Perspectivas da Economia Nacional
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- Norma Chagas Bennert
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1 Perspectivas da Economia Nacional FAMURS Seminário dos Novos Gestores Porto Alegre AOD CUNHA
2 A recessão de : o pior já passou? - Como resultado de uma combinação do esgotamento de um modelo de politica econômica (a matriz heterodoxa) e uma forte crise política, o Brasil apresentou a sua maior recessão econômica da histórica no período : - A queda acumulada de mais de 7% do PIB entre 2016 e 2017, não só é a maior do Brasil no seu registro histórico em mais de 100 anos como também foi a segunda maior queda entre todos as economias relevantes do planeta em (só perdendo para a Venezuela no mesmo período) - A taxa de desemprego mais do que dobrou, saindo de pouco mais de 6% para mais de 12% no período. - No mesmo período a economia global cresceu próximo a 2,5% a.a. e os países emergentes próximo a 4% a.a. (não se sustenta a tese da crise internacional )
3 Projeções de Mercado 2017/2018* : anos melhores, mas o futuro ainda dependente de muitas reformas ( ) PIB (%) 0,5 2,2? Inflação (%) 4,5 4,5? Câmbio (R$/US$) 3,3 3,5? SELIC Meta (%) 9,5 9,0? Desemprego (PNAD/%) 13 12,9? *Relatório Focus e Bancos Privados (13/02/2017)
4 O MUNDO PÓS CRISE DE 2008 COLOCA DESAFIOS MAIS COMPLEXOS PARA A CONTINUIDADE DE UM CRESCIMENTO GLOBAL INTENSO E ENCONTRA PAÍSES EM DIFERENTES NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO - A crise não é só uma crise financeira, ela põem em cheque a capacidade e viabilidade de o mundo continuar crescer de maneira tão rápida (não só a Europa e Japão, mas também a China) - Várias grandes economias, e especialmente a Europa, têm o enorme desafio de enfrentar o rápido envelhecimento das suas populações - Reformas importantes são difíceis de serem executadas em ambientes democráticos - A desaceleração do crescimento global atinge diferentes países em diferentes níveis de renda e riqueza alcançados
5 PIB per capita PPP internacional em US$ 2015 (FMI)
6 Evolução da Renda Per Capita (PPP/US$) no Mundo Source: Statistics on World Population, GDP and Per Capita GDP, AD, Angus Maddison, University of Groningen
7 Exemplos de graves crises econômicas no mundo e o seu tempo de recuperação
8 COMO FOI A TRAJETÓRIA DO BRASIL ATÉ AQUI - Alternou períodos de crescimento econômico mais acelerado (como nas décadas de 60 e 70) com períodos de estagnação (décadas de 80 e início de 90) - Conseguiu deixar de ser um país pobre mas segue uma trajetória de ficar velho antes de enriquecer (como Grécia, por exemplo) - O modelo errático de crescimento quase sempre é dependente exclusivamente da expansão do endividamento público, consumo interno e/ou cenário externo mais favorável
9 COMO FOI A TRAJETÓRIA DO BRASIL ATÉ AQUI - O Brasil permanece ao longo de sua história recente como uma das economias mais fechadas do mundo e altamente protecionista. - O Brasil raramente consegue fazer reformas que aumentem a capacidade de geração de poupança e investimentos e a produtividade da mão de obra (principalmente no que diz respeito à qualidade da educação)
10 OS ATUAIS DESAFIOS DO BRASIL - Cresceu entre 2003 e 2010 um pouco mais do que a sua média histórica recente por conta do cenário externo e expandiu o seu gasto público de maneira insustentável - Dívida publica em trajetória explosiva - Economia fechada ao exterior - Não avançou em reformas estruturais
11 OS ATUAIS DESAFIOS DO BRASIL - Educação e infraestrutura continuam muito deficientes - Demografia desfavorável indica insustentabilidade dos sistemas de previdência, saúde, segurança e seguridade social - A sociedade precisa se convencer dentro do regime democrático que o Estado não pode tudo - Reformas necessárias se tornam ainda mais complexas num momento atual de fragilidade da classe política
12 ENCRUZILHADA PARA O BRASIL: O DESAFIO EMERGENCIAL E A GESTÃO DAS FINANÇAS PÚBLICAS 1. Visão positiva: achamos na boa política um caminho de convencer democraticamente a sociedade de que precisamos fazer reformas para evitar que o Estado quebre e para melhorarmos rapidamente a qualidade da prestação de serviços públicos e a produtividade da economia (principalmente do capital humano) 2. Visão negativa: O Estado quebra. O déficit continua a subir, a divida pública explode, a inflação retorna, as politicas sociais ficam inviabilizadas e o serviço público colapsa.
13 NOTA SOBRE A DEMOGRAFIA E OS DESAFIOS PARA A GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL ( O CASO DO DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO) NO BRASIL - O Brasil será um país com o envelhecimento relativo mais rápido entre as grandes economias do mundo nos próximos 20 anos - Não só não teremos mais o bônus demográfico, como que sob as atuais regras, não só o déficit público e a dívida serão insustentáveis, todo o sistema de previdência, saúde e seguridade social irá falir.
14 Idade Mediana 60,00 IDADE MEDIANA DA POPULAÇÃO REGIÕES SELECIONADAS Idade Mediana da População - Regiões selecionadas ,00 40,00 30,00 20,00 Brasil China Japão USA Europa India Russia 10,00 0, FONTE: WORLD POPULATION PROSPECTS - ONU.
15 UMA DIGRESSÃO SOBRE A URGÊNCIA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA - O estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos por si só não será capaz de reduzir de maneira relevante a taxa de crescimento do número de aposentados no curto prazo. Dependerá de qual regra de transição e a desvinculação dos benefícios do salário mínimo dos benefícios (enorme obstáculo político) - Se conseguirmos reduzir a taxa de crescimento das aposentadorias de 4% para 3% ao ano já a partir do ano que vem (o que já seria um grande sucesso da reforma), ainda assim para cumprimento da PEC do teto dos gastos, os demais gastos teriam que ir a zero até 2024 e não mais em 2022!
16 O QUE OS GESTORES PUBLICOS MUNICIPAIS DEVEM ESPERAR EM 2017 RECEITAS: 1. O cenário macroeconômico base para 2017 não aponta para um crescimento econômico significativamente superior a 1% do PIB. 2. Com esse cenário, mais o crescimento do gasto de pessoal previsto nos governos federais e estaduais, não se deve esperar aumentos significativos nas transferências federais e estaduais.
17 O QUE OS GESTORES PUBLICOS MUNICIPAIS DEVEM ESPERAR EM 2017 Despesas: 3. Queda da renda privada e desemprego alto vão continuar a pressionar os sistemas públicos de educação, saúde e segurança 4. Necessidade de ajuste fiscal do governo federal e estados torna difícil a renegociação das dívidas dos municípios 5. Intensificação dos debates sobre a previdência pública ocorrerá junto com as discussões sobre reajustes salariais
18 Sugestões para a Gestão das Finanças Municipais em É inicio de governo. É a hora de tentar usar o capital político acumulado nas eleições para começar as ações mais difíceis mas necessárias 2. Cash is king!. E preciso ter uma política de caixa mínimo. Como nas empresas, se o governo não tem bom controle sobre o caixa ele fica refém do seu fluxo de pagamentos. 3. É preciso ter um plano que mostre despesas correntes sendo financiadas por receitas correntes. Se não for possível atingir no primeiro ano que se mostre quando e como.
19 Sugestões para a Gestão das Finanças Municipais em Deve se mostrar os desdobramentos desse plano. Quais ações pelo lado da receita e quais ações pelo lado da despesa 5. Principalmente em momentos de crise a boa e transparente comunicação com a sociedade é uma aliada e protetora das finanças publicas. Ocultar ou mentir é um desastre. 6. É preciso dizer enfaticamente que não há politica de boa prestação de serviços e de investimentos com finanças públicas em má situação. Mais déficit hoje equivale a menos e piores serviços públicos e mais impostos amanhã.
20 Sugestões para a Gestão das Finanças Municipais em É importante mostrar a ligação do esforço da boa gestão financeira com a melhoria da capacidade futura de prestação de serviços e investimentos. Deve haver metas para isso. 8. O esforço e a recompensa pela boa gestão financeira deve ser divido por todas as áreas da gestão pública 9. É preciso criar mecanismos de continuidade da boa gestão financeira. 10. Olhar sempre os bons exemplos de outras administrações e compreender como se obtém a boa recompensa política.
21 CONCLUSÕES 1. O cenário macro global e brasileiro não indicam hoje que teremos grandes impulsos no crescimento econômico brasileiro já em A noticia boa: há razoável chance de recuperação econômica mais expressiva em Além das limitações do crescimento da receita por conta da atividade econômica, os quadros fiscais e financeiros da União e Estados continuarão a limitar o fluxo de transferências para os Municípios. 3. No curto prazo, os municípios precisarão ter planos detalhados de gestão das finanças que não dependam apenas da rediscussão do pacto federativo ou de reformas como a tributária ou previdenciária (pontos importantes para uma melhor solução e longo prazo).
22 OBRIGADO! AOD CUNHA
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