FDA. As análises foram feitas em duplicatas para amostras de alimentos, sobras e amostras de fezes. Os dados da digestibilidade de MS e MO serão utilizadas para os resultados deste relatório. 6

7 Os testes estatísticos serão Análise de variância e Teste de TUKEY a nível de significância de 5%. RESULTADOS Devido a necessidade em refazer algumas análises laboratoriais, e portanto, fazer as análises estatísticas, solicitamos um prazo para a entrega dos resultados. PUBLICAÇÕES Até o presente momento não houve publicações. CONCLUSÃO A conclusão poderá ser escrita após a obtenção dos resultados e discussão do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORÉM, A.; CARNEIRO, J.E.S. Feijão Aspectos gerais e cultura no estado de Minas. Viçosa. p.13-18,1998. LAJOLO, F.M.; GENOVESE, M.I.; MENEZES, E.W. Cultura dos Feijoeiros Comum no Brasil. Qualidade nutricional. Piracicaba. p. 23-56. 1996. MAGALHÃES, A. L. R. Resíduos proveniente do beneficiamento do feijão (Phaseolus vulgaris L.) em ração para bovinos. Nutrição Animal. Viçosa, 2005. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/bovinos-e-bubalinos. 7

8 Acesso em: 15 de julho de 2015. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/caprinos-e-ovinos. Acesso em: 15 de julho de 2015. MARTINS, A. S. et al. Digestibilidade aparente de dietas contendo milho ou casca de mandioca como fonte energética e farelo de algodão ou levedura como fonte protéicas em novilhas. Nutrição Animal. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.29, p269-277, 2000. RODRIGUES FILHO, J.A.; CAMARÃO, A.P.; AZEVEDO, G.P.C. Utilização da torta de dendê na alimentação de ruminantes. Nutrição Animal. Belém. p. 24. 2001 24p. PEREIRA, J.C. Vacas leiteiras Aspectos práticos da alimentação. Nutrição Animal. Viçosa. p. 198. 2000 SGARBIERI, V.C. Proteínas em alimentos protéicos: Propriedades, degradações, modificações. Nutrição Aminal. São Paulo. p. 517. 1996. DIFICULDADES: Houve dificuldades no processo de realização de algumas análises. PARECER DO ORIENTADOR: A bolsista em questão teve diversas dificuldades nos últimos meses do projeto, por questões de saúde, o que prejudicou a sua dedicação ao projeto, esses 8

9 fatores aliados aos problemas laboratoriais também reduziram a motivação da mesma pela área. INFORMAÇÕES ADICIONAIS: As análises laboratoriais estão em fase de conclusão, sendo esperado que os dados sejam apresentados na semana de iniciação científica. Castanhal/PA, 10 de agosto de 2015 André G. M. Silva Orientador ASSINATURA DO ALUNO 9