CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 18/09/2018

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 07 Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 18/09/ tributario@legale.com.br AULA 07 CONCEITO DE TRIBUTO 1 É tributo 2 A norma era vigente 3 Era eficaz Validade e fontes dos direitos 4 Era valida VALIDADE PRINCIPIO DA LEGALIGADE A lei aplicada no caso era de tributo? A norma estava vigente? A norma era eficaz? A norma era válida?

2 Norma = Fonte do Direito. Lei 5172/66 CF/88 CTN em sua forma Lei Ordinária CTN em sua matéria Lei Complementar A Constituição Federal define que o sistema tributário deverá ser feito por lei complementar, ocorre que o CTN foi criado por uma lei ordinária. Assim, a CF recepcionou o CTN materialmente com o status de lei complementar, de todas as normas que não estavam contrarias a Constituição Federal. Lei Ordinária Metade mais um dos presentes para aprovação Lei Complementar Metade dos membros mãos um para aprovação. Art. 34 da ADCT que regula o sistema tributário nacional.

3 Importante: No Direito Tributário, não adianta apenas verificar se a constituição pede lei complementar ou lei, pois em sua época não existia a diferenciação de lei complementar e lei ordinária. Para identificar se é lei complementar ou lei ordinária, devemos responder 3 perguntas: Cronológica ANTINOMIA Especialidade Dialogo das fontes 1 - O tema está no CTN? Se estiver no CTN, deve ser por lei complementar. Exemplo: Responsabilidade tributária do adquirente de veículo art. 131, I do CTN; Art. 134 do CTB estabeleceu responsabilidade solidária. Ocorre que o CTB não pode alterar tema do CTN, uma vez que o CTB é lei ordinária. 2 Está no Rol do Art. 146 da Constituição Federal? Súmula 585, STJ A responsabilidade solidária do exproprietário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.

4 - Conflito de competência Dois entes querendo cobrar sobre o mesmo fato - Limitação ao poder de tributar Princípios e imunidades. - Regra Geral em matéria tributária Art. 146, CF. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art A Constituição Federal pede expressamente Lei Complementar? Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre: (...) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

5 A contribuição sindical ao passo que deixou de ser compulsória, também deixou de ser tributo. Art Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Na hipótese do art. 150 deve ser por lei complementar, uma vez que se se trata de imunidades, conforme art. 146 da CF.

6 Súmula 612, STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (Cebas), no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imunidade. A Cumprimento de uma obrigação acessória não pode inviabilizar a fruição do benefício constitucional, sendo este apenas de natureza declaratória. - Hipótese que a lei expressamente pede lei complementar: Art. 156, 3º, CF. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (...) III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Art. 2º, LEF - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

7 (...) 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. A cobrança pode ser feita no prazo de 05 anos a contar do lançamento até a execução fiscal Suspensão art. 151, CTN. Interrupção Art. 174, CTN Ocorre que a LEF não pode versar sobre suspensão da prescrição tributária, pois não é lei complementar. Observação: A Lei Complementar tem sua numeração em centena e ordinária em milhar Exemplo: Lei Complementar 123/2017. Lei Ordinária 1.234/2017. Importante: A lei complementar pode versar sobre tema de lei ordinária, o contrário não. Observação: A prescrição intercorrente estabelecida no art. 40 da lei 6830/80, incide sobre a matéria tributária, pois a referida prescrição versa sobre a ação e não sobre o crédito, logo pode ser feita por lei ordinária.

8 O Art. 156, 3º, III, CF Define que isenção de ISS deve ser feita por lei complementar. Mas a lei complementar de qual ente? Municipal ou federal? Resposta: Deve se perguntar se a intenção é dar mais estabilidade na norma ou evitar a guerra fiscal, se for o caso de guerra fiscal, deve ser feito por lei complementar federal. Art. 155, CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; Resposta: A regulamentação de ITCMD de bens oriundos do exterior causa mortis ou doação, deve ser veiculado por lei complementar, conforme artigo supra mencionado, e tal lei deve ser federal, a fim de evitar guerra fiscal.

9 VIGÊNCIA PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE - Lei publicada Vacatio Legis Via de regra 45 dias de vacatio, quando ao lei não prever prazo diverso. - Vigência Apta para produzir efeitos. - Eficaz Em regra simultaneamente com a vigência, sendo valida e aplicável sobre o indivíduo. Aplica-se a lei vigente a época da prática do fato gerador. Art. 144, CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada Fato Gerador Lançamento Lei X Lei Y Importante: Neste caso o Lançamento terá que respeitar lei vigente a época do fato gerador, mesmo que a lei não esteja mais vigente na época do lançamento.

10 Resposta: Inicialmente, não se pode aplicar o CDC em matéria tributária, uma vez que se trará de tributo e não uma relação de consumo. O Art. 160 do CTN autoriza a alteração da data do vencimento por decreto. Art. 160, CTN. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Ocorre que o decreto não estava vigente no momento da pratica do fato gerador, uma vez que a taxa se considera praticado o fato gerador em 01 de cada mês, e o decreto era do dia 12.

11 EFICÁCIA PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE A regra é que a norma é eficaz ao mesmo tempo que entrar em vigência, exceto em dois casos 1 Princípio da anterioridade anual 2 Princípio da anterioridade nonagésimal. Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: (...) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Em caso de instituição de tributo novo ou aumento de tributo já existente. Nesses casos deverá ter sua eficácia somente no próximo exercício financeiro respeitado o mínimo de noventa dias Exemplo: 1 - Lei Publicada Aumento de tributo Vigência Na data de sua publicação. Eficácia já teria transcorrido mais de 90 dias Anual Nonagesimal 2 - Lei Complementar 157/16 Lei Publicada Vigência No mesmo dia da sua publicação Eficácia Entrará em pois deve respeitar os 90d. Anual Nonagesimal 3 Concessionária Carro novo IPVA proporcional Carro usado IPVA total 2015 Lei X 3% Lei Y

12 Lei Y entrará em eficácia em NOVO: Fato gerador = data da compra. A partir do dia passará a pagar a alíquota de 4% USADO: Fato Gerador = primeiro dia do exercício A partir do dia passará a pagar a alíquota de 4% 4 Estado Rio grande do Sul Carro novo IPVA proporcional Carro usado IPVA total 2015 Lei X 3% Lei Y Altera a pratica do Fato gerador para do exercício. Lei Y entrará em eficácia em NOVO: Fato gerador = data da compra. A partir do dia passará a pagar a alíquota de 4% USADO: Fato Gerador = primeiro de março A partir do dia passará a pagar a alíquota de 4%

13 Art. 146, CF. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; A base de cálculo deve ser veiculada por lei complementar, logo, não pode ser aplicado o art. 5º da lei do município de Barueri.

14 Resposta: A lei ainda não estava eficaz perante a empresa, uma vez que deve respeitar o princípio da anterioridade, próximo exercício financeiro respeitado o mínimo de 90 dias.

15 No direito tributário uma lei revogada ainda pode produzir efeitos, uma vez que os lançamentos devem se reportar a lei que estava vigente a época da prática do fato gerador. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada