PERSPECTIVAS Antonio Carlos Borges

Transcrição

1 PERSPECTIVAS 2005

2 O QUE ESPERAR DE Nível de investimentos mais elevado: 24% do PIB 2. Demanda interna ganha importância na manutenção do ritmo de crescimento 3. O final do ano pode ser mais complexo em termos políticos 4. - O ambiente internacional deve se deteriorar um pouco, mas não há risco iminente de uma crise internacional 5. - Setores ligados à renda devem ter melhor desempenho em 2005, enquanto aqueles setores ligados ao crédito terão resultados mais modestos.

3 1. Atividade Econômica Crescimento econômico x Dinamismo externo Crescimento do PIB -0.2% em 2003 Crescimento do PIB de 5,2% em 2004 Crescimento do PIB esperado 2005: 3,5% a 4% Apesar da redução da dependência externa e do saldo em Contas correntes positivo, 2005 deve ser um ano de resultados externos mais modestos substituição de importações ainda ajudam novas linhas de comércio criadas serão ampliadas taxa de câmbio valorizada pressionando importações

4 1. Atividade Econômica Variação Anual do PIB Crescimento do PIB (%) ,4 5, ,4 1,5-0, Fonte: IBGE

5 2. Emprego Taxa de Desemprego (%) - Brasil Desemprego - IBGE 14,0 13,0 12,0 11,0 10,0 9,0 8,0 Fonte: IBGE 10,2% Jul/04 Set/04 Nov/04 Jan/05 Mai/04 Mar/04 Mar/02 Mai/02 Jul/02 Set/02 Nov/02 Jan/03 Mar/03 Mai/03 Jul/03 Set/03 Nov/03 Jan/04

6 Produção Industrial Indústria IBGE Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

7 Vendas no Varejo 150,00 140,00 130,00 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 Varejo IBGE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

8 3. Inflação A inflação de 2004 ficou acima do centro da meta mas sob controle: 7,6% Depreciação cambial - não ocorre no momento reduzindo pressões de preços Problema dos preços administrados deve se reduzir em 2005 O BCB se colocou em uma armadilha de extrema ortodoxia: agora acaba sendo refém de suas atas do COPOM A inflação esperada para 2005 é de 6% a 6,5%, mas o BCB persegue a meta central de 5,1% (o COPOM será conservador)

9 Mai/04 Jul/04 Set/04 Nov/04 Jan/05 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 IPCA 3. Inflação IPCA 12 Meses Mar/04 Jan/04 Nov/03 Mar/03 Mai/03 Jul/03 Set/03 Jan/03 Mai/02 Jul/02 Set/02 Nov/02 Jan/02 Mar/02

10 4. Setor Público Evolução da dívida pública (%) Dívida Pública em % do PIB 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Jan/94 Jan/95 Jan/96 Jan/97 Jan/98 Jan/99 Jan/00 Jan/01 Jan/02 Jan/03 Jan/04 Jan/05

11 5. Setor Externo Setor externo ajustado Condições internacionais: a. O volume de investimentos internacionais deve voltar a crescer a. Financiamento direto tem espaço para crescer, mas certamente virão após os investimentos nacionais. a. Queda do risco Brasil compensou a falta de investimento direto externo em 2004 a. As PPPs podem incrementar a propensão a investir dos investidores internacionais Obs.: condições internacionais e câmbio ajudaram

12 5. Setor Externo Investimentos Diretos Estrangeiros no Brasil Investimentos estrangeiros diretos (% PIB) 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00%

13 5. Setor Externo Redução do fluxo financeiro Incertezas e inseguranças internacionais Anda faltam regras claras para FDI. Esta é a dúvida restante para 2005: o ambiente micro. Com as PPPs parte desse problema será resolvida, ainda que o texto não seja o desejável. Economia americana deverá ser resfriada através de política monetária contracionista. Isso reduz a atratividade brasileira em termos de ativos financeiros A mudança de regras constante do governo volta a ser foco de tensão, indo na contramão das medidas de estímulo ao investimento (externo e interno)

14 5. Setor Externo Conseqüências Cautela dos investidores internacionais Liquidez ainda elevada, porém cautela muito grande dos investidores internacionais. Risco Brasil está em baixa e o crescimento econômico mais acelerado do que o esperado Emergentes ainda representam risco, principalmente regulatório (ambiente micro) e este deverá se manter como foco das ações de política econômica. O país deverá receber mais investimentos estrangeiros diretos e o mesmo nível de recursos financeiros do que em 2004.

15 5. Setor Externo Risco Brasil Fatores estruturais O risco Brasil foi reduzido em 2004 e acabou por se estabilizar entre os 400 e 500 pontos. A queda do risco se deve: Redução da dívida externa líquida Redução da Dívida/PIB Aumento das exportações líquidas Tudo isso redunda em melhor solvência geral do país Detalhe: ainda faltam reformas essenciais

16 Jan/04 Mai/04 Set/04 Jan/ Risco Brasil Risco Brasil Set/01 Jan/02 Mai/02 Set/02 Jan/03 Mai/03 Set/03 Mai/01 Jan/01 Set/00 Jan/00 Mai/00

17 5. Setor Externo Saldo da Balança Comercial Balança Comercial EX Ac 12 meses IM Ac 12 meses Saldo Ac 12 meses - Jan/94 Jan/96 Jan/98 Jan/00 Jan/02 Jan/04 (20.000)

18 6. Perspectivas Principal preocupação deve ser o crescimento e emprego O país pode crescer acima de 3,5% neste ano e pode manter o crescimento entre 3% e 4% em 2006 Reduziu a capacidade ociosa e voltou a elevar nível de investimentos Taxa de desemprego IBGE pode terminou o ano de 2004 próxima aos 10%. Volta a crescer sazonalmente no primeiro trimestre de 2005 Juros básicos (SELIC) vão ficar em torno de 18% por algum tempo O volume de crédito cresceu cerca de 15% em 2004 mas devem crescer menos em O setor externo (bom resultado das exportações líquidas) continua a contribuir com o dinamismo econômico do país.

19 6. Perspectivas Nível de atividade Exportações por volta de US$ 100 bi Importações US$ 75 bi Demanda por bens e serviços crescendo recomposição parcial de salários capacidade ociosa em queda crédito cresce lentamente Inflação no patamar de 6,5% em 2005 Investimentos Produtivos patamar de 24% do PIB no final de 2004 Agricultura safra comprometida mas os preços podem melhorar um pouco ao longo do ano. Pauta de exportações vai se diversificar

20 6. Perspectivas Desafios Persistência na manutenção do bom andamento dos fundamentos da economia, principalmente política fiscal. Política Monetária poderia ser mais ousada com mudança nos parâmetros do BCB Após o ajuste fiscal e monetário, ajuste micro esperado Privatização passou a ser aceita dentro do núcleo do PT gerando novos caminhos para incremento do investimento interno Ambiente regulatório essencial para garantir crescimento além de 2005, Cenário externo menos favorável a partir do segundo semestre de 2004, mas não há previsão de grandes sobressaltos.

21 7. Riscos e Desafios Riscos Real crescimento americano e japonês abaixo do esperado Juros internacionais vão subir Guerra comercial mais acirrada com EUA e Europa (importância da OMC) Dúvidas sobre o que fazer com o Mercosul Inflação X custo social do extremo controle BCB