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Transcrição:

Panorama Geral Julho/2015 O mês que passou O mês de Junho teve como principal destaque o fracasso das negociações sobre um acordo de permanência da Grécia na União Europeia. O não pagamento da dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI, que venceu no dia 30/06, foi o primeiro calote na história do FMI vindo de um país desenvolvido. O colapso do programa de resgate multi-bilionário que já se arrasta por muitos anos, agora parece estar nas mãos do povo grego, que decidirá no referendo no próximo dia 5/07 se aceitará ou não o acordo oferecido pelos credores. Nos EUA, parece estar cada vez mais próximo o início da normalização da taxa de juros. Na última reunião do Fed em Junho, a presidente da instituição, Janet Yellen, disse que apesar da melhora de alguns indicadores, a economia do país ainda não reúne as condições necessárias para uma elevação das taxas. O Fed continuará baseando suas decisões de política monetária em dados econômicos, principalmente os números de emprego, inflação e PIB. Na Ásia, o governo chinês continua disposto a fazer o necessário para estabilizar o crescimento do país. Após algumas semanas de fortes quedas na bolsa chinesa, a Comissão Reguladora de Títulos da China (CSRC, na sigla em inglês) anunciou que vai permitir uma rolagem "razoável" dos chamados empréstimos de margem, e disse que a mudança faz parte de emendas propostas a regras que regulam financiamento de margem e vendas a descoberto. No último fim de semana do mês, o Banco Central do Povo da China (PBoC) cortou as duas taxas de referência da economia e o montante de reserva de depósito de alguns bancos. No mês de junho, o grande destaque do cenário doméstico foram os temas que envolveram política monetária. Nesse sentido, um primeiro ponto a ser citado é a comunicação que o Banco Central tem utilizado com o objetivo de convencer os agentes econômicos de que irá levar a inflação para a meta de 4,5% no fim do ano que vem. Isso porque as expectativas para a inflação entre 2017 e 2019 vêm cedendo pouco a pouco, mas está difícil reduzir a estimativa de 5,50% para 2016, estacionada nesse patamar há um mês e meio. A ênfase nessa questão é o que mais chama atenção. Em Londres, há cerca de 15 dias, o diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, trouxe um ingrediente novo ao debate: o de que o mercado financeiro talvez enxergue uma inércia inflacionária mais inflexível do que o BC. O tema também foi alvo de um box no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, divulgado na semana passada. Para engrossar o coro, o diretor de Política Econômica, Luiz Awazu Pereira da Silva, salientou que o anexo do RTI era para a "reflexão de todos". "Debate sobre inércia e expectativa é de alto nível e engrandece o Brasil", argumentou na ocasião. O ponto é que até agora ainda está difícil entender como a instituição entregará a meta no fim do ano que vem. Até por que não há elementos disponíveis para que revisões da inflação sejam feitas para baixo no caso de 2016. No primeiro semestre de 2015 a expectativa de inflação para o ano corrente iniciou o ano a 6.4% e agora já se espera quase 9%! Essa avaliação, inclusive, já leva em conta a sinalização dada no último Conselho Monetário Nacional (CMN) de comprometimento maior da autoridade monetária com a entrega de inflação de 2017, assumindo uma tolerância menor para desvios de rota.

O que olhar neste mês O mês de Julho começa com todos os olhos no plebiscito do dia 5 na Grécia. Segundo pesquisas de intenção de voto, a população grega está bem dividida entre o sim e o não, mas certamente caso seja rejeitado a chance de a Grécia deixar a União Europeia é grande. Independente do resultado, o pós-plebiscito parece bem sombrio para a Grécia, mas o não carrega um risco maior de curto prazo. Sem um financiamento de emergência do Banco Central Europeu, as estimativas são de que os bancos da Grécia estão a dias da insolvência, mesmo com a regra que limita os saques a 60 euros por dia. Grécia a parte, a economia europeia continua mostrando sinais de recuperação. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da região subiu de 53,6 em maio para 54,2 em junho, o maior nível em quatro anos. As vendas no varejo da zona do euro cresceram 0,2% em maio ante abril. Nos EUA, o mês de Julho começou com dados mistos sobre o emprego; foram criados 223 mil postos de trabalho em junho, frente a uma expectativa de 225 mil, e a criação de empregos nos dois meses anteriores foi revisada para baixo. Já a taxa de desemprego caiu a 5,3% em junho, de 5,5% em maio. No fim do mês, 28 e 29 de Julho, o Fed terá sua próxima reunião de política monetária. Na Ásia, o índice local da bolsa chinesa (Xangai) já acumula perda de 13,80% nos três primeiros dias de Julho, e em um mês a queda é de quase 25%; após obter uma valorização de 40% em 2015 e cerca de 100% em 1 ano. Havíamos mencionado o risco de uma bolha na bolsa local chinesa há alguns meses, e a queda mais acentuada pode ser resultado do desmonte de operações alavancadas e chamadas de margem de investidores. Para o mês de julho, no cenário doméstico, destacamos a questão fiscal. O mês passado encerrou com a aprovação, por parte do Legislativo, de um reajuste médio de 56% na folha de pagamentos do Judiciário, que pode levar a gastos adicionais de R$ 25,7 bilhões em quatro anos. O episódio ilustra a relação difícil entre o Executivo e o Congresso num momento delicado das contas públicas do País. Nesse contexto, a revisão da meta fiscal para 2015 ganha os contornos de uma missão delicada e decisiva para a equipe econômica, mas que enfrentará um conjunto de condições adversas. A revisão da meta de superávit primário do setor público consolidado de 2015, diante da dificuldade praticamente insuperável de se chegar aos 1,1% do PIB estipulados, tem vários aspectos, todos espinhosos: é preciso determinar para quanto a meta será reduzida; se a meta de 2016 também será diminuída; e quando será feito o anúncio. No entanto, o fato é que se a revisão fosse feita logo, melhoraria a transparência na relação da Fazenda com o mercado, entretanto o ministério teme que a nova meta quando anunciada se torne teto para o Congresso e diminua ainda mais o ímpeto da reforma fiscal. Infelizmente, porém, o imbróglio da contestação das contas de 2014 do governo federal pelo Tribunal das Contas da União (TCU) torna muito arriscado que a equipe econômica não reveja a meta de 2015 no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (documento bimestral) a ser divulgado em julho, relativo a maio e junho. É o primeiro relatório bimestral depois da aprovação pelo Congresso Nacional e sanção pela presidente Dilma Rousseff da Lei Orçamentária Anual de 2015. É sempre bom lembrar que a questão fiscal interfere na precificação do risco país, o que, por sua vez, influencia em todos os mercados: juros, câmbio e, como parâmetro de valuation, bolsa também.

Estratégia de Investimento Renda Variável A volatilidade das principais bolsas mundiais subiu no mês de junho, com o temor de um calote grego e dúvidas em relação ao valuation das empresas chinesas. Esses dois fatores de risco devem seguir ditando a performance dos ativos de renda variável neste terceiro trimestre do ano. Além disso, dados melhores do mercado de trabalho nos EUA e a proximidade de uma normalização nas taxas de juros pelo FED, deverão deixar os investidores mais cautelosos ao tomar risco, pelo menos até setembro. O risco de uma realização maior nas bolsas da china também tem deixado os investidores alertas. Alavancagem alta, uma quantidade maior que o normal de IPO s e uma economia que deverá crescer menos que o esperado, além de múltiplos extremamente esticados, deixam em dúvida uma nova rodada de valorização das bolsas na China. Não a toa que no último mês o principal índice da bolsa chinesa entrou no chamado Bear Market (mais de 20% de queda do pico de 12/junho). As autoridades chinesas devem atuar de forma mais contundente para evitar que essa correção na bolsa não crie um efeito dominó e desacelere ainda mais a economia. Indo para a Europa, apesar de números mais animadores das principais economias da zona do euro e a continuação do quantitative easing, a forte valorização das bolsas no ano e o temor de um desfecho ruim para a negociação com a Grécia, acabou fazendo com que os investidores vendessem posições em ativos de risco e fossem para a segurança da dívida (renda fixa) soberana, após forte desvalorização recente. A bolsa Europeia encerrou o mês com queda de 4%. Nos EUA, o grande tema é quando o banco central americano irá começar a subir a taxa de juros. As apostas vão de setembro ao final deste ano e este será o grande tema para o segundo semestre de 2015. O bom desempenho das bolsas nos últimos meses deverá ser interrompido e o mercado deverá avaliar as consequências de um dólar mais forte com juros mais altos nos resultados das empresas americanas. Uma abertura mais forte na curva de juros e uma diminuição das recompras por parte das empresas também deverão afetar a percepção de risco para os ativos de renda variável. O S&P500 encerrou o mês com queda de 2%. Tendo esse pano de fundo internacional mais desafiador, vindo para o Brasil a bolsa brasileira encerrou o mês com alta de apenas 0.6%. No terceiro trimestre a melhor noticia para os mercados de risco seria o fim do ciclo de alta de juros e o recuo da inflação. É dado que a meta de superávit fiscal para este ano será revisada para algo possível de ser alcançado (entre 0,6/0,8% do PIB), uma vez que a queda do PIB tem prejudicado muito a arrecadação. Os investidores internacionais aproveitaram a forte desvalorização do real e preços descontados dos ativos de renda variável local frente aos pares internacionais, para montar posição de algo próximo de 22 bilhões de reais (muito disso é cash and carry, ou seja, arbitragem com os juros altos no país) no primeiro semestre do ano, enquanto o local ainda se mostra cético. A partir do momento que o BCB parar de subir a Selic, as commodities se estabilizarem no exterior, e a confiança dos investidores/empresários começar a melhorar, haverá uma rotação natural para ativos de maior risco e a bolsa brasileira poderá ter um desempenho melhor. Acreditamos que uma agenda mais positiva no segundo semestre entre governo e mercado e a volta da confiança dos agentes, que agora irão esperar dados/sinais positivos da economia/politica, para alocar em Brasil, deverão fazer com que esse gap entre o Brasil e EM (mercados emergentes) volte a se estreitar.

Renda Fixa O aumento da aversão a risco, a piora significativa das expectativas em relação ao IPCA para este ano e a postura mais dura do BC brasileiro no combate à inflação foram as variáveis que determinaram o comportamento da curva de juros no mês passado, que encerrou o período demonstrando alta acentuada nos vencimentos mais curtos, e alta moderada nos vencimentos intermediários e longos. Após a divulgação de surpresas negativas com a inflação corrente, em especial o IPCA de maio e o IPCA 15 de junho, que levaram a inflação oficial da meta (na variação acumulada em 12 meses) para os patamares de 8,47% e 8,80%, respectivamente, houve uma piora significativa da inflação esperada para este ano a mediana da pesquisa Focus do BC para o IPCA em 2015 saltou de 8,39% para 9%. Diante disso, e do risco de contaminação desta deterioração para os anos subsequentes, o BC reforçou o discurso duro no combate à inflação e o objetivo de trazê-la para a meta de 4,5% em 2016, trazendo ao mercado a percepção de que após o término das elevações da Selic, esta ficará em patamar elevado por um longo período antes de se iniciar um ciclo de queda dos juros. Na prática, o DIjan 17, que reflete as decisões de política monetária do ano que vem, foi aquele que sofreu a maior elevação no período, saindo de 13,29% a.a. para 13,95% a.a. no final de junho. Em outras palavras, saiu de cena boa parte do ciclo de queda de juros que estava precificado pelo mercado para o ano de 2016. A boa notícia é que o BC conseguiu controlar as expectativas para o ano seguinte a mediana da inflação para 2016 da pesquisa focus permaneceu estável em 5,5%. Na parte longa da curva, a aversão a risco por conta da Grécia influenciou a alta das taxas, que porém foi bem mais contida que nos vencimentos mais curtos. O DIJan 21 teve elevação de 12,33% para 12,69% no período. Para o mês de julho, segue a expectativa em torno do desfecho das negociações dos credores com a Grécia, o que deve continuar a trazer volatilidade para os mercados. No âmbito interno, entendemos que a maior parte do ajuste por conta da postura mais agressiva do BC já foi precificada. Assim, não vemos grande espaço para elevações adicionais na ponta curta da curva, até porque os números de atividade continuam a decepcionar, indicando um cenário de aprofundamento da recessão no 2º e 3º trimestre. Pós-Fixado: Under Over Pré-Fixado e Inflação: Under Over Moedas No mês de junho, o real fechou se valorizando contra o dólar, fechando o mês cotado a R$3,10. Essa queda de 2% reflete uma agenda cheia eventos cruciais para definir a tendência do dólar globalmente. O mais importante evento foi à reunião do FED, que foi decidido manter os juros inalterados, porém na conferencia de imprensa o tom mais dovish da presidente do FED, Janet Yellen, aumentou a expectativa de postergação do inicio da normalização dos juros, assim o fluxo de capital para emergentes foi favorecido, desvalorizando o dólar. Outro fator importante no mês foi à crise Grega, onde o país declarou calote ao FMI, após não concordar com o acordo de resgate oferecido pelos seus parceiros Europeus, porém esse fato não fez muito preço no mercado. No cenário interno, o Banco Central continua diminuindo constantemente o volume de rolagem do swap cambial, mostrando que o câmbio a níveis próximos a R$ 3,10 é um preço confortável. Multiestratégia Junho foi um mês de volatilidade para os fundos multimercados, mas ainda assim positivo para a classe. O destaque negativo ficou para estratégia MACRO, em função das posições dos gestores no mercado de juros, que foi influenciado pelo tom mais rigoroso do Banco Central ao combate a inflação. Além disso, o Dólar apresentou maior estabilidade frente ao Real e outras moedas, influenciando negativamente os gestores com posições compradas na divisa americana. Os fundos que estão trabalhando com maior alocação de risco no mercado acionário (EQUITY HEDGE e LONG SHORT) foram os destaques positivos no mês. Apesar da ligeira alta de 0,6% que o Índice Bovespa apresentou em junho, os gestores conseguiram obter ganhos através de posições em empresas que estão melhor posicionadas nos segmentos que atuam, além de posições de proteção com estrutura de opções. Os fundos QUANTITATIVOS também registraram desempenho positivo no período. Estamos com uma visão positiva em relação aos fundos de estratégia MACRO, mirando oportunidades no mercado de câmbio e renda fixa. Mudamos nossa visão para fundos EQUITY HEDGE, por acreditar que seguirão registrando performance positiva, além de ser um bom instrumento para estar posicionado em Renda Variável.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES AO INVESTIDOR Este material, meramente informativo, foi preparado pela área de Estratégia do Votorantim Private Bank e não se caracteriza como relatório de análise, para fins da Instrução CVM nº 483/2010, e, não foi produzido por analista de valores mobiliários. Este material não constitui, nem deve ser interpretado, como oferta ou solicitação de compra, venda ou distribuição de valores mobiliários. As informações contidas neste material foram obtidas por meio de comunicação de acesso público, tais como jornais, revistas, internet entre outros, de forma aleatória. Tais informações estão sujeitas a alterações, a qualquer momento, sem que haja necessidade de comunicação neste sentido. Apesar das informações aqui contidas terem sido obtidas de fontes consideradas confiáveis, a área de Estratégia não pode garantir a precisão e veracidade das mesmas. As recomendações de alocação deste documento refletem única e exclusivamente a opinião pessoal dos profissionais da área de Estratégia do Votorantim Private Bank, de modo que as recomendações foram elaboradas de forma independente e autônoma com relação às demais áreas da Votorantim Asset Management DTVM Ltda., ao Banco Votorantim S.A. e demais empresas do Consolidado Econômico Financeiro Votorantim. As recomendações de alocação deste documento não levam em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de um determinado investidor. Os investidores devem obter orientação financeira, tributária e contábil independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar qualquer decisão de investimento. Rentabilidade passada não é necessariamente indicativa de resultados futuros e nenhuma segurança ou garantia, de forma expressa ou implícita, é dada neste material em relação a desempenhos futuros. As recomendações de alocação contidas neste documento apresentam riscos de investimento e não são asseguradas pelos fatos nem contam com qualquer tipo de garantia ou segurança, de forma expressa ou implícita, da área de Estratégia. O Votorantim Private Bank e suas áreas de negócio não serão responsáveis por perdas diretas, indiretas ou lucros cessantes decorrentes da utilização deste material para quaisquer finalidades, incluindo, mas não se limitando a realização de negócios, investimentos ou transações baseadas nestas informações. Em caso de dúvidas, sugestões e reclamações, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente: 0800 728 0083, Deficientes Auditivos e de Fala 0800 701 8661 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou e-mail sac@bancovotorantim.com.br. Caso suas dúvidas, sugestões ou reclamações não tenham sido satisfatoriamente solucionadas pelo Serviço de Atendimento ao Cliente, entre em contato com a Ouvidoria: 0800 707 0083, Deficientes Auditivos e de Fala 0800 701 8661 de 2ª a 6ª feira - 9:00 às 18:00 hs, exceto em feriados nacionais; ou Caixa Postal 21212, Rua Barão do Triunfo, 242, São Paulo SP, CEP: 04602-970; ou pelo formulário disponível no site do Banco Votorantim S.A. www.bancovotorantim.com.br. 4