CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. AULA 3 Validade das normas jurídicas

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio AULA 3 Validade das normas jurídicas Fontes do Direito e suas implicações É importante saber onde se origina a fonte do direito. Fonte é o veículo introdutor de determinada regra, para isso o veículo precisa ser válido para que a norma seja válida. O artigo 96 do CTN traz todos os veículos introdutores de normas jurídicas em âmbito tributário: Leis; Os tratados e as convenções internacionais; Decretos; Normas complementares. Fonte material: é basicamente a HI do tributo, ou seja, a HI sobre o patrimônio, a renda, os serviços. Vamos estudar hoje as fontes formais. Não confundir legislação tributária com lei, pois, lei é uma espécie da legislação. Atenção: Doutrinas e jurisprudência não são consideradas fontes formais e nem materiais. Doutrina trata-se de uma questão cientifica de interpretação de uma norma, mas não se trata de veículo introdutor. Jurisprudência, é um conjunto de decisões que de forma harmônica (decisões no mesmo sentido) nos ajudam na aplicação do direito. CASO I... TAXA DE LIXO Conforme determinação do decreto 13/2016 fica alterado a data de vencimento da respectiva taxa do dia 10 para todo dia 2 de cada mês a partir da prévia notificação aos contribuintes.

2 Art. 21 do CTN: O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Art. 110 do CTN: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Art. 114 do CTN: Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art. 160 do CTN: Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Desta forma, alterar a data de vencimento pode ser alterado por decreto! Geraldo surpreendido com a cobrança não conseguiu efetuar o pagamento, e ao fazê-lo foi determinado juros de 2,5% ao mês, o que entende ser indevido, pois o artigo 52 parag 2º do CDC determina penalidade máxima de 2%. Art º do CTN: O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 1º: Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. Desta forma, os juros nas regras tributárias devem se aplicar o Art º do CTN, que é de 1%. O art. 97, V do CTN estabelece que somente lei por determinar o valor de multa a pagar. Atenção: Quando se erra o veículo introdutor da regra, pode pedir nulidade da cobrança. NOVA CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES FORMAIS: Fontes formais primárias artigo 97 a 99 do CTN: Leis, Tratados e Decretos Fontes formais secundárias artigo 100 do CTN: Normas Complementares

3 VACATIO art.1º LINDB PUBLICAÇÃO VIGÊNCIA EFICÁCIA ORGÃO OFICIAL PODER P/PRODUZIR EFEITOS PASSA A SER APLICADA LEI 45 DIAS APÓS IMEDIATA A publicação da norma não significa que está vigente. A publicação é feita no Diário Oficial. A norma publicada não entra em vigência, e sim em VACATIO por 45 dias art. 1º LINDB (Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro) para depois entrar em vigência, salvo disposição em contrário, pois, depende da complexidade da norma. A vigência está relacionada ao poder que a lei já tem para produzir efeitos. A eficácia da norma é quando realmente no plano fático passa a ser aplicada. No direito tributário a regra válida é a do artigo 1º LINDB, ou seja, passa a viger em 45 dias após a sua publicação. CONCLUSÃO DO CASO DO GERALDO Art. 160 do CTN estabelece que pode ser por decreto. Art. 150, III, b e c da CF/88 Princípio da Anterioridade ou Princípio da não Surpresa para criação e aumento de tributos. Próximo exercício financeiro; 90 dias (noventena/nonagesimal) SUM 669 STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Não se aplica o CDC nas relações tributárias, neste caso aplica-se o que estabelece o art º do CTN. Verificar a prévia notificação ao contribuinte.

4 VIGÊNCIA NO TEMPO E NO ESPAÇO TEMPO: é o momento que a lei irá vigorar, portanto, é preciso observar a VACATIO LEGIS, observar o Princípio da Anterioridade e o Princípio da Irretroatividade art. 150, III, a CF/88 e art. 144 do CTN (que a lei vigente à época do FG que regula o ato). ESPAÇO: Principio da Territorialidade, vai viger no território que foi criada; exemplo se for uma norma estadual vigerá no Estado que foi criada. Repristinação É o fenômeno jurídico pelo qual uma lei volta a vigorar após a revogação da lei que a revogou. A repristinação é proibida no Brasil. Derrogação É a revogação parcial de uma lei, ou seja, parte dela continua em vigor, enquanto outra parte é extinta em decorrência da publicação de uma nova lei que expressamente declare revogado determinados dispositivos ou quando tratar da mesma matéria, porém de forma diversa. Art. 104, I, do CTN não foi recepcionado pela CF/88, pois, trata do Princípio da Anualidade e a CF/88 trata do Princípio da Anterioridade. Porém alguns doutrinadores defendem a aplicação deste artigo. Analisar o vigor (vigência) da norma de acordo com o artigo 104 do CTN e observar a eficácia pelo Princípio da Anterioridade art. 150 III, b e c CF-88. Art.144 do CTN o lançamento reporta-se a vigência do FG. Aplica-se a lei vigente à época do FG, portanto, o vencimento da taxa de fevereiro deverá ser paga no dia sem multa e sem juros, pois houve vício na vigência do TEMPO. Primeiro ponto observar a FONTE: que neste caso é formal. A legislação tributária regula o vencimento, neste caso através de um decreto. Segundo ponto se a norma se está em vigor e em eficácia. Para saber se está em vigor olhar a vacatio legis, que é substituída pelo artigo 104 do CTN, se a norma estabelecer que entra em vigor na data da sua publicação, ela já pode produzir efeitos, porém, é preciso observar o Princípio da Anterioridade (próximo exercício financeiro e respeitando a noventena), após observar o Princípio da Irretroatividade (vigor da lei vigente ao FG). Sempre observar o Princípio da Anterioridade e o Princípio da Irretroatividade. CASO II...MUNICÍPIO DE BARUERI O artigo 4º da lei municipal, está correto, para alteração da alíquota, não é preciso ser alterado por LC art. 97, IV do CTN. Porém, se o FG já passou, a eficácia só será aplicada em O artigo 5º da lei municipal é inconstitucional, pois o art. 146, III, a da CF/88 estabelece que para alterar base de cálculo é preciso de LC e neste caso, a BC foi alterado por LO. Princípio da Anterioridade = IPTU só aguarda o próximo exercício se alteração for pela BC, agora se for alterada a alíquota deve aguardar o próximo exercício + noventa dias.

5 Se o contribuinte for cobrado em 2017, é possível entrar com uma ação anulatória, para anular o lançamento com base na lei nova, pois, neste caso em 2017 a lei eficaz é a lei anterior, e pedir a inconstitucionalidade do artigo 5º da lei. Toda essa análise foi definida pela regra da fonte do direito, no que tange a fonte formal e definido de acordo com a vigência no tempo e no espaço. No espaço essa norma é devida, já no tempo essa norma foi indevida, pois, cobraram antes da data da sua eficácia. O depósito judicial teria que ser do valor novo ou do valor anterior? Na dúvida, fazer o depósito pelo valor maior e observar a Sum 112 do STJ depósito integral e em dinheiro. Art. 146, III Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; A MP veio substituir o Decreto-Lei. A MP é para casos de relevância e urgência. Artigo 62, 2º da CF/88: Art. 62 da CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). A MP só entra em vigor após a sua conversão em lei. Porém, é preciso observar o Princípio da Anterioridade e o Princípio da Irretroatividade para verificar a sua eficácia. OBSERVAÇÃO: O STF fez uma análise da contagem do Princípio da Anterioridade. Quando se fala em próximo exercício financeiro, o termo inicial da contagem sempre será a data da conversão em lei: PX EXERCICIO FINANCEIRO = DATA DA CONVERSÃO EM LEI. De acordo com o STF a contagem dos 90 dias vai depender do termo inicial de contagem. A MP quando convertida em lei que não teve alteração começa a contar a data da criação da MP, respeitando o princípio da anterioridade (Próximo exercício financeiro desde que tenha passado o período de 90 dias).

6 Se a MP quando convertida em lei teve alteração, começa a contar a data da conversão em lei, respeitando o princípio da anterioridade (Próximo exercício financeiro desde que tenha passado o período de 90 dias). CASO III EMPRESA XLS (LIÇÃO DE CASA) PUBLICAÇÃO: VIGENCIA: EFICÁCIA PRINC ANTERIORIDADE E IRRETROATIVIDADE: BONS ESTUDOS! Profa. Cristina Casares