ERGONOMIA & USABILIDADE. Fundamentos da Ergonomia Fernanda Rios e Larissa Formigoni

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Transcrição:

ERGONOMIA & USABILIDADE Fundamentos da Ergonomia Fernanda Rios e Larissa Formigoni

ERGONOMIA TRADICIONAL É uma disciplina científica que trata da interação homem/tecnologia, integram conhecimentos a fim de adaptar tarefas, sistemas, produtos e ambientes às habilidades e limitações físicas e mentais do homem. Trata de aspectos do trabalho na interação do operador com a máquina e com o ambiente. A Ergonomia tradicional considerava principalmente aspectos do trabalho na interação do operador com o ambiente, tratando do sistema homem/máquina. A moderna visão de ergonomia está centrada na pessoa, é ela quem controla o sistema e monitora as suas atividades.

As pesquisas centradas no usuário existem a mais de cinqüenta anos, mas as publicações a respeito da ergonomia de produtos são muito escassas. Embora possam se destacar as conseqüências da usabilidade de um produto industrial, esse termo ainda não é bem definido, possui vários enfoques, porém é unânime que deve haver efetividade, eficácia, e satisfação para usuários específicos, alcançarem metas específicas.

A visão tradicional enfatiza o homem como subordinado ao sistema, enquanto que a visão centrada na pessoa reconhece o indivíduo como controlador do sistema. Sistema esse que deve atender principalmente a eficácia e segurança. Com base nessa perspectiva a ergonomia tenta entender o homem em seus anseios e desejos individuais, a experiência individual é trazida para a situação de trabalho.

Produto industrial: Pode-se definir como todo o produto que tenha sofrido um processo de projetação e produção industrial, envolvendo equipes de profissionais formadas em função de seus conhecimentos prévios de ciências, humanidades e tecnologia. Ou seja, todos os produtos, planejados, projetados e produzidos em um processo de divisão e inter-relação de responsabilidades e tarefas e/ou áreas de atuação.

ERGONOMIA MODERNA Relaciona a usabilidade, visão centrada na pessoa, é ela quem controla o sistema, que opera, dirige o seu curso e monitora as suas atividades. A usabilidade busca: Efetividade, eficácia e satisfação para usuários específicos alcançarem metas específicas. A visão tradicional enfatiza: o homem como subordinado ao sistema. A visão centrada na pessoa reconhece: o indivíduo como controlador do sistema tenta entender o homem em seus anseios e desejos individuais, a experiência individual é valorizada.

Conceito de usabilidade: Efetividade, eficiência e satisfação para usuários específicos alcançarem metas específicas em ambientes particulares efetivamente, eficientemente, confortavelmente e de modo aceitável. (Jordan & Thomas & McClelland apud Moraes & Frizoni 2001, p.13).

Considerando o projeto de produto, existe dois tipos de ergonomia: Ergonomia para diagnóstico: avaliação de disfunções e custos humanos. Ergonomia para projeto: recomendações, desenvolvimento e seleção de alternativas, detalhamento de componentes, avaliação e teste. O uso de atributos como facilidade de uso e de aprendizado, produtividade, conforto, segurança e adaptabilidade, tornaram-se amplamente utilizado, acrescentando qualidade aos produtos. Conseqüentemente, percebidos pelos consumidores como necessário ao atendimento de suas necessidades.

Usabilidade no projeto de produto A essência da prática ergonômica consiste em emitir juízos sobre o desempenho global do sistema homem/tarefa. Qualquer sistema projetado deve oferecer funcionalidade de tal maneira que o usuário, seja capaz de controlá-lo e utilizá-lo sem constrangimentos e custos humanos. Deve-se considerar a usabilidade desde o início da atividade projetual, porém tradicionalmente essa preocupação só ocorre ao final do projeto dos produtos, durante a avaliação do produto finalizado (com poucas modificações muito custo).

A preocupação com a usabilidade, no início do projeto, pode ser sanada: - com a busca de informações sobre as atividades da tarefa, relacionando com as comunicações e interações com as pessoas.

Deve-se observar: -como as pessoas interagem com produtos similares ao projetado, - analisando as: tomadas de decisões, acionamentos, deslocamentos, - questionando:... como?... por quê? Usabilidade é um termo usado para definir a facilidade com que as pessoas podem empregar uma ferramenta ou objeto a fim de realizar uma tarefa específica. Deste modo, a usabilidade em projeto de produto fica além de recomendações gerais, participa durante a problematização, conceituação e desenvolvimento.

Fatores que delimitam a usabilidade: Fácil aprendizagem: o sistema deve permitir que os usuários alcancem níveis de desempenho aceitável dentro de um tempo especificado. Efetividade: um desempenho aceitável deve ser alcançado por uma proporção definida da população usuária, em relação a um limite de variação de tarefas e de ambientes.

Atitude: um desempenho aceitável deve ser atingido considerando custos humanos e aceitáveis, em termos de fadiga, stress, frustração, desconforto e satisfação. Flexibilidade: o produto deve ser capaz de lidar com um limite de variação de tarefas além daquelas inicialmente especificadas. A utilidade percebida do produto: o maior indicador de um produto é se ele é usado. Pode-se projetar um produto considerando os critérios de aprendizagem, efetividade, atitude e flexibilidade.

Adequar-se à tarefa: um produto usável deve apresentar uma adequação aceitável entre as funções oferecidas pelo sistema e as necessidades e requisitos do usuário. Características da tarefa: a freqüência com que uma tarefa pode ser desempenhada e o grau no qual a tarefa pode ser modificada, em termos da variabilidade dos requisitos de informação. O termo usabilidade é um neologismo, adaptado da palavra em inglês Usability, e é derivado da união das palavras use (uso) e hability (habilidade). Logo, podemos associar a usabilidade como a facilidade com que o equipamento, site, produto, aparelho ou objeto é usado, ou seja, quanto de experiência anterior é exigido para o uso e com que rapidez o usuário aprende a utilizá-lo.

USABILIDADE NO PROJETO DE PRODUTO A essência da prática ergonômica consiste em emitir juízos sobre o desempenho global do sistema homem/tarefa. Portanto, qualquer sistema projetado deve oferecer funcionalidade de tal maneira que o usuário, para o qual o produto foi planejado, seja capaz de controlá-lo e utilizá-lo sem constrangimentos e custos humanos. Para isso, deve ser considerado desde o início da atividade projetual. A preocupação com a usabilidade, no início do projeto, pode ser sanada com a busca de informações sobre as atividades da tarefa, relacionando com as comunicações e interações com as pessoas. Deve-se observar como as pessoas interagem com produtos similares ao projetado, analisando as suas tomadas de decisões, acionamentos e deslocamentos, questionando-as como e por que o fazem.

A usabilidade em projeto de produto fica além de recomendações gerais, participa durante a problematização, conceituação e desenvolvimento. Desta forma, considerando o projeto de produto, existem dois tipos de ergonomia: 1) ergonomia para diagnóstico: avaliação de disfunções e custos humanos; 2) ergonomia para projeto: recomendações, desenvolvimento e seleção de alternativas, detalhamento de componentes, avaliação e teste.

O termo usabilidade tornou-se uma preocupação respeitada. O uso de atributos como facilidade de uso e de aprendizado, produtividade, conforto, segurança e adaptabilidade, tornou-se amplamente utilizado, acrescentando qualidade aos produtos. Conseqüentemente, percebidos pelos consumidores como necessário ao atendimento de suas necessidades.

O desconhecimento do uso do produto em situação real pode levar ao desenvolvimento de melhorias ou de novos produtos que não sejam adequados aos usuários, levando à frustração de expectativa e perda de mercado. É bastante comum usuários desistirem de realizar algumas tarefas, devido ás dificuldades em interagir com o produto.

O potencial do produto é assim impossibilitado de ser mais bem explorado e o usuário acaba não conseguindo atingir os resultados quanto à qualidade esperada do produto. Na atual sociedade da informação, as interfaces precisam mais do que nunca, oferecer uma forma de comunicação efetiva com os usuários. Assim, projetar produtos de forma a conseguir melhor interação com o consumidor/usuário é fundamental. Sabendo-se que nem sempre os mesmos padrões de qualidade podem ser aplicados em consumidores de níveis psicológico e sócio/econômicos distintos.

A aplicação de conceitos ergonômicos ao projeto do produto busca privilegiar a lógica da utilização, ao invés da lógica do funcionamento, que muitas vezes é o principal ponto de vista do projetista.

Obrigada!