. ' ESTADO DA PARAÍBA t-n " PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Apelação Civel n 200.2004.038313-1/001 Relator: Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior Apelante: Executivos Administração e Promoção de Seguros Advogada: Vanessa Cristina de Morais Ribeiro Apelada: Altenisa de Oliveira Pereira Advogado(s): Francisco Ari de Oliveira e Cláudia de Albuquerque Silva DIREITO CIVIL - SEGURO EM GRUPO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APELAÇÃO. FATOS EXTINTI VOS DO DIREITO ": DA APELADA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DESPROVIMENTO DO APELO. a - É devido o pagamento da indenização do seguro à segurada que apresenta como, prova a carta de concessão de invalidez permanente declarada por instituição de j previdência oficial. IF r 0 co - A seguradora não pode excluir segurado da apólice sem o pleno consentimento deste. - Não pode a seguradora se isentar do pagamento do seguro, sob a alegação de que a apelada foi excluída do contrato de seguro, se esta não foi comunicada previamente de sua exclusão, conforme preceituado no contrato. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas: ACORDA a Quarta Camara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, negar provimento ao recurso apelatório, tudo nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
' 4 y- ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO: Adoto como relatório o conteúdo de fls. 175/178 acrescentando que o douto juízo de direito julgou procedente em parte o pedido, condenando a ré a pagar a quantia de R$ 15.771,08 (quinze mil setecentos e setenta e um reais e oito centavos) a partir de 15/05/2003, corrigidos monetariamente pelo INPC e com juros de mora de 1% (um por cento) ao mês desde a citação. Irresignada, a promovida interpôs apelação, aduzindo em suas razões que não foi feita prova da invalidez, não houve comunicação do aviso de sinistro e restou equivocado o entendimento do juiz a guo quando imputou a responsabilidade pela obrigação da estipulante quando da exclusão do contrato da segurada. Além do mais, alega que o sinistro ocorreu após o cancelamento do contrato, pugnando, ao fim, o provimento do recurso. (fls. 180/185). Contra-razões às fls. 188/193. Instada a se pronunciar, a douta Procuradoria Geral de Justiça manifestou-se sem oferecer parecer de mérito (fls. 199/201). É o relatório. ' e E a O - VOTO - Des. Luiz Sílvio Ramalho Júnior Relator. 3 A hipótese é de discussão acerca de sentença que julgou procedente o pedido da autora, condenando a seguradora-apelante a pagar-lhe quantia de R$ 15.771,08 (quinze mil setecentos e setenta e um reais e oito centavos) referente a pagamento de seguro decorrente de sinistro sofrido pela apelada, que lhe acarretou incapacidade para laborar. Por um, aduz a apelante que só pode haver pagamento de indenização se houver comunicação do sinistro à seguradora, não tendo, portanto, prova da invalidez da apelada. Ora, as provas documentais acostadas aos autos falam por si só. Encontra-se às fls. 66 a carta de concessão de aposentadoria por invalidez pelo Instituto Nacional de Seguro Social. 5.a.6.1 (fls. 80): Com efeito, o contrato de seguro prevê no seu tópico "Considerar se á como prova e inicio da invalidez, a data da concessão da
-)54 t ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA vem; aposentadoria por invalidez de Instituição de Previdência Oficial". Assim, o documento supramencionado e encontrado às fls. 66 dos autos é mais que suficiente para provar a condição da apelada, urna vez que os exames e o laudo final foram feitos por instituição de previdência oficial, ou seja, o INSS. Ademais, reza o art. 801, 2 do c.c/2002 dispõe: "Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo.que a ela, de qualquer modo, se vincule. 2 A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa de segurados que representem três quartos do grupo." :5) Deste modo, assevera JOSÉ AUGUSTO DELGADO'. o ( E que "o estipulante, (...), investe-se de poderes de representação dos o, o a segurados perante a sociedade contratada. Ele é quem administra as k (7) ui relações contratuais, inclusive ficando com a obrigação de comunicar à empresa a inclusão e exclusão dos segurados". Portanto, fazendo um estudo do artigo mencionado, conclui-se que no contrato de seguro em grupo cabe ao estipulante assumir todas as obrigações com o prêmio e as demais resultantes do contrato, entre estas, a comunicação de sinistro dos seus segurados à seguradora. Por dois, assevera que o magistrado sentenciante equivocou-se quando imputou à apelante a responsabilidade pela obrigação da estipulante quando da exclusão da segurada do contrato de seguro. A toda evidência, o contrato de seguro dispõe sobre o cancelamento (fls. 146): "As apólices serão canceladas, obrigatoriamente, mediante aviso prévio de no mínimo 30 (trinta) dias, se a composição do grupo ou a natureza dos riscos vier a sofrer alterações, tais que a tornem I Comentários ao novo Código Civil, vol. IV tomo I, ed. Forense. Rio de Janeiro, 2004.
t F ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO,Z ; TRIBUNAL DE JUSTIÇA incompatíveis com as condições mínimas de manutenção previstas nas normas para o seguro de vida em grupo e acidentes pessoais coletivo". Nesse sentido, destaque-se o disposto no tópico 3 da cláusula IV das condições gerais do seguro de vida em grupo e acidentes pessoais coletivo (fls. 68): "(...) Fica ressalvado, entretanto, que o estipulante não poderá cancelar o seguro sem o pleno consentimento do Segurado". Realizando um estudo strictu sensu das disposições contratuais supra descritas, o apelante incumbia comprovar fato modificativo ou extintivo do direito da autora/apelada, que seria o atestado da ciência e consentimento da segurada sobre sua exclusão do contrato de E seguro, tendo a primeira violado, portanto, a norma expressa no art. 333, II do CPC. 2; Portanto, era responsabilidade da seguradora/apelante comunicar à estipulante, obtendo o consentimento da segurada que houve a exclusão da mesma do contrato, não podendo a primeira omitir-se sobre essa questão com o intuito de se beneficiar. Por três, alegou ainda que o sinistro ocorreu após o cancelamento do contrato, além do que a apólice, à época do fato, já se encontrava cancelada. Com efeito, às fls. 44/45, encontram-se os documentos constatando que na data de 06/10/99 foram realizados exames médicos com a apelada, concedendo-lhe os benefícios do auxílio doença do INSS. Nesse norte, a apelada teve sua aposentadoria por invalidez decretada tendo como inicio de vigência a data de 14/05/2003, conforme carta de concessão às fls. 66 dos autos. Ademais, conforme disposto à cláusula XX das "condições gerais do seguro de vida em grupo e acidentes pessoais coletivo" (fls. 146), as apólices serão canceladas mediante aviso prévio. Trata-se de fato impeditivo do direito da apelada, à luz da norma do art. 333, II da Lei Processual Civil. Nesse passo, a apelante deveria comprovar nos autos que cumprira à risca a citada cláusula 1,4 3 4
e...,,.,. * ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA contratual, para que fosse válida a exclusão da segurada do contrato. Em tempo, a seguradora/apelante não demonstrou o cumprimento de tal preceito contratual evidenciando assim a valência do documento produzido unilateralmente e acostado aos autos (fls. 121), que, por sinal, não se refere à autora, e sim, a um outro segurado do sexo masculino e chamado ALTENISTA DE O. FERREIRA. Isto posto, nego provimento ao recurso apelatório. É o voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Des. Antônio de Pádua Lima Montenegro. Participaram do julgamento, além do relator, Eminente-.Des. Luiz Sílvio Ramalho Júnior, o Exmo. Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Antônio de Pádua Lima Montenegro. Presente ao julgamento o Exmo. Sr. Dr. Rogério Rodrigues Lucas de Oliveira, Promotor de Justiça Convocado. Sala das Sessões da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, João Pessoa, 22 de novembro de 2005. OJ21 I Desembargador Luiz Sílvio Ramalho J nior RELATOR JGOS/AAMIW
4.. -,%, `s., n.5)" 5)0- O,0, 1/4