Alcides Jeronimo de Almeida Tenorio Junior Mestre em Economia Aplicada pela UFPE Professor da FAFICA Prof. da Faculdade de Administração da FCAP/UPE



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SIMULAÇÃO DA VIABILIDADE DO FLORESTAMENTO CILIAR DE RESERVATÓRIOS ARTIFICIAIS COM BENEFÍCIO GERADO PELA VENDA DE CRÉDITOS DE CARBONO: O CASO DO RIO CORURIPE (AL) Alcides Jeroimo de Almeida Teorio Juior Mestre em Ecoomia Aplicada pela UFPE Professor da FAFICA Prof. da Faculdade de Admiistração da FCAP/UPE Ecio de Farias Costa PhD em ecoomia pela Uiversity of Georgia, EUA Professor do PIMES/UFPE Resumo Visado cooperar com o icremeto da demada por créditos de carboo florestais gerados por projetos do Mecaismo de Desevolvimeto Limpo, e fudametado a grade importâcia ambietal destas atividades, este trabalho utiliza um Modelo Iterativo de Viabilidade Ecoômica de Reflorestameto Ciliar que cosidera os beefícios fiaceiros proveietes da veda destes créditos, para simular atividades de florestameto de matas ciliares com espécies ativas em um lago artificial a ser implatado a região da mata atlâtica Nordestia. A viabilidade deste projeto de MDL é aalisada através de diversas simulações as quais são alteradas as pricipais variáveis de etrada a busca dos melhores resultados ecoômico-fiaceiros. Palavras-Chave: Mecaismo de Desevolvimeto Limpo (MDL), Reflorestameto de Matas Ciliares, Modelo para Simulação de Viabilidade Ecoômica, Reduções Certificadas de Emissão (RCE s). Abstract This study uses a iteractive Model of Ecoomic Feasibility of Ciliar Reforestatio which cosiders the fiacial beefits from the sale of carbo credits, to simulate forest activities i a artificial lake to be implated i the Northeaster Mata Atlâtica regio (over Coruripe river i Alagoas). This model geerates demad for carbo credits geerated by Clea Developmet Mechaism (CDM) projects ad is based o the evirometal importace of such activities. The feasibility of this CDM project is aalyzed through may differet simulatios which the mai variables of etry chage, i search of best results. Key Words: Clea Developmet Mechaism (CDM), Ciliar Forestry Reforestatio, Simulatio Model for Ecoomic Feasibility, Certificated Emissio Reductios (CER s).

. INTRODUÇÃO Com o acúmulo dos gases que provocam o efeito estufa (GEE s) a atmosfera, este feômeo, tão importate para a vida o plaeta, passa a se torar um grade problema, pois começa a existir um desequilíbrio etre as trocas térmicas da Terra e do sistema solar (NAE, 2005A). O resultado disso para o cotidiao das pessoas pode ser muito variado e depede pricipalmete da localização geográfica, e da atividade exercida por cada um. Mas existe o coseso de que o somatório dos prejuízos para toda a sociedade pode ser icalculável. Diate deste quadro, a comuidade civil passa a exergar melhor o que cietistas já percebiam a décadas, por se torar uma temática melhor difudida de algus aos para cá. E assim, ações mitigadoras e de adaptação ao problema vem sedo tomadas com êfase cada vez maior. Empresas e goveros se sesibilizam, mercados para ova commodity crédito de carboo são criados, e bolsas de valores passam a cocetrar boa parte desses egócios. Detre as ações mais importates destaca-se a ratificação do Protocolo de Quioto, com o estabelecimeto de um período de comprometimeto (2008-202 iicialmete), ode os países do Aexo I do Protocolo devem emitir em média apeas 95% do motate verificado em 990 (Stowell, 2005), criado-se assim mais um grade mercado mudial de créditos de carboo, e desta vez, fortemete fudametado em regras mais rígidas e claras. Um dos seus pricipais mecaismos é o MDL (Mecaismo de Desevolvimeto Limpo), que permite a participação de países em desevolvimeto (Não-Aexo I) a execução de atividades baseadas em projetos de mitigação em seus territórios, gerado divisas, cotribuido para a fialidade do Protocolo (mitigação) e ajudado o desevolvimeto sustetável local dos mesmos. Estas atividades de projeto dividem-se em diversas áreas de atuação, detre as quais, a florestal, priorizada este trabalho, mostra grades beefícios ambietais, aida mais se observados o florestameto ou reflorestameto de matas ciliares com espécies ativas, pois do poto de vista ecológico, as zoas ripárias (chamadas este texto também como áreas ciliares, das quais os reservatórios artificiais poderiam passar a fazer parte, visto que se localizam ormalmete em áreas de topografia rebaixada sobre o leito dos rios) têm sido cosideradas como corredores extremamete importates para a diversificação vegetal, bem como para o desevolvimeto e o movimeto da faua. Estas zoas são tidas como importates bacos de semetes pra a regeeração atural da flora [Triquet et al. (990), Gregory et al. (992) apud Lima & Zakia (2004)], visto que elas ocorrem tato espécies tipicamete ciliares, quato àquelas que também ocorrem em áreas um pouco mais afastadas dos cursos d água. Os autores etedem que esta fução ecológica já é sem dúvidas um motivo suficietemete importate para justificar a preservação destas áreas ciliares, ou porque ão dizer, para o platio de áreas sob este cotexto. Etretato, quado somado às importâcias relacioadas aos aspectos hidrológicos, como o equilíbrio da microbacia, através da sua ifluêcia direta sobre a mauteção da qualidade e quatidade da água, e aida para a mauteção do próprio ecossistema aquático, sua importâcia pode ser aida mais ressaltada (Lima & Zakia, 2004), como reforça, por exemplo, o próprio Baco Mudial (The World Bak, 2007), o qual afirma que os florestametos / reflorestametos costituem uma das atividades atribuíveis ao MDL que mais geram gahos sócio-ambietais locais. Já existiam acordos que regiam e bolsas que egociavam esta commodity, porém ão eram tão cohecidos do grade público até as egociações de Quioto.

2 Porém, aida é uma atividade de projeto de MDL vista com ressalvas, devido à complexidade regulatória, à dificuldade de se precisar a quatidade de carboo absorvida e de demostrar sua adicioalidade 2, e fialmete, devido ao status de estoque de carboo temporário (The World Bak, 2007 e NAE, 2005B). Mas de qualquer forma, possui seus demadates de créditos, como por exemplo o Baco Mudial, os quais etedem ser uma atividade muito importate para a sustetabilidade ambietal. Assim, mais do que um fator fiaceiro, a busca pela realização de atividades de projetos a área florestal é uma forma de agir para o retrocesso, e ão apeas a mitigação, dos íveis de GEE s a atmosfera, além de ajudar a recuperação local de áreas historicamete degradadas. Neste ituito, o mercado de Quioto poderia servir como um fiaciador parcial de atividades florestais, em especial aquelas que evolvam florestametos / reflorestametos baseados em espécies ativas de cada região. Além disso, é sabido que projetos de MDL baseados em atividades de florestais de grades áreas, com espécies de rápido crescimeto, apresetam custos competitivos (The World Bak, 2007). Porém pouco se sabe sobre o reflorestameto de matas ativas (que apresetam um meor desempeho), em especial de espécies da Mata Atlâtica. Sedo assim, como os custos de platio e mauteção são muito altos e provavelmete ão possam ser totalmete fiaciados por meio de um projeto de MDL, uma hipótese pode ser colocada em questão: A de que a receita com as RCE s (Reduções Certificadas de Emissão 3 ) de um projeto de MDL como este possa pelo meos fiaciá-lo, e até ajudar a fiaciar parte dos custos totais do florestameto, ao trasceder o valor total dos custos do próprio projeto (custos de trasação). Desta forma, utilizado-se o Modelo Iterativo de Viabilidade Ecoômica de Reflorestameto Ciliar com Beefício Gerado pela Veda de Créditos de Carboo, buscou-se estas respostas, através de diversas simulações com a alterâcia das variáveis etedidas como mais sigificativas (modelo e desidade de platio, adubação, além da periodicidade das verificações, certificações e veda das RCE s) para o estudo de caso em questão: um reservatório artificial que será gerado após a costrução de uma barragem sobre o leito do Rio Coruripe, próximo à usia de açúcar de mesmo ome (o estado de Alagoas). 2. METODOLOGIA O modelo utilizado este estudo é composto por plailhas do tipo.xls que iteragem etre si possibilitado a simulação de diversas situações técicas de platio, de mercado (valor da RCE s, valor dos isumos, etc) e bióticas (características das espécies a serem platadas), e é baseado a jução de dois aspectos metodológicos distitos: o levatameto dos custos de florestameto ; e o custo-beefício ecoômico do projeto de MDL. Estes aspectos acabam se completado ao buscar aalisar a possibilidade dos custos de implemetação das matas ciliares serem parcialmete pagos pela receita dos créditos de carboo obtidos a forma de RCE s. Por se tratar de uma aálise com características temporais discretas, e por ser composta por muitas equações (com suas respectivas uâcias) o modelo utiliza o critério do Valor Presete Líquido (VPL) para as decisões de ivestimeto de capital estas atividades, objetivado-se agrupar e comparar os custos e receitas do florestameto e do projeto de MDL uma mesma aálise. Como mostram Pidyck & Rubifeld (2002) e Carlso et al. (993) o VPL de um fluxo de caixa futuro pode ser dado por: 2 Requisito idispesável para a aprovação de um projeto de MDL. 3 Crédito de carboo gerados através de projetos de MDL.

3 C C2 Cm R R2 R VPL = C0... + R... m 0 + + 2 2 ( + r) ( + r) ( + r) ( + r) ( + r) ( + r) () VPL = o Valor Presete Líquido de todo o fluxo de caixa a ser cosiderado (R$); C m = custos decorretes da atividade em questão, distribuídos por m períodos (R$); R = receitas decorretes da atividade em questão, distribuídas por períodos (R$); r = taxa de descoto cosiderada para a atividade (adimesioal). A taxa de descoto r é etedida o modelo como o retoro que a empresa (ou órgão) poderia obter em um ivestimeto semelhate, ou seja, aquele que apresete um risco compatível com a atividade em questão (Pidyck & Rubifeld, 2002). Ao se utilizar o VPL para a avaliação de ivestimetos, é ecessário (para dar como etrada o modelo) observar a valoração omial ou real tato do fluxo de caixa, quato da taxa de descoto. Ou seja, é importate que ambos estejam expressos omialmete, ou a forma real simultaeamete. Os autores justificam essa imposição porque a taxa de descoto represeta o custo de oportuidade do ivestimeto, e assim, se a iflação (ou demais taxas de reajuste de preços) for cosiderada os valores futuros de custos (C) e receitas (R) do fluxo de caixa, também deve ser cosiderada em seu custo de oportuidade 4. Desta forma ates de serem aplicadas as taxas de descoto, o modelo utiliza taxas de reajuste de preços (valores) para as atividades em questão: 2 m VFF = C0 C ( + s) C2 ( + s)... Cm ( + s) (2) 2 + R0 + R ( + s) + R2 ( + s) +... + R ( + s) VFF = o Valor do Fluxo Futuro 5 (R$); s = taxa de reajuste de preços (valores) cosiderada para a atividade (adimesioal). As taxas de reajuste s deverão ser dadas de acordo com ídices que melhor se apliquem a cada caso, e assim, as taxas de descoto r poderão ser aplicadas em sua forma omial (ou real se algum reajuste diferete da iflação ão for adotado). Caso cosidere-se que existam riscos ão-diversificáveis quato ao ivestimeto esta atividade, Pidyck & Rubifeld (2002) mostram a ecessidade de se buscar quatificar um prêmio (valor adicioado ao custo de oportuidade) que remuere adequadamete este risco. Para o modelo em questão, visto que as RCE s geradas seriam vedidas em regime de securitização, cosidera-se que o risco de mercado é zero 6, e portato, os úicos riscos ãodiversificáveis seriam ligados a atividade de reflorestameto em si (mortalidade excessiva de espécies, icêdios...), ou à aspectos relacioados à saúde fiaceira da empresa (ou baco de 4 Nas simulações apresetadas a seguir ote-se que a taxa de descoto cosiderada foi a Selic em vigor para o mês em questão. Real para os custos e receitas do MDL (pois o reajuste de preços foi cosiderado apeas como a iflação, sem previsão de aumetos os preços do mercado uma aálise coservadora), e omial os custos de reflorestameto, ode o reajuste de preços é estimado pela evolução da média da reda do trabalhador rural. 5 Deomiado assim este trabalho. 6 O modelo proposto utilizado este estudo pode cosiderar o pagameto atecipado pelos créditos de carboo a serem gerados o futuro, mitigado os riscos de desempeho e fiaceiro. Ou o pagameto as datas de certificação das RCE s de um valor já pré-estabelecido a data zero de realização do cotrato de securitização.

4 ivestimetos) com quem se egociar as RCE s geradas. Desta forma, o prêmio referete a estes riscos poderá ser cosiderado a escolha da taxa de descoto dada como etrada este modelo 7. 2.. Metodologia de Cálculo do Modelo A metodologia de calculo utilizada pelo modelo é descrita aqui de forma resumida e sem aprofudametos detalhados, os quais são mostrados por Teorio Jr. (2008) as equações 04 a 77. A aálise de viabilidade ecoômica do modelo é dada metodologicamete como: Viab eco = Rmdl Ctot (3) líq ref Viab eco = o valor presete líquido fial total (R$); Rmdl líq = valor presete da receita líquida gerada pela veda das RCE s (R$); Ctot ref = valor presete líquido do custo total do florestameto (R$). Para fis de aálise, baseado-se o Código Florestal Brasileiro, o modelo de viabilidade (e este estudo) cosidera toda a área sujeita à preservação permaete como cedida para platio pelos proprietários, sem icorrer em custos de oportuidade, e sem levar em cota outros aspectos jurídicos relacioados à propriedade rural. Desta forma, as úicas áreas sujeitas ao pagameto de compesações (simplificadamete a forma da compra destas áreas) seriam as que exterarem os limites legais (idicados mais a frete), como é o caso das áreas de aceiro e zoas tampão. 2... Aálise dos Custos de Florestameto No modelo, a estimativa dos custos de florestameto / reflorestameto das faixas ciliares é calçada as experiêcias de Martis (200) e Rodrigues & Leitão Filho (2004) para atividades de matas ciliares ativas. Em suas obras, aspectos biológicos e técicos foram levatados, e assim, adicioados a etrevistas realizadas com profissioais do setor de irrigação e biólogos da Usia Coruripe (localizada a região da Mata Sul do estado de Alagoas), o que possibilitou a compilação de todas as iformações ecessárias para a estruturação desta etapa do modelo. Vale lembrar que várias etradas de valores e prazos são ecessárias, e são descritas com mais detalhes por Teorio Jr. (2008). O custo total das ações de florestameto é dado por: Ctot ref = Cequip + Cimpl + Cma (4) Ctot = custo total do florestameto, em valor presete (R$); Cequip 8 = custo de compra ref de equipametos (R$); Cimpl = custo, em valor presete, das atividades de implemetação 7 O modelo ão calcula os prêmios referetes a riscos do ivestimeto. Mas aceita a iclusão dos prêmios a forma de alterações das taxas de descoto. 8 O modelo cosidera que os equipametos são comprados para a implemetação das atividades de reflorestameto, ou seja, que já são dados o seu valor presete.

5 do florestameto (R$); Cma = custo, em valor presete, das atividades de mauteção da área a ser florestada (R$). O Cequip é dado apeas pelos preços uitários dos equipametos e suas respectivas quatidades. Valedo lembrar que podem ser cosiderados também os viveiros (desecessários este estudo por já existirem devido a atividades de reflorestameto ateriores), algumas costruções de apoio, e até a compra de equipametos de irrigação (também desecessária este caso por já serem de posse da usia). O Cimpl é dado através da soma dos valores presetes para cada um dos seis meses de implemetação do florestameto ciliar (preparação do terreo; cova e coroameto; platio das mudas por modelos de platio 9 ; proteção com cerca, aceiro e zoa tampão). O Cma é dado pelo valor presete de cada atividade (adubação por modelos de platio; irrigação; limpeza e mauteção; combate a formigas cortadeiras), que podem ser realizadas em um prazo de até 30 aos, e com freqüêcias distitas, a depeder das etradas para cada medida a ser tomada. Estas atividades de implemetação e mauteção do platio são determiadas em uma matriz de variáveis do tipo dummy, para cada tipo de uso do solo possível. No modelo os usos são variados, e foram obtidos através de ANA (2005) para a região do CELMM (Complexo Estuário Laguar Mudaú Maguaga AL). Neste estudo de caso o úico uso cosiderado é a Caa de Açúcar). Segudo as técicas demostradas por Martis (200), algebricamete pode-se escrever: Cimpl = Cprep + C cov + Cmud + Ccer + Cacei + Ctam (5) Cprep C cov Cmud Ccer Cacei Ctam 6 2 C = j= A i=, 2 a= 6 2 C = j= A i=, 2 a= 6 2 C = j= A i=, 2 a= 6 2 C = j= A i=, 2 a= 6 2 C = j= A i=, 2 a= 6 2 C = j= A i=, 2 a= Dummy3 A Pprep (6) Dummy2 Q plat aijt plat aijt aijt P cov Dummy Q plat Pmud (8) j ( A aijt + A aijt ) Dummy4 plat regnat Pcer (9) L ( A Dummy4 ( A Dummy4 plat aijt plat aijt L faixa L + A faixa + A faixa regnat aijt regnat aijt ) Lacei *( Pacei + Poport) ) Ltam * ( Ptam + Poport) (7) (0) () 9 Modelo = homogêeo, utilizado para áreas próximas de resquícios de mata (adotou-se o estudo de caso a distâcia de 5m). Essas áreas podem ser classificadas em três tipos: A Área permaetemete echarcada, B Área com echarcameto temporário, ou C Área bem dreada, livre de iudação. Modelo 2 = heterogêeo, que apesar de ser um pouco mais caro e de complexa implatação (devido à dificuldade de coseguir mudas ou semetes para a própria produção de mudas de espécies distitas), é o mais idicado, pricipalmete para aquelas áreas mais distates de resquícios de matas aturais. Este também pode ser dos três tipos mostrados acima.

6 Aplat aijt Aplat aijt Q plat aijt = + 2 + (2) x y x y j j Cprep = custo, em valor presete, de preparo do terreo para platio (R$); C cov = custo, em valor presete, de coveameto e coroameto (R$); Cmud = custo, em valor presete, de platio das mudas em sito (R$); Ccer = custo, em valor presete, de implatação de um possível cercado (R$); Cacei = custo, em valor presete, de implatação de um possível aceiro (R$); Cacei = custo, em valor presete, de implatação de uma possível zoa tampão (R$); A = área, a receber platio, de cada polígoo extraído segudo seus usos do solo plat aijt (ha); A regnat aijt = área, a receber regeeração atural, de cada polígoo extraído segudo seus usos do solo (ha); Q plat aijt = quatidade das uidades de mudas (cova / coroameto) iseridas por ha - adimesioal; x j = distâcia horizotal média etre as mudas a serem platadas por modelo de platio j (m); y j = distâcia vertical média etre as mudas a serem platadas por modelo de platio j (m); L faixa = largura da faixa ciliar de proteção permaete segudo o Código Florestal Brasileiro, a qual será recuperada (m); Lacei = largura do aceiro possivelmete implemetado (m); Lacei = largura da zoa tampão possivelmete implemetada (m); P = respectivos preços uitários de cada atividade (R$ / por uidade ou ha); Coport = custo de oportuidade pelo uso da área (de aceiros e zoas tampão) fora da região de preservação permaete. Por simplificação, é determiado pelo preço da uidade de área (R$ / ha); a = quatidade de cada área (polígoo) existete em cada extrato; i = extrato (margem direita), e extrato 2 (margem esquerda); t = meses de platio admitidos pelo modelo (de a 6); j = modelos de platio admitidos pelo modelo ( A, B, C, 2 A, 2 B ou 2 C). Já as atividades de mauteção são cosideradas apeas para as áreas que receberão platio, e assim baseado-se as técicas demostradas por Martis (200) o Cma pode ser escrito algebricamete como: Cma = Cadub + Cirrig + C lim + Ccomb (3) Cadub Cirrig C lim Ccomb T 2 C = j= A i=, 2 a= T 2 C = j= A i=, 2 a= T 2 C = j= A i=, 2 a= T 2 C = j= A i=, 2 a= Dummy5 Q Padub (5) plat aijt Dummy6 A Pirrig (6) Dummy7 A plat aijt plat aijt P lim (7) Dummy8 A Pcomb (8) plat aijt Cadub = custo, em valor presete, da possível adubação do terreo durate o período

7 determiado para esta atividade (R$); Cirrig = custo, em valor presete, da possível irrigação do terreo durate o período determiado para esta atividade (R$); C lim = custo, em valor presete, da possível limpeza (flora ivasora, lixo, etc) do terreo durate o período determiado para esta atividade (R$) Ccomb = custo, em valor presete, do possível combate a formigas o terreo e adjacêcias durate o período determiado para esta atividade (R$); P = respectivos preços uitários de cada atividade; R$ / (por uidade ou ha); t = aos de execução da atividade de a T (máximo de 30 para projetos de MDL sem reovação). 2..2. Aálise dos Custos e Receitas Geradas pela Atividade de Projeto de MDL A atividade de projeto de MDL possui altos custos, deomiados custos de trasação, que se devem ao complexo e demorado trâmite do projeto, desde sua pré-cocepção até a emissão e egociação das RCE s. Por outro lado, caracteriza-se como a úica fote de receita cosiderada (este modelo ecoômico pelo meos) para a recuperação de matas localizadas em zoas ciliares. Desta forma a receita líquida gerada pela realização de uma atividade de projeto de MDL, para implemetação de mata ciliar, é estimada pela difereça etre a receita gerada pela veda das RCE s e os custos de trasação evolvidos. Algebricamete: Rmdl líq = Rrce' s Ctras (9) Os custos de trasação são divididos em duas fases: Pré-implemetação, costituido o prédesevolvimeto, a elaboração do Documeto de Cocepção de Projeto (DCP); a aprovação pela Agêcia Nacioal Desigada (AND); a validação pela Etidade Operacioal Desigada (EOD); legal / cotratate; e o registro pelo Coselho Executivo. E a fase de Implemetação é formada pelo moitorameto; primeira verificação; outras verificações; primeira certificação / emissão de RCE's; outras certificações / emissão de RCE's; despesas admiistrativas e taxações. Diate do exposto o modelo cosidera: Ctras = Cpreim + Cim (20) Ctras = custo de trasação total, em valor presete (R$); Cpreim = custo, em valor presete, da fase de pré-implemetação (R$); Cim = custo, em valor presete, da fase de implemetação (R$). Cpreim = ( Cpredes + Cdcp + Caprov + Cvalid + Cleg + Creg) T US $ / R$ (2) Cpredes = custo, em valor presete, da etapa de pré-desevolvimeto do projeto (R$); Cdcp = custo, em valor presete, da etapa de desevolvimeto do DCP (R$); Caprov = custo, em valor presete, da etapa de aprovação do projeto pela EOD desigada (R$); Cvalid = custo, em valor presete, da etapa de validação do projeto pela AND brasileira (R$); Cleg = custos legais evolvidos, para os cotratates (em valor presete - R$); Creg 0 = custo, em valor presete, da etapa de registro do projeto pelo Coselho Executivo do MDL (R$); 0 Existe a utilização de fuções lógicas porque o registro possui valores diferetes para volumes iferiores e superiores a 5.000 t CO2e.

8 T = taxa de câmbio US$ / R$ atual. US $ / R $ A taxa de câmbio é cosiderada, por simplificação do modelo, como a atual em vigor. Isso se deve porque é muito difícil prever a tedêcia do câmbio para o horizote total de implemetação do projeto. E desta forma, também optou-se por utilizar o câmbio em vigor para a fase de pré-implemetação. Os custos da fase de implemetação são dados por: Cim = (22) Cmoit = ( Cmoit + Cver+ Cver + Ccert+ Ccert + Cadmtax) T US $ / R$ t > 5 T Cmoit t Cver = Cver t (24) Ccert = Ccert t (25) t> 5 Cmoit = custo total, em valor presete, da etapa de moitorameto do projeto, os T períodos (R$); Cver = custo, em valor presete, da primeira verificação por parte da EOD escolhida (estudo de caso adota o ao o 5) - (R$); Cver = custo, em valor presete, das demais verificações por parte da EOD escolhida (freqüêcia a ser escolhida máx 0 aos) (R$); Ccert = custo, em valor presete, da primeira certificação por parte do Coselho Executivo do MDL (o modelo ecoômico adota o mesmo período que a verificação) (R$); Ccert = custo, em valor presete, das certificações por parte do Coselho Executivo do MDL (o modelo ecoômico adota o mesmo período que a verificação) (R$) = Cadmtax = custo, em valor presete, das despesas admiistrativas e taxas, durate as certificações (R$). Como já exposto, pelo fato das áreas ciliares a serem platadas estarem detro da faixa prevista pelo Código Florestal Brasileiro, o modelo ão cosidera a coleta de madeira destas matas, visto que um processo de maejo poderia afetar a biótica desse ecossistema bastate complexo. Desta forma a úica fote de receita cosiderada o modelo ecoômico é a formação de um estoque de carboo os sumidouros associados e estas áreas. Assim, esta parte do modelo é baseada a metodologia de cálculo de liha de base, ceário de projeto e moitorameto AR- AM0007 Afforestatio ad Reforestatio of Lad Curretly Uder Agricultural or Pastoral Use, aprovada pelo Coselho Executivo, e baseada o Good Practice Guidace for Lad Use, Lad-Use Chage ad Forestry (GPGLULUCF), publicado pelo IPCC, e recohecido como um guia a ser seguido a execução de projetos de uso do solo agrícolas ou florestais. A AM-AR-0007 cosidera florestametos e reflorestametos em áreas utilizadas por usos agropecuários ou áreas degradadas, além da regeeração atural destas últimas áreas, e aida a cosideração de alterações futuras o ceário de liha de base, que ão são cosideradas este estudo de caso. (23) É importate frisar que os créditos de carboo florestais são baseados em estoques e ão em fluxo. Ou seja, se o carboo deixar as froteiras do projeto isso cofigura uma redução do estoque, e seus créditos referetes ão serão mais válidos.

9 Muitos parâmetros são ecessários como etrada, e os utilizados o estudo de caso podem ser coferidos em Teorio Jr. (2008). A receita gerada pelo icremeto do estoque de carboo (medido em CO 2 e) o projeto de MDL é dada, resumidamete, por: Rrce' s = ( EC ) Pr ce' s (26) EC atro atro T US $ / R$ = EC EC EC (27) proj lb vaz Rrce' s = receita, em valor presete, da veda das RCE s durate o período de creditação (máx de 30 aos) (R$); EC atro = soma da variação líquida total do estoque de carboo (medido em CO 2 e), devido à ação atrópica (devido a execução do projeto) (t CO 2 e); EC = soma da variação líquida total do estoque de carboo (medido em CO 2 e) o ceário proj de projeto, e detro dos seus limites (t CO 2 e); EC lb = soma da variação líquida do estoque de CO 2 e o ceário de liha de base (abstiêcia do projeto) (t CO 2 e); EC vaz = soma das emissões ou vazametos, ocorridos fora dos limites do projeto, porém em decorrêcia do mesmo (t CO 2 e); Pr ce' s = valor atual das RCE s* (US$). I - Liha de Base Apesar do modelo utilizado cosiderar lihas de base variáveis, este estudo ela é admitida coservadoramete como sedo 0 (zero) por ão haverem duas observações com espaço de tempo de aproximadamete 5 aos (para que seja possível verificar as tedêcias de degradação e/ou recostituição). II - Estimativa do Estoque de Carboo o Ceário de Projeto Segudo o Método de Gaho e Perda de Carboo (GPGLULUCF, 2007) têm-se resumidamete (detalhes em Teorio Jr., 2008): EC proj = EC + EC + EC EC GEE (28) bv mm serr perda bio EC = soma da variação líquida total do estoque de carboo (medido em CO 2 e) o ceário proj emis de projeto, e detro dos seus limites (t CO 2 e); EC bv = soma da variação total do estoque de carboo (medido em CO 2 e) a biomassa de árvores vivas (t CO 2 e); EC mm = soma da variação total do estoque de carboo (medido em CO 2 e) a madeira morta (t CO 2 e); EC serr = soma da variação total do estoque de carboo (medido em CO 2 e) a serrapilheira (formada por pequeos galhos, folhas, frutos, etc) (t CO 2 e); 2 = redução o estoque de carboo EC perda bio de vegetações arbóreas 3 ou ão, madeira morta e a serrapilheira, pré-existetes quado da 2 A AM-AR0007 abre mão da estimativa das variações o estoque de carboo, em seus três sub-estoques cosiderados para a vegetação pré-existete, quado sua variação é meor que 2%, daquelas esperadas para o ceário de projeto. Porém, o modelo cosidera sua estimativa em ambos os casos. 3 Como este modelo ão cosidera a retirada de vegetação arbórea, a perda de biomassa iicial se dará apeas em cultivos e vegetações ão-arbóreos.

0 implemetação da atividade de projeto (t CO 2 e); GEE emis = soma do aumeto das emissões de GGE s (medido em CO 2 e) por fotes, detro dos do projeto (t CO 2 e). III Estimativa do Vazameto / Fuga das Emissões por Fotes Os vazametos /fugas, ou leakages em iglês, são cosiderados como todas as emissões, ou todas as reduções do estoque de carboo, que ocorrem fora dos limites da atividade de projeto de MDL, porém, que possam ser atribuídas à existêcia da mesma. Para o modelo, ão é cosiderado o desalojameto de pessoas, visto que as faixas ciliares são estreitas e de preservação permaete, sedo razoável imagiar que ão existirão estes desalojametos. Isso icorreria em vazametos, por duas vertetes: Primeiro porque deslocaria um possível volume aual de coleta de madeira para fis combustíveis, e depois porque poderia deslocar atividades de desmatameto, em outras regiões, fora dos limites do projeto. Em ambos os casos seria muito difícil estimar estas medidas sem um estudo de campo, e portato, costituise mais um motivo para a ão iclusão destes vazametos / fugas. Desta maeira, o vazameto / fuga total estimado pelo modelo é escrito, resumidamete: VAZ = VAZ veic + VAZ cerca (29) VAZ = vazameto devido ao total de emissões de GEE s causadas pela queima de veic combustíveis fósseis por veículos, fora dos limites do projeto (t CO 2 e); VAZ cerca = vazameto devido ao cosumo de cercas de madeira advidas de biomassa extera aos limites do projeto (t CO 2 e). 2.2. Descrição do Caso Aalisado O objeto em questão é um reservatório artificial que será istalado a região das Usias Coruripe e Guaxuma (AL), sobre o leito do Rio Coruripe, como mostrado em aexo a Figura A. Este reservatório terá como fialidade pricipal o forecimeto de um estoque de água peree para fis de irrigação das platações de caa-de-açúcar da região. Da mesma maeira (técica) que a Usia Coruripe vem desevolvedo ações de reflorestameto de matas ciliares às marges do rio, é pretedido florestar o etoro do ovo reservatório. Além disso foi possível ecotrar uma observação para a área estudada (datada de setembro de 2006). Mas como é sabido que há muitos aos esta se ecotra ocupada pela cultura da caa, foi cosiderado que o uso do solo caa-de-açúcar ão apresetou variação de tedêcia os últimos 0 ou 5, costituido-se uma hipótese razoável pricipalmete para a cosideração da liha de base com tedêcia 0 (zero) e de que ão houve perda iicial de biomassa dada a queima sazoal e comum para este tipo de platio.

2.2.. Levatameto das Áreas A determiação das áreas a serem reflorestadas já foi realizada pelo próprio corpo técico da usia, seguido os critérios previstos o Código Florestal Brasileiro. Trata-se de uma área de 62,27 ha gerada a partir de uma faixa imagiária de 30m de largura para fora do ível do reservatório. A Figura 0 mostra uma aproximação da imagem de parte do futuro reservatório e sua área ciliar. Figura 0: Detalhe de parte do futuro reservatório e de da faixa a ser platada. Fote: Elaboração própria. 2.2.2. Etrada das Espécies de Mudas De acordo com as curvas de ível mostradas o levatameto plaialtimétrico da Figura 0, ão é possível a implatação do modelo de platio do tipo A (para áreas echarcadas freqüetemete), pois só existem áreas que podem vir a ser echarcadas temporariamete, e pricipalmete áreas bem dreadas. Desta forma, para fis deste estudo de caso, cosiderou-se 30% da área como sedo para platio do tipo B (temporariamete echarcadas ) e 70% do tipo C (bem dreadas), dada a topografia relativamete ígreme demostrada pelas curvas de ível. Em ambos os casos, o modelo de platio adotado é o heterogêeo (composto por várias espécies), pois as áreas circuvizihas são cobertas apeas por platações de caa-de-açúcar. O custo das mudas platadas foi forecido pela própria Usia Coruripe (em um levatameto realizado etre 2006 e 2007), e é baseado as experiêcias atecedetes de reflorestameto ciliar o rio em questão. Portato, todas as mudas possuem o mesmo valor (R$ 2,67 já platadas), determiado pelo custo de produção e platio médio, que é idepedete da espécie arbórea. Estas mudas são produzidas pela própria usia através de coletas realizadas os arredores, resultado em espécies que apresetam boa adaptabilidade, e portato, são cosideradas ideais para este estudo de caso. Algus exemplos são: Agélica, Araçá boi, Cajazeira, Cajueiriho, Camaçari, Caafístula amarela, Caafístula rosa, Imbaúba, Igazeira, Ipê amarelo, Ipê roxo, Jeipapo, Juazeiro, Maçaraduba, Moriga, Murici, Ouricuri, Pau-brasil, Peroba rosa e Sapucaia, etre outros.

2 2.2.3. Etradas de Parâmetros e Outros Valores Como o úmero de etradas é razoavelmete grade, esta seção mostrará apeas observações pertietes que veham a caracterizar o florestameto e a absorção líquida de carboo. Os valores utilizados para todas as etradas e parâmetros, bem como suas respectivas fotes, ecotram-se melhor detalhados em Teorio Jr. (2008). Não foi cosiderada a istalação dos viveiros, pois já existem sete fucioado a região desde as atividades florestais ateriores. Também é cosiderada a compra de ferrametas de trabalho, e descosiderada a ecessidade da obteção de equipametos para irrigação, visto que a usia já possui os mesmos. O preparo do terreo ão cosidera queimadas para o cálculo do estoque de carboo, pois todo o uso do solo é composto por caa, e a queima já é uma atividade esperada para ates do iício do platio da mata. O platio foi simulado para 3 meses (visto que a área é reduzida) podedo-se aproveitar melhor o período chuvoso. Não foram simuladas desidades de platio diferetes, em o platio sem adubação, pois a iteção é avaliar se as RCE s geradas serão suficietes para pagar os custos de trasação, ou seja, o que se procura é apeas verificar se o projeto de MDL pode ajudar a pagar alguma fração do custo do florestameto. Assim, as atividades simuladas são semelhates às já realizadas as marges do rio Coruripe, com desidade de platio de 3,0 m x 2,0 m, com adubação através de compostos orgâicos e iorgâicos. Assim, as simulações se cocetraram sobre as variáveis da períodicidade de verificações e certificações de RCE s para idetificação do mais viável, além da procura pelas áreas míimas de viabilidade do platio detro do período de comprometimeto do protocolo e de validade do projeto de MDL. Também foi cosiderado o isolameto da área com cerca de mourões de madeira e aceiro de 3 m de largura para fora da área de proteção permaete, o que implicou em custos de oportuidade da área que passará a servir de aceiro (simplificado como o valor de compra da área). A fase de mauteção é simulada com: limpeza e outras mauteções durate 7 (sete) aos, combate às formigas forrageiras durate 5 (cico) aos, e com a simulação de adubação periódica ou ão, realizada 2 (duas) vezes por ao, um prazo de 5 (cico) aos (para todos os modelos de platio). A irrigação será executada por 5 (aos) aos, visto que as usias de açúcar já dispõem da tecologia ecessária e os custos toram-se bem meores. Outro aspecto importate é a distâcia média de deslocameto dos veículos (ecessária para estimar as emissões do projeto e os vazametos / fugas). Visto que a área de platio é bastate cocetrada e os viveiros ficam teoricamete mais próximos à área de platio, devem ser gerados meores vazametos (de GEE s) e emissões detro dos limites do projeto. Vale lembrar que os valores de deslocameto médio foram obtidos através de etrevistas com fucioários da usia. Por fim, as taxas de valoração foram obtidas: Através de uma regressão liear simples para os valores reais do redimeto médio do trabalho pricipal 4. Com uma série de 0/996 até 05/2007. E são utilizados para as etapas de implemetação e mauteção do platio, visto que estas se caracterizam como atividades de mão-de-obra itesivas (por simplificação). 4 http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?6087203, cosulta em juho de 2007.

3 E cosideradas como zero para os custos de trasação, uma vez que é esperada a queda dos mesmos, devido ao amadurecimeto e à otimização dos processos 5. Essa é uma medida coservadora, e apropriada por ão existir um coseso quato ao futuro destes custos o médio e logo prazos. As taxas de descoto para o valor presete, foram simplificadas, e assumidas como iguais à Selic, real para os custos e receitas do MDL (pois o reajuste de preços foi cosiderado apeas como a iflação, sem previsão de aumetos os preços do mercado uma aálise coservadora), e omial os custos de reflorestameto (implemetação e mauteção), ode o reajuste de preços é estimado pela evolução dos mesmos valores reais do redimeto médio do trabalho pricipal. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O aspecto mais importate deste caso é a pequea área a ser reflorestada, o que pode iviabilizar a atividade de projeto de MDL uma vez que possui elevados custos de trasação. De acordo com platios ateriormete realizados o próprio rio Coruripe a simulação é obtida com o platio de 3,0m x 2,0m e adubado. Variáveis e etradas importates como o uso do solo, a quatidade de área a ser platada, a forma de aquisição das mudas (cofeccioadas em loco), o período e valor de irrigação, as istalações ecessárias, etc, poderiam ser simuladas o modelo, mas etede-se que seus valores provavelmete serão aproximadamete aqueles citados ateriormete (mostrados de forma mais completa em Teorio Jr., 2008 e já implemetados em outras atividades florestais a região), e assim tora-se mais importate simular a periodicidade das verificações, certificações e veda das RCE s. Os resultados são mostrados a Figura 02. VPL (R$)... -260000-280000 -300000-320000 -340000-360000 -380000-400000 2 3 4 5 6 7 8 9 0-295438 -295426-294038 -294906-294799 -296055-300278 -307505-324746 -3837 Periodicidade (aos) Figura 02: Evolução da receita líquida do projeto de MDL devido a variação da periodicidade das verificações / certificações. Fote: Elaboração própria. 5 Um exemplo é a tetativa do govero brasileiro, por parte da AND, de padroizar projetos de Liha de Base, para grupos de atividades de MDL afis. Isso reduzirá com certeza o custo dos DCP s (Documetos de Cocepção de Projetos).

4 A figura acima mostra a evolução da receita líquida, em VPL (Valor presete Líquido), do projeto de MDL para este caso. Fica claro que ão existe viabilidade fiaceira, pois a situação mais iteressate apreseta um valor egativo de R$ -294.038 referete à periodicidade de 7 aos. Ou seja, o projeto de MDL só se justificaria dados outros retoros ou exteralidades (que serão abordados mais a diate). De qualquer forma vale a pea eteder com mais detalhes o que se ecotra por trás destes úmeros. Os resultados dos custos do florestameto e de trasação, bem como da receita com as RCE s são expressos a Tabela 0. Tabela 0: Estimativa geral dos custos e beefícios fiaceiros do florestameto com horizote de 30 aos, para o estudo de caso II (R$). Platio 3,0m x 2,0m; 7 aos Valor presete com adubação Custos de equipametos -0.868 Custos de implemetação -627.508 Custos de mauteção -.248.687 Custo do reflorestameto -.887.063 Custos de trasação MDL -364.638 Receita com as RCE's 70.600 Receita líquida MDL -294.038 Receita líquida total -2.8.0 Fote: Elaboração própria. os valores estão atualizados para o valor presete. O aspecto mais importate desta aálise é bastate específico, pois trata apeas do projeto de MDL em si, visto que a receita está loge de pagar os custos de trasação (receita líquida de R$ - 294.038). Isso ocorre porque os custos de trasação têm compoetes fixos (com exceção do registro e da certificação, os quais se equadram melhor como variáveis), e desta forma a maioria ão é diretamete ligada à quatidade de RCE s geradas. É bem verdade que para projetos meores os custos fixos possuem uma escala meor, porém ão proporcioal, o que pode iviabilizar a execução de atividades de projeto de MDL isoladas de pequeo porte. A demostração dos custos de trasação para os 30 aos, a Tabela 02, revela que a soma dos custos que são classificados como variáveis (o modelo ecoômico) ão chega a R$ 0.000 em VPL. A aálise realizada para o estudo mostra claramete a iviabilidade do projeto de MDL este caso, porém outra perguta surge istatâeamete: A partir de que quatidade de área, a atividade florestal ciliar com estas espécies ativas, sedo executada desta maeira, chegaria a pagar os custos de trasação com as receitas das RCE s? Para respodê-la basta alterar as duas áreas dadas como etradas do modelo ecoômico (30% com platio do tipo B e 70 % com platio do tipo C), até que o resultado líquido do projeto de MDL seja zero. Fazedo isso, e cosiderado-se as demais etradas semelhates, estima-se que seria ecessário um icremeto de 6,9 vezes a área origial de 62,27 ha totalizado por volta de 385,5 ha. Para tato seria ecessário que o reservatório em questão apresetasse aproximadamete 28 km de margem, pois a largura míima (e ormalmete utilizada) exigida pelo Código Florestal Brasileiro para matas ciliares em reservatórios é de apeas 30 m, o que exigiria um corredor florestado bastate exteso.

5 Tabela 02: Custos de trasação, para um horizote de 30 aos (R$). Valor presete Custos de trasação (VPL) Pré-desevolvimeto -9.00 DCP -63.700 Aprovação pela AND -8.739 Validação pela EOD -43.402 Legal/Cotratate -26.04 Registro pelo coselho executivo -8.297 Total da fase de pré-implemetação -59.279 Moitorameto aual (total 30 aos) -08.929 Primeira verificação -22.398 Demais verificações -3.489 Primeira certificação / emissão de RCE's -3 Demais certificações / emissões de RCE's -775 Despesas admiistrativas e taxações (média) -59.457 Total da fase de implemetação -205.359 Total dos custos de trasação -364.638 Fote: Elaboração própria. os valores estão atualizados para o valor presete. Já para que estes custos fossem pagos detro do primeiro período de comprometimeto (utilizado 5 aos de referêcia 2008 a 202 6 ), seria ecessário uma área aida maior, com cerca de.908 ha, pois é deve haver um grade acúmulo de estoque de carboo os primeiros 5 aos para pagar os custos de trasação, que já icidem em sua maioria durate este período, pricipalmete aqueles com características de custos fixos segudo o modelo (vale lembrar que os custos que ormalmete depedem diretamete da quatidade de carboo absorvida são o registro e a certificação). Depois, com os aos subseqüetes, a tedêcia é que a receita com RCE s, proveietes do icremeto o estoque de C, passe a ser maior que os custos de trasação restates. Se estedermos a simulação desta mesma área para os 30 aos de validade do projeto a receita líquida em VPL do mesmo passaria a ser positiva em quase de R$,4 milhões. Mas é uma aálise bastate fictícia em si tratado do florestameto das marges de um reservatório, além de que seria ecessário cosiderar que este estoque cotiue sedo válido até o restate do prazo para atividades baseadas em projetos florestais. Por outro lado, é sabido que podem existir custos e / ou beefícios etedidos como exteros a esta aálise. Sejam frete ao próprio executor do projeto ou até mesmo frete ao restate da sociedade, podedo ser cosiderados como exteralidades. Verifica-se deste modo um importate fator estimulador para decisões de reflorestameto ciliar: as exteralidades positivas como justificates da ieficiêcia puramete fiaceira das atividades de florestameto com espécies ativas. Apesar desta aálise ão fazer parte do escopo pricipal deste trabalho é importate citar algus destes beefícios exteros que podem ajudar a justificar ecoomicamete a realização de atividades de atividades florestais (até mesmo quado a receita líquida do projeto de MDL ão for positiva), ao se observar os beefícios sociais como um todo: 6 A limpeza e mauteção do platio que se dava em 7 (sete) aos agora passa para um período máximo de 5 aos.

6 Gahos ambietais globais ao passo que a atividade ajuda a mitigar o estoque de GEE s a atmosfera; Gahos ambietais locais exigidos pelas ormas do MDL e verificadas pela AND brasileira, a medida que: melhora a quatidade e qualidade da água do córrego / reservatório protegido beeficiado a faua terrestre e aquática, além das comuidades a jusate; proporcioa habitats aquáticos e terrestres mais adequados para a faua, fucioado como proteção para os peixes as marges, e corredor ecológico para os aimais terrestres; protege as marges cotra erosões; etc. Bem como os beefícios exteros para o próprio autor do projeto (seja empresa privada, de ecoomia mista, estatal, orgaização ão goverametal, ou qualquer órgão do govero), como parte de um programa de gestão ambietal. Resumidamete, segudo Doaire (999) e De Adrade et al. (2002), podem ser citados: Icremeto das receitas graças ao aumeto da cotribuição margial de produtos verdes que podem ser colocados o mercado a preços mais elevados; Melhoria da imagem istitucioal; Alto comprometimeto do pessoal; Melhoria as relações de trabalho, bem como a criatividade para ovos desafios; Melhoria as relações com a comuidade, órgãos goverametais e grupos ambietais, buscado mater um bom coceito quato à imagem da orgaização, em virtude das crescetes preocupações sociais relacioadas à preservação do meio ambiete; Acesso assegurado (ou pelo meos prioritário em algus casos) ao mercado extero; Melhor adequação aos padrões ambietais; A elimiação de etraves legais com o govero em quaisquer das esferas, adotado estratégia ambietal, de forma a observar estritamete a legislação vigete; 4. CONCLUSÕES Mesmo diate de um ceário que pode ser favorável (a depeder dos valores dos parâmetros e variáveis), para o horizote de 30 aos, a implemetação de atividades de projeto de MDL e sua veda de RCE s florestais aida são bastate discutidos, pois se trata de um volume de carboo estocado, e ão apreseta garatias de que cotiuará assim após o período de moitorameto da atividade, o que imprime uma característica de crédito temporário para estas RCE s geradas. Por outro lado, é uma das poucas formas de se reverter e ão apeas dimiuir a tedêcia de crescimeto do volume de GEE s a atmosfera. Além disso, se o platio de matas com espécies ativas for executado respeitado-se os aspectos aturais e bióticos da região, os gahos relacioados ao desevolvimeto sustetável local, requerido pelo MDL, ão apeas serão levados a esta comuidade, mas à faua terrestre existete, e o caso específico de matas ciliares, para a faua aquática, e boa parte das comuidades próximas ao poto de recuperação, com a melhoria da quatidade e qualidade da água. A hipótese iicial de que a receita gerada pelas RCE s poderia ajudar a fiaciar parte das atividades florestais em matas ciliares ão foi comprovada para este estudo de caso do reservatório artificial sobre o Rio Coruripe. E só poderia ocorrer com áreas platadas bem superiores à simulada, como 385,5 ha para o horizote de validade do projeto de MDL de 30 aos. Isto ecessita da aceitação da premissa de que o mercado de carboo baseado em projetos

7 (como é o caso da egociação de RCE s) cotiuará regido por ormas parecidas com as atuais de Quioto para todo o horizote de projeto. Ou de outra forma, que a área seja tão grade que a receita líquida do projeto de MDL passe a ser positiva o próprio período de comprometimeto (2008-202). Para este caso a simulação de área míima para que seja atigida a viabilidade fiaceira ecotrou e.908 ha a serem platados. Ambos são valores relativamete elevados para aplicação em reservatórios, os quais precisariam ter perímetros muito grades (28 km para a primeira simulação, por exemplo), ou etão seria ecessário que a faixa ciliar a ser platada fosse bem superior a míima de 30 m de largura. Além disso, vale lembrar todas as exteralidades positivas que uma atividade de florestameto de espécies ativas aliada a um projeto de MDL como este podem proporcioar como: gahos de imagem, status, mercado, e quem sabe facilidade em lihas de fiaciameto e crédito detro em breve, etc. Fazedo com que, em um futuro relativamete próximo, ações como esta possam ser largamete implemetadas detro de um modelo de desevolvimeto sustetável mais adequado às ecessidades da atureza e de toda a sociedade. REFERÊNCIAS ANA. Mapa de Vegetação e Uso do Solo a Região do Complexo Estuário Laguar Mudaú- Maguaba (CELMM), em R3 - Relatório de Aálise dos Beefícios Sócio-ecoômicos do Plao de Ações e Ceários Futuros. Superite. de Plaejameto de Recursos Hídricos, Brasília, 2005. CARLSON, G. A.; ZILBERMAN, D.; MIRANOWSKI, J. A. Agricultural ad Evirometal Resource Ecoomics.Oxford Uiversity Press, New York, pp. 45 47, 993. DE ANDRADE, R. R. B.; TACHIZAWA, T.; DE CARVALHO, A. B. Gestão Ambietal Efoque Estratégico Aplicado ao Desevolvimeto Sustetável. Pearso Educatio do Brasil, São Paulo, pp. 66 75, 2002. DONAIRE, D. Gestão Ambietal a Empresa. Atlas, São Paulo, pp. 57 59, 999. FERREIRA. Gahos de produtividade de platações cloais de Eucalyptus urophylla e suas correlações com variáveis edafoclimáticas e silviculturais. (Dissert. de Mest.) Esalq / USP, 2007. IPCC - Iteratioal Pael o Climate Chage. Good Practice Guidace for Lad Use, Lad-Use Chage ad Forestry GPGLULUCF. IPCC, cap.03, 2007. Em http://www.ipcc-ggip.iges.or.jp /public/2006gl /idex.htm, cosultado em Março de 2007. LIMA, W. P. & ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de Matas Ciliares. Matas Ciliares: Coservação e Recuperação. Editores: Ricardo Ribeiro Rodrigues, Hermógees de Freitas Leitão Filho. 2. ed.. reimpr. São Paulo: Editora da Uiversidade de São Paulo, Fapesp, 2004. MARTINS S. V. Recuperação de Matas Ciliares. Editora Apreda Fácil, B.H., 43 p., 200. NAE (A). Mudaça do Clima Vol.. Caderos NAE N o 03, Núcleo de Assutos Estratégicos da Presidêcia da República, Brasília, pp. 2-45, 2005. NAE (B). Mudaça do Clima Vol. 2. Caderos NAE N o 04, Núcleo de Assutos Estratégicos da Presidêcia da República, Brasília, 500 p., 2005.

8 PINDYCK, R. S. & RUBINFELD, D. L. Microecoomia. Editora Pretice Hall, São Paulo, pp. 535 55, 2002. RODRIGUES, R.R.; LEITÃO FILHO, H.F. Matas Ciliares - Coservação e Uso. EDUSP, São Paulo, 320 p., 2004. STOWELL D. Climate Tradig: Developmet of Greehouse Gas Markets. th ed. Palgrave Macmilla, 246 p., 2005. TENORIO JR, A. J. A. Modelo Iterativo de Viabilidade Ecoômica de Reflorestameto Ciliar com Beefício Gerado pela Veda de Créditos de Carboo: Estudos de Caso da Mata Atlâtica Alagoaa. (Dissertação de mestrado) Programa de Pósgraduação em Ecoomia da Uiversidade Federal de Perambuco PIMES/UFPE, 2008. THE WORLD BANK. State ad Treds of the Carbo Market 2007. Wolrd Bak Istitute IETA, Washigto D.C., pp. 5-40, 2007. UNFCCC/CCNUCC. AR-AM0007 Afforestatio ad Reforestatio of Lad Curretly Uder Agricultural or Pastoral Use. CDM Executive Board, UNFCCC/CCNUCC. http://cdm.ufccc.it/methodologies/armethodologies, 03 p., 2007.

9 ANEXO Figura A: Mapa do levatameto plai-altimétrico do reservatório artificial sobre o Rio Coruripe. Fote: Usia Coruripe LTDA.