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Transcrição:

CERNE ISSN: 4-776 cerne@dcf.ufla.br Universidade Federal de Lavras Brasil Pereira Rezende, José Luiz; Túlio Jorge Padua, Cláudio; Donizee de Oliveira, Anônio; Soares Scolforo, José Robero Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo no Esado de Minas Gerais CERNE, vol. 2, núm. 3, julho-seembro, 26, pp. 22-23 Universidade Federal de Lavras Lavras, Brasil Disponível em: hp://www.redalyc.org/ariculo.oa?id=744233 Como ciar ese arigo Número compleo Mais arigos Home da revisa no Redalyc Sisema de Informação Cienífica Rede de Revisas Cieníficas da América Laina, Caribe, Espanha e Porugal Projeo acadêmico sem fins lucraivos desenvolvido no âmbio da iniciaiva Acesso Abero

Análise econômica ANÁLISE de fomeno ECONÔMICA floresal com DE eucalipo... FOMENTO FLORESTAL COM EUCALIPTO NO ESTADO DE MINAS GERAIS 22 José Luiz Pereira Rezende, Cláudio Túlio Jorge Padua 2, Anônio Donizee de Oliveira, José Robero Soares Scolforo (recebido: 29 de março de 26; aceio: 3 de julho de 26) RESUMO: A análise econômica de projeos floresais é uma ferramena básica para deerminar se o invesimeno sob análise deve ou não ser implemenado. O objeivo dese rabalho foi levanar os cusos e receias da produção de madeira do programa de fomeno Asiflor-IEF, para verificar sua viabilidade econômica. Foi feia uma análise de sensibilidade nos resulados enconrados, variando os níveis das principais variáveis econômicas: Produividade, Cuso de ranspore e do produo. Para ano foi levanado odos os cusos e receias envolvidos na aividade e, para a análise econômica usou-se o Valor Presene Líquido (VPL) e a Taxa Inerna de Reorno (TIR). A venda da madeira em pé se mosrou economicamene viável para qualquer simulação e exigindo o maior subsídio, o cuso da lenha colocada no páio foi alamene influenciada pelo cuso de ranspore e a viabilidade da produção de carvão foi alamene influenciada pelo preço da madeira, porano, ambém, pela disância e pela produividade. Palavras-chave: Refloresameno, fomeno floresal, análise socioeconômica e ambienal. ECONOMIC ANALYSIS OF FOREST FOMENTATION WITH EUCALYPTUS IN THE STATE OF MINAS GERAIS ABSTRACT: The economic analysis of fores projecs is a basic ool o deermine if an invesmen should or no be underaken. The objecive of his work was o deermine coss and revenues of he producion of wood of he Asiflor-IEF fomenaion program and o verify is economic viabiliy. I was done a sensiiviy anbalysis of he resuls in relaion o he main economical variables: Land produciviy, ranspor cos and price of he produc. For achieving his purpose i was deermined he coss and revenues involved in he aciviy and, for he economical analysis he Ne Presen Value (VPL) and he Inernal Rae of Reurn (TIR) were used. The sale of he sanding imber was found economically viable for any simulaion and demanded he higher subsidy, he cos of he firewood, placed a he user yard, was highly influenced by he ranspor cos and he viabiliy of he producion of charcoal was highly influenced by ransporaion disances, by fire wood price and by land produciviy. Key words: Reforesaion, fores fomenaion, fores parnership, economic-environmenal analysis. INTRODUÇÃO O esabelecimeno de uma ferramena para a análise do programa de fomeno IEF/Asiflor adquire imporância ímpar, ano para angariar informação para fuuras análises comparaivas do efeio do programa de fomeno no desenvolvimeno humano das regiões conempladas, auxiliando desa forma a definição ou raificação de políicas adequadas e compromeidas com o aspeco social, bem como para orienar os próprios produores conemplados no senido de oferecer um grao subsídio para corroborar com a decisão de venda mais renável do produo floresal. Para Rezende & Oliveira (2), a análise econômica de um invesimeno envolve o uso de écnicas e criérios de análise que comparam os cusos e receias inerenes ao projeo, visando verificar se ese deve, ou não, ser implemenado. Muios faores são deerminanes e influenciam na análise de cuso, e devido ao fao de que o programa de fomeno cona com um universo de mais de 8 produores, de odas as classes de amanho, conemplados em uma região que abrange boa pare do Esado de Minas Gerais com enorme diversificação edafoclimáica, espera-se que eses faores enham peculiaridades regionais e específicas. Embora seja usual para empresas de refloresameno analisar economicamene seus projeos, ainda exise escassez de esudos nese senido para programas de fomeno floresal com erceiros. Professores do Deparameno de Ciências Floresais da Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 337 372- Lavras, MG jlprezen@ufla.br; donizee@ufla.br; jscolforo@ufla.br 2 Engenheiro Floresal, MS Insiuo Esadual de Floresas 3726- Perdões, MG claudioulio@yahoo.com.br Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

222 REZENDE, J. L. P. e al. O objeivo dese rabalho foi levanar os cusos e receias da produção de madeira do programa de fomeno Asiflor-IEF, para verificar sua viabilidade econômica. 2 MATERIAL E MÉTODOS Todos os faores componenes dos cusos de implanação (preparo do solo, aplicação de herbicidas, combae a formigas, planio, replanio, ec.) podem variar devido a peculiaridades locais e paricularidades de cada produor, apresenando efeio menos evidene na análise econômica. Assim, adoou-se um valor fixo para o efeio da análise levanado por empresas de silviculura na adoção de odos os raos silviculurais para um correo esabelecimeno e condução do povoameno floresal. 2. Avaliação econômica Os fluxos de caixa represenam as esimaivas de enradas (receias) e saídas (despesas) de recursos moneários em um deerminado projeo produivo, ao longo do empo. O resulado líquido desses fluxos pode ser calculado subraindo-se das receias as despesas. Usou-se, como referência, um único momeno no empo para o qual odos os valores são aualizados por meio de fórmulas financeiras de acumulação ou descono de juros (SANTOS & PAIVA, 22). Com o levanameno dos cusos de implanação e de manuenção da área refloresada com incenivo do programa de fomeno, bem como do preço de cuso de erras, de exploração e de ranspore procedeu-se uma análise econômica envolvendo a aividade. O esudo econômico envolveu o cálculo do Valor Presene Líquido (VPL) da aividade e da Taxa Inerna de Reorno (TIR), conforme as fórmulas especificadas a seguir. VPL = VPR - VPC em que: VPL: Valor Presene Líquido VPR: Valor Presene das Receias VPC: Valor Presene dos Cusos Por sua vez o VPC e o VPR são dados por: VPR n R i VPC n C i em que: n duração do projeo em anos ou em número de períodos de empo período de empo (anos) R receia no período de empo C cuso no período de empo i axa de juros ou de descono A Taxa Inerna de Reorno (TIR) é a axa de reorno anual do capial invesido. O criério da TIR esá associado a esudos de viabilidade econômica em que se busca verificar se a renabilidade do empreendimeno é superior, inferior ou igual ao cuso do capial que será uilizado para financiar o projeo. Algebricamene em-se: R n n C I I em que: I é a axa inerna de reorno (TIR) Foram consideradas rês possibilidades de venda da produção floresal, ou seja, venda da madeira em pé; venda de lenha no páio da empresa consumidora e a produção e venda de carvão para a siderurgia. Levaram-se em consideração duas roações com uma produividade esperada de 25 ms/ha no primeiro core e de 225 ms/ha no segundo core. Considerou-se o faor de conversão volumérica de lenha para carvão de dois para um (2:) em concordância com o que é proposo por Brio (99). Logo, a produividade esperada de carvão, no primeiro e segundo cores, são de 25 mdc e de 2,5 mdc por hecare, respecivamene. É comum o uso de axas de juros arbirariamene escolhidas na ampliude de 4 a 5% a.a. (LIMA JÚNIOR e al., 997). Nese esudo considerou-se uma axa de juros de 8,75% a.a., que é a de emprésimo de capial adoado pelo programa Propflora do Banco do Brasil para invesimeno e produção de floresas. Para Rezende & Oliveira (2), a axa de descono represena o que se deixa de ganhar pela não aplicação do capial em oura oporunidade de invesimeno, sendo seu uso decorrene da necessidade de comparar valores que ocorrem em diferenes ponos no empo. Para as siuações de venda de lenha no páio e produção de carvão, adoou-se uma disância de Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo... 223 ranspore de 2 km enre o local de produção e o pólo consumidor. 2.2 Cenários de avaliações econômicas A produividade das floresas varia enre produores, devido a faores edáfico-climáicos, práicas diversas de implanação e condução da floresa, faores inrínsecos à produção de mudas oriundas de semenes, ec. Diane diso, os principais faores envolvidos foram simulados em limies inferiores e superiores para analisar os efeios na definição do valor final de cada finalidade de produção, para orienar o produor sobre a melhor alernaiva de venda de sua floresa. Além da análise econômica inicial, analisaramse níveis de produividade superior e inferior em 2% do valor médio adoado. Logo, foram considerados rês níveis de produção envolvendo rendimenos de 2, 25 e 3 ms/ha. Devido à fluuação consane de preços no mercado do seor floresal, foram realizadas análises envolvendo receias com ampliude superior e inferior de % do preço arbirado para a venda de lenha em pé. Simularam-se valores com ampliudes superior e inferior equivalenes a 4,285% do valor médio cenral, iso é, R$3,/ms e R$4,/ms para a venda de lenha no páio. Para a produção de carvão, foi adoada uma fluuação de preços da ordem de 25% apresenando uma ampliude inferior e superior de R$ 6,/ms e R$,/ms, respecivamene. Nos casos de venda de lenha no páio e de carvão, simulou-se ambém variações de 5% na disância de ranspore. Para cada cenário analisado verificou-se a paricipação efeiva do incenivo do fomeno em relação ao cuso oal de produção, a fim de idenificar em qual siuação ocorre uma a maior paricipação de incenivo no cuso de produção. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. Levanameno de cusos 3.. Cusos comuns A aividade floresal, como qualquer aividade produiva, apresena uma gama de cusos de produção inrínseca à aividade. Os cusos de implanação, manuenção, e da erra ocorrem independenemene da finalidade da exploração e são chamados comuns. Eses cusos podem ser divididos em: - Implanação: envolvem o preparo do solo, que pode ser mecanizado ou não, combae a pragas, assisência écnica, conrole de ervas compeidoras, planio, adubação, aquisição de mudas e insumos (adubos, formicidas e herbicidas). A aquisição de mudas, insumos e a assisência écnica são subsidiados pelo programa de fomeno floresal. Eses cusos chegam a R$ 65, por hecare, sendo R$ 3, para mudas, R$ 5, para adubo, R$ 26, para formicidas e R$ 29, referenes à assisência écnica. Eses cusos variam de caso para caso, pois muias propriedades fazem uso da mão de obra familiar, reduzindo os cusos de implanação, pois o cuso de oporunidade dese faor, para o proprieário, pode ser menor que o praicado no mercado. Os cusos foram levanados nas empresas Asiflor, Floresa Consuloria Lda, Milenia Herbicidas e foram organizados de acordo com a planilha sugerida pela Embrapa Floresas. Subraindo-se, dos cusos oais, os cusos de mudas, insumos e acompanhameno écnico que foram fornecidos pelo programa de fomeno, o da implanação foi de R$ 9, por hecare, conforme a Tabela. - Manuenção: Enende-se como cuso de manuenção, a limpeza da área e a manuenção de aceiros. Eles foram levanados juno à Asiflor e à empresa Aa Capiguara como sendo R$ 55, por hecare/ano. - Cuso da Terra: Considerou-se como cuso da erra uma axa anual de arrendameno de R$2, por hecare. Ese valor foi levanado juno a produores rurais no município de Oliveira, MG em que o valor médio foi de R$, por hecare/ mês. 3..2 Cusos específicos Considerou-se como cusos específicos os dependenes direamene da finalidade de produção. Para a venda da floresa em pé o produor só incorrerá nos cusos comuns, não havendo cusos específicos. Para a venda da madeira no páio e para a venda do carvão ocorreram cusos adicionais de produção. Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

224 REZENDE, J. L. P. e al. Tabela Cusos comuns de produção do programa de fomeno IEF/Asiflor. Table Common coss of producion of he IEF/Asiflor fomenaion program. Especificação do cuso Mecanização () - Aração - Gradeação - Apl. Herbc. - Adubação Insumos (2) - Formicidas* - Mudas* - Herbicidas - N-P-K* Mão de obra (3) - Comb. formiga e 6 - Adubação - Planio - Capina manual - Roçada - Replanio - Desbroa 6 - Adm./assis* Manuenção (4) a 6 e 8 a 3 Cuso da erra (5) a 4 Em que: h hora raor e dia homem. Ano Unidade Cuso/unidade (R$/unidade) h h h h kg unid. kg/l kg u ha ha 8, 8, 8, 8, 4,33,5 4,,7 3, 3, 3, 3, 3, 3, 3,,43 55, 2, Quanidade/ha,5,5 2 6 2 5 5 3 5 2 2 4 Cuso (R$/ha) 2, 2, 6, 8, 26, 3, 7, 5, 6, 3, 9, 5, 3, 3, 3, 29, 66,.68, Levando-se em cona duas roações de 7 anos cada, com uma perda de produividade de % do segundo core em relação ao primeiro, em-se os seguines cusos adicionais: - Colheia: ese cuso ocorre para a venda de lenha no páio e para a venda de carvão para siderurgia. Foram considerados o cuso de core e de empilhameno da lenha, para as duas finalidade e o cuso de carvoejameno e invenário floresal para a venda do carvão. Eles foram obidos em empresas especializadas de exploração floresal e enre profissionais auônomos. Adoou-se um cuso médio de colheia, que depende da produividade da floresa de R$ 8,, por 3 ms empilhado (que corresponde ao dia de rabalho e à produividade média do moosserrisa) o que equivale a R$ 2,67 por ms. Para a produção de carvão, foi arbirado um valor, levanado com empresas carvoeiras em Pompeu e See Lagoas, de R$ 3, /MDC. Por se raar de povoamenos oriundos de reposição floresal a exploração dos mesmos fica condicionada a realização de invenário floresal da área. No mercado exisem diversas maneiras de cobrar pelo serviço de invenário: Cobrança por parcelas lançadas, por produividade em m 3 ou por área invenariada. O cuso de invenário foi considerado em relação ao preço por área invenariada e adoou-se o valor de R$, por hecare. Logo, o cuso de colheia varia com a produividade, quano maior a produividade menor será o cuso do invenário/m 3 ou ms. - Transpore: o valor levanado em carvoarias e caminhoneiros ransporadores de carvão foi o equivalene a um liro de óleo diesel por quilomero rodado. Nese esudo considerou-se o valor do free como sendo de R$ 2, por quilomero rodado. O volume de carvão ransporado em caminhão ruck é de cerca de 7 mdc, conforme declarado em noas fiscais de compra e venda. No caso da lenha, o caminhão ruck ranspora 3 ms por viagem (BERGER e al., 23). Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo... 225 O cuso de ranspore é influenciado pela produividade, devido ao número maior de viagens previsas, e pela disância do pólo consumidor, conforme pode ser observado na Tabela 2. 3.2 Receias A produção floresal pode ser desinada para diferenes fins, sendo que o produor deve ser orienado a buscar a melhor opção de venda. Em Minas Gerais, a maior pare da produção de madeira é volada para produção de energia. O preço do carvão vegeal é função da demanda inernacional do guza. Em 25, o MDC variou de R$ 6, a aé mais do que R$ 2,, conforme esudo realizado por Rezende e al. (25). Informaivos do CEPEA (CEPEA, 25) aponam variação do valor do ms em pé de R$25, a R$ 7, em, São Paulo, para a produção de celulose. Adoou-se o valor de R$ 2, por mero esere (ms) para a venda de madeira em pé, que é o preço praicado por exploradores auônomos e empresas floresais no Esado de Minas Gerais. O preço médio adoado para a venda de lenha no páio de consumidoras foi de R$35,/ms. Ese preço é compaível com os praicados, durane o ano de 25, pelo pólo de calcinação do eixo Formiga-Arcos e da Fábrica de Balas Sana Ria, em Oliveira/MG. Para a remuneração do carvão vegeal usouse o valor ponderado praicado durane o ano de 25, em Minas Gerais, de R$ 8,/ms. 3.3 Fluxos de caixa Para a análise econômica e as respecivas simulações de preço, produividade e cuso de ranspore foram esabelecidos fluxos de caixa para odas as siuações, conforme mosram as Tabelas 3 e 4. 3.4. Análises Econômicas De posse dos valores de enrada e de desembolso de capial, para as diferenes finalidades de produção, foi realizada a análise econômica para cada uma delas. Tabela 2 Tabela de cusos variáveis para a venda de lenha no páio e venda de carvão vegeal. Table 2 Variable coss for firewood sale a he user yard and charcoal sale. Variável Unid Cuso (R$/Unidade) Colheia - Invenário - Colheia Transpore lenha - Transpore - Transpore 2 - Transpore 3 ha ms km km km, 2,66 2,66 2, 2, 2, Quan 25 833,3.666,7 2.5 Ano 7 Ano 4 Cuso (R$/ha), 666,7.666,7 3.333,3 5., Quan 225 75.5 2.25 Cuso (R$/ha) 6,.5, 3., 4.5, Transpore carvão - Transpore - Transpore 2 - Transpore 3 km km km 2, 2, 2, 78,57 357,4 535,7 357,4 74,28.7,42 6,7 32,42 482,4 32,42 642,84 964,28 Carvoejameno (3) - Produção mdc 3, 25 em que: Transpore km; Transpore 2 2 km;transpore 3 3 km 3.75, 2,5 3.375, Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

226 REZENDE, J. L. P. e al. Tabela 3 Fluxo de caixa dos cusos considerando a produção da madeira em pé, madeira no páio e carvão vegeal para os valores básicos das variáveis consideradas. Table 3 Cash flow of coss for sanding imber, fire wood sale and charcoal, considering average ransporaion disance, produciviy and price levels. ano.3,.3,.3, a 5 75, 75, 75, 6p- 8, 3.48, 4.384,8 6p 8, 4.28, 5.4, 6p+ 8, 5.8, 6.437, 7 a 2 75, 75, 75, 3p- 2, 3.9, 3.94,3 3p 2, 3.8, 4.827,9 3p+ 2, 4.53, 5.75,4 Em que: p -: Produividade de 2 ms/hecare - mdc/hecare. p: Produividade de 25 ms/hecare - 25 mdc/hecare. p+ :Produividade de 3 ms/hecare - 5 mdc/hecare. Cuso para o ranspore a uma disância de 2 km para madeira no páio e carvão vegeal. Tabela 4 Fluxo de caixa das receias considerando a produção da madeira em pé (R$2,/ms), madeira no páio (R$ 35,/ms) e carvão vegeal (R$ 8,/ mdc). Table 4 Cash flow of sale price of sanding imber considering several produciviy and price levels. ano em pé em pé Cuso(R$/ha) no páio Receia (R$/ha) no páio Carvão vegeal Carvão vegeal 6p- 4., 7., 8., 6p 5., 8.75,., 6p+ 6.,.5, 2., 3p- 3.6, 6.3, 7.2, 3p 4.5, 7.875, 9., 3p+ 5.4, 9.45,.8, Em que: p-: Produividade de 2 ms/hecare - mdc/hecare. p: Produividade de 25 ms/hecare - 25 mdc/hecare. p+: Produividade de 3 ms/hecare - 5 mdc/hecare. Para a produividade de 25 ms/ha, a venda de madeira em pé se mosrou mais renável que a venda de lenha no páio e a venda de carvão, considerando-se o valor médio de remuneração de cada finalidade, iso é, R$ 2,/ms em pé, R$ 35,/ ms para venda de lenha no páio e de R$ 8,/MDC para ranspore de 2 km de disância, conforme Tabela 5. Tabela 5 VPL (R$/ha) e TIR (%) esperados para cada finalidade de produção com valores de cuso, preço e produividade médios. Table 5 Values of VPL (R$/ha) and expeced TIR (%) for each producion purpose considering medium cos, price and produciviy. Indicador Finalidade da Produção Econômico Em pé Lenha no páio Carvão VPL (R$/ha) 2.6,5.724,24.823,49 TIR (%) 23 22 22 Nesa siuação, a venda de lenha em pé apresena reorno líquido 6,92% a mais se comparado à venda de lenha no páio de,56% em relação à venda de carvão. A paricipação do incenivo fornecido pelo programa IEF/Asiflor no cuso líquido de produção represena na venda de madeira em pé 3,8% do Valor Presene do Cuso (VPC),,66% dos cusos da produção de carvão e de 9,97% do cuso de produção para venda no páio, conforme ilusrado na Tabela 6. 3.5 Simulações de cenários Como a renabilidade líquida da floresa depende de faores oscilanes, como o preço, a finalidade da produção, a produividade da área, a disância de ranspore e o cuso, os efeios da variação deses faores foram ambém esudados, isoladamene e em conjuno. 3.5. Efeio da produividade Com uma produividade 2% inferior, a madeira vendida em pé represenou um reorno líquido Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo... 227 26,84% maior do que a madeira vendida no páio e 6,88% maior que para a venda de carvão. Para a produividade de 2% a mais ese quadro se aenua e a renda da madeira vendida em pé represena apenas 3,25% a mais do que a venda de lenha no páio e 8,3% a mais da venda do carvão como pode ser observado na Tabela 7. Tabela 6 Relação enre incenivo pecuniário do programa de fomeno e o VPC (R$/ha). Table 6 Relaionship beween financial incenive of he fomenaion program and VPC (R$/ha). Finalidade da Produção Indicador Econômico Lenha no Em pé Carvão páio VPC (R$/ha) 2.53,94 5.573,4 6.56,7 Incenivo (%) 3,8,66 9,97 Tabela 7 Efeio da variação da produividade no VPL (R$/ha) para as várias finalidades de produção da floresa. Table 7 Effec of produciviy variaion on VPL (R$/ha) of producion for several purposes of planaion. Finalidade Níveis de Produividade/hecare da Produção 2 ms 25 ms 3 ms em pé.82,3 2.6,5 2.85,7 no páio 93,92.724,24 2.56,56 Carvão vegeal.,33.823,49 2.635,74 Viso que o cuso de produção, nos casos da venda de lenha no páio e de carvão devido à exploração e o ranspore, é afeado direamene pela produividade, a relação enre incenivo e cuso sofreu mudanças. Na venda de lenha a menor produividade apresena uma relação incenivo-cuso de 3,25% e na maior produividade de,4%. O carvão apresena na menor produividade uma relação de,48% e, na maior produividade, de 8,82% do cuso incenivado (Tabela 8). 3.5.2 Efeio do preço Com o efeio da variação superior e inferior de % (R$ 2,) do valor da lenha em pé comparando-se às variações de preço de 4,285% (R$5,) da lenha vendida no páio e de 25% (R$2,) da variação de limies de ampliude de preço do carvão, observou-se que, para o preço mínimo dos produos, a lenha vendida em pé represena um reorno 34,57% maior se comparado à venda de lenha no páio e de 5,38% a mais do que para a venda de carvão. No enano, para o maior preço, a relação se invereu drasicamene e a venda de lenha em pé se mosrou menos renável que as demais finalidades de produção. A venda de lenha no páio foi 3,7% mais renável do que em pé e a venda de carvão 6,35% mais renável (Tabela 9). Como o preço pago ao produo final não influencia o cuso de produção, a relação enre o VPC e incenivo pecuniário maneve-se a mesma da realizada na análise econômica anerior. Tabela 8 Efeio na relação enre incenivo pecuniário do programa de fomeno e o VPC (R$/ha) devido a variação de produividade. Table 8 Effec in he relaionship beween financial incenive of he fomenaion program and VPC (R$/ha) due o land produciviy variaion. Indicador Econômico Finalidade da Produção Em pé Lenha no páio Carvão VPC mínimo (R$/ha) 2.53,94 4.96,2 5.66,82 VPC máximo (R$/ha) 2.53,94 6.24, 7.372, Incenivo máximo (%) 3,8 3,25,48 Incenivo mínimo (%) 3,8,4 8,82 Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

228 REZENDE, J. L. P. e al. Tabela 9 Efeio da variação do preço dos vários produos no VPL (R$/ha). Table 9 Effec of produc price variaion on VPL (R$/ha). Finalidade da Produção Níveis de Variação do mínimo 3.5.3 Efeio da disância de ranspore Para a venda da madeira em pé, os cusos de colheia e de ranspore não paricipam da composição dos cusos. Porano, apenas a venda de lenha no páio e de carvão sofre influência direa desas variáveis. Para uma disância 2% maior que a disância base (2 km), a venda de lenha em pé é 53,29% mais renável do que a venda de lenha no páio e 32,5% maior que a venda de carvão com ranspore de 3 km. A siuação se revere quando a disância é 2% menor que a disância base. A venda de carvão passa a ser 4,96% mais renável do que para a venda de lenha em pé e a venda de lenha no páio 35,26% mais renável do que a venda da floresa em pé, Tabela. Tabela Efeio da variação do cuso de ranspore no VPL (R$/ha) dos vários produos produzidos. Table Effec of ransporaion cos variaion on VPL (R$/ha) of several producs. Níveis de Variação da Disância do Finalidade Transpore da Produção mínimo médio médio máximo em pé.599,4 2.6,5 2.433,6 no páio 68,72.724,24 2.766,76 Carvão vegeal 26,56.823,49 3.98,53 máximo em pé 2.6,5 2.6,5 2.6,5 no páio 334,9.724,24 3.4,29 Carvão vegeal.525,66.823,49 2.2,4 O cuso do ranspore afea, direamene, o cuso de produção, fazendo a relação enre o cuso de produção e valor do incenivo variar. No caso da venda da floresa em pé, esa relação se maném consane já que não exise influência do cuso de ranspore no cuso de produção. Para uma disância de 3 km, a venda de carvão em 9,54% de seu cuso oriundo do incenivo e a venda de lenha no páio 9,33%. Para uma disância de km eses incenivos são mais expressivos, chegando a,45% e 5,54% respecivamene (Tabela ). Tabela Efeio na relação enre incenivo pecuniário do programa de fomeno e o VPC (R$/ha) devido à variação de produividade. Table Effec of produciviy variaion on he relaionship beween financial incenive of he fomenaion program and VPC (R$/ha). Indicador Finalidade da Produção Econômico Em pé Lenha no páio Carvão VPC mínimo 2.53,94 4.83,37 6.28,78 VPC máximo 2.53,94 6.963,47 6.84,53 Incenivo Máximo (%) 3,8 5,54,45 Incenivo Mínimo (%) 3,8 9,33 9,54 3.6 Análise mulivariada Os valores do VPL para cada finalidade de produção, considerando-se odas as variáveis envolvidas, poderão fornecer ao produor fomenado uma orienação écnica de grande valia. A finalidade dada ao produo pode ser deerminane na maximização do lucro do produor. 3.6. Venda da floresa em pé Para nenhuma possibilidade levanada a venda de madeira em pé apresenou um reorno negaivo. A pior TIR observada foi de 6% e a maior de 3%, represenando uma variação de aé 87,5% da TIR, conforme Tabela 2. Denre as finalidades de produção, a venda de madeira em pé foi a que apresenou a menor ampliude de diferença de TIR e de VPL. Iso deve-se ao fao Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo... 229 de que esa finalidade produiva em baixa remuneração e a variação de preço esada é pequena, se comparado às ouras finalidades, e o cuso de produção é consane, pois não sofre influências da produividade e do cuso de ranspore. 3.6.2 Venda de lenha no páio Para a venda de lenha no páio, a menor TIR foi de -5% e a maior de 37%, represenando uma ampliude de diferença de aé 42 ponos percenuais na TIR (Tabela 3). As menores TIR e VPL ocorrem, conforme esperado, para as maiores disâncias de ranspore e, menores índices de produividade e preço do produo final escolhido. 3.6.3 Venda de carvão No caso da venda de carvão para siderúrgicas, a menor TIR foi de -3% e a maior de 37%, represenando uma variação de aé 4 ponos percenuais na TIR (Tabela 4). No enano, a viabilidade econômica do carvão é significaivamene afeada pelo cuso de carvoejameno, principalmene quando o carvão esá no limie inferior de remuneração esperada. Tabela 2 Simulação de VPL esperado da madeira vendida em pé para diferenes níveis de produividade e preço de compra. Table 2 Simulaion of expeced VPL of sanding imber sale for differen produciviy levels and purchase price. (R$/ms) Produividade (ms/ha) VPL (R$/ha) TIR (%) 2 848,52 6 8, 25.599,4 2 3 2.349,75 25 2.82,3 8 2, 25 2.6,5 23 3 2.85,7 27 2.55,74 2 22, 25 2.433,6 25 3 3.35,58 3 Tabela 3 Simulação de VPL esperado da madeira vendida no páio para diferenes níveis de produividade, preço de compra e cuso de ranspore. Table 3 Simulaion of expeced VPL of he wood sold a he paio for differen produciviy levels, purchase price and ransporion cos. 3, 35, 4, Disância (km) 2 3 2 3 2 3 Produividade (ms/ha) VPL (R$/ha) TIR (%) 2.29,9 8 25 2.7,77 23 3 2.933,57 28 2 97,9 25 68,72 5 3.265,53 9 2 -.4, -5 25-78,33 3-42,5 4 2 2.43,93 23 25 3.4,29 29 3 4.84,59 33 2 93,92 6 25.724,24 22 3 2.56,56 26 2-8,8 7 25 334,9 2 3 848,52 6 2 2.877,95 27 25 4.56,8 33 3 5.435,62 37 2.765,94 22 25 2.766,76 27 3 3.767,59 3 2 653,94 4 25.376,7 9 3 2.99,55 24 Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

23 REZENDE, J. L. P. e al. Tabela 4 Simulação de VPL esperado da madeira vendida como carvão para diferenes níveis de produividade, preço de compra e cuso de ranspore. Table 4 Simulaion of expeced VPL of charcoal for differen produciviy levels, purchase price and ranspor cos. Disância (km) Produividade (ms/ha) VPL (R$/ha) TIR(%) 2-48,35 4 25 36,36 9 3 49,7 3 2-656,7 6, 2 25-26,56 6 3 33,68 2-894,98-3 3 25-559,39 2 3-223,77 6 2.249,68 9 25 2.2,4 24 3 2.993,3 28 2.,33 7 8, 2 25.823,49 22 3 2.635,74 26 2 773,6 5 3 25.526,66 2 3 2.278,29 25 2 2.97,22 28 25 4.26,45 33 3 5.495,8 37 2 2.679,36 27, 2 25 3.98,53 32 3 5.37,79 36 2 2.44,9 25 3 25 3.6,7 3 3 4.78,34 35 4 CONCLUSÕES A venda de lenha em pé, embora enha apresenado uma axa de reorno semelhane às das demais finalidades, se mosrou a mais indicada, pois apresena a melhor razão do cuso de invesimeno subsidiado. A venda da floresa em pé consiui-se em uma alernaiva renável para qualquer variação de preço e produividade aribuídas e simuladas. A venda de lenha no páio apresenou o segundo melhor reorno para a siuação específica mais favorável nesa finalidade de produção. A venda de lenha no páio apresenou o pior resulado avaliado para a siuação mais desfavorável, com a maior ampliude de variação de TIR. Essa siuação depreciaiva esá relacionada principalmene ao cuso de ranspore em relação ao mercado consumidor. Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26

Análise econômica de fomeno floresal com eucalipo... 23 Na venda em forma de carvão foi idenificado a melhor opção de venda na siuação mais favorável a esa finalidade. Ao conrário do que aconece com a venda de lenha no páio, o que mais influenciou a depreciação e as condições econômicas que deerminam a indicação ou não desa finalidade de produção foi o preço final pago ao produor. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGER, R.; TEIXEIRA JÚNIOR, R.; CARNIERI, C.; LACOWICS, P. G.; SOUZA JUNIOR, J.; BRASIL, A. A. Minimização de cusos de ranspore floresal com a uilização da programação linear. Floresa, Curiiba, v. 33, n., p. 53-62, jan./abr. 23. BRITO, J. O. Princípios de produção e uilização de carvão vegeal de madeira. Documenos Floresais, Piracicaba, v. 9, p. -9, maio 99. CEPEA. Análise econômica de projeos floresais. Informaivo CEPEA, Piracicaba, n. 48, p. -4, dez. 25. LIMA JÚNIOR, V. B. L.; REZENDE, J. L. P.; OLIVEIRA, A. D. Deerminação da axa de descono a ser usada na análise econômica de projeos floresais. Revisa Cerne, Lavras, v. 3, n., p. 86, 997. REZENDE, J. L. P.; CARDOSO JÚNIOR, L. M. C.; OLIVEIRA, A. D.; SÁFADI, T. Análise dos preços de carvão vegeal em quaro regiões no esado de Minas Gerais. Cerne, Lavras, v., n. 3, p. 237-252, jul./se. 25. REZENDE, J. L. P.; OLIVEIRA, A. D. Análise econômica e social de projeos floresais. Viçosa: UFV, 2. 398 p. SANTOS, M. J. C.; PAIVA, S. N. Os sisemas agrofloresais como alernaiva econômica em pequenas propriedades rurais: esudo de caso. Ciência Floresal, Sana Maria, v. 2, n., p. 35-4, jun. 22. Cerne, Lavras, v. 2, n. 3, p. 22-23, jul./se. 26