Regra Matriz de Incidência Tributária. O antecedente normativo / descritor da norma

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Transcrição:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Rubens Kindlmann AULA 14 26/04/2017 Regra Matriz de Incidência Tributária Regra Matriz de Incidência Tributária Conceito de regra matriz de incidência tributária e sua funcionalidade operacional no direito tributário. Estudo do descritor e prescritor da norma de incidência tributária. Estudo de casos práticos. É uma técnica para interpretação do Direito Tributário. Busca compreender a Construção da Teoria Geral do Direito e da Ciência do Direito Tributário feita com a finalidade de reduzir as dificuldades na interpretação e na aplicação do direito positivado. O antecedente normativo / descritor da norma O antecedente da regra-matriz descreve um fato, cuja ocorrência desencadeia o surgimento da relação jurídica determinada no consequente. É diferente, portanto, de haver uma descrição legal da hipótese, em plano abstrato, e de definir a sua ocorrência e consequência no plano dos fatos. Dois tipos de Obrigação Tributária: Prever o antecedente da regra-matriz: A norma deve descrever um fato de forma antecedente com o objetivo de ter na norma situações que prevejam situações que irão desencadear a obrigação tributária. A hipótese de incidência normalmente é referente a uma situação abstrata. Divergência da doutrina quanto a possibilidade de ser tributo e outra quanto efetivamente quando ocorre o FG: Para Alfredo Becker HI ou HI realizada: O fato gerador, como descrito no CTN, não necessariamente prevê fato ocorrido. Alfredo Augusto Becker define a situação como hipótese de incidência (quando ainda não realizada) e hipótese de incidência realizada. Hipótese de incidência tributária, é quando o FG ainda não foi realizado e fato imponível, significa que se foi praticado o FG então o tributo deve ser imposto ao contribuinte: O Autor Geraldo Ataliba sugere que a descrição legal hipotética do fato capaz de fazer nascer a obrigação tributária se chame hipótese de incidência tributária, e ao fato efetivamente ocorrido, conforme a descrição legal, se chame fato imponível.

Os doutrinadores entendem que é preciso um tratamento diferenciado para a hipótese de incidência e um tratamento para o FG ocorrido. Para Brito Machado HI e FG Para Hugo de Brito Machado a melhor expressão para designar a descrição legal do fato é hipótese de incidência e acaba por aceitar o termo fato gerador para expressar a concretização da hipótese. Situação abstrata = Hipótese Tributária e ao fato ocorrido de fato jurídico tributário. Para Paulo de Barros Carvalho: a situação abstrata ele chama de hipótese tributária e ao fato ele atribui o nome fato jurídico tributário HI (Qual a hipótese que a lei prevê) FG Exemplo: ISS (imposto sobre serviços) previsto na LC 116/2003 prestar serviços é obrigação de fazer, portanto, a prestação de serviços nunca poderá ser obrigação de dar, como por exemplo, a locação é obrigação de dar, desta forma não pode incidir o ISS. E no rol de serviços da LC 116 consta locação de bens móveis, por isso é preciso entender o que é HI e o que é FG, para saber distinguir a norma e entender que nesse caso, o rol dos serviços da LC 116 não pode incidir o ISS sobre a locação de bens móveis. SV 31 É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis. O consequente normativo / prescritor da norma O consequente normativo, analisa quais os reflexos que a norma aplicada terá para o contribuinte. A determinação pessoal ou subjetiva é dada no prescritor, pois a determinação dos sujeitos refere-se à relação jurídica ali prescrita. É nesse momento que se determina a responsabilidade (ativa e passiva) na relação jurídico-tributária. Funções: Busca delimitar a incidência da norma; Busca controlar a legitimidade da sua aplicação. Para todos os tributos é preciso realizar uma análise para saber se a norma deve ser aplicada ou não, daí a necessidade de saber tributo a tributo.

PARA ENTENDER E FAZER A ANÁLISE DE HI É PRECISO FAZER OS SEGUINTES PERGUNTAS: 1. O QUE? O que está tributando? Critério material 2. ONDE? Em que local o FG foi praticado? Critério espacial 3. QUANDO? Está ligado com o momento da incidência do tributo, a norma deve prever o vencimento do tributo, e com o Princípio da Anterioridade. Critério temporal 4. QUEM? (SUJEITO ATIVO E PASSIVO) a norma deverá prever o sujeito ativo e passivo da OT. Critério subjetivo 5. QUANTO? BC X ALÍQUOTA = valor do tributo. Critério quantitativo ELEMENTOS DA REGRA MATRIZ Elementos do Antecedente Critério Material (CM) Critério Espacial (CE) Elementos do Consequente Critério Subjetivo (CS) Critério Quantitativo (CQ) Critério Temporal (CT) 1. CRITÉRIO MATERIAL: é preciso prever um núcleo com uma descrição objetiva do fato, pressupondo as circunstancias de espaço e de tempo. Exemplo: É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos proventos de qualquer natureza quando se trata do Imposto de Renda, um critério que não depende de nenhuma outra variável. Paulo de Barros Carvalho chama o critério material da hipótese tributária de núcleo, já que é o dado central que o legislador passa a condicionar, quando faz menção aos demais critérios, parecendo-lhe incorreta a tentativa de designá-lo como a descrição objetiva do fato, posto que tal descrição pressupõe as circunstâncias de espaço e de tempo que o condicionam. (In Direito Tributário. Luís Eduardo Schoueri. Ed. Saraiva, p. 472.) 2. CRITÉRIO ESPACIAL: buscar os limites para o exercício da competência, ou seja, local onde a norma é aplicável. Busca definir limites ao exercício da competência tributária. Local onde a norma é aplicável e os limites dessa aplicação.

Ex.: o CTN estende o IR ao rendimento/receita oriundos do Exterior (Art. 43, 2º, CTN). Imprescindível determinar a questão territorial. Ex.: A questão do ISS em relação a ser devido na sede do prestador ou no local da prestação (art. 3º e seus incisos, LC 116/03) 3. CRITÉRIO TEMPORAL: determinar o momento que se considera constituída a OT. Exemplo: o FG do IPTU sendo o primeiro dia de cada ano. Busca determinar o momento a partir de onde se considera constituída a obrigação tributária. À Lei é quem compete definir o momento desta constituição. Ex.: Cabe ao legislador determinar o momento do fato gerador do IPTU como sendo o primeiro dia de cada ano. Não que nos demais dias o sujeito passivo também não seja o proprietário, mas para fins de limitação e determinação, cabe ao legislador fazer essa opção do momento em que se considera ocorrido o Fato. 4. CRITÉRIO QUANTITATIVO: O cálculo do tributo...para apuração do valor financeiro da OT deve ter a BC e a alíquota na norma que criou o tributo. A BC é um critério de apuração de valor que define uma grandeza passível de tributação. O cálculo do tributo parte de dois elementos numéricos: Base de Cálculo Alíquota Base de Cálculo: é um desdobramento da Hipótese de Incidência. Reflete o Fato tributável Ex.1: A apuração do valor do ICMS depende de saber o valor da operação tributada. Não se pode saber o valor do tributo sem a concretização do valor da operação Ex.2: No caso das Taxas, não se admite que o cálculo da taxa tenha base de cálculo própria de imposto: * Taxa Sanitária, que deve ser calculada com base no serviço prestado e não com base no valor do bem inspecionado. * Taxa de licenciamento de veículo. Pouco importa o valor do bem. A taxa independe do valor do automóvel JURISPRUDÊNCIA... TAXA: CORRESPONDÊNCIA ENTRE O VALOR EXIGIDO E O CUSTO DA ATIVIDADE ESTATAL. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize

essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da Constituição da República. Jurisprudência. Doutrina. TRIBUTAÇÃO E OFENSA AO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. O Poder Público, especialmente em sede de tributação, não pode agir imoderadamente, pois a atividade estatal acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade, que traduz limitação material à ação normativa do Poder Legislativo. (...) (ADI 2551/MG - Relator (a): Min. CELSO DE MELLO - J: 02/04/2003 - Órgão Julgador: Tribunal Pleno) Alíquota: valor (fixo ou variável) que, aplicado sobre a base de cálculo faz com que se chegue ao valor (monetário) do tributo. Alíquota pode ser fixa ou variável, a alíquota é imprescindível para se chegar no valor econômico da OT. 5. CRITÉRIO PESSOAL: Sujeito passivo e ativo: Sujeito passivo: O sujeito passivo pode ser o Contribuinte ou o Responsável (art. 121, CTN) Contribuinte é a pessoa que tem relação pessoal e direta com o Fato Gerador/Hipótese de incidência da Obrigação tributária - Responsável é o sujeito que não tem relação com o Fato Gerador, mas responde pelo tributo por força do que determina a lei - (art. 134 CTN). Art. 121 CTN. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Art. 134 CTN. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Sujeito ativo: É o titular da capacidade tributária ativa. Em regra, a pessoa que tem competência constitucional para a instituição do tributo Exemplos de Exceção: * ITR Art. 153. 4º, III, CF (transferência da capacidade de fiscalização/arrecadação para os municípios) Parafiscalidade. * Sindicatos (não são entes tributantes, mas podem exigir o recolhimento de contribuições). EXERCÍCIO ESTRUTURA

BONS ESTUDOS! Monitoria: Cristina Casares