LÓGICAS SÓCIO-ORGANIZACIONAIS DOMINANTES

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Transcrição:

GUIÃO DAS AULAS TEÓRICAS Ponto nº 1 do programa -A Gestão, o Gestor, a Empresa e o Meio Envolvente- Esta apresentação não dispensa, em caso algum, a leitura da bibliografia correspondente às respetivas aulas, conforme indicado no programa da UC. ANTÓNIO, Nelson (2006), Estratégia Organizacional. Do posicionamento ao movimento, Lisboa, Sílabo, pp. 117 140. FERNANDES, Filipe S., ed. (2007), Organizem-se! A gestão segundo Fernando Pessoa, Cruz Quebrada, Oficina do Livro, pp. 67 73. LISBOA, João, COELHO, Arnaldo, COELHO, Filipe e ALMEIDA, Filipe, (2011), Introdução à Gestão de Organizações, Lisboa, Vida económica, 3ª edição, pp. 11 47; 125-158. MINTZBERG, Henry (2005), Gestores, não MBA s, Lisboa, Dom Quixote, pp. 26 30; 52 56. RODRIGUES, Ricardo Fabrício (2008), Recursos e Organizações, Funchal, ALS, pp. 131 132. RODRIGUES, Ricardo Fabrício (2010), Empresarialização: a lógica da gestão como modelo de organização da sociedade, Lisboa, SOCIUS, Working Paper nº7. LÓGICAS SÓCIO-ORGANIZACIONAIS DOMINANTES Até aos anos 70 Após os anos 70 - recursos quase ilimitados - recursos escassos - produção em massa - produção diferenciada - ênfase na produção - ênfase nas exigências da procura - ciclos de vida dos produtos e serviços - ciclos de vida dos produtos e serviços muito longos muito curtos - funcionamento por reacção - funcionamento próactivo - mercados circunscritos - mercados abertos - concorrência previsível - concorrência dinâmica e feroz - proteccionismo estatal - liberalismo/ neo-liberalismo - mudanças tecnológicas compassadas - mudanças tecnológicas aceleradas - ambiente económico estável - ambiente económico instável Fonte: Ricardo Fabrício Rodrigues, 1998: 37 1

TENDÊNCIAS/CONTEXTO Internacionalização dos negócios/concorrência cada vez mais agressiva Emergência da sociedade do conhecimento/saber como fator de produção Empresa flexível/outsourcing/alteração do vínculo trabalhador-empresa Colaboração, autogestão e democracia organizacional/novas formas de poder Redução da hierarquia, relações horizontais em vez de comunicação vertical Alteração da estrutura societária e das formas de governo das empresas Novas abordagens ao uso da informação para a tomada de decisões Gestor: gerir a colaboração mais do que papel de comando e controlo Crescimento do trabalho do conhecimento, como torná-lo mais produtivo MUDANÇA INOVAÇÃO GLOBALIZAÇÃO EMPRESARIALIZAÇÃO Organizar texto de Fernando Pessoa (1926) Uma abordagem à problemática das organizações e das perspectivas sistémicas 2

RAZÕES PARA A EXISTÊNCIA DE ORGANIZAÇÕES 1. Razões sociais Necessidade das pessoas (seres gregários) se organizarem para melhor relacionamento com outras 2. Razões materiais Aumento de habilidade (eficiência); redução do tempo (para alcançar um objetivo); acumulação de conhecimento 3. Efeito de sinergia Efeito multiplicador da atividade dos seus membros A EMPRESA uma organização (organismo) social um sistema aberto A empresa como organização social: duas ou mais pessoas que interagem entre si através de relações recíprocas para atingirem objetivos comuns. 3

A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO Um conjunto de elementos (partes ou órgãos, isto é, os subsistemas) dinamicamente inter-relacionados, (rede de comunicações e relações/dependência recíproca entre eles) desenvolvendo uma actividade ou função (operação, atividade ou processo) para atingir um ou mais objetivos (a finalidade para a qual foi criado) Para poder funcionar, todo o sistema apresenta os seguintes parâmetros: Entradas (ou insumos ou inputs) Operação ou processamento Saídas (ou resultados ou outputs) Retroacção (feedback) (positiva ou negativa) Entropia (tende à desintegração, à desorganização, à deterioração) 4

A empresa como sistema aberto Sociedade Considerações Legais Força Laboral Ambiente Externo Concorrência Sindicatos Gestão Acionistas Inputs Processo Outputs Fornecedores Clientes Ambiente das empresas económicas tecnológicas sociais Clientes Concorrentes AMBIENTE GERAL AMBIENTE DE TAREFA Empresa Fornecedores políticas legais Grupos regulamentadores demográficas ecológicas 5

Teoria dos Stakeholders A teoria dos stakeholders coloca em evidência a existência de grupos ou indivíduos que são afetados ou têm interesses nas operações e nos objetivos empresariais. De quem são as empresas? A dispersão da propriedade Propriedade e gestão Stakeholders Stakeholder Main Interests Power and influence Shareholders Profit growth, Share price growth, dividends Election of directors Banks & other Lenders Interest and principal to be repaid, maintain credit rating Can enforce loan covenants Can withdraw banking facilities Directors and managers Salary,share options, job satisfaction, status Make decisions, have detailed information Employees Salaries & wages, job security, job satisfaction & motivation Staff turnover, industrial action, service quality Suppliers Long term contracts, prompt payment, growth of purchasing Pricing, quality, product availability Customers Reliable quality, value for money, product availability, customer service Revenue / repeat business Word of mouth recommendation Community Environment, local jobs, local impact Indirect via local planning and opinion leaders Government Operate legally, tax receipts, jobs Regulation, subsidies, taxation, planning Fonte http://tutor2u.net/business/accounts/stakeholder_theory.htm 6

Stakeholders versus Shareholders Ambiente sócio-cultural Dispersão de objetivos Conflito de interesses Peso relativo dos stakeholders Implementação prática TEORIAS DA GESTÃO Perspetiva estrutural Gestão científica (Taylor) Teoria geral da administração (Fayol) Teoria da burocracia (Weber) Teoria da decisão (Simon) Perspetiva humana Escola das relações humanas (Mayo) Dinâmica de grupos (Lewin) Liderança (McGregor) Perspetiva integrativa Escola sociotécnica (Instituto Tavistock) Teoria dos sistemas (Katz e Kahn) Teoria da contingência (Burns e Stalker) Papéis desempenhados pelos gestores ( Mintzberg) 7

F. TAYLOR The principles of the scientific management (1911) Fundamentalmente orientado para melhorar a gestão industrial: métodos de trabalho descanso das tarefas (tempos) quantidade de produção esperada "standard" pagamento por unidade de produto H. FAYOL Administration géneral et industriel (1916) (princípios gerais de gestão) Funções da gestão (administração): planear, organizar, comandar, coordenar, controlar Seis funções básicas nas empresas: técnicas financeira contabilísticas comerciais de segurança administrativas (integração de cúpula das outras 5 funções) 8

14 PRINCÍPIOS GERAIS DA GESTÃO (FAYOL) 1. Divisão do trabalho 2. Autoridade e responsabilidade 3. Disciplina 4. Unidade de comando (um só chefe direto) 5. Unidade de direção (objetivo comum) 6. Subordinação do interesse individual ao interesse coletivo 7. Remuneração 8. Centralização (variável) 9. Cadeia escalar ou de comando (hierarquia/linha de autoridade vertical) 10. Ordem (materiais e homens no locais certos, no timing certo) 11. Equidade (vs. justiça) 12. Estabilidade do emprego 13. Iniciativa 14. Espírito de corpo EVOLUÇÃO DA GESTÃO 1916 Funções da empresa, conceito de administração e funções actuais da Gestão Funções da Empresa (H. Fayol) Conceito de 2006 Técnica Administração (H. Fayol) Funções actuais da Comercial Prever Gestão Financeira Organizar Planear Segurança Comandar Organizar Contabilidade Coordenar Dirigir Administração Controlar Controlar Ricardo Fabrício Rodrigues 9