Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco
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- Diego Porto Cabreira
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1 Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Julho, 2014
2 Roteiro Internacional Período de recuperação global com juros baixos durará mais tempo. Crescimento nos EUA decepciona, mas criação de empregos segue forte. Recuperação deve ganhar força no segundo semestre, mas juros permanecerão baixos por mais tempo. Com crescimento estabilizando na China e juros baixos nos países desenvolvidos, condições internacionais continuam positivas aos países emergentes. Brasil Atividade segue fraca e com riscos de deterioração. Extensão do programa de swaps do Banco Central deve ajudar a manter o real apreciado. Inflação segue próxima ao teto da meta. Dificuldades em ajustar a política fiscal. Juros devem permanecer em 11% devido a crescimento baixo. 2
3 Economia global em recuperação Mundo EUA Zona do Euro Japão China Fonte: Haver Analities, CEIC, Bloomberg, Itaú Unibanco 3
4 EUA: Crescimento fraco, mercado de trabalho aquecido... 1T11 2T11 3T11 4T11 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 PIB dos EUA cresceu -2,9% anualizado no 1º trimestre. Dados até maio indicam consumo mais fraco que o esperado. Por conta do primeiro semestre fraco reduzimos projeção do PIB em 2014 para 1,6% de 2,0%. Contudo, a criação de empregos tem se mostrado robusta e deve representar uma recuperação da atividade. Crescimento real do PIB Ajustado sazonalmente 5.5% 4.5% 3.5% 2.5% 1.6% 3.0% Payroll Milhares % 0.5% -0.5% % 60 Variação trimestral Variação anual 0 dez-10 jul-11 fev-12 set-12 abr-13 nov-13 jun-14 Fonte: Itaú Unibanco, Institute for Supply Management, Bureau of Economic Analysis 4
5 Apr/13 Sep/13 Feb/14 Jul/14 Dec/14... e os juros seguem em níveis baixos O aumento das taxas de juro de longo prazo deve ocorrer apenas quando o cenário de recuperação estiver mais claro. A continuidade da queda do desemprego e a normalização da inflação levarão, eventualmente, o FED a aumentar as taxas de juros. Núcleo da inflação e taxa de desemprego variação anual, % 10.5% 3.50% Juros da treasury de 10 anos % % 3.00% 7.5% 2.50% % 2.00% 4.5% 3.0% 1.50% 1.00% % 0.50% 0.0% % 1.5 Desemprego Core CPI (direita) Fonte: Itaú Unibanco,Bloomberg, BLS 5
6 Emergentes: condições internacionais continuam favoráveis... Condições de liquidez externa continuam favoráveis aos ativos dos países emergentes: Taxas de juro nos países desenvolvidos estão baixas. O crescimento chinês está estabilizando. Taxa básica de juros % a.a. PIB China Dessazonalizado, variação anualizada, % 6.0% 10.0% 5.0% 4.0% 8.0% 6.0% 7.2% 7.0% 3.0% 2.0% 1.0% 4.0% 2.0% 0.0% EUA Zona do Euro Reino Unido 0.0% Variação trimestral Variação anual Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg 6
7 ... em meio a fundamentos fracos O ambiente externo contribui para a valorização de ativos dos emergentes, no entanto, o crescimento mostra sinais de estabilização. Bolsas de valores PMI Emergentes Maior que 50 indica expansão dez-13 fev-14 abr-14 jun-14 Ibovespa EM* (direita) 7200 *EM Stock: Média geométrica das bolsas de valores de México, Chile, China, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia Ásia emergente** América latina*** **Ásia emergente: China, Índia, Coréia, Indonésia, Vietnã, Singapura e Taiwan ***América latina: Brasil e México Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg 7
8 Commodities: nossas projeções para o curto prazo Índice de Commodities Itaú Fonte: Itaú Unibanco 8
9 Argentina: negociações com os holdouts em andamento Argentina não fez o pagamento devido em 30 de junho de seus títulos reestruturados e agora tem até o final de julho para evitar um default. A Suprema Corte dos EUA rejeitou julgar o caso da Argentina contra os holdouts, confirmando as decisões das instâncias inferiores. Como um default seria muito custoso em termos políticos e econômicos, acreditamos que o governo chegará a um acordo (mesmo que seja o pagamento integral). O governo tem a capacidade de pagar os holdouts se parte dos pagamentos for feita em títulos o que deve ser aceito pelos holdouts. Um default reduziria ainda mais os influxos de capitais, levando a uma desvalorização cambial mais acentuada e a juros mais altos do que esperávamos. A recessão deste ano também seria mais severa. Um acordo bem sucedido significaria um importante passo na normalização das relações da Argentina com a comunidade financeira internacional e o fim de incertezas mais cedo do que esperávamos. 9
10 América Latina: crescimento continua relativamente fraco Peru México PIB - % PIB - % PEN / USD (dez) MXN / USD (dez) Taxa de juros - (dez) - % Taxa de juros - (dez) - % IPC IPC Colômbia Chile PIB - % PIB - % COP / USD (dez) CLP / USD (dez) Taxa de juros - (dez) - % Taxa de juros - (dez) - % IPC IPC Argentina PIB - % ARS / USD (dez) BADLAR - (YE) - % IPC - % (Estimativas Privadas) Fonte: Itaú Unibanco 10
11 Brasil: o que esperamos no curto prazo? Atividade econômica PIB (%) Desemprego (%) - Dezembro Inflação IPCA (%) Política monetária Taxa SELIC (%) Fiscal Superávit primário (% PIB) Balança de pagamentos Câmbio (dez) Conta corrente (% PIB)
12 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 Atividade: revisamos para baixo nossa projeção de crescimento Indicadores coincidentes apontam para atividade mais fraca no segundo trimestre. Reduzimos nossa projeção de crescimento do PIB em 2014 para 0,7% e em 2015 para 1,5%. Produção industrial Dessazonalizado Crescimento PIB Variação Dessazonalizada 3.0% 2.5% 2.0% 1.5% 1.0% 0.7% 1.5% % 0.0% -0.5% 0.2% 0.3% 0.3% -0.3% 80 jan-08 abr-09 jul-10 out-11 jan-13 abr-14 Produção industrial (média 2012=100) Média três meses Crescimento trimestral Crescimento acumulado em 4 trimestres 12 Fonte: Itaú Unibanco, IBGE
13 No curto prazo, a perspectiva para a atividade é negativa Nosso índice de difusão da atividade econômica, que engloba vários segmentos da economia (tanto pela ótica da oferta, quanto da demanda) indica deterioração. Índices de confiança, já em níveis baixos, continuam caindo. Índice de difusão da atividade* Proporção de índices antecedentes que expandiram no mês, Média 3 meses 65.0% 60.0% 55.0% 50.0% 45.0% 40.0% 35.0% 30.0% 25.0% jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 Índice de difusão média *Indicador em 47.1% é compatível com crescimento nulo do PIB Maio/2014: 42 indicadores divulgados de 48 utilizados Junho/2014: 16 indicadores divulgados de 48 utilizados Fonte: Itaú Unibanco, IBGE, FGV Índices de confiança Dessazonalizado, julho/2010= jun-08 jun-10 jun-12 jun-14 Construção Indústria Serviços Comércio 13
14 Esperamos aumento moderado da taxa de desemprego O desemprego continua baixo, a despeito da criação de empregos baixa, porque a população economicamente ativa (PEA) está se reduzindo. Esperamos o fim dessa dinâmica nos próximos meses. Criação de emprego formal (CAGED) Milhares, dessazonalizado 200 Taxa de desemprego Dessazonalizado 14% 13% 12% % 10% 100 9% 50 8% 7% 0 4 6% 5% 5.6% 5.3% % Fonte: Itaú Unibanco, IBGE, Caged 14
15 Questão energética: riscos de racionamento para 2015 Chuvas e menor consumo de energia elétrica contribuíram para alta dos reservatórios das hidrelétricas em junho, mas riscos continuam: Parte da queda do consumo de energia elétrica é temporária (efeito da copa do mundo). A alta nos reservatórios é concentrada na bacia da região Sul, cujos reservatórios já estão próximos de 100% da capacidade. Nível reservatórios Agregado % do total Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Fonte: Itaú Unibanco, ONS 2012* Média * 2014* 15
16 Crédito: desaceleração continua O mercado de crédito permanece fraco. A média diária das concessões de crédito livre cresceu 0,1% em maio (em termos reais e dessazonalizado). A inadimplência do sistema elevou-se para 3,1%. As taxas de juros seguem com tendência de alta. Crescimento do saldo de crédito total Dessazonalizado, nominal 22% Inadimplência (atrasos acima de 90 dias) Dessazonalizado 6.0% 2.4% 20% 18% 16% 14% 5.5% 5.0% 4.5% 2.3% 2.2% 2.1% 2.0% 1.9% 12% Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14 Variação anual Fonte: Itaú Unibanco, BCB 4.0% 1.8% Mar-11 Oct-11 May-12 Dec-12 Jul-13 Feb-14 Pessoa física Pessoa jurídica (direita) 16
17 Taxa de câmbio: BC ajuda a manter o real apreciado no curto prazo O Banco Central anunciou que vai manter seu programa de intervenção via swaps cambiais até dezembro, oferecendo diariamente US$ 200 milhões. O déficit das contas externas, a subida moderada do juro americano e as incertezas eleitorais devem fazer o real depreciar até o final do ano. Revisamos nossa projeção de câmbio para 2,40 reais por dólar no final de 2014 e para 2,50 em Posição do BCB em swaps Bilhões de US$ 30 Taxa de câmbio Média do mês jun-08 dez-09 jun-11 dez-12 jun Dec-11 Sep-12 Jun-13 Mar-14 Dec-14 Fonte: Itaú Unibanco, BCB 17
18 Inflação: IPCA deve se manter no topo da meta este ano e em 2015 Esperamos IPCA em 6,5% em 2014 e Em 2015, esperamos alta maior dos preços administrados (7,3%) com o realinhamento dos preços defasados (gasolina, ônibus urbano e energia elétrica) Atividade econômica mais fraca e câmbio mais apreciado representam um balanço de riscos mais favorável para inflação. Decomposição - IPCA Acumulado em 12 meses Reajuste de administrados 9% 8% 7% 6% 6.5% 7.3% 7.3% 6.5% 6.1% 2014 Subitem Reajuste* Eletropaulo 18% Gasolina (na bomba) 5% 5% Energia elétrica 14% 4% 3% 2% 3.9% Água e esgoto 12% 2015 Ônibus urbano 10% Gasolina 6% *Projeções em itálico 1% 0% Livres Administrados IPCA Fonte: Itaú Unibanco, IBGE 18
19 Política fiscal: dificuldades em atingir a meta Enquanto as receitas tributárias têm desacelerado, as despesas crescem acima do PIB potencial. Os números de maio reduziram ainda mais a probabilidade da meta fiscal deste ano ser alcançada. Receitas do governo Interanual, deflacionada pelo IPCA, % 12% 11.2% Superávit primário do setor público % PIB 7% 10% 8% 6% 4% 6% 5% 4% 5.2% 5.9% 3.9% 3.6% 2% 0% -2% -4% 1.2% 1.2% 1.2% 0.0% -0.5% 3% 2% 1% 3.3% 3.4% 2.6% 2.0% 2.7% 1.8% 3.1% 2.4% 2.4% 1.9% 1.9%* 1.5% -6% TOTAL TRIBUTÁRIAS NÃO TRIBUTÁRIAS 0% Fonte: Itaú Unibanco, BCB Jan a Mai Total 2014 * Meta fiscal Acumulado até maio Ano 19
20 Política monetária: atividade fraca deve levar manutenção de juros em 2015 Acreditamos que o crescimento mais fraco levará o Copom a manter a taxa de juros em 2015, mesmo com a inflação pressionada. Selic % a.a 14% 13% 12.2% 12% 11% 11.00% 11.00% 10% 9% 8% 7% Projeção Itaú Unibanco Apreçamento da SELIC implícito na curva de DI futuro 20 Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg
21 Conclusão Cenário externo com juros baixos e recuperação dos países desenvolvidos continua positivo para os países emergentes. Crescimento da economia brasileira segue fraco, com riscos de baixa, e deve ficar torno de 0,7% em Desemprego deve começar a subir, revertendo a tendência recente. Real deve depreciar até o final do ano. Inflação deve fechar perto de 6,5% em 2014 e Maior inflação de administrados, menor pressão de livres. A meta fiscal está cada vez mais difícil de ser alcançada. Esperamos estabilidade na Selic até o final do ano que vem. 21
22 Análises econômicas no site do Itaú Acesse em: 22
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