Análise Estratégica. Fontes: PORTER, TAVARES, 2000.

Documentos relacionados
Análise Estratégica. Profª Valéria Castro

O Papel do Macroambiente

Prof.º Marcelo Mora

AMBIENTE COMPETITIVO

LLM Marketing de serviços jurídicos

Gestão Estratégica A BATALHA DE KURSK. Aula 6 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira

ANÁLISE DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL (INTERNO E EXTERNO)

Gestão Estratégica. Aula 5 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira

UNI 2 UNI N ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS FUNDAMENTOS. Análise das questões críticas. Alternativas de estratégias gerais. Análise das forças competitivas

AULA 2. Analise do ambiente. Planejamento estratégico

Manual de Ecodesign InEDIC

Resumo Aula-tema 08: O Panorama Econômico e Social e Indicadores Quantitativos e Qualitativos

Gestão Estratégica. Aula 3 Diagnóstico Estratégico Externo. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira.

Planejamento Estratégico Análise: Externa, Variáveis Ambientais. Unidade 05 Material Complementar

FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER

Professor: Sergio Enabe. 2o. Semestre Estratégia

Planejamento Estratégico

Ambiente de Marketing

ESTRATÉGIA COMPETITIVA APLICADA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BELÉM: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DOS PDIs

MBA GESTÃO COMERCIAL

Os papéis estratégicos dos sistemas de informação

O meio envolvente. Identificar partes interessadas ( stakeholders ) e sua influência Acções do gestor. Amílcar Ramos: ISCTE-Business School

Análise do Ambiente Externo: Macroambiente e Modelo de Porter Ampliado. Prof. Moacir Miranda

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Prof. Me. Lucas S. Macoris

Ambiente das organizações

O meio envolvente. Identificar partes interessadas ( stakeholders ) e sua influência Acções do gestor. Amílcar Ramos: ISCTE-Business School

FEA USP. EAD376 - Economia da Estratégia. Análise de Ambiente Interno e Posicionamento para a Vantagem Competitiva

Gestão Estratégica. Aula 3 Diagnóstico Estratégico Externo. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira.

Capítulo 2. Entendendo o mundo dos negócios

FEA USP EAD376 - Economia da Estratégia. Sustentando a Vantagem Competitiva

Conteúdo Único Por: Marcopolo Marinho

AULA 3 ADMINISTRAÇÃO

Aula 3- Forças Competitivas

Estudo da concorrência: Análise das 5 forças de PORTER

Posicionamento estratégico Marcos Henrique Fortes

Gestão de Negócios (4)

Estratégia Empresarial Análise Estratégica

Ensinando Estratégia utilizando um Estudo de Caso

MICROAMBIENTE MICROAMBIENTE

Avaliação de Empresas EAC0570

VANTAGEM COMPETITIVA

Modelo de Forças Competitivas de Porter

DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Gestão Estratégica. Estratégias Competitivas de Porter Parte 1. Prof.ª Karen Estefan Dutra

O Ambiente Externo: Oportunidades, Ameaças e Concorrência Industrial, e Análise da Concorrência

Introdução. Sucesso organizacional + Ambiente de Mudança. Adotar uma ESTRATÉGIA. Criar vantagem competitiva sustentada

Estratégia de Negócios em TI

ANÁLISE DO AMBIENTE: METODOLOGIA DE FORMULAÇÃO

AULA 6 ASSUNTO: VALORES ORGANIZACIONAIS. AMBIENTE ORGANIZACIONAL ANÁLISE SWOT

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS MICHAEL PORTER. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPRESARIAL AULA 10 Prof. João Maurício G. Boaventura

Módulo 11 Monitoria de Impactos. Monitoria de Impactos de Projetos de Cadeia de Valor. cadeia e estratégia. Análise da

PCP Planejamento de Controle da Produção. Aula 04 14/3/2011. Planejamento Estratégico da Produção. Planejamento Estratégico da Produção

Unidade III ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA. Profa. Cláudia Palladino

Aula 2 Planejamento Estratégico Empresarial. Planejamento Estratégico na Tecnologia da Informação Prof. Marlon Marcon

ADMINISTRAÇÃO. Processo de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos a fim de alcançar os objetivos da organização

Administração e Planejamento Estratégico: Uma introdução

Vantagem Competitiva com SI

A Gestão Estratégica para transformação de ações em resultados na administração de materiais.

Unidade II FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA. Prof. Me. Livaldo Dos Santos

Sistemas de Informação e Vantagem Competitiva

Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico

Módulo 4 Análise de macro e micro ambientes, desenvolvimento de macro objetivos e exercícios

Conquistando Vantagem Competitiva com os Sistemas de Informação

AgroDistribuidor. O Futuro da Distribuição de Insumos no Brasil: Desafios e Oportunidades. Dr. Matheus Alberto Cônsoli

Índice de mortalidade de médias e pequenas empresas. Brasil: 70% USA: 50% Pesquisa Small Business Administrator: 98% falta ou falha de planejamento.

Especialização em Logística Integrada de Produção

São José dos Campos, 13/09/2011

Planejamento Estratégico

INCOMPANY COMGÁS Strategic Sourcing

Competitividade Setorial P&C.

Fórum de Custos. Planejamento Estratégico: Diretrizes Essenciais pa Sucesso Organizacional. Jader Pires

Cadeia de valor: agregando valor

AMÉLIA FERNANDA RIBEIRO ALVES 2º ANO DE ADMINISTRAÇÃO

MERCADO, CLIENTES E CONCORRENTES

Capacitação em Gestão da Inovação para o Setor de Petróleo e Gás. Polo: Piracicaba/Limeira. Programa do Módulo II

CONHECIMENTO & RESULTADOS

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Gestão Estratégica. Análise SWOT Parte 1. Prof.ª Karen Estefan Dutra

Gestão de Micro e Pequenas Empresas

CARACTERÍSTICAS E ESTRATÉGIAS POR SETOR ECONÔMICO

AUDITORIA TECNOLÓGICA E IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL INOVADOR DA EMPRESA.

Estocolmo / Suécia (1972)

Reunião 8. O Plano de Marketing

PLANEJAMENTO DE CAMPANHA I

Necessidades Gerenciais. Elementos de um Plano Estratégico. Razões (Necessidades) para a Gestão Estratégica

Vantagem Estratégica

MERCADOS PARA HORTIFRUTI. Análise das Forças de Mercado O QUE É UM MERCADO?

Sumário resumido. As origens da competição e do pensamento estratégico. Aplicação dos fundamentos da estratégia. Gestão competitiva do conhecimento

TÉCNICO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL. Gestão da Qualidade Aula 03 Prof. Ms. Claudemir Claudino Alves

Quem somos e o quê fazemos?

Sistemas de Informação e Vantagem Competitiva

MONOPÓLIO COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA OLIGOPÓLIO

ANEXO I MODELO DE PLANO DE NEGÓCIOS

PROCESSOS OPERACIONAIS Conceitos Básicos

Vantagem competitiva e Sistemas de Informação

FEA USP Faculdade de Economia Administração e Contabilidade Departamento de Administração. EAD376 - Economia da Estratégia. Prof. Dr.

O FUTURO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL RESULTADOS DE UMA PESQUISA DE PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA PARA A CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO HABITACIONAL

Planejamento Estratégico

Gestão de Negócios (1)

ROTEIRO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: RECURSOS HUMANOS

Transcrição:

Análise Estratégica Fontes: PORTER, 1998. TAVARES, 2000.

1. Análise Macroambiental Deve ser orientada pela definição do negócio, visão e missão para análise mais focada. Pode mostrar inadequação do negócio, visão ou missão da maneira como foram expressas até o momento. Aprimora capacidade de interagir com o meio ambiente melhorando perspectiva de sobrevivência, crescimento e desenvolvimento.

Etapas da análise macroambiental 1. Identificação das variáveis e sua categorização Complexidade Velocidade Duração Incerteza 2. Ordenação das forças ambientais 3. Avaliação do grau de impacto Impacto pode variar de acordo com o porte da organização, setor onde opera, natureza (pública ou privada), mercados onde atua.

Variáveis Macroambientais Variável Econômica Demográfica Indicadores Crescimento setorizado. Ociosidade da capacidade industrial. Concentração ou distribuição de renda. Obsolescência setorial. Taxa de natalidade e de mortalidade infantil. Expectativa de vida. Crescimento demográfico. Pirâmide etária. Matrimônio e divórcio. Número de filhos. Imigração e emigração. População economicamente ativa.

Variáveis Macroambientais Variável Cultural Tecnológica Indicadores Sociedade do conhecimento. Papel da mulher na sociedade. Participação das crianças nas decisões familiares. Preocupação com saúde e qualidade de vida. Conscientização ecológica. Informatização. Automação da produção e da prestação de serviços. Facilidade para transmissão e recepção de dados.

Variáveis Macroambientais Variável Social Indicadores Organização e fortalecimento dos movimentos sociais. Reivindicações dos trabalhadores. Relações trabalhistas e sindicais. Consciência da cidadania. Prioridades sociais: - redução da violência urbana, - redução de taxas de acidentes de trabalho, - moderação do consumismo, - demanda de lazer, - demanda de saúde, - demanda de educação - oportunidades de emprego. Maior acesso à informação e ao conhecimento.

Variáveis Macroambientais Variável Natural Indicadores Variações climáticas. Escassez de recursos naturais. Poluição. Legal Código de Defesa do Consumidor. Leis de proteção ambiental. Legislação trabalhista. Legislação tributária e fiscal. Legislação sobre importações e exportações. Leis antitruste e antidumping.

Variáveis Macroambientais Variável Política Indicadores Abertura política. Pressão e participação de grupos de interesse (lobby). Fiscalização de atos do governo pela sociedade. Desregulamentação setorial. Déficit público. Carga fiscal e tributária. (Des)indexação. Taxa de desemprego e oscilação de salários. Gastos do setor público. Resultados da balança comercial. Barreiras protecionistas. Integração de blocos continentais. Crescimento de exportações. Competitividade de produtos manufaturados ou bens primários.

2. Análise do Ambiente Competitivo Compreensão do setor onde a organização atua e da multiplicidade de interações existentes neste ambiente. Compreende análise estrutural do setor e análise da concorrência.

Fronteiras do setor As fronteiras dos setores ao longo do tempo mudam e dependem: Estratégias dos participantes Inovações tecnológicas Mudanças de comportamento do consumidor Desregulamentação Competências

Análise do setor Revela as bases de competitividade e lucratividade da organização. Análise estrutural do setor baseada nas seguintes forças básicas: ameaça de novos, ameaça de produtos substitutos, barganha do fornecedor, barganha do consumidor. Essas forças competitivas são originadas pela própria estrutura e características (econômicas e técnicas) do setor Ex.: produção de navios compradores são gds empresas petrolíferas. Siderurgia os concorrentes são internacionais e o produto pode ser considerado substituto.

Fatores de rivalidade de um setor Concorrentes são muitos. Concorrentes são aproximadamente iguais em porte e poder. Crescimento do setor é lento provocando lutas por market share. Os custos fixos são altos ou o produto é perecível, criando tentação para redução de preços. Capacidade aumentada leva à redução de preços. Rivais divergem quanto às estratégias possuem idéias diferentes sobre como competir e se chocam com freqüência no processo.

Ameaça de novos A ameaça de entrantes vai depender: Das barreiras atuais. Da reação dos concorrentes existentes. Do que os novos esperam encontrar.

Barreiras aos novos Economia de escala Diferenciação de produto Necessidade de capital Desvantagem de custo Acesso a canais de distribuição Política governamental

Ameaça de substitutos Reduzem possibilidade de aumento de preço. Podem provocar redução de custo ou melhoria de desempenho. Os substitutos que merecem mais atenção são os que possuem melhor relação custo-benefício.

Comprador/Usuário Os compradores são poderosos se: Fizerem compras em gde volume. Os produtos do setor forem padronizados ou não diferenciados, não importando o fornecedor. O produto que compra do fornecedor representar uma pequena fração dos custos de seu produto final. Seus lucros forem baixos, o que exige esforços para redução dos valores de compra. O componente comprado for de pouca importância para a qualidade do produto que ele fabrica. Possuem condições de fabricarem eles mesmos o produto/ componente que está sendo comercializado.

Fornecedores Os fornecedores são poderosos se: O setor for dominado por poucas empresas ou concentrado em alguns poucos grupos de negócio. O produto por ele fabricado for peculiar ou diferenciado. Houver dependência do comprador. Não são obrigados a competir com outros fornecedores. O setor do qual faz parte o comprador não representar uma clientela importante.

Concorrência Pessoas, organizações e instituições que concorrem com a empresa pelos mesmos segmentos. Podem assumir outros papéis como o de: a) fornecedores - Philips licencia know-how de CD; b) parceiros para atividade em comum pesquisa e desenvolvimento.

Concorrência Concorrência na perspectiva do consumidor Concorrência na perspectiva da organização Competição pela previsão do futuro do setor e liderança intelectual. Competição pelo encurtamento dos caminhos de migração. Busca por competências, parcerias, busca por produtos e serviços alternativos. Competição pela posição e participação de mercado.

Análise da concorrência Concorrentes do mesmo grupo estratégico da empresa em questão. Identificação de concorrentes indiretos. Identificação de novos participantes potenciais ou substitutos.

Parâmetros para análise da concorrência 1. Metas futuras Uma empresa diversificada pode comprometer um ou mais de seus negócios ao estabelecer metas ambiciosas para um dos setores onde possui negócios. Empresas gds e diversificadas podem não tirar proveito dos seus recursos por não alterarem estrategicamente seus recursos. Empresas gds e com recursos não arriscam em novos projetos, preferindo colher os restos dos que se quebram.

Parâmetros para análise da concorrência 2. Pressuposições A respeito de si e da concorrência são fontes de oportunidades e ameaças. Envolve necessidade e capacidade que as empresas possuem de questionar-se. Atividades primárias que agregam valor ao resultado final da empresa : - Logística de insumos - Operação - Logística de distribuição - Marketing e vendas - Serviço pós-venda necessário ao desempenho eficaz do produto.

Parâmetros para análise da concorrência 3. Estratégia atual O que o concorrente está fazendo nesse momento? Estratégia da empresa Finalidade estratégica qual a prioridade? Participação de mercado ou lucratividade? Estratégia central motivação principal do concorrente na busca pelo aumento de lucratividade ou pelo aumento da participação.

Parâmetros para análise da concorrência 4. Capacidades Exame dos pontos fortes e fracos da empresa em relação à concorrência no que diz respeito aos fatores chaves para o sucesso no setor. Determinam a possibilidade de iniciar e sustentar um movimento a mudanças ambientais e competitivas.

Análise do ambiente de relacionamento Permite estabelecimento dos elos necessários ao desempenho mais adequado de suas funções. Abrange os níveis de relacionamento institucional e funcional.

Relacionamento Institucional Mantido e desenvolvido pelo nível diretivo da organização. Essencial para seu posicionamento, reputação e imagem independentemente do setor onde a organização atua. Acionistas, órgãos governamentais, órgãos normalizadores e fiscalizadores, comunidade local, sindicatos e associações, imprensa.

Relacionamento Funcional Cumprimento de atividades comerciais, financeiras, prestação de serviços e suprimentos. Fornecedores, intermediários, comunidade financeira, comunidade como fornecedora de recursos humanos.

3. Análise do Ambiente Interno Propicia o conhecimento das habilidades e competências da organização. Cuida da adequação do modelo organizacional ao que se pretende desenvolver em face das oportunidades e ameaças ambientais e dos relacionamentos.

Níveis do ambiente interno Diretivo: tomada de decisões; decide visão e missão; busca oportunidades. Técnico: operacional e administrativo competências, produtividade, rentabilidade, eficiência do trabalho, cumprimento da visão e missão. Social: produtividade do capital intelectual e relacionamento interpessoais.

Etapas da análise do ambiente interno 1. Confronta-se as atividades e processos desenvolvidos pela empresa com as que se pretende desenvolver para atingir visão e cumprir missão. O que é? O que pretende ser? 2. Determina a distância entre uma situação e outra. 3. Indica o que necessita ser alterado 4. Indica um processo de avaliação das propostas em relação a tempo, custos e recursos consumidos.

Diagnóstico do ambiente interno Auxilia na tomada de decisão servindo como meio de avaliar a realidade organizacional. É realizado com o propósito de manter e ampliar as competências da organização.