Revisão de Cenário - Brasil

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Transcrição:

Revisão de Cenário - Brasil Dezembro de 2012 Em busca do crescimento perdido O PIB decepcionou no terceiro trimestre e o crescimento de 2012 e 2013 deve ser mais fraco. Mais estímulos, inclusive corte de juros, devem vir a seguir Reduzimos a projeção para o crescimento do PIB em 2012 de 1,5% para 0,9%. Para 2013, a projeção passou de 4,0% para 3,2%. A surpresa negativa do PIB do terceiro trimestre e a expectativa de menor crescimento do investimento impactaram as projeções para este ano e para o próximo. Com o cenário de fraqueza da atividade econômica, acreditamos que o governo optará por juros menores e câmbio mais depreciado para estimular o crescimento. Incorporamos 100 pontos-base de corte da taxa Selic em 2013 (termina o ano em 6,25%, antes 7,25%). Elevamos a projeção para a taxa de câmbio no final de 2012 para 2,10 reais por dólar e em 2013 para 2,15 (antes, 2,02 nos dois anos). Para o IPCA, subimos a projeção para 2013 de 5,3% para 5,5%, devido ao câmbio mais depreciado e ao reajuste esperado para os combustíveis, apesar da atividade mais fraca. Revisamos a projeção do saldo comercial de 2012 para US$ 19,5 bilhões (antes, 20,5), e de US$ 18 bilhões para US$ 20 bilhões em 2013, com o déficit em conta corrente passando de 2,3% para 2,2% do PIB no próximo ano. Nossas projeções para o superávit primário foram reduzidas para 2,3% do PIB em 2012 (antes, 2,4%) e para 2,1% do PIB em 2013 (antes, 2,2%). O investimento não engrena e as projeções para o PIB caem O PIB cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, após ajuste sazonal. O resultado foi metade do esperado. Antes, era a indústria que não crescia. Agora, foi o setor de serviços que decepcionou. O consumo continua firme, mas os investimentos recuaram mais do que o esperado e as exportações e os gastos do governo cresceram menos do que as nossas projeções. 20% 19% 18% 17% 16% Taxa de investimento em queda preços correntes dessaz. FBCF/PIB Com a decepção do terceiro trimestre e as perspectivas de crescimento morno no quarto, o crescimento do ano de 2012 será menor. Aquela retomada que poderia ensejar mais otimismo, elevando a confiança dos empresários, acabou não acontecendo como se esperava. A desconfiança em relação ao futuro continua, o que provoca a redução dos investimentos. E isso impactará o crescimento de 2013. 15% 14% 2000.I 2002.I 2004.I 2006.I 2008.I 2010.I 2012.I Mais estímulos devem ser anunciados. Além de mais desonerações, juros menores e câmbio mais depreciado poderão fazer parte do arsenal em 2013, o mesmo aplicado este ano. Esses Fonte: IBGE, Itaú estímulos podem ajudar a economia, mas fundamental seria diminuir as incertezas domésticas para potencializar os efeitos dos incentivos ao crescimento, especialmente quando o mundo continua bastante incerto. No mercado de crédito, as concessões à pessoa física recuaram 1,9% na comparação com setembro (ajustado para inflação e sazonalidade) e as concessões a empresas caíram 2,0% no mês. As taxas de juros e os spreads diminuíram. As taxas de inadimplência dessazonalizadas A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar esse relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.

acima de 90 dias ficaram novamente estáveis em patamar elevado. O desempenho de novas safras de crédito continua sugerindo diminuição futura da inadimplência. Os estoques de crédito subiram mais forte no mês (1,4%). O crédito direcionado, em especial o crédito habitacional e rural, continua sendo o destaque. Os bancos públicos continuam a ganhar participação de mercado. As condições favoráveis no mercado de trabalho e a expectativa de recuo da inadimplência sugerem expansão moderada do crédito nos próximos meses. Dadas as perspectivas para a atividade econômica, reduzimos nossas projeções para o crescimento do PIB em 2012 e em 2013. O crescimento de 2012 foi diretamente impactado pelo resultado mais fraco do terceiro trimestre. Os sinais para o quarto trimestre já eram de uma expansão mais moderada. Reduzimos nossa projeção para o crescimento do PIB em 2012 de 1,5% para 0,9%. O carry over (herança estatística para o crescimento do ano seguinte) tem declinado. A expansão mais moderada da economia no terceiro trimestre e o ritmo esperado para o quarto reduzem também as perspectivas para 2013. Além disso, acreditamos que a incerteza sobre a retomada doméstica terá consequências negativas sobre as decisões de investimento, mantendo a retomada lenta também no início do ano que vem. Portanto, reduzimos nossa projeção para o crescimento do PIB em 2013 de 4,0% para 3,2%, já considerando os estímulos adicionais. Câmbio mais depreciado, mas IED elevado 2,12 2,10 2,08 2,06 2,04 2,02 2,00 Taxa de câmbio: intervalo de negociação reais por dólar 1,98 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 Fonte: Bloomberg Fechamento Oscilação diária Depois de mais de um trimestre sendo negociado no intervalo entre 2,01 e 2,05 reais por dólar, o real rompeu, em novembro, a dinâmica de baixa volatilidade e chegou a ser negociado a mais de R$ 2,11. Por trás desse movimento, houve o aumento da incerteza global que foi intensificado por movimentos técnicos quando a taxa de câmbio rompeu determinados níveis. Entretanto, diferente do que foi visto anteriormente, o Banco Central apenas atuou no mercado em níveis acima de 2,10 reais por dólar. Diante da fraqueza do crescimento e da sinalização de política econômica de aumentar a competitividade através de um câmbio mais depreciado, revisamos nossa projeção para o câmbio ao final de 2012 para 2,10 reais por dólar (antes, 2,02) e, ao final de 2013, para 2,15 reais por dólar (antes, 2,02). Em outubro, o investimento estrangeiro direto (IED) atingiu US$ 7,7 bilhões, superando as expectativas mais otimistas. O déficit em transações correntes, por sua vez, elevou-se para US$ 5,4 bilhões, fruto de um saldo comercial menor, mais remessas de lucros e dividendos e maiores despesas em viagens internacionais. Nos outros fluxos, continuamos observando captações externas robustas e fluxo negativo para a bolsa de valores local. Mantemos nossas projeções de US$ 63 bilhões de IED em 2012. Em novembro, o saldo comercial ficou abaixo da nossa expectativa. Por isso, revisamos de US$ 20,5 bilhões para US$ 19,5 bilhões nossa projeção este ano. A taxa de câmbio mais depreciada e o crescimento menor da economia impactaram nossas projeções para o saldo comercial e transações correntes. O saldo comercial para 2013 subiu de US$ 18 bilhões para US$ 20 bilhões, e o déficit em transações correntes passou de 2,3% para 2,2% do PIB em 2013. Página 2

Desempenho fiscal em queda As tendências e perspectivas fiscais mudaram pouco no último mês. A arrecadação de impostos ainda perde força, em decorrência da lenta retomada da atividade no primeiro semestre e de desonerações tributárias que já começam a ter efeito mais visível nas receitas públicas. Por outro lado, os gastos federais crescem a taxas elevadas em torno de 6% em relação ao ano passado, nos seis meses até outubro. Este ritmo de expansão da despesa governamental supera as estimativas de crescimento potencial da economia, e confirmam uma orientação de política fiscal expansionista do lado do gasto. O superávit primário do setor público acumulado em doze meses segue em tendência declinante, tendo atingindo o menor patamar desde o final de 2011 (ao redor de 2,2% do PIB). Os resultados orçamentários mensais apontam para um risco crescente de que se tenha que usar deduções da meta fiscal ainda maiores do que os R$ 25,6 bilhões previstos na última revisão orçamentária bimestral. Neste ano, as despesas relativas ao PAC podem deduzir até 0,9% do PIB da meta de superávit primário de 3,1%. Projetamos um superávit primário de 2,3% do PIB para o ano de 2012 (projeção anterior: 2,4%), uma estimativa que ainda conta com alguma melhora temporária no desempenho fiscal no quarto trimestre. Para o ano de 2013, estamos revisando para baixo nossa projeção de superávit primário: de 2,2% do PIB para 2,1%. Os sinais de uma retomada econômica mais lenta que o esperado implicam em uma recuperação menos pronunciada das receitas cíclicas (i.e., aquelas fortemente influenciadas pela atividade). A menor força da arrecadação não apenas diminuirá o espaço para futuras reduções de impostos, mas também deverá limitar um pouco a expansão do gasto público, especialmente dos investimentos. Em nossas estimativas, se o governo mantiver a meta prevista na LDO (que permite deduções da meta fiscal com gastos com o PAC de até 1,0% do PIB), haverá pouco espaço para estímulos adicionais, como desonerar mais ou investir mais. Câmbio mais depreciado e aumento futuro dos combustíveis mantêm inflação alta em 2013 Mantemos a projeção do IPCA em 5,5% em 2012. Dados correntes indicam que o movimento de desaceleração da alta dos alimentos e queda nos preços agrícolas se esgotou. Os dados de dezembro já devem mostrar a alimentação mais pressionada no varejo e retomada da alta dos preços agrícolas ao produtor. Projetamos variação de 6,2% dos preços livres e de 3,4% dos preços administrados. Dentre os preços livres, trabalhamos com alta de 4,3% dos bens transacionáveis e de 7,9% dos não transacionáveis. 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 % IPCA: variação em 12 meses projeção Para a inflação de 2013, elevamos a projeção para o IPCA de 5,3% para 5,5%. Mesmo com a revisão para baixo das projeções de crescimento e preços de commodities mais benignos, esperamos que a inflação seja mais alta, devido ao câmbio mais depreciado e a um possível reajuste da gasolina de 5% no próximo ano, com impacto de 0,2 ponto percentual no IPCA. IPCA em 12 meses Para o IGP-M, ao longo do mês reduzimos a 4,0 projeção deste ano de 7,9% para 7,5%, diante das 3,5 indicações de que o reajuste dos combustíveis 3,0 jan-08 mar-09 mai-10 jul-11 set-12 nov-13 (gasolina e diesel) deve ficar para o início do próximo ano. Para 2013, nossa projeção para o Fonte: IBGE, Itaú IGP-M foi ajustada de 4,2% para 4,8%, em função da transferência do reajuste dos combustíveis de novembro para o próximo ano e da incorporação de uma taxa de câmbio mais depreciada. Página 3

Juros: mudança de rota diante dos ventos desfavoráveis ao crescimento O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros básica em 7,25% ao ano em sua reunião de novembro. A decisão foi unânime e em linha com as expectativas de mercado e a nossa visão. O comunicado que acompanhou a decisão foi igual ao da reunião anterior, no qual o Copom indica que deve manter a taxa Selic estável por um período de tempo suficientemente prolongado. O sinal revela confiança em um nível menor de juros reais de equilíbrio e também a necessidade de manter o estímulo para a economia. Mas o nível de cruzeiro dos juros deverá ser alterado. Os ventos estão menos favoráveis ao crescimento da economia. Esperamos que a taxa Selic volte a ser reduzida em março, com um corte de 50 p.b., e mais um corte de mesma magnitude na reunião seguinte. Desse modo, projetamos que a taxa Selic encerrará 2013 em 6,25% (antes, 7,25%). Projeções: Brasil 2007 2008 2009 2010 2011 2012P 2013P Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % 6,1 5,2-0,3 7,5 2,7 0,9 3,2 PIB nominal - BRL bi 2.661 3.032 3.239 3.770 4.143 4.440 4.875 PIB nominal - USD bi 1.367 1.651 1.626 2.142 2.473 2.269 2.267 PIB per capita - USD 7.427 8.871 8.629 11.228 12.853 11.696 11.598 Taxa de desemprego - média anual 9,3 7,9 8,1 6,6 6,0 5,5 5,4 Inflação IPCA - % 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,5 5,5 IGP M - % 7,8 9,8-1,7 11,3 5,1 7,5 4,8 Taxa de Juros Selic - final do ano - % 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 6,25 Balanço de Pagamentos BRL / USD - dez 1,77 2,34 1,74 1,69 1,84 2,10 2,15 Balança comercial - USD bi 40 25 25 20 30 19,5 20,0 Conta corrente - % PIB 0,1-1,7-1,5-2,2-2,1-2,2-2,2 Investimento estrangeiro direto - % PIB 2,5 2,7 1,6 2,3 2,7 2,8 2,8 Reservas internacionais - USD bi 180 194 239 288 352 390 415 Finanças Públicas Resultado primário - % do PIB 3,3 3,9 2,0 1,9 3,1 2,3 2,1 Resultado nominal - % do PIB -2,8-1,6-3,3-3,3-2,6-2,5-2,2 Dívida pública líquida - % do PIB 45,5 38,5 42,1 39,2 36,4 34,2 33,4 Fonte: FMI, IBGE, BCB, Haver e Itaú. Pesquisa macroeconômica no Itaú Ilan Goldfajn Economista-Chefe Adriano Lopes Artur Passos Aurelio Bicalho Caio Megale Carlos Eduardo Lopes Elson Teles Felipe Salles Fernando Barbosa Gabriela Fernandes Giovanna Siniscalchi Guilherme Martins João Pedro Bumachar Juan Carlos Barboza Luiz G. Cherman Luka Barbosa Mariano Ortiz Villafañe Mauricio Oreng Roberto Prado Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: http://www.itau.com.br/itaubba-pt/pesquisa-economica/analises-economicas/ Página 4

Informação relevante As informações contidas neste relatório foram produzidas pelo Itaú Unibanco Holding, dentro das condições atuais de mercado e conjuntura econômica, com base em informações e dados obtidos de fontes públicas. Tais informações não constituem, tampouco devem ser interpretadas como sendo uma oferta ou solicitação de compra ou venda de um instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Itaú Unibanco Holding não se responsabiliza por quaisquer decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Econômica do Banco Itaú BBA S.A. ( Itaú BBA). Este relatório não é um produto do Departamento de Análise de Ações do Itaú BBA e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 483, de 6 de Julho de 2010. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem a expressa autorização prévia do Itaú Unibanco Holding. Página 5