Graxaria Brasileira. Brasil do Biodiesel. Revista. O País está entre os maiores produtores e consumidores mundiais do combustível biodegradável



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1 Ano 4 / Edição 22 / Jul - Ago 2011 / www.editorastilo.com.br Revista Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal Brasil do Biodiesel O País está entre os maiores produtores e consumidores mundiais do combustível biodegradável

C M Y CM MY CY CMY K CAPA ed 22 D.pdf 1 11/08/11 15:37 Ano 4 / Edição 22 / Jul - Ago 2011 / www.editorastilo.com.br 2 3 Revista Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal Editorial Brasil do Biodiesel O País está entre os maiores produtores e consumidores mundiais do combustível biodegradável Edição 22 - Jul/Ago 2011 Prezado Leitor Após quase meio século de pesquisas sobre o biodiesel, muitas iniciativas para uso em testes, e o Brasil tornou-se um dos pioneiros ao registrar, na década de 80, a patente sobre o processo de produção do combustível. Segundo dados fornecidos pela ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o Brasil está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo. Em 2010, a produção anual atingiu 2,4 bilhões de litros e a capacidade instalada registrou cerca de 5,8 bilhões de litros. Atualmente, há 67 plantas produtoras de biodiesel para operação no País, correspondendo a uma capacidade total autorizada de 17.315,95 m 3 /dia. Uma série de vantagens, sob os aspectos ambiental, econômico e social, está atrelada à produção e uso do biodiesel, por se tratar de uma fonte energética sustentável. Hoje, a principal matériaprima utilizada para a sua produção, representando mais de 80% do mercado brasileiro, continua sendo a soja, seguida pelo sebo bovino. O futuro do setor depende de um novo marco regulatório e existem grupos trabalhando para avançar neste sentido. Até o final do ano haverá uma visão mais clara de como o mercado deverá evoluir. Neste mês estamos com um especial sobre o tema, confira nas próximas páginas da Revista Graxaria Brasileira. Boa Leitura! Daniel Geraldes

4 5 Sumário / Expediente Notícias Em Foco 1 Em Foco 2 Em Foco 3 Em Foco 4 Em Foco 5 Em Foco 6 Em Foco 7 De olho no mercado Índices de mercado Capa 38 6 16 18 22 26 28 32 34 36 37 Diretor Daniel Geraldes Editor Chefe Daniel Geraldes MTB 41.523 daniel@editorastilo.com.br Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 redacao@editorastilo.com.br Publicidade Luiz Carlos Nogueira Lubos comercial@editorastilo.com.br Direção de Arte e Produção Leonardo Piva graxaria@leonardopiva.com.br Conselho Editorial Bruno Montero Claudio Mathias Clênio Antonio Gonçalves Daniel Geraldes José Antonio Fernandes Moreira Luiz Guilherme Razzo Valdirene Dalmas Comitê Tecnico Cláudio Bellaver Dirceu Zanotto Lucas Cypriano Fontes Seção Notícias BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança Pecuarista. Capa: www.123rf.com Impressão Gráfica Intergraf Editora Distribuição ACF Alfonso Bovero Foco na qualidade 48 Pet Food On Line Entrevista Caderno técnico 1 Caderno técnico 2 Agenda 64 52 Ponto de Vista 65 50 56 58 Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 2384-0047 daniel@editorastilo.com.br A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral do mercado de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem de 4.200 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

6 7 Notícias RS: convênio libera R$ 31,9 milhões para a defesa sanitária animal O Rio Grande do Sul vai investir, nos próximos cinco anos, R$ 31.905.561,70 no aprimoramento do serviço de defesa sanitária animal, recurso liberado por um convênio assinado pelo governador Tarso Genro na última sexta-feira (05), em Brasília. Parte dos recursos - R$ 25.524.449,36 - serão repassados pelo Ministério da Agricultura, e o restante, correspondente a 20% do valor total, representa a contrapartida do Governo Estadual. Tarso destacou a importância dos recursos para o setor agropecuário. Acompanhado do secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, ele comemorou os resultados obtidos no Distrito Federal e lembrou que o Estado larga na frente na busca por recursos. Esse trabalho de reestruturação vai ter um reflexo extraordinário na nossa pecuária. É uma grande conquista do nosso Governo, porque nós somos praticamente o primeiro Estado a se adequar ao sistema único de saúde animal, explicou. Os objetivos deste convênio são o fortalecimento do sistema de vigilância sanitária, do controle das enfermidades dos rebanhos, da certificação sanitária, incremento das ações de fiscalização, por meio da inspeção de propriedades, animais e trânsito, com ênfase em descaminho e cadastro, ações de educação sanitária, inquéritos epidemiológicos, entre outros. Essas ações, que têm reflexo sobre todos os municípios gaúchos, garantem a condição sanitária dos rebanhos e, em consequência, o acesso das cadeias pecuárias aos mercados. Serão adquiridos veículos, promovida a adequação de Inspetorias Veterinárias com a compra de equipamentos, investimento em informatização e treinamento de pessoal. Os recursos serão investidos ao longo dos próximos cinco anos. Este ano devem ser aplicados R$ 5.596.500,58, com previsão de ações nas áreas de vigilância de doenças dos animais - febre aftosa, raiva, tuberculose, brucelose, peste suína e outras - controle de movimentação de animais, combate ao contrabando, fiscalização de propriedades e barreiras sanitárias. Também está prevista a realização do inquérito epidemiológico de tuberculose, que fornecerá subsídios para o planejamento de ações. O secretário Mainardi comemorou a conquista, estratégica para os programas da secretaria que envolvem as cadeias produtivas do setor animal. Com este aporte de recursos vamos modernizar e ampliar nossas estruturas de fiscalização e de educação sanitária, além de promover a reciclagem e o treinamento dos servidores, afirmou Mainardi. Fonte: As informações são do Governo do Rio Grande do Sul, adaptadas pela Equipe AgriPoint. Cooperativas detêm 50% do Agronegócio Partir das pequenas produções agrícolas para as cooperativas, e deste estágio avançar para verdadeiros conglomerados agropecuários, com a criação de grandes marcas e empresas. Esta é a tendência do setor agrícola no Brasil, prevê a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Hoje, mais de 50% de toda a produção agropecuária do País passam, direta ou indiretamente, por uma cooperativa. Já no patamar de grandes marcas cooperativadas, a Coopercentral Aurora, em Santa Catarina, e a Coamo, no Paraná, apostam em mais associados para continuar lançando novos produtos. Muitos não sabem, mas uma parcela expressiva do iogurte fresquinho consumido pela manhã, do filé de frango do almoço e do cafezinho da tarde é originária de cooperativas, agentes de produção fundamentais para o abastecimento do mercado doméstico. Segundo dados da OCB, já são 1.546 as cooperativas agropecuárias espalhadas pelo País, formadas por cerca de 943 mil produtores, que exportam US$ 4,4 bilhões por ano, e respondem por 37% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a tendência é ir além. O volume da produção agrícola que passa por cooperativas deve crescer em média 8% ao ano, projeta o analista de mercado da OCB, Marco Olívio Morato. Já o número de cooperativas deve ficar menor. Existe um movimento de fortalecimento desses grupos, o que indica que o intuito de união apenas para reduzir custos foi substituído pela maior profissionalização do setor, comenta. Neste sentido, o primeiro passo é diminuir os riscos do negócio e, em seguida, crescer, como fizeram Aurora e Coamo. Mário Lanznaster, presidente do grupo Aurora, conta que a marca possui 13 cooperativas anexadas, com pouco mais de 70 mil produtores, que dividem entre si os lucros da megaempresa. Já a Coamo Agroindustrial Cooperativa estima um faturamento de R$ 5,2 bilhões este ano, com incremento de 10% ante 2010. Nas exportações, o faturamento em 2011 deverá ser de US$ 1 bilhão, prevê seu presidente, José Aroldo Gallassini. Vamos criar mais produtos dentro dessa linha. Também estudamos adquirir novas indústrias. Mas isso não acontece da noite para o dia. Biodiesel valoriza o sebo bovino nacional O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) contribuiu para a valorização do sebo bovino, um subproduto da indústria pecuária nacional. A análise é do Boletim dos Combustíveis Renováveis, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério de Minas e Energia. De acordo com o documento, o biodiesel agrega valor ao sebo, cujo preço tem crescido nos últimos anos, em comparação com o do óleo de soja. Com um dos maiores rebanhos bovinos comerciais do mundo cerca de 200 milhões de cabeças - o Brasil abate cerca de 40 milhões de cabeças por ano. Hoje, o sebo bovino é a segunda matéria-prima mais utilizada na produção de biodiesel (13,8% do total no ano passado), perdendo apenas para a soja (82,0%). Além do biodiesel, o sebo bovino é destinado à indústria alimentícia, à indústria de produtos de higiene e limpeza e à produção de ração animal. Fonte: Comunicação Social com Biodiesel BR. JBS adapta curtume em Lins Após três advertências, sete multas administrativas do órgão ambiental paulista e uma ameaça de interdição, a JBS anunciou investimentos de R$ 14 milhões para adequação de sua fábrica de couros em Lins (SP). A planta receberá até outubro cinco neutralizadores de odor, na tentativa de pôr fim ao incômodo causado pelo processo industrial do couro à comunidade local. Situada entre a rodovia Marechal Rondon e a BR-154, a planta está a menos de dois quilômetros de distância da cidade. A unidade de Lins produz sete mil peles de couro por dia, sendo quase todo o volume voltado ao mercado externo. A planta, que pertencia à Bertin - adquirida pela JBS em setembro de 2009 -, tem um histórico substancioso de irregularidades O problema ocorre quando os barris são abertos. As peles vão ambientais. para o beneficiamento e o sulfeto segue em circuito interno para A primeira advertência ocorreu em 3 de agosto de 2009, um reutilização ou tratamento. Normalmente o cheiro fica contido mês antes da troca de comando da empresa. Dois dias depois na planta, mas sempre um pouco escapa, afirma Andressa Torres, veio a segunda, seguida por multas referentes à disposição de gerente de Meio Ambiente da divisão de couros da JBS. resíduos em áreas agrícolas e ao lançamento de efluentes fora Segundo ela, o inverno de 2010 foi especialmente ruim. Isso dos padrões ambientais legais. porque o ar mais denso dos dias frios faz com que o cheiro de Em janeiro do ano passado, a Cetesb, agência de saneamento enxofre fique nas camadas mais baixas de ar, sendo percebido ambiental paulista, realizou o primeiro auto de infração pela de forma inconfundível pela população. O vento de sul para emissão de odor, motivo de outras quatro multas que culminaram norte, que vai em direção à cidade, é outro complicador. Eram com a solicitação de interdição da planta e, posteriormente, um reclamações praticamente diárias, diz Andressa. Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Tamanho problema tem forçado a JBS a trabalhar em O odor tem sido o calcanhar de aquiles da JBS devido ao melhorias. O monitoramento constante de efluentes e a uso do sulfeto, produto químico que tem em sua composição o substituição do sulfeto por produtos alternativos são algumas enxofre. É o cheiro do ovo podre, explica Carlos Henrique, gerente delas. Agora, o aporte de R$ 14 milhões (R$ 4 milhões só para da Cetesb em Lins. Apesar dessa característica, ele é indispensável pesquisas ambientais por meio de convênio acadêmico, na produção do couro, que é mergulhado por 24 horas em barris exigência do TAC) pode trazer algum alívio para Lins. com o produto para a retirada dos pelos dos animais. Fonte: Valor Econômico

8 9 Notícias Rússia barra importação de carne de mais frigoríficos do Brasil A Rússia suspendeu as importações de mais 37 plantas frigoríficas do Brasil, elevando ao total de 126 as unidades processadoras que estão proibidas de exportarem ao mercado russo, disse nesta segunda-feira a agência de notícias local Interfax, citando o órgão regulador Rosselkhoznadzor. A Rússia já havia embargado as compras de 89 processadoras do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, desde 15 de junho, citando problemas com as condições de produção no país. O governo brasileiro afirma que não há base técnica para a decisão russa. Uma missão brasileira esteve no país no início de julho para discutir o assunto, mas o Ministério da Agricultura não divulgou detalhes sobre o encontro. Falha em estratégia do governo foi motivo de novo embargo russo O embargo de mais 37 plantas frigoríficas brasileiras exportadoras de carne para a Rússia, na semana passada, foi motivado por uma falha estratégica do governo brasileiro, segundo afirmou à Agência Leia uma fonte do setor. A lista de empresas embargadas foi, na verdade, feita pelo próprio Ministério da Agricultura, e o objetivo era usá-la como moeda de troca para a liberação das 85 plantas que haviam sido embargadas em junho. Assim, o governo brasileiro esperava que o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) visse essa atitude com bons olhos e interpretasse que apenas as 37 plantas listadas eram as que efetivamente apresentavam problemas sanitários e, portanto, considerasse que as 85 companhias do primeiro embargo poderiam ser liberadas do bloqueio inicial. O problema é que quando o governo russo recebeu a lista, ele apenas a somou à lista inicial de 85 empresas. Foi uma manobra desastrosa do Ministério da Agricultura. Agora o governo viu o erro que cometeu e está pedindo que o governo russo adie as restrições dessas 37 companhias, afirmou a fonte. O Ministério da Agricultura tenta reverter a situação, principalmente, porque já há produtos das 37 plantas em trânsito para a Rússia. Eles estão pedindo, ao menos, que os produtos cheguem até o porto, disse. As plantas embargadas são de vários Estados do Brasil, incluindo Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Pará, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia e Tocantins. O Brasil está tendo de lidar constantemente com embargos vindo da Rússia, mas o mercado vê as restrições como estratégia muito mais política do que sanitária. Para a decisão da semana passada, por exemplo, não foi dada nenhuma explicação específica pelo governo russo e também não foi enviada nenhuma missão a algumas das plantas listadas que justificassem a decisão. A falta de explicações também faz do primeiro embargo feito no início de junho às 85 plantas. Na ocasião, o Rosselkhoznadzor proibiu a entrega de todos os produtos de origem animal dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Na época, o secretário de Defesa Agropecuário do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, afirmou à Agência Leia que acreditava que o embargo estava revestido de motivos que iam além de questões técnicas. Causa estranheza o fato de as medidas terem sido anunciadas sem consistência técnica, repetindo argumentos anteriormente já esclarecidos, disse, na época. Para a fonte que conversou com a reportagem da Agência Leia trata-se de uma estratégia de proteção ao mercado local russo. A questão sanitária sempre é usada como desculpa para proteger o mercado doméstico, afirmou. O país tem investido na produção local de carne suína e de aves, mas ainda é muito dependente do Brasil em proteína bovina, principalmente porque o clima do país não privilegia o ciclo do animal, que é longo e mais complexo. Atualmente, o Brasil comercializa as carnes bovina, suína e de aves para a Rússia com regras definidas numa política de cotas que contempla outros parceiros comerciais do país, como Estados Unidos e União Europeia. A Rússia tem sido o principal destino das exportações brasileiras de carnes suína e bovina, produto da qual é a maior compradora individual. Apenas de carne bovina in natura o Brasil embarca, anualmente, o equivalente a US$ 1 bilhão, o que representa 25% da pauta de exportações para aquele país. Entre as empresas inseridas nas duas listas do embargo russo estão JBS, Marfrig, Brasil Foods e Minerva. A Agência Leia procurou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mas o órgão não quis comentar o novo embargo. Fonte: Agência Leia

10 11 Notícias Bovinos nos EUA As exportações americanas de carne bovina devem chegar a valores recordes neste ano, puxadas pelo forte consumo na Ásia, baixa oferta no mercado internacional e o enfraquecimento do dólar. O renascimento do setor nos Estados Unidos, depois do duro golpe provocado pelo surgimento da doença da vaca louca em 2003, acirra a competição com os produtores australianos, mas por enquanto tem pouco impacto para o Brasil. Estamos indo bem comparado com os anos anteriores, mas ainda estamos recuperando participação de mercado que perdemos com a BSE [sigla em inglês para doença da vaca louca], afirma Jim Robb, diretor da Livestock Marketing Information Center, um centro de pesquisa do Colorado. De janeiro a maio deste ano, as exportações americanas de carne bovina chegaram a US$ 2,086 bilhões, alta de 44% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Departamento de Agricultura compilados pela Federação dos Exportadores de Carne dos Estados Unidos. O volume de embarques cresceu 28%. Segundo Robb, embora os valores exportados sejam recordes, os volumes embarcados estão apenas recuperando os níveis históricos. A doença da vaca louca surgiu em 2003 e, no ano seguinte, as exportações tiveram uma queda de 82%. Muitos atribuem o impulso nas exportações ao enfraquecimento do dólar, mas analistas ouvidos pelo Valor afirmam que esse não é o fator principal. Acho que dão mais peso ao enfraquecimento do dólar que o merecido, diz Brett Suart, co-fundador da Global AgriTrends, consultoria especializada em comércio agrícola mundial. Um fator mais importante, afirma, é a queda na produção mundial de carne por quatros anos seguidos, algo inédito em muitas décadas. A Austrália enfrentou secas por oito anos, a pecuária se retraiu na Argentina devido à intervenção oficial, e a produção caiu nos EUA e no Canadá. Enquanto isso, o consumo cresceu, sobretudo na Ásia, puxado pelo aumento da renda. Mas também há efeitos da desvalorização cambial americana. A moeda que é mais importante para as exportações americanas é o dólar australiano, afirma Stuart. Cerca de 75% das exportações americanas vão para cinco mercados: Canadá, México, Coreia, Japão e Vietnã. Os EUA fornecem 44% da carne importada por esses países, enquanto a Austrália fornece 43%. De março de 2009 para cá, o dólar australiano subiu quase 70% em relação ao dólar americano. Stuart diz que o Brasil fornece muito pouco para esses cinco países - cerca de 1% das importações. Mais de metade das exportações brasileiras vai para Rússia, Irã e Egito. Os EUA vendem para a Rússia, mas os volumes não são tão representativos. Os EUA vendem sobretudo miúdos para o Egito. Apenas Hong Kong é um mercado relevante tanto para EUA e Brasil. Os Estados Unidos tomaram um pouco da fatia de mercado da Austrália na Coreia do Sul, afirma Robb. Também tomou um pouco do mercado do Brasil na Rússia, mas não considero que seja algo muito grande. Há pelo menos duas explicações para Brasil e EUA atuarem em mercados distintos: o rebanho americano é alimentado com grãos, por isso a carne tende a ter mais gordura, atendendo o gosto do consumidor asiático. No Brasil, é alimentado a pasto, produzindo uma carne mais magra. Além disso, alguns países asiáticos só adquirem carne de áreas livres de aftosa sem vacinação. O Brasil ainda vacina. Embora as exportações estejam bem, são relativamente pequenas para a indústria americana. Apenas cerca de 10% da carne do país é exportada. Os EUA são também um grande importador, sobretudo da Austrália, que fornece carne para hambúrger. A recessão fez os consumidores trocarem o bife pelo hambúrger, que é mais barato. Ainda há dúvidas sobre quanto tempo os EUA serão capazes de sustentar recordes de exportação. Robb acha que poderá haver uma desaceleração no último trimestre em virtude da queda da produção americana, que tende a elevar os preços. A alta de preços leva algum tempo para se refletir em aumento de rebanho. Esse é um ciclo que produção que leva anos, afirma. Stuart acha, porém, que o bom ciclo exportador poderá avançar em 2012 porque a oferta de carne bovina é apertada no mercado internacional, frente à demanda asiática, e o dólar americano tende a seguir fraco. Vai haver boa demanda para a carne brasileira também, diz. As exportações brasileiras só não cresceram tanto porque a demanda interna é forte. Fonte: Valor Econômico Sadia/Perdigão e Cade chegam a impasse sobre marcas BRF (Brasil Foods) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, chegaram a um impasse nas negociações da fusão entre Sadia e Perdigão por conta do uso das marcas. A fusão entre as duas empresas, que resultou na BRF, poderá ser vetada pelo conselho caso as duas partes não cheguem a uma solução para manter a concorrência em segmentos como os de pizza congelada, hambúrguer e empanado de frango. Segundo a Folha apurou, os conselheiros querem a retirada de uma das marcas em ao menos alguns mercados mais problemáticos, mas a empresa está irredutível nesse ponto. Para a BRF, contudo, abrir mão de uma das marcas premium é o mesmo que desfazer a fusão. Fontes ligadas às negociações disseram que as conversas foram divididas em três pontos, mas estes não foram detalhados. Em dois deles já existe praticamente um consenso, mas, em relação às marcas, os dois lados não conseguem chegar a um ponto comum. Esse impasse, porém, poderá levar ao insucesso de toda a negociação e ao veto do negócio pelo Cade. Consenso Um dos pontos em que já há consenso é a necessidade de a BRF, em alguns segmentos, vender cadeias inteiras de produção. Como a Folha noticiou na terça-feira, a proposta da empresa é, no caso de empanados de frango, por exemplo, repassar a um concorrente abatedouros, frigoríficos, fábricas, marcas secundárias e centros de distribuição, o que possibilitaria à empresa ter acesso a todas as etapas da produção. Anteriormente, a BRF se dispunha a vender ativos isolados, o que o Cade via como insuficiente para a empresa compradora concorrer com Sadia e Perdigão. Para o conselho, porém, a venda das cadeias não seria suficiente sem resolver a questão das duas marcas principais. Soluções específicas Apesar da divisão da negociação em três pontos principais, estão sendo estudadas soluções específicas para cada mercado, além do remanejamento de fábricas e linhas de produção. Isso porque as indústrias produzem vários itens diferentes -como congelados e laticínios, por exemplo- e em alguns deles não há problema de concentração exagerada de mercado, dispensando a intervenção do Cade. A fusão deverá ir a julgamento pelo conselho no próximo dia 13. Fonte: Folha de São Paulo

12 13 Notícias Rodopa arrenda planta em Goiás e investe no aumento da capacidade Pouco mais de um ano após iniciar seu processo de profissionalização, a Rodopa Alimentos - dona da marca Tatuibi - investe em aumento da capacidade de abate de bovinos e espera elevar em 30% seu faturamento bruto em 2011. No ano que passou, a receita da companhia foi de R$ 766 milhões. A Rodopa, criada em 1958 em Limeira (SP), pela família Bindilatti, tem três unidades em operação e acaba de arrendar (com opção de compra) um frigorífico na cidade de Goiás (GO), com capacidade de abate de 500 bovinos por dia, segundo Sérgio Longo, diretor geral executivo da companhia. A unidade, que já foi arrendada pelo Frigoestrela (hoje em recuperação judicial), entrará em atividade na segunda quinzena de agosto. Longo, que foi diretor-financeiro da JBS S.A., diz que o plano é ampliar a capacidade de Goiás e habilitar a planta para exportar à Europa. As outras unidades, em Santa Fé do Sul e Ipuã, ambas em São Paulo, e em Cassilândia (MS), têm capacidade de abate equivalente de 2.500 animais por dia. A de Santa Fé é habilitada a vender para países da lista geral e também para a Europa. Cassilândia pode exportar para os de lista geral. Além do arrendamento de Goiás, a Rodopa também investiu em ampliação das fábricas de Santa Fé e Cassilândia e na frota de caminhões. No total, os aportes somaram, segundo Longo, R$ 30 milhões. Está previsto mais para este ano, acrescenta. Os valores ainda não estão definidos. São investimentos necessários para sustentar o crescimento da companhia. Antes do começo do processo de profissionalização, a Rodopa pertencia a três irmãos da família Bindilatti, Paulo, Marcos e Rosana, que possuíam ainda revendas de automóveis, corretoras de seguros e fazendas de pecuária. No início de 2010, a família decidiu separar os diferentes negócios, e Paulo Bindilatti comprou a participação dos irmãos na Rodopa. Hoje, ele é presidente da companhia. Entre 2008 e 2009, quando o setor de carne bovina foi afetado por uma crise que levou várias companhias a pedir recuperação judicial, o faturamento da Rodopa caiu de R$ 586 milhões para R$ 526 milhões. No ano passado, quando as mudanças na gestão foram implementadas, a receita bruta subiu para R$ 766 milhões. O lucro bruto foi de R$ 111 milhões, 56% mais do que em 2009 e o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 50 milhões, mais do que o dobro dos R$ 23,7 milhões do ano anterior, segundo a empresa. Os números mostram ainda uma alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 1,09 vez no fim de 2010. A empresa fechou o ano que passou com dívida líquida de R$ 57,6 milhões e Ebitda de R$ 50 milhões. Hoje, segundo Longo, a empresa está trabalhando no alongamento de seu passivo financeiro. Dentre as possibilidades, a empresa avalia, para o segundo semestre, a emissão de um bond no mercado internacional. Com 90% de sua receita proveniente de vendas no mercado interno - especialmente pequeno e médio varejo do interior do país -, a Rodopa também busca reforçar sua atuação no food service. A origem da companhia, assim como a da concorrente Marfrig, é exatamente a distribuição. Antes de ter unidades de bovinos, a empresa terceirizava o abate dos animais e distribuía a carne com a marca Tatuibi. A Rodopa, que atua ainda em higiene e limpeza, também considera a possibilidade de uma fusão para continuar a crescer. Podemos crescer por meio de fusão, de várias formas (...). Não vamos sair comprando [ativos] para não crescer demais e ficar com demanda inferior à oferta, afirmou Longo. Em 2008 e 2009, foi justamente o excesso de capacidade num cenário de queda de demanda por carne bovina e redução da oferta de animais para o abate que detonou a crise dos frigoríficos no país. O executivo não comenta, mas o jornal Valor Econômico apurou que a Rodopa tentou uma fusão com o frigorífico Mataboi, que pediu recuperação judicial. A negociação, porém, não prosperou, segundo fontes do setor de carne bovina. Fonte: BeefPoint Balança do agronegócio registra superávit A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 34,7 bilhões de janeiro a junho de 2011. O valor representa um crescimento de 20,5% no saldo de negócios externos do setor em relação ao mesmo período de 2010, quando o total foi de US$ 28,8 bilhões. As exportações totalizaram US$ 43,1 bilhões, o que representa elevação de 23,4% em relação ao mesmo período de 2010. As importações apresentaram variação positiva de 36,8%, no mesmo período, totalizando US$ 8,3 bilhões. O incremento das exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, complexo sucroalcooleiro (etanol e açúcar), produtos florestais e café que juntos responderam por 82,4% do total das exportações foi o principal responsável pelo resultado positivo da balança. O valor embarcado dos cinco produtos foi de US$ 35,5 bilhões. Tivemos um expressivo aumento das exportações de soja em grão tanto em quantidade quanto em valor. O destaque negativo foi a queda do volume exportado de óleo de soja, produto com maior renda agregada, analisa o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira Ferraz. Na análise por destinos, as exportações apresentaram aumento para praticamente todos os continentes. A Ásia, embora tenha perdido participação em comparação a 2010, continua no primeiro lugar com 30,1% do mercado. Entre os 20 principais destinos dos produtos brasileiros, alguns países atingiram um acréscimo superior ao incremento das exportações no semestre: Argélia (+131,9%), Espanha (+73,5), Japão (+47,4%), Alemanha (+42%) e Rússia (+41%). Este último, apesar da recente suspensão de compra de carne do Brasil, ultrapassou as aquisições dos Estados Unidos e ficou em terceiro lugar no ranking de importadores dos produtos brasileiros. Nas importações, o principal crescimento ocorreu no valor adquirido da palma de óleo, que passou de US$ 142 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 289 milhões (+103,8%) nos seis meses iniciais de 2011. O setor de produtos florestais, considerado o mais importante da pauta importadora, teve elevação de 37,8% nas aquisições. O segmento lácteo também registrou forte alta, passando de US$ 149 milhões para US$ 277 milhões (+85,6%), além de ter sofrido redução nas vendas externas de US$ 76 milhões para US$ 57 milhões. O grande aumento das importações de leite em pó ocorreu devido à menor oferta interna do produto, em face da entressafra e do inverno rigoroso que estamos atravessando, justifica Ferraz. Fonte: Mapa Proteína animal para aves Atualmente proibidas, a União Europeia poderá incluir novamente proteína animal na ração de animais não ruminantes. Ou seja, o uso de proteína de suíno processada pode ser utilizado na alimentação de aves, por exemplo. Membros do Parlamento Europeu votaram a favor de um relatório - Roth-Behrendt - que recomenda a extinção gradual da proibição de alimentar os animais com proteínas animais processadas. Saiba mais clicando aqui (em inglês). As informações são do site World Poultry.

14 15 Notícias BRF define as fábricas que serão vendidas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), provocou apreensão dos funcionários e criadores integrados ligados às plantas que serão vendidas. Frangos Canção investe em ações ambientais A Brasil Foods anunciou quais são as dez fábricas e quatro abatedouros que devem ser vendidos para atender às exigências feitas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para aprovar a fusão Sadia/Perdigão, que deu origem à companhia. A empresa irá vender as unidades de São Gonçalo dos Campos (BA), Bom Retiro do Sul (RS), Lages (SC), Salto Veloso (SC); Duque de Caxias (RJ), Santa Cruz do Sul (RS), Três Passos (RS) e Brasília (DF). Além disso, irá negociar parte das plantas de Carambeí (PR) e Várzea Grande (MT) e os equipamentos industriais da unidade de Valinhos (SP). Em quatro localidades, há tanto fábrica quanto abatedouro (São Gonçalo, Três Passos, Brasília e Carambeí). A BRF também terá que se desfazer de 12 granjas, 4 fábricas de ração e 8 centros de distribuição. Além disso, será obrigada a repassar marcas, como Rezende e Doriana, assim como suspender a venda de alguns produtos da Perdigão e da Batavo por até cinco anos. O Cade determinou ainda que esse conjunto de ativos terá de ser absorvido por apenas um concorrente. O objetivo é dar escala para que a empresa compradora possa competir com a BRF. Estamos vendendo uma empresa com abrangência nacional e capacidade de concorrer conosco, disse Wilson de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF. O diretor técnico da Informa Economics/FNP, José Vicente Ferraz, diz que, apesar do esforço, não há garantia de que a nova empresa consiga concorrer com a BRF. É uma tentativa de preservar a concorrência, mas isso vai depender da qualidade de gestão de quem assumir. A BRF estima uma perda de cerca de R$ 3 bilhões no faturamento após a venda dos ativos e a suspensão das marcas - 13% da receita líquida (R$ 22,6 bilhões). Os ativos vendidos têm capacidade para produzir 730 mil toneladas de alimentos derivados de carne e 96 mil toneladas de margarinas por ano, o correspondente a 80% da capacidade produtiva da Perdigão anterior à fusão. Segundo analistas, as unidades colocadas à venda não incluem as fábricas mais modernas da Brasil Foods, localizadas em Rio Verde (GO), Lucas do Rio Verde (MT) e Vitória de Santo Antão (PE). O Cade estabeleceu o volume de vendas, mas foi a empresa que escolheu as unidades que disponibilizaria aos concorrentes. O pacote não incluiu as melhores unidades, mas a maior parte das fábricas da BRF está muito acima da média do mercado, disse um analista que preferiu não identificar. Apesar da diferença tecnológica, esse tipo de indústria ainda é muito intensiva em mão de obra e as margens operacionais das fábricas da BRF são parecidas. Segundo um outro profissional, o mais valioso é a logística de distribuição, que vai permitir acessar os clientes da BRF e mercados regionais. A empresa não divulgou onde estão localizados os oito centros de distribuição que serão colocados à venda. Pedro Herrera, analista do HSBC nos EUA, acredita que empresas estrangeiras e brasileiras terão interesse no pacote. Ele destaca que as fábricas envolvidas estão associadas a um pacote de marcas populares, como Rezende, Wilson e Confiança. Para uma multinacional que esteja interessada em entrar no mercado brasileiro e ter acesso aos consumidores emergentes do País, essa é uma oportunidade importante, disse Herrera. Boa parte dos analistas acredita que o vencedor será um player local, porque o governo não gostaria de entregar os ativos a um estrangeiro. Nesse caso, o principal interessado seria o Marfrig, que já possui a marca Seara. O JBS também estaria no páreo, pois atua no setor de frangos no exterior, mas no Brasil permanece focada apenas em bovinos. No total, as unidades colocadas à venda empregam cerca de nove mil funcionários e têm ao redor de 1.300 integrados, tanto de aves quanto de suínos, conforme a assessoria de comunicação da BRF. A lista, enviada Representantes dos sindicatos dos trabalhadores de algumas das localidades afetadas ouvidos disseram temer demissões após os seis meses durante os quais o comprador terá que manter o nível de empregos nas unidades. Já as entidades dos integrados reclamam que sequer têm garantia de prazo mínimo para a continuidade do fornecimento de animais. O prazo de seis meses sem demitir está previsto no acordo em que o Cade permitiu a compra da Sadia pela Perdigão. Em Três Passos a BRF abate 1,3 mil suínos por dia e fabrica ração para abastecer os 200 integrados da região, informou o presidente do sindicato dos trabalhadores rurais da cidade, Erhardt Hepp. A unidade produz cortes com a marca Sadia e planejava aumentar os abates para 4 mil animais/dia a partir de 2012, acrescentou. Segundo ele, a determinação da venda causou surpresa, porque no fim de 2010 a empresa havia dito que a unidade seria preservada. Agora não está claro se o comprador será obrigado a manter o número de integrados, disse. O temor é semelhante para os 363 empregados da planta de Bom Retiro do Sul, onde a BRF produz 1,9 mil toneladas por mês de embutidos das marcas Perdigão, Confiança e Batavo, afirmou o presidente do sindicato dos trabalhadores na indústria da alimentação da cidade, Pedro Malamnn. Não temos garantia de que os empregos serão mantidos após os seis meses, disse. O vice-presidente do sindicato de Santa Cruz, Renê da Rosa, também teme pelo futuro dos 400 funcionários da Excelsior, que produz embutidos. Em Carambeí, serão vendidas as linhas de abate, cortes e de embutidos suínos das marcas Perdigão e Batavo, que absorvem mil dos 4,8 mil empregados da unidade. Os demais trabalham em produtos avícolas e lácteos, que permanecerá com a BRF. A situação aqui é complexa, porque toda a estrutura de apoio, como refeitório e transportes, é unificada, disse o secretário-geral do sindicato dos trabalhadores na indústria da alimentação da cidade, Wagner Rodrigues. Em Várzea Grande, a BRF irá colocar à venda a unidade de processados. A operação de bovinos não será afetada. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Várzea Grande, Fernando Sé, a unidade da BRF é a maior geradora de impostos na cidade e uma das maiores empregadoras. As informações são da Folha de S.Paulo, do jornal O Estado de S.Paulo e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint. Diante das constantes preocupações no cenário mundial com o que diz respeito ao meio ambiente, o Grupo Frangos Canção, a principal indústria avícola da região de Maringá, vem investindo em ações constantes na área ambiental, buscando estar dentro de um conceito de indústria sustentável. O tratamento de efluentes está entre as atividades mais importantes dentro dessa questão e o Frangos Canção está investindo na ampliação e modernização de seu sistema na planta em Maringá. Hoje, a indústria atua com em um sistema primário de tratamento, que reduz a carga orgânica enviada para as lagoas de tratamento em 90%, reduzindo a geração de gás metano nas lagoas (gás de efeito estufa). De acordo com Fábio Guerlles, engenheiro ambiental do Frangos Canção, as ações que o Canção desenvolve na área ambiental são ações consistentes, que se diferenciam por serem contínuas, sempre buscando a melhoria dos processos e da qualidade ambiental do Grupo. Além do tratamento de efluentes, o Frangos Canção também investe em reflorestamento das áreas de preservação com espécies nativas da região; monitoramento das emissões atmosféricas; gerenciamento ambientalmente correto de todos os resíduos gerados pelo grupo, com acompanhamento do destino final dos resíduos. Além disso, realizamos ações voltadas à educação ambiental dos colaboradores e monitoramento de emissão de poluentes pela frota de veículos do grupo, conta Guerlles. Ainda cuidando do meio ambiente, o Frangos Canção vem realizando ações de cuidado com os corpos hídricos receptores de seus lançamentos, como o Ribeirão dos Bandeirantes, em que foram recolocados peixes em pontos estratégicos de sua extensão. Os colaboradores do Frangos Canção também tem participado do processo de conscientização ambiental. A partir de agosto, uma parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Maringá irá promover palestras e debates sobre educação ambiental para os colaboradores, focando nas questões do setor avícola. Programa Despoluir Desde 2010, o Frangos Canção estabeleceu uma parceria com a Setcamar - Maringá (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Maringá) para monitorar os níveis de emissões de poluentes na frota de caminhões do grupo. A cada 60 dias técnicos da Setcamar visitam as unidades do grupo para verificar os níveis de poluentes e certificar os caminhões. Além da questão ambiental, essa certificação também atesta que não está sendo desperdiçado combustível, o que reverte recursos para investimentos em outras ações ambientais, afirma Guerlles. Fonte: Assessoria de Imprensa Frangos Canção

16 17 Em Foco 1 Bahia combate abate clandestino de animais Bahia, graças, sobretudo, às inúmeras campanhas educativas feitas pelo órgão. O nosso público-alvo são as crianças. Precisamos e estamos inserindo a educação sanitária nas escolas. Os estudantes de hoje serão os produtores e consumidores de amanhã, pontuou. Frigoríficos Outra questão chave para combater o abate informal de animais é a construção de unidades frigoríficas no Estado, que faz parte do Projeto de Descentralização e Regionalização do abate. O secretário Eduardo Salles lembrou que a Seagri, através da Adab, assinou com 15 municípios baianos termom de compromisso para construção de unidades frigoríficas de abate. Os novos abatedouros vão se somar aos 30 existentes, ampliando o combate ao abate clandestino, disse. Com planta padrão desenvolvida pela Seagri/Adab, os abatedouros são modulares, com capacidade para abater de 30 até 100 animais por dia. Dez deles serão instalados nos municípios de Itanhém, Barra, Santa Rita de Cássia, Medeiros Neto, Valente, Iguaí, Araci, Itaberaba, Jaguaquara e Paramirim. Os outros cinco vão ser implantados em Bom Jesus da Lapa, Valença, Remanso, Morro do Chapéu e Itabuna e terão capacidade de abater pelo menos 100 animais/dia. O projeto está sendo executado em parceria com os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. De acordo com o secretário, os 15 municípios onde as novas unidades serão instaladas foram definidos depois de um estudo das zonas do Estado que mais necessitavam do equipamento, em função das distâncias dos já existentes e do rebanho da região. Dessa forma, preservamos as demandas locais. No município de Barra, por exemplo, onde estivemos essa semana realizando o Programa Seagri Itinerante e também iremos implantar um abatedouro, a carne transportada precisa percorrer 200 quilômetros para chegar ao destino de abate. Essa realidade será modificada. Os frigoríficos serão construídos com base nas exigências da Portaria 304 do Ministério da Agricultura, que regula o abate de bovinos, caprinos e ovinos, e impõe normas à construção dos equipamentos e a existência de câmaras de refrigeração. Além de ser mais barata, tendo custo em torno de R$ 1,2 milhão, quando era voz corrente que não era possível construir uma unidade de abate com menos de R$ 5 milhões, a planta padrão contempla características peculiares, como o proveitamento de carcaças e vísceras, finalizou o secretário. Com informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Agricultura da Bahia. Fonte: SAA/BA Combater o abate clandestino é uma questão de trabalho segurança alimentar, afirma o secretário estadual da Agricultura da Bahia, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, comparando a situação com a segurança pública. O ideal seria termos um policial em cada esquina, mas isso o Estado não tem como fazer. Da mesma forma, não podemos ter um fiscal agropecuário em cada distrito ou município da Bahia, um Estado com 56 milhões de hectares, dos quais 30 milhões com atividades agrícolas e pecuárias. As declarações do secretário foram feitas na abertura do 1 Encontro Baiano sobre Abate e Comércio Ilegal de Carnes, no Fiesta Convention Center, em Salvador. O evento foi promovido pelo Ministério Público da Bahia, com apoio da Agência Baiana de Defesa Agropecuária, Adab. Destacando a relevância do evento realizado para discutir o tema no Estado, o secretário disse que a educação sanitária é tão importante quanto a fiscalização. Em parceria com o Sindcarne e com a Federação da Agricultura do Estado da Bahia, Faeb, a Adab tem se empenhado em promover a edcução sanitária, realizando peças educativas nas escolas e nas comunidades, conscientizando crianças e adultos para a importância de consumir alimentos sadios. Esse encontro fortalece o de inteligência realizado pelo governo, juntamente com as entidades parceiras. Somente assim, com essa união, conseguiremos levar carne com mais qualidade para a mesa dos baianos. O secretário lembrou ainda que a Seagri/Adab desenvolveu uma planta padrão para construção de frigoríficos, com capacidade para abate de 30 a 100 animais/dia, com preço reduzido. Dizia-se que não se construía uma unidade frigorífica com menos de R$ 5 milhões. Nós conseguimos fazer uma planta que viabiliza a construção com R$ 1,2 milhão, afirmou. A planta padrão da Seagri foi validada pelo Ministério da Agricultura e tornou-se modelo para o Brasil, solicitada pelos secretários de agricultura de outros estados. O procurador-geral de justiça do Estado em exercício, José Gomes Brito, também salientou a importância de as entidades fiscalizadoras se unirem para fortalecer as ações de combate ao abate informal, e afirmou que o Ministério Público estadual continuará coibindo com veemência as atividades ilegais. Segundo o MP, o abate clandestino é responsável pela procedência de mais de 45% da carne consumida no Estado. Para o coordenador-geral da Adab, Paulo Emílio Torres, o abate não inspecionado vem diminuindo pouco a pouco na

18 19 Em Foco 2 José Roberto Mendonça de Barros: cenário é desafiador, mas Agronegócio passa por uma fase excepcional Mendonça de Barros avaliou que o PIB dos Estados Unidos já apresenta um crescimento, apesar deste ser menor do que o esperado. Isso posterga a alta dos juros e qualquer mudança na política financeira só deverá ocorrer em 2012 ou 2013, devendo manter a cotação do Dólar reduzida. Dessa forma a expectativa é que os produtos norte-americanos sigam ganhando competitividade. Apesar da situação ainda complicada, na Europa já existe crescimento após a crise de 2008 e no gráfico abaixo é possível ver indicadores econômicos que mostram crescimento nos países do norte europeu. Porém, o palestrante avalia que em países como a Grécia a situação ainda é difícil e provavelmente será preciso realizar uma reestruturação da dívida, numa situação parecida com o que aconteceu na América Latina nos anos 80. Em Bruxelas se fala em uma recuperação soft, realizando apenas o adiamento das dívidas. Ação que acho que não será suficiente para resolver o problema, completou. No final de maio, o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados - que foi Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1995 a 1998) e Secretário Executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República (1998) - apresentou a palestra Cenários da macroeconomia e o agronegócio, no Seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012, organizado pela BM&FBovespa. O palestrante iniciou sua apresentação com a seguinte pergunta: O crescimento mundial está mais moderado? Segundo Mendonça de Barros, estamos passando por um momento onde temos uma consolidação da recuperação da economia norte-americana. Na Europa a situação segue complicada, para ele esse ainda é o maior risco para o cenário de recuperação gradual da economia mundial. Enquanto na China o crescimento continua bastante acelerado, com mudanças importantes em andamento no mercado de trabalho chinês. Entretanto, este cenário ficou mais complicado e incerto desde os eventos no Oriente Médio e com a divulgação de indicadores de atividade mais moderados nos EUA, sugerindo um crescimento mais lento do que o imaginado para 2011. José Roberto Mendonça de Barros ainda pontuou que nos países emergentes existe uma piora em relação à inflação, pois estamos observando que existe um choque de oferta num momento em que a demanda segue aquecida e na opinião dele este desequilíbrio deve continuar. Apresentando uma série de dados da economia norteamericana, ele mostrou que mesmo tendo uma lenta recuperação, a situação dos EUA está melhorando. Existe melhora na renda da população, aumento da renda agrícola e recuperação no valor das ações das empresas norteamericanas.

20 21 Em Foco 2 2- crescimento das exportações das cadeias de commodities agrícolas, mineração e produtos naturais; 3- crescimento dos investimentos privados (Petrobras, Copa do Mundo e Olimpíadas). custos de transporte. De qualquer forma ele avalia que o Agronegócio, de maneira geral, passa por uma fase excepcional. Cenário Alternativo Na Ásia o crescimento deve continuar bastante acelerado. Mendonça de Barros avalia que na China não deve ocorrer desaceleração do crescimento, já que o Banco Central do país é controlado pelo Governo e este tem pavor de manifestações populares como as que ocorreram no Oriente Médio. Assim, eles devem combater o desemprego e a economia vai crescer 7,5% como é esperado. Segundo levantamento do banco central chinês, o salário médio real na China subiu 9% em 2010 em relação ao ano anterior. Isso pode ser prejudicial para a inflação, mas vai a favor de maior participação do consumo no país. Como fatores que podem limitar este crescimento estão os desequilíbrios macroeconômicos crescentes, causados pelo aumento do consumo; e a perda da competitividade, causada pelo aumento do chamado custo Brasil, forte valorização do Real, baixa eficiência do setor público, alta tributação, péssima infraestrutura, falta de mão de obra qualificada e ausência de reformas e avanços institucionais. Mendonça de Barros dividiu o setor produtivo brasileiro em 3 Classes: 1- Produtores de commodities; que estão se saindo bem, pois os preços internacionais estão em alta; 2- Serviços; que tem apresentado elevação dos custos; 3- Industriais; que tem que enfrentar indústrias mais competitivas em outros países e estão trabalhando com margens reduzidas. Em 2010 foi fácil vender, mas difícil entregar, comentou o palestrante. Segundo ele faltou mão de obra, os custos foram elevados e as margens recuaram. Assim foi preciso repassar esse Pensando no mercado doméstico, Mendonça de Barros acredita que a demanda interna também seguirá crescendo e a procura por produtos de maior qualidade e diferenciação será cada vez mais marcante. Por outro lado ele frisou que a infraestrutura continuará afetando a oferta regional de alimentos e produtos do Agronegócio. Nesse ponto saem ganhando a região do Mapito e do oeste da Bahia; as regiões tradicionais do sudeste continuarão com vantagens pela proximidade dos portos e das grandes cidades; já o Mato Grosso e outras regiões distantes continuarão negativamente afetadas pelos Apesar do cenário mais provável ser bastante otimistas, o palestrante propôs uma situação alternativa onde o crescimento da China desacelera. A questão mais substantiva entretanto, se coloca com a seguinte questão: irá a China ultrapassar os Estados Unidos ou seguirá a trajetória do Japão?, questionou Mendonça de Barros. A economia americana segue derrapando, agora pelo peso do excesso de endividamento e do ajuste fiscal e a zona do Euro enfrenta maiores problemas. Neste cenário o ciclo de alta das commodities se reverte. Entretanto, existirá uma certa compensação pela subsequente desvalorização do Real, ou seja, o Real mais fraco poderia compensar uma retração nos preços internacionais. André Camargo é Zootecnista, formado pela FZEA - USP, cursou MBA em Agronegócios na Esalq - USP, trabalhou com gerenciamento de fazendas de gado de corte em SP e MS e atualmente é Analista de Mercado do BeefPoint. aumento de custos para o consumidor. Isso gera problemas para a economia e o Governo tardou a perceber esses problemas. De qualquer forma, este é um cenário doméstico bom, mas é um cenário desafiante, comentou. Impactos sobre o Agronegócio Na avaliação de José Roberto Mendonça de Barros neste cenário os preços internacionais devem continuar elevados, a demanda seguirá crescendo pela elevação da população e pelo crescimento da renda das famílias levando a entrada de novos consumidores no mercado. A volatilidade também deve continuar elevada, com os problemas climáticos se tornando mais recorrentes e o fundos Assim Mendonça de Barros concluiu que no cenário internacional, financeiros assumindo papel cada vez mais importante. Segundo o mesmo com EUA crescendo menos que o esperado, dificuldades na palestrante, esses fundos respeitam os fundamentos dos mercados, Europa, a economia mundial deve crescer em ritmo lento e na sua mas se movimentam muito rapidamente, entrando e saindo com opinião o cenário é otimista. agilidade de determinados mercados e isso acaba influenciando o Ele acredita que o crescimento mundial deverá ser da ordem de movimento dos preços. 4,0% ao ano, os países do G7 devem crescer por volta de 2% ao ano e O preço do petróleo também seguirá alto. Projetamos um preço a China em torno de 8,0%. Para o Brasil a hipótese mais provável é um médio entre 100 e 110 dólares por barril. Com isto a pressão nos crescimento por volta de 4,5% a.a. preços de fertilizantes e nos custos de transportes será importante, Como alavancas do crescimento da economia brasileira o bem como continuará a haver suporte para o etanol. palestrante elencou 3 pontos: Em algum momento de 2012/13 o juro americano vai subir e o Real brasileiro irá ser desvalorizado, trazendo melhoras na 1- continuidade do aumento do consumo da classes C; competitividade das empresas brasileiras.

22 23 Em Foco 3 Onde estamos após um ano da lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos de transportes, mineração, industriais e agrossilvopastoris, considerando também como se dará a inserção de catadores de materiais recicláveis e o pagamento por serviços ambientais. Esse trabalho resultará na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que depois passará por um processo de audiência pública, na qual receberá contribuições da sociedade. Independentemente dos trabalhos que serão realizados pelos comitês acima mencionados, a lei é clara e tem metas, que embora difíceis de serem atendidas precisam ser cumpridas, pois trata-se de lei sancionada e regulamentada. Evidentemente que os setores organizados podem contribuir para a discussão das regras da logística reversa e de como se inserem no plano de gestão da PNRS e quanto mais cedo compreenderem isso melhor se situarão frente à lei. Por sua vez, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos a ser elaborado pela União tem uma natureza complexa por envolver vários atores da sociedade, do produtor ao consumidor, envolvendo o poder público e o setor empresarial. A partir desse diagnóstico estados e municípios vão montar seus planos de gestão dos resíduos que terão um horizonte de 20 anos reavaliados a cada quatro anos. A lei propõe a redução, reutilização e reciclagem de lixo, linhas de créditos, cooperativas, coleta do resíduo industrial através da logística reversa, pagamento por serviços ambientais entre outros mecanismos de gestão integrada e compartilhada do lixo. Aplicam-se aos Resíduos Sólidos, além do disposto na lei 12.305 e seu decreto 7.404, as leis nos 11.445 de 2007, 9.974 de 2000 e 9.966 de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Entre as definições, o RSU não é mais considerado como lixo, visto que, o que não pode ser aproveitado na cadeia do reuso ou reciclagem, a lei define como rejeito. Não cabe mais, portanto, a denominação de lixo para aquilo que sobra no processo de produção ou de consumo. Os resíduos sólidos urbanos (RSU), constituídos por restos de alimentos, matérias orgânicas, embalagens descartadas, plásticos, objetos inservíveis quando separados em materiais secos e úmidos, passam a ser resíduos recicláveis. A lei se refere aos resíduos quanto a origem: doméstico, urbano, saneamento básico, industrial, construção civil, eletroeletrônico, lâmpadas de vapores mercuriais, agrosilvopastoril, da área de saúde, do transporte, mineração e perigosos (inflamáveis, corrosivos, tóxicos, patogênicos, que apresentem risco a saúde publica ou ambiente). Pontos de preocupação especifica são também relacionados com os resíduos de construção e demolição e os resíduos de serviços de saúde. Um princípio fundamental da lei determina o poluidor - pagador e o protetor - recebedor. Isso responsabiliza todo o poluidor e, associado aos planos de gestão, permitirá a cobrança de taxas do plano de gerenciamento de resíduos. Nos instrumentos da PNRS constam estímulos à pesquisa tecnológica, Claudio Bellaver QualyFoco Consultoria Ltda bellaver@qualyfoco.com.br Depois de duas décadas, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) deixou de ser projeto para tornar-se, finalmente a lei Nº 12.305. A sanção presidencial dessa lei foi em 02 de agosto de 2010 e com ela instituiu-se a PNRS, sendo regulamentada através do Decreto Nº 7.404 em 23/12/2010. Nesse decreto cria-se o comitê orientador para a implantação dos sistemas de logística reversa e o comitê interministerial da política nacional de resíduos sólidos. O comitê orientador da logística reversa reúne cinco ministérios e terá a função de definir a estratégia de implantação, além de cronogramas e metas. O comitê interministerial de coordenação da PNRS, com representantes de doze pastas do governo federal, será responsável por elaborar uma versão preliminar do plano nacional de resíduos sólidos. No comitê da Logística Reversa, todos os envolvidos na cadeia (importador, fabricante, distribuidor, comerciante e o consumidor) são responsáveis pela restituição dos resíduos sólidos ao seu local de origem, para reaproveitamento ou destinação final adequada. Para isso, o governo fará acordos setoriais com as empresas. Primeiro será lançado um edital, construída uma proposta e realizada uma consulta pública. Depois, o governo emite um decreto regulamentado o setor, com abrangência nacional. Os seis tipos de produtos sujeitos à logística reversa são: pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; eletroeletrônicos e seus componentes; e agrotóxicos. Já o comitê interministerial da PNRS analisará o documento do IPEA com diagnóstico de algumas metas para diferentes cenários estudados e propostos por Grupo de Trabalho formado especificamente para análise da PNRS. O trabalho reúne um conjunto informações, dados e metas propostas para os cenários dos resíduos sólidos, da construção civil, dos serviços de saúde,

24 25 Em Foco 3 incentivos fiscais, financeiros e creditícios. Prevê que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A recuperação energética e o tratamento dos RSU são permitidos desde que tenha sido comprovada sua viabilidade... A lei propõe a redução, reutilização e reciclagem de lixo, linhas de créditos, cooperativas, coleta do resíduo industrial através da logística reversa, pagamento por serviços ambientais entre outros mecanismos de gestão integrada e compartilhada do lixo... técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. É preciso clareza sobre os diferenciais entre queima e incineração e geração de emissões atmosféricas. Assim, em adição a separação e classificação dos RSU por peneiras, magnetos, ondes eletromagnéticas, balística, é preciso o monitoramento dos gases emitidos pelo sistema. No caso da fração orgânica do RSU é a viabilidade do sistema ficará facilitada se for considerado o arranjo produtivo local (APL), que pode interagir com a PNRS viabilizando plantas de reciclagem com recuperação energética. Nesse sentido os resíduos orgânicos industriais e agrícolas, bem como culturas energéticas devem ser considerados e aqui se insere o parceiro Agro, via produção de biogás industrial e compostagem acelerada. Porém, segundo a Abrelpe a gestão de resíduos sólidos no Brasil ainda encontra diversos obstáculos, principalmente nos grandes centros urbanos onde há um aumento da geração de RSU, sem o aumento respectivo na correta destinação do RSU. Entretanto, todos os 5.565 municípios tem responsabilidade similar frente à lei 12.305, respeitadas as diferenças regionais. As novas disposições trazidas pela PNRS exigem por parte dos municípios, uma postura muito diferente da que vem sendo adotada. A modernização do setor por meio de novos sistemas e tecnologias se faz necessária para que os objetivos da lei sejam alcançados. Obviamente, o sucesso também está vinculado a uma política clara de incentivos e estímulos, tanto do governo federal como dos governos estaduais e municípios que, por sua vez, deverão buscar soluções conjuntas e regionalizadas, por meio dos consórcios públicos e/ou privados. Além disso, as soluções para o cumprimento das novas diretrizes da PNRS devem ser estruturadas com uma perspectiva de longo prazo, plena adequação ambiental e atualização tecnológica, o que demanda a utilização de capital intensivo para investimento e operacionalização, o que pode ser integralmente suprido com a adoção do modelo de Parcerias Público-Privadas (PPP s). Para resolver os problemas relacionados aos resíduos sólidos, não há solução única, não há medidas isoladas e nem planejamento e solução através de apenas um ponto. Os desafios somente serão superados com ações integradas, uma vez que a gestão de resíduos é um processo, composto de sistemas conectados com uso de tecnologia intensiva. Nos últimos anos se constata que a politica mais eficiente para a gestão de resíduos é a integração de ações conectadas entre si, como: redução dos resíduos gerados; utilização e reutilização dos produtos; separação das frações dos resíduos e encaminhamento para processos de reciclagem; recuperação da energia contida nos resíduos cuja reciclagem não for viabilizada; e implementação do tratamento e destinação que traga consigo a melhor tecnologia disponível com custo que seja acessível pela população a ser servida. Por todos esses motivos e também por imposição legal, as novas práticas deverão estar respaldadas nos Planos de Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme o caso, os quais, dentre outros fatores, deverão indicar os procedimentos operacionais para adoção da ordem de prioridade e hierarquia da gestão de resíduos. As autoridades responsáveis devem adotar práticas preventivas na geração de resíduos e não apenas direcionar esforços na solução do problema em seu estágio final, mas, sobretudo, identificar e viabilizar fontes de recursos para financiar ações exigidas, estabelecendo um modelo de custeio que permita as mudanças decorrentes. É impulso eficaz, para quebrar-se o paradigma existente e propiciar a mudança migrando-se de uma filosofia de gestão do lixo para a filosofia da gestão de recursos, claro que, com agregação de valor econômico.

26 27 Em Foco 4 mais de um sócio. Essa realidade é extremamente comum, como exemplo, nas pequenas casas de carnes em que muitas vezes o empreendedor indica a companheira, sogra ou amigo próximo para figurar como quotista de uma quota apenas. Alguns sequer lembram que eram sócios quotistas. Pois bem. Com a edição da Lei no. 12.441 de 11 de julho de 2011 foi criada a possibilidade de constituição (ou transformação) de sociedade de único sócio (EIRELI Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) que, como o próprio nome diz, poderá funcionar com apenas um quotista. As exigências básicas da nova lei, que altera o Código Civil, são:...bastará que essa empresa solicite seu registro para EIRELI e passe a viver com único quotista... Sociedade de um só Uma nova realidade para os pequenos negócios e sua implicação para o segmento das graxarias Piraci Oliveira - Advogado Há muito se discutia a necessidade de alteração legal para capital apenas para que a empresa possa ser levada o registro, que um empreendimento, notadamente os menores, pudesse fruto, como antes dito, de exigência legal que não se coaduna ser formalizado com único sócio afetando a não recomendável, com o mundo globalizado e competitivo que ora se apresenta. mas legalmente válida, obrigação de haver ao menos duas Esse anacronismo, não raro, trazia sérias complicações para pessoas naturais para constituição de empresa. esses sócios que apenas emprestavam seus nomes e, anos No mesmo sentido, não é nova a discussão acerca da depois, se deparavam com processos e dívidas em nome da possibilidade de única pessoa (empreendedora) poder destinar empresa com repercussão sobre o patrimônio pessoal. parte de seus haveres para determinada atividade empresarial, A hipótese trabalhista, a que mais atropela comandos com a segurança jurídica de que seus bens pessoais não se protetivos das pessoas naturais que detém reduzido capital, é confundiriam com os riscos e consequências da atividade viva mostra desse destempero existente. explorada. O reverso da moeda é encontrado quando esse mesmo Desnecessária a lembrança de que quanto mais o legislador sócio de favor possuía pendências creditícias que muitas vezes facilitar a abertura de pequenos negócios, mais estará impactavam negativamente no cotidiano da empresa. colaborando com a geração de empregos e circulação de Com a integração do mercado financeiro, se um dos sócios riqueza. possuírem informações desabonadoras poderá trazer sérias Bem conhecemos os sócios de favor (vulgarmente complicações para a sociedade, novamente, com o perdão da chamados de laranjas ) que detêm, muitas vezes, uma quota do repetição, pela exigência de se figurar no contrato social com (i) capital totalmente integralizado não inferior a 100 salários mínimos (atualmente 54 mil e 500 reais); (ii) inserção da expressão EIRELI após a denominação social; (iii) que o sócio individual tenha apenas uma empresa nessa condição. O texto legal traz vacância de 180 dias para vigência, logo, apenas a contar de 08 de janeiro de 2012 é que os órgãos de registros poderão aceitar as alterações, que independerá de justificativa para transformação de empresas já existentes. Ser-lhe-á aplicável, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas, especialmente quanto à limitação de responsabilidade do sócio, respeitada, obviamente, as regras contidas no art. 50 do Código Civil no que tange à desconsideração da personalidade jurídica. Some-se a esse fato que no interregno de 180 dias haverá a regulamentação da atividade que, certamente, elucidará dúvidas ainda existentes, como a possibilidade dessa empresa ser sócia de outra, ou a adoção para empresas de profissão regulamentada. A consequência prática mais objetiva se opera nas sociedades que perdem um sócio e que, no passado, tinham 6 meses para substituição sob pena de extinção. Agora, com a nova regra, bastará que essa empresa solicite seu registro para EIRELI e passe a viver com único quotista. Extrai-se da lei, ainda, que somente o patrimônio social da empresa individual (EIRELI) responderá pelas obrigações contratadas, inexistindo confusão entre o patrimônio da pessoa jurídica com o do empreendedor. Doravante, sem a necessidade de buscar outro sócio para poder figurar no contrato, a formalidade das operações deve aumentar, trazendo, como corolário, segurança jurídica ao setor. Aguardemos.

28 29 Em Foco 5 FAO: previsões para o mercado internacional de carnes De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre previsões para o mercado de carnes, as menores ofertas pressionarão os preços a novos níveis recordes. Em maio de 2011, o índice de preços de carnes da FAO alcançou um novo recorde de 183 pontos. Os preços internacionais de todas as carnes se mantiveram firmes desde janeiro. O fortalecimento dos preços reflete principalmente fatores direcionados pela oferta, incluindo condições climáticas adversas no final de 2010, reconstrução de rebanhos, doenças animais e maiores custos dos insumos que, virtualmente, levou a uma parada no crescimento da produção global. Visto de uma perspectiva de 12 meses, as carnes ovina e bovina tiveram fortes crescimentos que, baseados em seus respectivos índices de preços, aumentaram em 38% e 20%, respectivamente, desde maio de 2010. A limitada disponibilidade de exportação em países tradicionalmente fornecedores, combinada com uma forte demanda de importação, deverá manter uma tendência de alta nos preços mundiais das carnes em curto prazo. Ao mesmo tempo, os altos preços do grãos continuam a limitar a lucratividade do setor. Carne bovina Produção fica estagnada pelo terceiro ano consecutivo Os baixos estoques de animais e os altos preços deverão caracterizar o setor de carne bovina em 2011, como ocorreu em 2010. A produção global de carne bovina deverá estagnar em 65 milhões de toneladas, limitada pelas previsões de declínio de 1% na produção em países desenvolvidos, que são responsáveis por 45% da produção global. A contração reflete a situação no Canadá e nos Estados Unidos, que começaram esse ano com pequenos rebanhos bovinos, baixa reposição de novilhas e ofertas menores de alimentos. Do outro lado do globo, os estoques de gado afetados pelo clima na Austrália e Nova Zelândia estão voltando ao normal, mas a reconstrução do rebanho está reduzindo os abates e a produção. Se recuperando de um declínio de quase 2% em 2010, a produção de carne bovina na América Latina e Caribe está aumentando, com o crescimento da produção no Brasil, segundo maior produtor do mundo, mais que compensando a persistente queda no setor de carne bovina da Argentina, que já perdeu 3.500 empregos nos últimos anos. A única incerteza relacionada à forte previsão para o setor brasileiro se refere à possibilidade de remoção de plantas brasileiras de carne da lista de frigoríficos aprovados para exportar para a Rússia. Na Argentina, a reconstituição de rebanhos reduzidos e as contínuas incertezas relacionadas à regulamentação do Governo estão prejudicando as previsões de produção, apesar de os preços dos animais vivos terem quase dobrado. No México, os preços domésticos estão 10% menores do que nos Estados Unidos, o que está promovendo um comércio de gado entre os dois países, resultando em um aumento somente marginal na produção de carne bovina mexicana. A produção de carne bovina na Ásia deverá estagnar em 2011. Apesar de os preços médios da carne bovina na China terem atingido um pico no final de 2010, os abates e, consequentemente, a produção, deverão cair, à medida que os produtores de leite lutam para reconstruir seus rebanhos após o escândalo de contaminação do leite com melamina ter afetado todo o país em 2008. No Paquistão, a produção deverá cair em 2%, uma consequência das perdas de animais por causa das enchentes ocorridas no ano passado. No Japão, as províncias no nordeste afetadas pele terremoto, seguido por um tsunami e por uma explosão radioativa, representam 10% do rebanho bovino do país. Apesar de não ter sido feita nenhuma estimativa oficial de perdas, a FAO previu que a produção no país cairá em 5% em 2011, principalmente como consequência do desastre. Na Turquia, as previsões de uma competição mais intensa de produtos estrangeiros após um relaxamento nas barreiras de importação, deverão prejudicar o crescimento do setor. Na Coréia do Sul, apesar dos abates de bovinos relacionados à febre aftosa no final de 2010, os números de animais estão próximos a níveis recordes, o que, combinado com um relaxamento nos controles de movimentos animais, deverá estimular a produção de carne bovina. Na Indonésia, o apoio do Governo, que está buscando auto-suficiência na produção de carne bovina, deverá sustentar uma expansão da produção, apesar de uma redução na cota de importação de bovinos em pé de 700.000 cabeças em 2010 para 500.000 cabeças nesse ano. Na Índia, a forte demanda de exportação por carne de búfalo de baixos preços impulsionará maiores abates e produção. O clima favorável na África está resultando em boas colheitas de cereais e adequada produção de forragens, mas as condições de seca em partes do leste africano, particularmente Etiópia, Quênia, Somália e Uganda, estão levando à escassez de pastagem e água, maior mortalidade de animais e ocorrência de doenças, à medida que os produtores movimentam seus animais em busca de forragem. De forma feral, a produção de carne bovina da região deverá permanecer em torno de cinco milhões de toneladas. Balanço Mundial Produção Carne bovina Carne de aves Carne suína Carne Ovina Comércio Carne bovina Carne de aves Carne suína Carne Ovina INDICADORES DE OFERTA E DEMANDA Consumo per capita de alimentos: Mundial (kg/ano) Desenvolvidos (kg/ano) Em desenvolvimento (kg/ano) Índice de preços da carne da FAQ (2002-2004 = 100) Mercados mundiais de carnes 2009 283.2 64.9 93.6 106.3 12.9 25.2 7.2 11.1 5.8 0.9 41.3 78.0 31.1 2009 133 2010 estim. 290.6 64.9 98.0 109.2 13.0 26.2 7.5 11.5 6.1 0.8 41.9 78.4 31.8 2010 Apesar dos altos preços, as previsões de comércio de carne bovina são boas O comércio mundial de carne bovina deverá se expandir em 2%, para 7,7 milhões de toneladas em 2011, impulsionado pela demanda de importação nos países que enfrentam rápido crescimento econômico ou escassez de produção. As importações na Ásia deverão expandir-se em 5%, direcionadas pela forte demanda no Japão, Malásia e Coréia. As compras deverão aumentar em Taiwan, apesar da introdução de novos procedimentos de testes de resíduos que criaram incertezas consideráveis. As vendas de carne bovina aos países do Oriente Médio, com exceção do Egito, também deverão aumentar. Isso também deverá ocorrer na Turquia, atualmente um importador marginal de carne bovina, onde os altos preços domésticos impulsionaram o Governo a remover a barreira ao gado em pé e às importações de carne bovina no final do ano passado. 152 2011 previsão 294.0 65.0 100.2 110.0 13.1 26.8 7.7 11.7 6.4 0.8 41.9 78.4 32.0 2011 175 Variação 2011 com relação a 2010 million tonnes % 1.1 0.2 2.3 0.7 0.5 2.4 1.9 1.6 5.0 0.8 0.1 0.0 0.5 Var: Jan-Mai 2011 com relação Jan-Mai 2010 % 19.9

30 31 Em Foco 5 Em contraste, na Indonésia, as importações podem cair para cerca de 100.000 toneladas, após um corte na tarifa preferencial de 120.000 toneladas em 2010, para 72.000 toneladas nesse ano. Fora da Ásia, os maiores volumes de carne bovina deverão ser importados pela União Europeia (UE), Rússia e Venezuela, enquanto as importações podem declinar no Canadá, Egito, México e Estados Unidos. As exportações do Brasil e dos Estados Unidos, que fornecem um terço do comércio mundial, deverão aumentar em 2011. Os maiores ganhos deverão ser obtidos pelos Estados Unidos que, beneficiandose de um contínuo enfraquecimento do dólar e da reabertura de mercados anteriormente restritos por causa da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), poderão expandir os envios em 8%, um desenvolvimento histórico com potencial de transformar o país em um exportador líquido. Após três anos de declínios devido à forte demanda doméstica e ao fortalecimento da moeda, as exportações do Brasil, ainda o maior exportador mundial, aumentarão em resposta à demanda de países do Oriente Médio e Sudeste da Ásia. O Canadá também deverá expandir as vendas após a reabertura do mercado chinês à carne canadense e ao maior acesso à nova cota da UE para carne bovina de alta qualidade livre de hormônios. As exportações da Austrália, segundo maior exportador, deverão cair levemente, limitadas pelas baixas ofertas. Por outro lado, o Paraguai, um exportador não tradicional da América do Sul, deverá se beneficiar da recente certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de país livre de febre aftosa com vacinação. As exportações do país poderão alcançar as da Argentina, que continuam com uma queda de dois anos. A Índia deverá capitalizar sobre seus menores preços de carne de búfalo congelada para expandir as exportações, assim como o Paquistão, apesar da menor produção devido às recentes enchentes, à medida que ambos os países respondem à firme demanda nos mercados do Oriente Médio. Na África, os surtos de febre aftosa em Botsuana e África do Sul no começo de 2011 resultaram em barreiras às exportações e abates de animais, que reduzirão as vendas de carne bovina dos dois países em 2011, mas também se traduzem em maiores preços em alguns mercados tradicionais. ESTATÍSTICAS DE CARNE BOVINA (1000 toneladas, equivalente peso carcaça) Produção Importações Exportações Utilização 2010 estim. 2011 previsão 2010 estim. 2011 previsão 2010 estim. 2011 previsão 2010 estim. 2011 previsão ÁSIA China Índia Indonésia Irã Japão Coréia Malásia Paquistão Filipinas 15.279 5.617 2.602 454 380 514 247 28 1.470 287 15.316 5.517 2.722 465 385 488 298 29 1.435 290 3.086 437 1 120 265 714 320 155 4 120 3.251 489 1 100 300 728 350 165 3 130 930 104 716 1-6 2 6 25 2 1.024 120 795 1-7 1 7 20 2 17.422 5.949 1.887 574 645 1.212 563 177 1.449 405 17.510 5.886 1.928 564 685 1.209 610 187 1.418 418 AFRICA Argélia Angola Egito Africa do Sul 5.036 129 87 330 780 5.040 130 87 330 760 573 85 60 277 15 523 90 60 2210 20 104 - - 5 7 87 - - 5 4 5.506 214 147 602 788 5.476 220 147 535 776 AMÉRICA CENTRAL México 2.472 1.751 2.514 1.775 406 300 396 290 241 100 263 117 2.638 1.951 2.647 1.948 AMÉRICA DO SUL Argentina Brasil Chile Colômbia Uruguai Venezuela 15.245 2.667 9.389 215 940 580 418 15.442 2.560 9.642 220 950 585 420 343 3 40 177 2 1 108 379 3 45 186 2 1 130 2.455 270 1.472 7 110 321-2.514 245 1.511 7 129 324-13.133 2.400 7.957 385 832 260 526 13.307 2.318 8.176 399 823 262 550 AMÉRICA DO NORTE Canadá EUA 13.320 1.272 12.048 13.287 1.275 12.012 1221 235 982 1.169 232 933 1.567 488 1.079 1.657 495 1.162 13.033 1.019 12.010 12.796 1.019 11.782 EUROPA UE Rússia Ucrânia 10.739 7.895 1710 450 10.625 7.816 1670 447 1401 436 832 12 1440 450 854 12 499 335 5 21 449 295 5 23 11.641 7.996 2.537 441 11.616 7.971 2.519 436 OCEANIA Austrália Nova Zelândia 2.796 2.120 656 2.792 2.173 600 52 10 11 55 10 11 1.742 1.255 485 1.688 1.249 437 1.106 875 182 1.159 934 174 MUNDO Países em desenvolvimento Países desenvolvidos LIFDCs LDCs 64.887 35.238 29.649 16.602 3.060 65.016 35.556 29.460 16.647 3.101 4083 3525 3558 877 106 7.214 3.644 3.570 834 108 7.536 3.716 3.820 1.076 2 7.682 3.876 3.806 1.160 2 64.480 35.045 29.435 16.403 3.164 64.510 35.290 29.220 16.320 3.206 LIFDCs * países de baixa renda com déficit alimentar LDCs ** países pouco desenvolvidos

32 33 Em Foco 6 Darling Harbour - Sydney 27-29 Julho 2011 11th International Symposium Investing in the Rendering Industry Nos últimos 27, 28 e 29 de julho de 2011 foi realizado em Sydney, Austrália o 11º Simpósio Internacional da Indústria de Processamento de Subprodutos Animais pela ARA (Australian Renderers Association). O tema do evento foi : Investindo na Indústria de Graxaria e o objetivo do programa de palestras e discussões poderia se resumir em como obter o máximo de resultados de uma empresa de processamento de subprodutos. O evento foi dividido em blocos: Perspectivas Globais, Investimentos e Oportunidades, Inovações, Foco no Cliente, Meio Ambiente e Sessão Técnica da WRO. A primeira atividade foi a reunião anual da WRO ( World Rendering Organization ) na tarde de 27/07 onde assuntos de representatividade dos interesses dos processadores de subprodutos animais a nível global foram apresentados. Houve também o encerramento da gestão do sr. Alan von Tunzelman como presidente da instituição e a posse do americano David Kaluzny. Na manhã de 28/07 o tema foi Perspectivas Globais e os palestrantes, especialistas na produção, consumo e comportamento de preços de gorduras animais e vegetais, proporcionaram uma visão global sobre o volume e a origem da produção dos principais tipos de gorduras, o consumo das mesmas por suas utilizações e destinações geográficas além das tendências mercadológicas (preços) para estes produtos. As apresentações e respectivos palestrantes foram: A previsão para os mercados de gorduras animais e vegetais por Dorab Mistry - Godrej International (Índia/Inglaterra); Sebo pela perspectiva da União Européia por Jo de Roover - Oleon (Bélgica); Demanda Chinesa por produtos de graxaria por Frank Ji - Gardner Smith (Austrália/NZ/China) e Mercados de pecuária bovina e graxaria nas Américas por Guilherme Melo - Rabobank Brasil (Brasil). Na tarde de 28/07 Investimentos e Oportunidades foi o tema abordado. Desta vez buscou-se verificar as tendências de investimentos em diferentes partes do mundo assim como identificar as oportunidades que norteiam estas tendências. As discussões giraram em torno do investimento na atividade sob o ponto de vista de crescimento do negócio, a procura de novos produtos e mercados, o controle de custos e energia e o atendimento às demandas ambientais. Apresentações e palestrantes: Investimento para o crescimento por Erika Weltzein - Rothsay & Maple Leaf Agri- Farms (Canadá); Estratégias de investimentos para controle de custos por Cam Wilkinson - A.J. Bush & Sons (Austrália); Impacto global dos combustíveis renováveis por Heather Brodie - Biofuels Association of Austrália (Austrália) e Estratégias de investimentos no setor de processamento no Brasil por Alexandre Ferreira - Profat (Brasil). Enquanto no primeiro dia o aspecto estratégico dominou as sessões, para o dia 29/07 a ênfase foi técnica e mercadológica. Foram duas sessões pela manhã e duas à Tarde. O primeiro bloco do dia foi o de Inovações, que trouxe alguns dos últimos desenvolvimentos implantados em empresas australianas. Casos reais de idéias postas em práticas pelos industriais para melhorar seus negócios. Apresentações e palestrantes: Prevenção de incêndio em moinhos de martelos por Bill Trollope - Keith Engineering (Austrália); Medição de fluxo de farinhas de origem animal por Gwyn Askham - Kemin (Austrália); Mais com menos: consumo de energia otimizado para graxarias por David Kassulke - A.J. Bush & Sons (Austrália); Registro de dados do processamento em tempo real por James Kelly - Swift (Austrália). Em seguida, a sessão Foco no Cliente objetivou mercados especiais para gorduras e farinhas animais e os palestrantes apresentaram idéias de como melhorar os resultados produzindo produtos diversificados para nichos de mercado. Apresentações e palestrantes: Ingredientes para Pet Food agora e para o futuro por Mike Rodey - AFB International (Austrália); Derivados de sebo para requerimentos especiais por Mark Caddigan - Bakels Edible Oils NZ (Nova Zelândia); A dinâmica variante dos mercados de farinhas de origem animal por George Schinard - Gavilon (Austrália). A tarde de 29/07 começou com o tema de Meio Ambiente onde a aplicação da tecnologia vai ao encontro da melhoria das condições ambientais do Setor e da cadeia alimentar. Apresentações e palestrantes: Aplicações da recuperação de calor por Graeme Don - Rendertech (Nova Zelândia); Biogás a partir de resíduos orgânicos por Newton Samarakoon - Energy Action O encerramento dos trabalhos foi ocupado pela WRO que é a Organização Mundial das Indústrias de Processamento de Subprodutos de Origem Animal. Aqui se debateu o futuro da atividade e seu importante papel na cadeia de produção de carnes, garantindo segurança e sustentabilidade na reciclagem dos subprodutos de origem animal e como fornecedor de matérias primas para ração e combustíveis renováveis. As pesquisas no sentido de desenvolvimento de novas aplicações, bem como das argumentações científicas para a utilização de gorduras e proteínas animais constituem a base das ações. O desenvolvimento de padrões técnicos e a divulgação da imagem da atividade conforme descrito anteriormente encerram os objetivos da instituição para os próximos anos. Apresentações e palestrantes: Planejamento técnico da WRO por Stephen Woodgate - vice presidente da WRO (Reino Unido); Desenvolvimentos da Fundação de Pesquisas de Gorduras e Proteínas FPRF por Sérgio Nates - presidente da FPRF (Estados Unidos); Código de conduta para a WRO por Bill Spooncer - Kurrajong Meat (Austrália). O evento contou com aproximadamente 250 participantes e a ARA realiza o simpósio a cada dois anos. Adicionalmente há uma exposição de equipamentos e insumos por parte das empresas patrocinadoras.

34 35 Em Foco 7 7ª edição da Fenagra Em nova data e local, a feira já está com 90% dos stands reservados Fornecedores de matérias-primas para a indústria de ração animal, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, combustíveis alternativos, entre outros, têm novamente um encontro marcado. Desta vez, a Fenagra, que chega em sua sétima edição, acontecerá entre os dias 08 e 09 de maio de 2012 em um novo local: no Espaço Frei Caneca de Convenções, em São Paulo (SP). A nove meses do evento, cerca de 90% dos stands já estão reservados, tendo um aumento de 15% no número de expositores. A 7ª Fenagra acontece juntamente com a 2ª Expo Pet Food feira que reúne importantes players do mercado, que apresentam novidades e tendências em equipamentos, insumos, rações, embalagens e demais itens. Novamente, em paralelo às feiras serão promovidos Congressos e Simpósios, ressaltando o caráter técnico do evento. O 11º Congresso Internacional de Graxarias, do SINCOBESP Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de SubProdutos de Origem Animal terá o apoio e a colaboração na edição 2012, da ABRA - Associação de Reciclagem Animal. Mais uma vez, o evento se destaca pelo seu alcance internacional, reunindo empresas de países como: Itália, Argentina, Chile, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Peru, Venezuela e USA. Também serão realizados o IV Congresso e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação, estes dois últimos de responsabilidade do CBNA Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - que abordarão as últimas tendências do setor pet food. O caráter técnico das feiras, a qualificação dos visitantes e a união de dois mercados tão complementares quanto o de pet food e graxaria despontam como determinantes para o êxito e a consagração dos eventos. Mais informações poderão ser obtidas através do site: www.editorastilo.com.br

36 Fonte: Departamento Estatístico da Editora Stilo. 37 De Olho No Mercado J. Moreira De olho no Mercado, e no jeitinho brasileiro Colaboração de Dados Aboissa, Sincobesp, Mapa. As informações destes índices são dados baseados no CIF- SP podendo variar um pouco para cima ou para baixo. Índices de mercado Nesta edição não vou falar de preços, de previsões ou expectativas para o próximo bimestre. Quero sim falar em um fator que para algumas empresas que estão usando um subterfúgio para renegociar o preço de uma carga depois que a mesma está no pátio aguardando descarga. Bem vamos aos fatos; Qual de vocês que já não recebeu um telefonema do departamento de qualidade de um cliente repassando os resultados da carga recebida, sendo que os mesmos diferem em muito daqueles que foram apurados pelo seu departamento de qualidade? Anunciado isto, o mesmo... É o famoso descontinho que diminui a já apertada margem de lucro... comunica que a empresa estará devolvendo a carga, mas que mediante a um desconto no valor desta inconformidade (seja ela: umidade, impurezas, sabões e ou acidez), o mesmo poderá ficar com a carga. Quando o cliente é novo acabamos por renegociar a carga para mantermos o relacionamento comercial. Mas o fato é que em algumas empresas isso se tornou rotina e muitas vezes, por custos que serão acrescidos, se retornarmos a carga para a origem ou enviarmos para outro cliente, acabamos cedendo o dito desconto. Algumas vezes mesmo sabendo da competência do setor de qualidade da nossa empresa, colocamos em cheque o setor ou o responsável pela coleta e analise do produto enviado pela falta de precisão no processo. Mas quando o fato se torna rotina e os clientes são sempre os mesmos, começamos a duvidar da veracidade e quiça da honestidade do cliente. Relações comercias duradouras dependem principalmente da confiança mútua entre os envolvidos. Casos como este desabonam qualquer empresa seja qual for o porte. Precisamos ficar atentos a este tipo de atitude e informar tais ações as associações seja o Sincobesp ou a Abra, para que seja repassado aos seus associados e juntos possam combater este tipo de atitude reprovável por parte de algumas empresas. Cabe também a empresa produtora a implantação de processos de controle de qualidade bem como a formação dos operadores. Assim quando a empresa expedir uma carga para qualquer que seja o cliente ela vai ter a certeza que seu produto está dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. É o famoso descontinho que diminui a já apertada margem de lucro, deixe de existir. Ate já.

38 39 Capa O Biodiesel brasileiro Por Lia Freire Embora as conquistas sejam relevantes e caminhe em direção à consolidação e amadurecimento do setor brasileiro de biodiesel, ainda há importantes desafios a serem superados A pós quase meio século de pesquisas sobre o combustível biodegradável derivado de fontes renováveis e muitas iniciativas para uso em testes, o Brasil foi um dos pioneiros ao registrar, na década de 80, a patente sobre o processo de produção do biodiesel. A lei nº 11.097, publicada em 13 de janeiro de 2005, introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira e ampliou a competência administrativa da ANP, que passou desde então a denominar-se Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, assumindo as atribuições de especificar e fiscalizar a qualidade dos biocombustíveis e garantir o abastecimento do mercado, em defesa do interesse dos consumidores. A Agência também executa as diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética para os biocombustíveis. Suas ações prioritárias são estabelecer as normas regulatórias, autorizar e fiscalizar as atividades relacionadas à produção, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, importação, exportação, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação dos biocombustíveis. Segundo dados fornecidos pela ANP, o Brasil está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo. Em 2010, a produção anual atingiu 2,4 bilhões de litros e a capacidade instalada registrou cerca de 5,8 bilhões de litros. Atualmente, há 67 plantas produtoras de biodiesel para operação no País, correspondendo a uma capacidade total autorizada de 17.315,95 m3/dia. Destas 67 unidades, 61 possuem autorização para comercialização do biodiesel produzido, correspondendo a 17.015,25 m3/ dia. Existem ainda 9 novas plantas para construção e 10 unidades autorizadas para ampliação de capacidade. Com a finalização das obras e posterior autorização para operação, a capacidade total poderá ser aumentada em 4.567,79 m 3 /dia. Até 2012, duas novas usinas de biocombustíveis De origem austríaca, a BDI que no ano de 2010 realizou uma joint venture no Brasil com a Tecnal, dando origem à BDI & Tecnal Tecnologia em Biodiesel Ltda, continua apostando no potencial do mercado brasileiro, muito embora o seu diretor comercial, Hannes Stabla, afirme que a capacidade instalada no País esteja acima da demanda no momento. No entanto, este cenário deve mudar, pois o governo aumentará a mistura obrigatória e as plantas industriais que trabalham com múltiplas matériasprimas já garantem um ótimo negócio. Com o know-how de quem já ergueu 31 plantas de biodiesel pelo mundo e foi a primeira a fornecer tecnologia industrial de produção de biodiesel a partir da gordura animal, a BDI é responsável por estudos de viabilidade, construção de plantas, treinamento e pósvenda. Costumo afirmar que a qualidade do biodiesel não depende da matéria-prima, mas da tecnologia de produção. Somos líderes mundiais na tecnologia de produção de biodiesel a partir de múltiplas matériasprimas (gorduras inferiores com alta acidez, óleo de cozinha usado, gorduras provenientes de separadores etc). Em termos de novas tecnologias não precisamos de óleos refinados, transformamos 1kg de matériaprima em 1kg de biodiesel, sem a perda de ácidos graxos livres, destaca Stabla. As próximas metas da BDI & Tecnal são até 2012 instalar duas plantas de biocombustíveis. Estamos em negociação para vários projetos e novos investimentos ficam no aguardo de um cronograma para o aumento da mistura obrigatória. Além disso, pretendemos investir, na tecnologia de biogás, comenta Stabla. B 5 Em 2008, de janeiro a junho, a mistura de 2% de biodiesel puro (B100) ao óleo diesel passou a ser obrigatória. Entre julho de 2008 a junho de 2009 passou para 3% e entre julho e dezembro de 2009 foi de 4%. Desde 2010, o biodiesel passou a ser adicionado ao óleo diesel na proporção de 5% em volume, conforme Resolução CNPE nº 6 de 16/09/2009. A venda do diesel BX nome desta mistura do óleo diesel derivado do petróleo e o percentual de 5% de biodiesel é obrigatória em todos os postos que revendem óleo diesel, sujeitos à fiscalização pela ANP. A contínua elevação do percentual de adição de biodiesel ao diesel demonstra o sucesso do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e da experiência acumulada pelo Brasil na produção e no uso em larga escala de biocombustíveis. Mesmo com os muitos desafios a serem superados, o PNPB conseguiu superar metas. Em 2010 a mistura de biodiesel ao diesel já atingia 5% em todas as regiões do País, quando o estabelecido na legislação ambiental é que o índice fosse alcançado só em 2013. De acordo com Rodrigo Augusto Rodrigues, integrante da Casa Civil da Presidência da República Estamos em negociação para vários projetos. Também pretendemos investir na tecnologia de biogás, Hannes Stabla, da BDI & Tecnal Tecnologia.