Desafios da Produtividade no Brasil e as Inovações

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Transcrição:

Desafios da Produtividade no Brasil e as Inovações Jorge Arbache U n B e B N D E S F D C, 1 1 / 1 2 / 2 0 1 3 A s o p i n i õ e s a q u i a p r e s e n t a d a s n ã o r e p r e s e n t a m n e c e s s a r i a m e n t e a s v i s õ e s d o B N D E S e d e s u a d i r e t o r i a

Por que produtividade e em que contexto se insere o debate? Crescente interdependência dos mercados e das economias Nova geografia da produção e da inovação Formação de cadeias globais de valor Popularização de acordos bilaterais de comércio

Governos mais intervencionistas China Encurtamento dos ciclos Mudanças nas preferências dos consumidores Redução da previsibilidade e aumento da incerteza

Produtividade, competitividade e tecnologia já são, mas serão condições ainda mais determinantes para nações e empresas crescerem e prosperarem

OK, todos sabemos que produtividade é um sério problema no Brasil. Mas por quê? Ao menos seis razões

1. A produtividade é baixa e está estagnada Produtividade é fonte primária de competitividade e de bem-estar da população Nível e taxa de crescimento da produtivdade são modestos O que importa mais é a produtividade relativa e não a absoluta! China, Índia, Malásia, Tailândia, Indonésia, México, Turquia, Chile, dentre outros potenciais competidores

121 129 9.024 1.346 2.399 7.402 6.411 2.270 148 13.604 361 19.899 461 18.325 11.048 398 18.432 14.456 47.223 36.854 712 35.812 922 65.505 76.340 1.262 108.080 120.000 Nível e taxa de crescimento da produtividade do trabalho, 1960-2012 (US$ constante de 1990) Fonte: The Conference Board (2013) 1.400 100.000 1.200 80.000 60.000 40.000 1.000 800 600 400 20.000 200 - Brasil Estados Unidos Japão China Índia Malásia Coréia do Sul Tailândia Chile 0 Produtividade em 1960 (eixo da esqueda) Tx crescimento da produtividade 1960-2012 (%) (eixo da direita) Produtividade em 2012 (eixo da esquerda)

20 15 10 5 0-5 -10 1990 Taxa de crescimento da produtividade do trabalho (%) Fonte: Conference Board (2013) 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Brasil China Índia

2. Esgotamento das fontes tradicionais de crescimento econômico Nosso modelo de crescimento é historicamente dependente de acumulação de capital e de trabalho; produtividade tem contribuição marginal Taxa de poupança baixa e transformação demográfica acelerada estão já constrangendo o crescimento potencial

1,24 1,30 1,35 1,36 1,36 1,39 1,41 1,42 1,43 1,54 1,58 1,63 1,75 1,76 1,81 1,83 1,84 1,85 1,87 1,88 1,89 1,90 1,98 2,03 2,5 Taxa de fecundidade em 2011 Fonte: World Development Indicators 2 1,5 1 0,5 0 Korea, Rep. Poland Portugal Germany Spain Japan Italy Austria Greece Russian Federation China Canada Denmark Netherlands Brazil Finland Belgium Chile Australia Norway United States Sweden United Kingdom France População em idade ativa em desaceleração

3. Necessidade de mitigar os efeitos da transformação demográfica Combinação de rápida desaceleração da taxa de crescimento da oferta de trabalho com baixa produtividade do trabalho pressão sobre os custos e a competitividade Implicações da pressão de custos para a inflação Crescimento dos gastos e orçamentos da saúde e da seguridade social pressão sobre o espaço fiscal para investimento público

Dependency ratio Source: UN Population Division 100 90 80 70 60 50 40 30 20 Bônus demográfico Total Young Old 10 0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100

4. Desafios associados à nova geografia da produção e da inovação Forte aumento da competição comercial e por investimentos Mudanças significativas nas cadeias globais de produção e nas redes mundiais de inovação Produtividade, tecnologia e competitividade fatores cada vez mais determinantes da inserção internacional pela porta da frente dotação de fatores tende a perder relevância

5. Necessidade de se mitigar a tendência de primarização da economia Hoje, o padrão de investimentos favorece os setores primários Mas as commodities não resolvem muitos dos desafios requeridos para o crescimento sustentado ex. emprego, dist. renda, impostos... Fartas evidências empíricas de que a diversificação da estrutura econômica é terreno fértil para a expansão da produtividade, competitividade e inovação

6. Consolidação das conquistas sociais e eliminação da pobreza Produtividade condição para a elevação sustentada dos salários reais e redução da desigualdade e da pobreza Garantia de criação e manutenção de empregos Contem a inflação e aumenta o bem-estar

E como elevar a produtividade? OK, já sabemos que o Custo Brasil limita a produtividade... Educação deficiente Infraestrutura deficiente Burocracia excessiva Tributação elevada Insegurança jurídica e imprevisibilidade......que precisamos aumentar os investimentos......e que é preciso aumentar a eficiência no chão de fábrica gestão, tecnologia, capital humano...

Mas os constrangimentos à produtividade são ainda mais complexos... Uma palavra sobre três desses constrangimentos: Estagnação da indústria e crescimento prematuro dos serviços Capital humano insuficiente Inovação e tecnologia modestos

Estagnação da indústria Estagnação da densidade industrial reduz a contribuição da indústria para o crescimento da economia A participação da indústria no PIB e no emprego total tem importância secundária O mais relevante são os impactos potenciais, diretos e indiretos, nas cadeias de produção, serviços, P&D, produtividade e contas externas

O que está acontecendo com a densidade industrial? % val. adic. da ind. no PIB vs. densidade industrial Densidade industrial = valor adicionado da indústria / população total Densidade industrial captura a capacidade e o interesse de uma sociedade em mobilizar recursos para aumentar o valor agregado da indústria capital humano, tecnologias, inovações, estoque de capital por trabalhador, serviços, infraestrutura e instituições

Densidade industrial (produção industrial per capita) abaixo da média / acima da média Q2 Q1 Q3 Q4 % indústria no PIB abaixo da média / acima da média Q1 Campeões Q2 Maduros Q3 Atrasados Q4 Tigres Dinâmica do desenvolvimento industrial (Arbache 2012)

0 0 1000 2000 3000 4000 5000 densidade 1000 2000 3000 4000 5000 2010 2007 2009 2008 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 0 10 20 30 40 % manuf pib densidade Fitted values 1977 1978 1974 1975 1976 196519661967 1968 1969 1971 1970 1972 1973 1979 1980 1981 1999 1997 1996 1998 1995 1994 1992 1993 1991 1990 1989 1982 1983 1985 1984 1986 15 20 25 30 % manuf pib 1987 1988 Exemplo -- Coreia do Sul

Industrial density (US$) Chart 9: Industry-space 2000 10000 9000 23 8000 JPN 7000 6000 SGP 5000 4000 3000 NRW USA HIC NTL FRC CAN GER KOR 2000 1000 0 SAU IND ARG MEX LAC BRA CHL VNZ SAR MIC TUR IDN MAL THA CHN 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Man. share on GDP (%) 23

Industrial density (US$) Chart 10: Industry-space 2011 10000 24 9000 8000 JPN CIN 7000 6000 5000 USA HIC GER KOR 4000 3000 NRW NTL CAN FRC 2000 1000 0 ARG MEX SAU TUR CHL VNZ BRA PLA MIC IDN IND SAR 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Man. share on GDP (%) MAL CHN THA 24

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) Chart 11: Brazil vs. China 35 1000 30 25 900 800 700 20 15 Brazil China 600 500 400 Brazil China 10 300 5 200 100 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 0 20002001 2002 20032004 20052006 20072008 2009 20102011 O crescimento rápido e contínuo da densidade industrial não é um evento fortuito ou resultante das forças de mercado

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) Chart 12: Brazil vs. Korea 35 6000 30 5000 25 20 15 10 Brazil Korea 4000 3000 2000 Brazil Korea 5 1000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) 40 1200 35 1000 30 25 800 20 15 Brazil Thailand 600 400 Brazil Thailand 10 5 200 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) Chart 14: Brazil vs. Turkey 25 1400 20 1200 1000 15 Brazi l 800 Brazi l 10 Turkey 600 Turkey 5 400 200 0 2000 20012002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 0 2000 2001 2002 20032004 2005 20062007200820092010 2011

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) Chart 15: Brazil vs. Mexico 25 1200 20 1000 15 10 Brazi l Mexico 800 600 400 Brazil Mexico 5 200 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005200620072008200920102011

Man. share on GDP (%) Industrial density (constant US$) Chart 16: Brazil vs. the US 25 7000 20 6000 5000 15 Brazil 4000 Brazil 10 USA 3000 USA 5 2000 1000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Brasil combinação de baixa participação da manufatura no PIB com baixa densidade industrial A maioria dos países em situação comparável enquadra-se na categoria de país pobre ou país em que outro setor responde pela dinâmica econômica (ex. serviços, petróleo, mineração) O que importa é o padrão de comércio e investimentos e de inserção internacional em relação aos nossos concorrentes potenciais

A estagnação da densidade industrial favoreceu o crescimento prematuro dos serviços Evidência empírica demanda da indústria é o principal driver de sofisticação, modernização e competitividade do setor de serviços Serviços: insumo crítico para a indústria Brasil tem, hoje, um setor de serviços desproporcionalmente grande, mas pouco produtivo

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 Service (% GDP) GDP per capita (right axis)

2500 Labor productivity growth rate (1950=100) Source: Groningen Growth and Develoment Centre 2000 1500 1000 Agriculture Mining Manufacturing Services 500 0

80 Razão entre serviços e valor adicionado - indústria de transformação (%) - Fonte: Arbache e Burns (2012) 70 60 50 40 30 20 10 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Share of services on value added -- industry level (%) Source: Arbache and Burns (2012) 1996 2011

Capital humano insuficiente o caso do PISA Muito além do analfabetismo funcional elevado entre adultos... O PISA divulgado na semana passada pela OCDE (feito com jovens de 15 anos) mostra que: Matemática: posição 57 em 60 países 67% dos estudantes são praticamente incapazes de fazer operações elementares Leitura e interpretação: posição 54 em 56 países 49% dos estudantes conseguem, no máximo, identificar o tema central de um texto Ciências: posição 57 em 60 países 61% dos estudantes conseguem, no máximo, apresentar explicações óbvias e elementares sobre os fenômenos científicos mais simples

Inovação e tecnologia: resultados modestos Investimentos agregados em P&D ainda acanhados (1,16% do PIB) As empresas privadas pouco investem em P&D (0,53% do PIB) Aumentou a produção científica, mas não a tecnológica (ex. patentes - 679 em 2012 vs 29 mil da Coreia); poucas citações dos nossos artigos 56% dos gastos em P&D fin. de inst. de ensino superior 75% das patentes depositadas: origem de não residentes Última PINTEC (divulgada semana passada) queda do número de empresas inovadoras Inovação: concentrada em mult. e/ou grandes empresas

Uma última palavra A produtividade é uma variável de resultado, não de causa Produtividade resulta de um processo cumulativo Seu aumento requer plano de voo, estratégia, coordenação de esforços entre níveis de governo, dentro do governo e entre os setores público e privado Já temos conhecimento razoável sobre as causas da baixa produtividade e sobre o que é preciso fazer é preciso partir para a ação Produtividade deveria ser prioridade nacional

Obrigado j a r b a c h e @ g m a i l. c o m