Relatório de Gestão Renda Fixa e Multimercados Junho de 2013



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Transcrição:

Relatório de Gestão Renda Fixa e Multimercados Junho de 2013 Política e Economia Atividade Econômica: Os indicadores de atividade, de forma geral, apresentaram bom desempenho em abril. A produção industrial registrou uma expansão significativa, acima do esperado pelo mercado. Houve uma forte aceleração no crescimento do segmento de bens de capital, a qual impulsionou o indicador geral, enquanto os bens de consumo duráveis mostraram bom desempenho, principalmente a produção de veículos automotores. O volume de vendas no comércio varejista teve leve elevação, sendo o melhor resultado nos últimos meses, mostrando certa aceleração marginal das vendas. Foi observada expansão nos segmentos de móveis, eletrodomésticos e veículos, mesmo que as vendas nos supermercados voltaram a se retrair. Em termos nominais o indicador voltou a registrar crescimento, demonstrando o impacto da inflação sobre o comércio varejista. Também foi divulgado o IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central, que voltou a se expandir, com leve desaceleração em relação ao mês anterior, mas em linha com o esperado pelo mercado. Setor Externo: O saldo da balança comercial registrou superávit de, aproximadamente, US$ 760 milhões, em abril, mantendo o desempenho acumulado no ano nas mínimas dos últimos anos. O resultado foi influenciado, novamente, pelas receitas com exportações de petróleo, que continuaram em deterioração, principalmente para a China, Estados Unidos e Singapura. Não obstante, as exportações de soja para a China voltaram a mostrar uma elevação expressiva. As importações, por sua vez, registraram nova elevação, em relação ao mesmo mês do ano anterior, tanto em dólares, quanto em volume. Os investimentos estrangeiros diretos (IED) no país totalizaram US$ 3,9 bilhões, permanecendo praticamente estáveis em relação a maio de 2012. A balança de transações correntes, por sua vez, voltou a elevar seu déficit, que já acumula US$ 73 bilhões nos últimos doze meses, ampliando o hiato com o investimento estrangeiro direto. A deterioração da balança comercial representa o principal impacto na conta corrente, ainda que a saída de capital pelas contas de rendas e serviços também venha se elevando. Ao longo de junho, a taxa de câmbio entre o real e o dólar norte-americano voltou a se depreciar, saindo de patamares próximos a R$ 2,14/US$ para R$ 2,21/US$ no final do mês, apresentando elevada volatilidade no período. Mercado de Trabalho: Os indicadores do mercado de trabalho mais uma vez demonstraram uma deterioração marginal. A taxa de desemprego de maio registrou nova elevação, de 5,4% para 5,5%, considerando o indicador ajustado pela sazonalidade. Os rendimentos médios reais, por sua vez, apresentaram contração em relação a abril, enquanto o mesmo rendimento em termos nominais teve leve alta, refletindo o impacto da inflação sobre o poder de compra dos consumidores. A criação líquida de empregos formais teve uma queda significativa, com o número de desligamentos superando as contratações pela primeira vez desde meados de 2009, considerando o indicador ajustado pela sazonalidade. A retração foi impulsionada pelo baixo desempenho na construção civil e agropecuária, mas com os demais setores também mostrando desaceleração no mês. Essa conjuntura é condizente com o mercado de trabalho apertado que se tem observado e com o esgotamento do processo de formalização da economia. Inflação: A inflação ao consumidor IPCA de maio foi de 0,37%, desacelerando em relação à observada no mês anterior. O indicador acumulado em doze meses permaneceu praticamente estável, em 6,50%, no teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O índice de difusão, que mede o 1

percentual de itens cujos preços se elevaram no período, voltou a se reduzir, ainda que continue em patamares elevados. O IPCA-15 de junho, por sua vez, se elevou em relação a maio, considerando o indicador acumulado nos últimos doze meses. O índice foi pressionado para cima pelo reajuste no preço das passagens dos ônibus urbanos, enquanto a queda nos preços dos combustíveis e das carnes impulsionou o indicador para baixo. Nossa expectativa é que a inflação continuará elevada em 2013, fechando o ano ao redor de 5,9%. Crédito: A média diária das concessões de crédito, ajustada pela inflação, voltou a ter um crescimento mais expressivo em maio, em relação ao mesmo mês de 2012, após ter observado uma desaceleração em abril. O melhor desempenho foi impulsionado pela expansão no fluxo de créditos para pessoas físicas, principalmente nas linhas de cartão de crédito, crédito pessoal e financiamento imobiliário. O fluxo de crédito destinado a pessoas jurídicas, por sua vez, também registrou elevação, impulsionado pelas concessões de capital de giro. O estoque nominal de crédito na economia, que cresceu 16% frente ao mesmo período do ano anterior, se encontra em 54,7% do PIB. A taxa de inadimplência, por sua vez, permaneceu praticamente estável em relação a abril, tanto no segmento de pessoas jurídicas, quanto no de pessoas físicas. Política Monetária: O Banco Central divulgou a ata da reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual foi decidido, por unanimidade, elevar a meta para a taxa Selic para 8,00% a.a., sem viés. No documento, foi destacado que o comitê observa evidências de maior volatilidade e de tendência de apreciação do dólar norte-americano, e que contempla um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano, a despeito de limitações no campo da oferta, com a absorção interna se expandindo a taxas maiores que as do crescimento do PIB. O comitê avaliou que a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho e a dinâmica salarial continuam originando pressões inflacionárias de custos, e que a dispersão do aumento dos preços contribui para que a inflação mostre resistência. Ainda tratando da inflação, também foi ressaltado que mecanismos formais e informais de indexação da economia e a piora na percepção dos agentes sobre a dinâmica dos preços também contribuem para essas pressões inflacionárias. Nesse contexto, o comitê mostrou um maior comprometimento com o combate à inflação, afirmando que considera apropriada uma intensificação do ritmo de ajuste das condições monetárias, avaliando que, no curto prazo, a inflação em doze meses ainda apresenta tendência de elevação e que o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta desfavorável. Também foi divulgado o Relatório de Inflação do segundo trimestre de 2013. No documento, foi informado que a autoridade monetária elevou sua projeção para a inflação em 2013, considerando o cenário que assume estabilidade da taxa de câmbio e da taxa Selic, enquanto a projeção que utiliza as expectativas de mercado, para essas variáveis, permaneceu estável. A expectativa para o PIB em 2013, por sua vez, foi reduzida para um crescimento de 2,7%. Na avaliação da autarquia, o mercado interno manteve-se como principal suporte da economia no primeiro trimestre, com uma expansão expressiva dos investimentos. Não obstante, foi afirmado que a dinâmica conjunta do mercado de fatores posiciona-se em campo inflacionário no curto prazo, enfatizando que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos. Também foi destacado como fator de risco a maior volatilidade e tendência de apreciação do dólar dos Estados Unidos, porém ponderando que evidências apontam uma diminuição, na última década, do coeficiente de repasse de depreciação cambial para a inflação. Nesse contexto, foi demostrada preocupação com os riscos decorrentes da estratégia de remoção dos incentivos monetários introduzidos pelo Banco Central norte-americano no pós-crise de 2008. Por fim, foi informado que, em seu cenário central, o Banco Central contempla ritmo de atividade global mais intenso no horizonte relevante para a política monetária, ponderando que a atual fragilidade de algumas regiões introduz incerteza sobre o ritmo desse crescimento. Economia Internacional: Nos Estados Unidos, a produção industrial permaneceu estável em maio, em relação a abril, enquanto as vendas no comércio varejista registraram crescimento. O mercado de 2

trabalho apresentou dados mistos, com elevação na taxa de desemprego para 7,6%, enquanto o payroll que mede a criação líquida de empregos formais acelerou em relação ao mês anterior, acima das expectativas de mercado. A inflação, por sua vez, permaneceu em patamares reduzidos, em linha com o esperado pelo mercado. Nesse contexto, foi divulgada a estimativa final do PIB do país, no primeiro trimestre de 2013, que revisou o indicador para baixo, para uma expansão anualizada de 1,8%, em relação ao trimestre anterior. O resultado mostrou um pior desempenho da economia norteamericana do que o apontado pelas prévias anteriores, enquanto o mercado esperava que a estimativa inicial permanecesse inalterada. A mudança foi impulsionada pela revisão, para baixo, do consumo das famílias, dos investimentos privados e das exportações no período. Na Europa, a produção industrial de abril apresentou uma leve expansão, acima da expectativa de mercado, enquanto as vendas no varejo se retraíram, em relação ao mês anterior. A taxa de desemprego, por sua vez, voltou a se elevar, e se encontra em 12,2% da população economicamente ativa. Na China, em maio, a produção industrial teve leve desaceleração, em relação ao mesmo mês de 2012, abaixo da expectativa de mercado, enquanto as vendas do varejo mostraram melhor desempenho, com leve aceleração, em linha com o esperado. Os investimentos estrangeiros diretos, por sua vez, permaneceram estáveis, enquanto a balança comercial apresentou saldo positivo, com crescimento das exportações, e estabilidade das importações. A inflação, por fim, desacelerou em relação à observada em maio de 2012. Mercado Externo O mês de junho de 2013 será marcado como o período onde o anúncio da diminuição do quantitative easing norte-americano aconteceu. No documento divulgado sobre a última reunião do FOMC e no comunicado de Ben Bernanke ficou claro que o Fed optou por iniciar a redução das compras de ativos no final de 2013. A redução do desemprego, a retomada da atividade econômica, a desalavancagem do consumidor, a melhoria do mercado imobiliário e a expectativa de inflação controlada foram os motivadores econômicos para esta decisão. Além disso, o debate interno no FOMC sobre os custos e benefícios do programa de compras, que é ainda incerto, também motivou a autoridade monetária dos EUA a optar pela comunicação ou invés de arriscar elevar ainda mais o seu balanço com um número maior de compras. Os impactos desta mudança de política monetária nos Estados Unidos foram sentidos mundialmente. A elevação da taxa dos títulos públicos norteamericanos, em especial o treasury de 10 anos e os TIPS de vencimento mais longo, foi percebida em todos os mercados mundiais, fazendo com que as taxas de juros elevassem-se, principalmente em mercados emergentes, as moedas perdessem valores frente ao dólar e a percepção do risco emergente aumentasse significativamente. Além disso, o comportamento das bolsas de valores também foi negativo, com perdas significativas em praticamente todos os países. Nossa taxa cambial após ter desvalorizado 7% em maio, perdeu mais 4,2% em junho. A Bovespa apresentou rentabilidade negativa de mais de 10% neste último mês. Mercado Interno Em conjunto com as preocupações econômicas que já vinham se materializando nos últimos meses - desaceleração do crescimento, aceleração da inflação, e deterioração nas contas externas e fiscais -, os possíveis problemas políticos explicitados pelas manifestações que trouxeram milhares de pessoas as ruas no Brasil formaram um onda de pessimismo para o mercado de ações brasileiro, que encerrou junho com desvalorização de 11,3%. 65000 63000 61000 59000 57000 55000 53000 51000 49000 47000 45000 Ibovespa 3

No mês de junho, o real apresentou novamente significativa desvalorização frente ao dólar. O principal fator explicativo para esse movimento seguiu sendo a elevação expressiva nas taxas dos títulos públicos norte-americanos. Visando conter esse movimento acentuado no câmbio, o governo retirou algumas barreiras que existiam no mercado, como a cobrança de IOF sobre as posições vendidas. Além disso, foi observada com frequência no mês a atuação do Banco Central no mercado. Após ter iniciado o mês em 2,14 R$/US$, o câmbio encerrou o mesmo cotado a 2,21 R$/US$. 2,3 2,2 2,1 2 1,9 1,8 O mês de junho foi marcado pela elevação e volatilidade no mercado de juros brasileiro. Diante da sinalização do Fed de diminuir gradativamente o quantitative easing norte-americano, as curvas de juros se elevaram ao redor do mundo. Além disso, impactou para a elevação da curva de juros a piora na percepção de risco para os mercados emergentes e a desvalorização cambial. A curva pré de 1 ano iniciou o mês em 8,67% a.a. e terminou o mesmo em 9,41% a.a.. 17% 16% 15% 14% 13% Dólar/Real Curva Pré - 1 Ano 12% Estratégias do Gestor No mês, o gestor utilizou as seguintes estratégias na gestão dos recursos dos fundos de renda fixa e multimercados: Juros Na carteira trading realizaram-se operações de curtíssimo prazo, tanto na compra como na venda de contratos futuros de taxa de juros com vencimento em jan/15 e jan/17. O resultado nesta estratégia foi negativo no mês de junho. A carteira de Yield Curve Arbitrage obteve desempenho bastante positivo. Essa carteira possui posições vendidas no trecho intermediário da curva de juros, entre os anos de 2014 e 2015, e na curva de longo prazo através das butterflies entre 2018 e 2021. No mês, o gestor também montou uma posição vendida nas precificações das reuniões do Copom do 2º semestre de 2014, o período eleitoral. Câmbio No mês, o câmbio voltou a demonstrar elevada volatilidade e apresentou significativa desvalorização frente ao dólar. No período, não mantivemos exposições no mercado cambial. Quantitativo O modelo LS Quant apresentou desempenho negativo. Ações A alocação comprada em uma carteira de ações, selecionadas através de modelo de valuation proprietário, apresentou resultado negativo no mês. A estratégia de pairs trading apresentou um resultado positivo durante o mês de maio. Nas operações de trading de renda variável o resultado foi negativo. 4

Títulos Públicos No mês de junho, a demanda entre os agentes por títulos públicos pós-fixados manteve-se em patamar estável. Mesmo assim, o ágio pelos papéis aumentou marginalmente. Pela primeira vez nos últimos anos, o Tesouro ofertou dois leilões de LFT no mesmo mês. O segundo foi realizado em troca de um leilão de LTN, programado para a última semana do mês, com o objetivo de diminuir a exposição em momentos de alta volatilidade. Os papéis indexados a índices de preços apresentaram rentabilidade negativa no mês. A elevação da curva nominal de juros, devida à expectativa de diminuição do ritmo de estímulos monetários na economia norte-americana, elevou também a curva de juros reais, ocasionando essa perda. Seguimos neutros em posições de inflação implícita. A posição em juros reais, através da compra de título de NTN-B com vencimento em 2016 e de títulos privados indexados ao IPCA, foi mantida com exposição reduzida e apresentou rentabilidade negativa em junho. Títulos Privados e Operações Estruturadas de Renda Fixa No mês de junho, dando sequência a um processo iniciado no início desse ano, a carteira de títulos privados foi reduzida, dada a opção do gestor em manter um volume maior de recursos em liquidez. Para isso, durante o período foram realizadas vendas de Letras Financeiras de grandes bancos. Além disso, a carteira de operações estruturadas de Renda Fixa foi reduzida marginalmente durante o mês de junho. Comentário Final Em junho, diante da volatilidade ocorrida nos mercados, os fundos de Renda Fixa e Multimercados apresentaram resultado levemente abaixo do benchmark. Entretanto, no ano, tanto os fundos de Renda Fixa como os Multimercados vem apresentando rentabilidade superior ao benchmark. As informações do presente material são exclusivamente informativas. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento dos fundos de investimento ao aplicar seus recursos. Fundos de investimentos não contam com a garantia do administrador ou gestor, ou ainda, do fundo garantidor de crédito FGC As informações contidas neste documento foram produzidas pela Quantitas Gestão de Recursos S.A. dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. Quantitas Gestão de Recursos S.A. não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. 5