Teoria do Mercado de Capitais

Documentos relacionados
4 Modelo teórico Avaliação tradicional

Expectativas, consumo e investimento CAPÍTULO 16. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

FINANÇAS EMPRESARIAIS I

4 O modelo econométrico

GRUPO XIII GRUPO DE ESTUDO DE INTERFERÊNCIAS, COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA E QUALIDADE DE ENERGIA - GCQ

Cálculo do valor em risco dos ativos financeiros da Petrobrás e da Vale via modelos ARMA-GARCH

Análise de Projectos ESAPL / IPVC. Critérios de Valorização e Selecção de Investimentos. Métodos Dinâmicos

Fluxos de Caixa Independentes no Tempo Média e Variância do Valor Presente Uso da Distribuição Beta Fluxos de Caixa Dependentes no Tempo Fluxos de

Cap. 6 - Análise de Investimentos em Situação de Risco

VI SBQEE. 21 a 24 de agosto de 2005 Belém Pará Brasil

1. KALECKI: DEMANDA EFETIVA, CICLO E TENDÊNCIA

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

Opções. José Valentim Machado Vicente, D. Sc. Aula 5 1

3 Retorno, Marcação a Mercado e Estimadores de Volatilidade

XP Investimentos MANUAL DE PRECIFICAÇÃO. Manual de Precificação do Grupo XP Investimentos

DOCUMENTO DE TRABALHO DA COMISSÃO

MATEMÁTICA. Prof. Favalessa REVISÃO GERAL

Mestrado em Finanças e Economia Empresarial EPGE - FGV. Derivativos

Seminário Rumos da Política Cambial 23/3/2007 Fluxos de Capitais, Derivativos Financeiros e Intervenções nos Mercados de Câmbio II Márcio Gomes Pinto

EAC Precificação de Derivativos e Outros Produtos DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA DA FEA/USP. Aula 01 Curvas de mercado

5 Metodologia Probabilística de Estimativa de Reservas Considerando o Efeito-Preço

4 Metodologia R P. = cotação da ação i no final da semana t. 1 Maiores detalhes no ANEXO - 1

Mercados e Instrumentos Financeiros II. Estratégias com Futuros. Arbitragem entre Duas Bolsas. Estratégias com Futuros. Arbitragem entre Duas Bolsas

MAE325 Análise de Séries Temporais. Aula 3

CORREIOS. Prof. Sérgio Altenfelder

Plano de Aulas. Matemática. Módulo 17 Estatística

3 Metodologia do Estudo 3.1. Tipo de Pesquisa

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS NO LIVRO:

Calcule a área e o perímetro da superfície S. Calcule o volume do tronco de cone indicado na figura 1.

3 Modelo Teórico e Especificação Econométrica

1 Modelo de crescimento neoclássico, unisectorial com PT e com taxa de poupança exógena 1.1 Hipóteses Função de Produção Cobb-Douglas: α (1.

Aplicação. Uma famosa consultoria foi contratada por uma empresa. que, entre outras coisas, gostaria de entender o processo

Critérios e Metodologia de Apuração de Superfície de Volatilidade

GERAÇÃO DE PREÇOS DE ATIVOS FINANCEIROS E SUA UTILIZAÇÃO PELO MODELO DE BLACK AND SCHOLES

3 METODOLOGIA E AMOSTRA

Análise de Informação Económica e Empresarial

TIR Taxa Interna de Retorno LCF Economia de Recursos Florestais 2009

Sobre o Custo do Capital e o Retorno do Investimento Corporativo no Brasil. Resumo

P2 - PROVA DE QUÍMICA GERAL - 07/05/05

3 A Formação de Preços dos Futuros Agropecuários

Mestrado em Finanças e Economia Empresarial EPGE - FGV. Derivativos

Grupo I (Cotação: 0 a 3.6 valores: uma resposta certa vale 1.2 valores e uma errada valores)

ENGENHARIA ECONÔMICA AVANÇADA

4 Método de geração de cenários em árvore

EFICIÊNCIA NA FORMA SEMI-FORTE NO MERCADO PORTUGUÊS

EXAME DE ESTATÍSTICA AMBIENTAL 1ª Época (v1)

5 Erro de Apreçamento: Custo de Transação versus Convenience Yield

3 Modelo empírico e Base de dados

Capítulo 4. Propriedades dos Estimadores de Mínimos Quadrados

Considere uma economia habitada por um agente representativo que busca maximizar:

MACROECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

GABARITO CURSO DE FÉRIAS MATEMÁTICA Professor: Alexandrino Diógenes

V Curso de Especialização em Mercado Financeiro e Investimentos - MERFI

A entropia de uma tabela de vida em previdência social *

3. Apreçamento CDS. 3.1 Risco-Neutro

Medidas estatísticas de risco e retorno. Prof. Isidro

3. Garantias governamentais em projetos de infraestrutura

Respondidos (parte 13)

Tabela: Variáveis reais e nominais

Manual de Marcação a Mercado

Conceito. Exemplos. Os exemplos de (a) a (d) mostram séries discretas, enquanto que os de (e) a (g) ilustram séries contínuas.

Modelos de Programação Linear

3 Metodologia 3.1. O modelo

Tipos de Processos Estocásticos

Séries de Tempo. José Fajardo. Agosto EBAPE- Fundação Getulio Vargas

Alocação ótima e medida de risco de um ALM para fundo de pensão via programação estocástica multi-estágio e bootstrap

5 Método dos Mínimos Quadrados de Monte Carlo (LSM)

Problemas de vestibular funções exponenciais e logaritmos

Tipos de Processos Estocásticos

Movimento unidimensional. Prof. DSc. Anderson Cortines IFF campus Cabo Frio MECÂNICA GERAL

5 Análise Custo Benefício das Reservas

3 - Diferencial. 3.1 Plano tangente. O plano tangente a uma superfície z = f(x,y) no ponto (x 0, y 0,f(x 0,y 0 )) é dado por: f x

Exercícios. Capítulo 3 Factos Empíricos Estilizados de Séries Temporais Financeiras (2012/2013)

Será que o brasileiro está poupando o suficiente para se aposentar? Ricardo Brito e Paulo Minari

[MANUAL DE MARCAÇÃO A MERCADO]

2 Conceitos Iniciais. 2.1 Definições Básicas

Contrato Futuro de Taxa Média das Operações Compromissadas de Um Dia (OC1) com Lastro em Títulos Públicos Federais

O CUSTO DE CAPITAL : APLICAÇÃO AO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

Agradecimentos. A Deus por sua indubitável ajuda e bênçãos constantes em nossas vidas.

N(0) número de núcleos da espécie inicial no instante t=0. N(t) número de núcleos da espécie inicial no instante t. λ constante de decaimento

A DETERMINAÇÃO DO CUSTO DE CAPITAL NA AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO: UMA AVALIAÇÃO EMPÍRICA

3 Uma metodologia para validação estatística da análise técnica: a busca pela homogeneidade

Motivação. Prof. Lorí Viali, Dr.

Interpolação e Extrapolação das ETTJ no Brasil

ANÁLISE DE RATING DE RISCO DE CRÉDITO USANDO OPÇÕES

Econometria Semestre

A volatilidade de projetos industriais para uso em análise de risco de investimentos

Aplicações à Teoria da Confiabilidade

MANUAL DE MARCAÇÃO A MERCADO

Relação entre Risco e Retorno. Mensurando o Retorno

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Economia Subterrânea No Brasil

RÁPIDA INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES Simone Coutinho Cardoso & Marta Feijó Barroso UNIDADE 3. Decaimento Radioativo

FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO FACULDADE DE ECONOMIA

Previsão de Demanda. Logística. Prof. Dr. Claudio Barbieri da Cunha

Dinâmica Estocástica. Aula 9. Setembro de Equação de Fokker-Planck Solução estacionária

Regressão Linear Simples

4 Modelo de fatores para classes de ativos

Dinâmica e previsão de preços de commodities agrícolas com o filtro de Kalman

4 Metodologia Proposta para o Cálculo do Valor de Opções Reais por Simulação Monte Carlo com Aproximação por Números Fuzzy e Algoritmos Genéticos.

Transcrição:

Teoria do Mercado de Capiais Capíulo 9: Ross e all. 1 Inrodução Objeivo de Finanças: avaliação do risco de uma careira de aivos financeiros Risco: é medido em ermos de variações dos preços dos aivos P = Preço do Aivo no insane. Suposição inicial: não há dividendos nos pagamenos no período. 2 [PPGE/UFRGS] 1

Variação relaiva de preços ou Reorno Líquido Simples do Aivo enre dois insanes: R P P 1 ΔP = (1) P P = 1 1 1 ou Reorno Bruo Simples : P R = P P 1 1+ R = P 1 R em percenual = Taxa de Reorno 3 Reorno composo coninuamene ou Log Reorno: Tome o logarimo neperiano de precos (p): p = ( P) ln enão, o Log - Reorno fica: P r = ln = ln(1 + R) = p p 1 (2) P 1 De (2) emos: r R = e 1 Obs : Para u pequeno emos ln(1+ u) R e r são muio próximos. u, ou seja, 4 [PPGE/UFRGS] 2

Reornos Muliperiódicos: [] k R = Reorno simples de período k enre os insanes P P k R [] k = (3) P k 1+ R[ k ] = (1 + R )(1 + R 1)...(1+ R k + 1) P P 1 P k + 1 P 1+ R[ k ] =... = P P P P P R[ k ] = P k 1 1 2 k (4) k e - k. 5 Roeiro I. Taxa de Reorno de um Tíulo II. Reornos Acumulados III. Esaísicas de Reorno IV. Reorno médio e Reorno Livre de Risco V. Esaísicas í i de Risco 6 [PPGE/UFRGS] 3

Invesimenos: fluxos com risco I. Como deerminar a axa de descono para avaliar projeos de risco? II. Como medir risco? III. Careira como muios aivos: como cada aivo conribui para o risco da careira composa por muios aivos? (calcular o ß do aivo). IV. Qual a relação enre o ß do aivo e o Reorno esperado? Modelo de Precificacão de aivos (CAPM). V. Teoria da Precificação por arbiragem (ATT). 7 Taxa de Reorno de um Tíulo a) Reorno Absoluo: Como avaliar o reorno do Invesimeno em ações? Componenes: a) Dividendos recebidos: componene de rendimeno do reorno b) Ganho (perda) de capial do Invesimeno: variação de preços 8 [PPGE/UFRGS] 4

Empresa VCC Exemplo: Preço da Ação = $ 37,00 Indivíduo compra 100 ações Invesimeno oal (Co): Co = (37). (100) = $3700 Dividendo por ação = $1,85 Dividendos = (1,85) x (100) = $185 Preço de Mercado da ação no final do ano = $40, 33 9 Exemplo: Ganho de capial = diferença de preços de mercado (monane) Ganho de capial = (40,33 37) x 100= $ 333 Reorno do Acionisa = ganho de capial + dividendo (Reorno oal do Invesimeno) Reorno Toal do Acionisa = 185 + 333 = $518 Valor das ações em 1 = Invesimeno Inicial + Reorno Toal Valor das ações em 1 = 3700 + 518 = $4218 10 [PPGE/UFRGS] 5

Toal de capial em 1 = $ 4218 0 $ 185 $ 4033 Dividendos Valor final de mercado - $3700 Obs. Se o preço da ação cair para $34,78 ocorre perda de capial. Perda de capial = (34,78 37) x 100 = - $222 11 Quesões: 1) Se não vender as ações deve coninuar considerando o ganho de Capial como pare do Reorno? R- Sim 2) Isso desrespeia a regra de valor presene segundo a qual só os fluxos de caixa imporam? R Não 12 [PPGE/UFRGS] 6

b) Reorno Percenual: ou reorno por Real ou dólar aplicado. Noação: = ano analisado; P = preço da ação no inicio do ano Div +1 = dividendo pago durane o ano 13 Fórmulas: Div + 1 Tx. Dividendo = p P + 1 P Ganho de Capial = P R + 1 = Re ornos oais do invesimen o na ação Div + 1 P + 1 P R = + + P P Reorno com 1 pagameno de dividendos no período 14 [PPGE/UFRGS] 7

P = 37; Exemplo: Div +1 = 1,85 Tx de dividendo = 1,85/37 = 0,05 = 5% 40,33 37 Ganho de capial = = 0,09 = 9% 37 R +1 = 0,0505 + 0,09 09 = 0,14 = 14% 15 P = 25; P +1 =35 Exemplo: Div +1 = 2 Tx de dividendo = 2/25 = 0,08 = 8% Ganho de capial =(35-25)/25= 0,4 = 40% R 1 = 008+04 0,08 0,4 = 0,48 048= 48% Se aplicar $5000, qual o Reorno absoluo? Reorno absoluo = (5000) x 1,48= $7400 16 [PPGE/UFRGS] 8

Observações: Maneira correa de calcular a renabilidade da ação: devemos deerminar o momeno exao no qual o dividendo é recebido e devemos incluir o reorno decorrene de re-aplicação do dividendo na própria ação. 17 II. Reornos acumulados: Taxas hisóricas de reorno: Fone: Roger Ibboson e Rex Singuelfield ld Lisa de Aivos: a. Ações ordinárias da careira Sandard & Poor s 500 maiores empresas dos EUA. b. Ações de empresas menores na bolsa de NY c. Obrigações a longo prazo das empresas 20 anos d. Obrigações a longo prazo do governo 20 anos e. Leras do Tesouro dos EUA 3 meses 18 [PPGE/UFRGS] 9

Observações: Reornos não são ajusados pelos imposos ou cusos de ransações Os reornos são reais: subrai-se a inflação anual 19 $1,00 dólar aplicado em ações de Empresas menores em 1926 rende $5.519,97 em 1997 Maior rendimeno: careira de empresas $5.519,97 Obrigações do Governo: Esável 20 [PPGE/UFRGS] 10

Leras do Tesouro: reornos anuais oais em percenagem: 1926-97. 97 21 II. Reorno Acumulado: RT = ( 1 + R ) (1 + R )... (1 + R )... (1 + R ) 1 1 2 T Exemplo: reornos anuais são 11%, -5% e 9% para um período de aplicação de 3 anos, enão o reorno de um invesimeno de $ 1,00 em 0 : (1+R 1 1) )x(1+r 2 2) )x(1+r 3 3) = 1,11x0,95x1,09 = $1,15 Reorno Toal = 1,15 ou 15% = Reorno Acumulado Inclui a renabilidade do re-invesimeno dos dividendos. 22 [PPGE/UFRGS] 11

III. Esaísicas de Reorno: Reorno médio (melhor esimaiva de reorno) Hisogramas de reornos anuais Disribuição de Freqüências 23 Média da Disribuição: R1 + R2 +... + RT R = T Ex. Reorno médio enre 1926-29. 0.1162 + 0.3749 + 0.4361 + ( 0.0842 ) R = 4 R 0.2108 1926 29 = 24 [PPGE/UFRGS] 12

IV. Reornos Livres de Risco Baixa Variabilidade observada Governo: emie íulos (oma empresado) que são comprados pelo Público em geral. Leras do Tesouro: são obrigações com vencimeno em um ano ou menos. Leilão semanal de leras. Leras são livres de risco 25 Excedene do Reorno do Aivo com Risco Ações Ordinárias: Muio Risco Excedene médio de Reorno das Ações =9.2% Prêmio por risco em relação ao aivo livre de risco (Leras do esouro dos EUA) Ver Tabela 9.2 26 [PPGE/UFRGS] 13

Reornos Anuais Toais, 1926-97 Em % Série Reorno Médio Prêmio Por RiscoDesvio-padrão Acões de Empresas maiores 13,0 9,2 20,3 Acões de Empresas menores 17,7 13,9 33,9 obrigacoes a longo prazo de empresas 6,1 2,3 8,7 Obrigacoes governamenais a longo prazo 5,6 1,8 9,2 Obrigações do Governo a médio prazo 5,4 1,6 5,7 Leras do Tesouro dos EUA 3,8 3,2 Inflação 3,2 4,5 27 Variância V. Esaísicas de Risco: 2 1 Var= σ = T 1 2 Ex. σ = 0.0597 Desvio-padrão: 2 2 2 [( R1 R) + ( R2 R) +... + ( RT R) ] 2 DP = σ = 0.0579 = 0.2406 = 24.06% 28 [PPGE/UFRGS] 14

-3dp -2dp -1dp 0 1dp 2dp 3dp -47.9% -27.6-7.3 13 33.3 53.6 73.9 Cerca de 2/3 do reorno (68,26%) enre 7.3% e 33.3% 29 10 8 6 4 2 0-100 -80-60 -40-20 0 20 40 Series: MAIORES Sample 1926 1997 Observaions 72 Mean 11.59222 Median 15.39500 Maximum 53.99000 Minimum -99.00000 Sd. Dev. 24.18214 Skewness -1.429704 Kurosis 7.653376 Jarque-Bera 89.49035 Probabiliy 0.000000 30 [PPGE/UFRGS] 15

.10 Kernel Densiy (Normal, h = 1.5352).08.06.04.02.00 0 4 8 12 16 20 MAIORESM 31 14 12 10 8 6 4 2 0-40 0 40 80 120 Series: MENORES Sample 1926 1997 Observaions 72 Mean 17.72988 Median 20.09500 Maximum 142.8700 Minimum -58.01000 Sd. Dev. 33.89114 Skewness 0.553648 Kurosis 4.633194 Jarque-Bera 11.68028 Probabiliy 0.002908 32 [PPGE/UFRGS] 16

.014 Kernel Densiy (Normal, h = 12.589).012.010.008.006.004.002.000-80 -40 0 40 80 120 160 MENORES 33 [PPGE/UFRGS] 17