A ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL PORTUGUÊS*



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Transcrição:

Artigos Verão 2008 A ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL PORTUGUÊS* João Amador** Sóia Cabral** 1. INTRODUÇÃO Um dos aspectos mais marcates da ecoomia mudial as últimas décadas é o forte crescimeto do comércio iteracioal. O volume de comércio iteracioal de bes e serviços registou um crescimeto médio aual de 6.0 por ceto o período 1970-2005, muito superior ao crescimeto real do PIB mudial de 3.7 por ceto (Gráfico 1). Outro facto importate da actual fase de globalização é o aumeto do stock de ivestimeto directo estrageiro (IDE) e a crescete relevâcia das empresas multiacioais a produção mudial. Diversas explicações para estes factos têm sido apresetadas a literatura. Em primeiro lugar, registou-se um progresso substacial a liberalização do comércio iteracioal e dos fluxos de capitais as últimas décadas, com a itegração de diversas ecoomias de mercado emergetes os mercados mudiais. Em segudo lugar, a dissemiação da iformação e as estratégias de marketig tedem a aumetar o gosto dos cosumidores pela variedade, itesificado os fluxos iteracioais de comércio itra-idustrial de bes fiais (ver Lloyd e Lee (2002)). Em terceiro lugar, surgiu um ovo paradigma a orgaização iteracioal do processo produtivo, uma vez que, para uma sigificativa quatidade de bes, as actividades produtivas se ecotram agora verticalmete decompostas etre diversos países. Estas actividades explicam parte do aumeto do co- Gráfico 1 COMÉRCIO E PIB MUNDIAIS (REAL) 900 700 Ídice (1970=100) 500 Comércio mudial de bes e serviços 300 PIB mudial 100 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Fote: FMI. * Os autores agradecem a Atóio Rua a dispoibilização das matrizes Iput-Output baseadas as cotas acioais portuguesas, a Asier Miodo a dispoibilização dos resultados relativos a Espaha, a Jorge Correia da Cuha e a José Ferreira Machado os seus cometários e sugestões. As opiiões expressas o artigo são as dos autores e ão coicidem ecessariamete com as do Baco de Portugal. Todos os evetuais erros e omissões são da exclusiva resposabilidade dos autores. ** Departameto de Estudos Ecoómicos, Baco de Portugal. Boletim Ecoómico Baco de Portugal 97

Verão 2008 Artigos mércio iteracioal, uma vez que uma maior quatidade de bes itermédios circula etre os países. Esta iteracioalização da produção ecotra-se também relacioada com o aumeto do IDE, pois parte destas actividades realiza-se detro da própria estrutura das empresas multiacioais sob a forma de comércio itra-firma. A decomposição vertical da produção a ível mudial foi sempre um elemeto itegrate do comércio iteracioal, a medida em que os países sempre importaram bes trasformados para serem icorporados as suas exportações (ver Yeats (1998) para uma discussão). No etato, a redução dos custos de trasporte e comuicação, o aumeto acetuado do progresso tecológico eaelimiação debarrei- ras políticas e ecoómicas ao comércio ampliaram as oportuidades para a iteracioalização da produção, a medida em que as empresas começaram a subcotratar o exterior diversas tarefas que eram ateriormete cosideradas como ão trasaccioáveis. Globalmete, este ovo paradigma, deomiado por Baldwi (2006) como o secod ubudlig, coduziu ao aparecimeto de ovos países o comércio iteracioal que depedem sigificativamete da subcotratação de tarefas em idústrias ode os gahos poteciais de especialização são mais elevados. Em termos geográficos, este feómeo tem sido amplamete idetificado em ecoomias de mercado emergetes do Sudeste Asiático. Neste artigo, é utilizado o coceito de especialização vertical itroduzido em Hummels et al. (1998) e posteriormete desevolvido em Hummels et al. (2001) para quatificar as ligações verticais do comércio iteracioal português etre 1980 e 2002. Este coceito basicamete cosidera situações em que um dado país utiliza iputs importados a produção de bes que são depois exportados. Assim, a especialização vertical requer que a produção sea desevolvida o míimo em dois países e que o bem em causa atravesse pelo meos duas vezes as froteiras iteracioais (Gráfico 2). Neste cotexto, cada Gráfico 2 ACTIVIDADES DE ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL País 1 Bes itermédios Bes itermédios domésticos Capital e trabalho País 2 Produto fial Vedas domésticas País 3 Exportações Fote: Hummels et al. (2001). 98 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 país especializa-se uma etapa particular da sequêcia de produção de um bem. Em cotraste, como referido por Hummels et al. (1998), um ceário de especialização horizotal comercializam-se bes que são itegralmete produzidos em apeas um país. Este coceito de especialização vertical tem algumas semelhaças com a medida de outsourcig iteracioal proposta por Feestra e Haso (1996) e que tem sido amplamete utilizada a literatura para aalisar o impacto da fragmetação iteracioal da produção sobre o emprego e os salários relativos. No etato, as difereças etre as duas medidas são sigificativas. A medida de Feestra e Haso (1996) cetra-se o coteúdo extero da produção doméstica uma vez que cosidera a quota (directa) dos iputs importados a produção ou os iputs totais, equato a medida de Hummels et al. (2001) de especialização vertical cosidera a quota (directa e idirecta) dos iputs importados as exportações totais. É relevate aalisar a experiêcia da ecoomia portuguesa o cotexto da especialização vertical. Em primeiro lugar, este ovo paradigma de orgaização da produção mudial coduz à trasformação dos padrões de vatages comparativas e dos fluxos de IDE, sedo importate avaliar a capacidade de austameto da ecoomia portuguesa a esta ova realidade. Adicioalmete, é importate idetificar quais os sectores que apresetam maior especialização vertical, assim como as ligações geográficas deste feómeo. Por último, os cálculos forecem uma medida rigorosa do coteúdo importado das exportações portuguesas, que é útil em termos de aálise macroecoómica. Numa perspectiva de política ecoómica, é importate salietar que ão é possível relacioar directamete o grau de itegração vertical com o desempeho ecoómico de um país. Com efeito, um país pode apresetar um desempeho favorável os mercados iteracioais sedo competitivo em produções em que a especialização vertical ão é implemetada. Pelo cotrário, um país com uma quota elevada de actividades de especialização vertical poderá ão obter beefícios sigificativos se se ecotrar um segmeto da cadeia de produção associado a bes de muito baixo valor acrescetado. Desta forma, a participação em actividades de especialização vertical costitui uma oportuidade, mas os determiates fudametais das vatages comparativas cotiuam a ser cruciais para o crescimeto ecoómico. O estudo semial de Hummels et al. (2001) cosidera uma amostra de dez países da OCDE e quatro ecoomias de mercado emergetes e utiliza matrizes Iput-Output o cálculo de um ídice de especialização vertical. O ídice mede a quota destas actividades as exportações totais e revela que estas represetam 21 por ceto das exportações os países aalisados em 1990, com uma taxa de crescimeto de quase 30 por ceto etre 1970 e 1990. Outros estudos aplicaram esta metodologia, em algus casos com ligeiras alterações face à formulação origial, idetificado aumetos das actividades de especialização vertical em diversos países. Algus exemplos são Miodo e Rubert (2002) para Espaha, Breda et al. (2007) para Itália e seis outros países da UE, Cadarso et al. (2007) para ove países da UE, Dea et al. (2007) e iaodi e Jigwei (2007) para a Chia, e Che e Chag (2006) para Taiwa e Coreia do Sul. A medida de especialização vertical de Hummels et al. (2001) é igualmete calculada pela OCDE como um dos idicadores de fluxos ecoómicos globais sob a deomiação de coteúdo importado das exportações 1. O artigo está orgaizado da seguite forma. A Secção 2 descreve a metodologia desevolvida por Hummels et al. (2001) e os dados utilizados a obteção dos resultados para a ecoomia portuguesa. A Secção 3 começa por apresetar a medida global de especialização vertical e, seguidamete, iclui uma aálise sectorial da especialização vertical em Portugal. Adicioalmete, são estudadas as ligações (1) Ver Backer e Yamao (2007) e OCDE (2007) para uma apresetação de diversos idicadores da OCDE calculados utilizado iformação de matrizes Iput-Output. Embora o coteúdo importado total das exportações (ou importações icorporadas) fosse á calculado pela OCDE como um dos seus idicadores ecoómicos de globalização, a ligação com o coceito de especialização vertical de Hummels et al. (2001) ão tiha sido aida estabelecida explicitamete (ver, por exemplo, OCDE (2005a) e OCDE (2005b)). Boletim Ecoómico Baco de Portugal 99

Verão 2008 Artigos geográficas da especialização vertical portuguesa, cosiderado os pricipais parceiros comerciais. Fialmete, a Secção 4 apreseta algumas coclusões. 2. DADOS E METODOLOGIA A especialização vertical o comércio iteracioal evolve a utilização de bes itermédios importados a produção de bes para exportação. De acordo com Hummels et al. (2001), as actividades de especialização vertical (de agora em diate deomiada como VS) o sector podem ser defiidas como o cotributo dos iputs importados para as exportações do sector, em termos omiais, isto é: VS Mi Y i 1 i 1 a M i (1) ode M i é o valor importado do bem itermédioi absorvido pelo sector,y é o produto bruto do sector, é o valor das exportações do sector, ea M i é a proporção do iput importado i utilizado a produção dey, para i, 12,,...,. Assim,VS mede o motate total de produtos itermédios importados ecessário para produzir as exportações do sector, i.e., o coteúdo importado das exportações ou o valor extero icluído as exportações do sector. Para o país k, o total de VS é simplesmete a soma de VS de todos os sectores : VS VS a k 1 1 i 1 M i (2) Para facilitar a aálise, é útil calcular VS em percetagem do total de exportações do país. A quota de VS o total das exportações do país k é dada por: VS k k 1 1 VS VS 1 k 1 i 1 M a (3) i k ode k 1 são as exportações totais do país k. Utilizado a equação (3), a quota total de VS de um país pode ser apresetada como uma média poderada, pelos pesos as exportações totais, das quotas sectoriais de VS. Um elemeto fudametal da metodologia proposta por Hummels et al. (2001) é a utilização de matrizes Iput-Output (I-O) para idetificar o valor dos diferetes bes itermédios utilizados a produção de cada sector, em particular o valor daqueles que são importados. As vatages da utilização de matrizes I-O são duas. Em primeiro lugar, o valor dos produtos itermédios importados é medido de forma adequada, uma vez que a abordagem I-O baseia essa classificação a utilização efectiva do bem e ão as suas características. Com efeito, são iúmeros os exemplos de produtos que podem ser utilizados quer como bes fiais quer como bes itermédios, pelo que se itroduz uma forte arbitrariedade quado a classificação se baseia as características do produto. Em segudo lugar, a abordagem I-O permite uma decomposição sectorial da medida de VS. A pricipal desvatagem desta abordagem é que as matrizes I-O ão difereciam o coteúdo importado de um bem que é cosumido domesticamete daquele de um bem que é exportado. Desta forma, é ecessário assumir que o coteúdo importado é similar os dois casos. 100 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 A medida de VS apresetada a equação (3) é: VS M k ua Quota devs as exportações totais de k (4) odeu é um vector 1, é o úmero de sectores, A M é a matriz dos coeficietes importados directos, em que cada elemetoa M i represeta as importações do produtoi absorvidas por uidade de produto do sector, é um vector 1das exportações de cada sector e k é a soma das exportações dos sectores. A equação (4) mede o valor dos iputs importados que são utilizados directamete as exportações totais, i.e., o coteúdo importado directo das exportações totais. No etato, a existêcia de uma matriz I-O permite adicioalmete a iclusão dos iputs importados utilizados idirectamete as exportações. Um dado bem itermédio pode ser iicialmete importado como iput de um determiado sector doméstico e a produção deste último sector pode ser utilizada posteriormete como um produto itermédio um segudo sector doméstico e assim sucessivamete até que o produto importado sea fialmete icorporado um bem que é exportado. Desta forma, o bem itermédio importado origialmete pode circular iteramete por diversos sectores da ecoomia ates de ser exportado. Utilizado o exemplo descrito em OCDE (2005b), supoha-se que um determiado fabricate de automóveis importa certos compoetes (e.g. o chassis) para a produção de automóveis para exportação, este caso o cotributo do coteúdo importado directo será o valor do chassis relativamete ao valor total do automóvel. Mas se o fabricate de automóveis adquire outros compoetes de produtores domésticos que por sua vez utilizam importações o seu processo produtivo, etão estas importações também devem estar icluídas o valor fial do automóvel. Logo, os iputs importados ecessários para a produção de um automóvel icluem ão só as importações directas, mas também as importações idirectas que são utilizadas iteramete a produção de bes itermédios para automóveis. Estas importações idirectas devem ser também icluídas uma medida do cotributo das importações para a produção de automóveis para exportação (ver também ikag (2007) para uma discussão). Este efeito idirecto só pode ser cosiderado com a utilização de uma matriz I-O e é dado por: k k VS Quota devs as exportações totais de k k k M D 1 ua I A (5) k ode I é a matriz idetidade e A D é a matriz dos coeficietes técicos domésticos. O termo I A D 1 pode ser escrito como a soma de uma progressão geométrica ifiita e covergete com razão A D, isto é: 1 2 3 D D D D D I A I A A A... A x, quado x. Assim, o umerador da equação (5) mede o total de iputs importados, iterados ao logo da estrutura produtiva da ecoomia, que são ecessários para produzir as exportações totais (ver Dea et al. (2007) e ikag (2007) para uma discussão). Ao efectuar a sua divisão pelo motate total de exportações de um país, obtém-se a proporção total (directa e idirecta) de exportações que é resultate de iputs importados, i.e., a quota total de VS de um país. Logo, a equação (5) é a medida seleccioada para o cálculo da relevâcia das actividades de VS. O coceito de VS de Hummels et al. (2001) pode aida ser clarificado com a utilização de coceitos stadard de modelos I-O. A matrizi A D 1 é a matriz iversa de Leotief (ver Miller e Blair (1985) para mais detalhes). Os elemetos da matriz iversa de Leotief são frequetemete deomiados Boletim Ecoómico Baco de Portugal 101

Verão 2008 Artigos de multiplicadores do produto, uma vez que permitem a estimação dos efeitos directos e idirectos de uma variação dos empregos fiais. O elemeto i, da matriz iversa idica a variação do produto do sector i resultate de uma variação uitária da procura fial do produto do sector. A multiplicação da matriz de requisitos directos de iputs importados A M com a matriz iversa de Leotief I A D 1 M D A I A M D i, da matriz A I A resulta a matriz de requisitos directos e idirectos de iputs importados 1. Em termos gerais, e como apresetado por Dietzebacher et al. (2005), o elemeto 1 represeta as importações totais do produtoi ecessárias para satisfazer uma uidade de procura fial do produto do sector. Logo, a soma dos elemetos da colua desta matriz mede todos os iputs importados dos diversos sectores resultates de uma uidade de procura fial do produto do sector 2. No osso caso, o item da procura fial cosiderado são as exportações totais pelo que a soma dos elemetos da colua desta matriz idica o total de iputs importados por uidade de exportação do sector, i.e.,a quota de VS ou a itesidade de VS do sector. A iformação estatística para Portugal utilizada este artigo provém das cotas acioais dos aos 1980, 1986, 1990, 1995, 1999 e 2002. As matrizes I-O de 1995 e 1999 foram divulgadas pelo Departameto de Prospectiva e Plaeameto e Relações Iteracioais (DPP), com base em iformação do Istituto Nacioal de Estatística (INE), equato as restates matrizes I-O são do INE. Note-se que, tal como em Reis e Rua (2006), a matriz I-O de importações utilizada para o ao de 2002 matém a estrutura de importações de 1999. Este facto limita a sigificâcia dos resultados obtidos para esse último ao, mas o problema é miimizado se se cosiderar a evolução o período 1980-2002. Todas as matrizes I-O estão dispoíveis a preços corretes de base e, portato, ão estão afectadas por impostos. No etato, de 1995 para 1999, a classificação dos sectores mudou de SEC79 para SEC95 e a metodologia de imputação dos serviços de itermediação fiaceira idirectamete medidos (SIFIM) alterou-se. Assim, para assegurar uma base de comparação míima ao logo de todo o período, foram utilizados os austametos explicados em Reis e Rua (2006) que resultaram em 29 sectores/produtos agrupados de acordo com o ível de desagregação de 2 dígitos da NACE rev.2. Em termos gerais, a ossa aálise cetra-se a idústria trasformadora portuguesa, excluido o sector eergético, o que reduz o úmero de sectores cosiderados para 13 3. Cotudo, a Secção 3 forece alguma evidêcia da ão-sigificâcia das actividades de VS o sector dos serviços e do impacto do sector eergético a VS portuguesa. Hummels et al. (2001) salietam que o grau de agregação relativamete elevado das matrizes I-O pode coduzir a eviesametos a quatificação do ível real de VS. Se, detro de um sector, existir uma correlação positiva (egativa) etre as exportações e o ratio dos iputs importados em relação ao produto bruto, etão estes cálculos de VS estarão subestimados (sobrestimados). Supoha-se que, detro de um sector, os bes exportados ão utilizam iputs importados mas os bes ão exportados utilizam, este caso a medida irá cosiderar a existêcia de alguma VS o sector quado a realidade ela ão existe. Pelo cotrário, se a correlação etre exportações e o rácio importações-produto for positiva, etão esta medida de VS irá subestimar a importâcia do feómeo. 3. ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL EM PORTUGAL O cálculo do ídice de VS apresetado a equação (5) para a ecoomia portuguesa revela um aumeto da importâcia destas actividades, em particular desde meados dos aos oveta (Gráfico 3). Cotudo, os resultados diferem segudo o couto de sectores cosiderados. Quado se icluem to- (2) Reis e Rua (2006) deomiaram esta soma como a backward leakage total do sector. 2222222222 (3) Hummels et al. (2001) e outros autores referem que os resultados podem mudar substacialmete com a iclusão do sector eergético. Este facto deriva da sua importâcia como produto itermédio da geeralidade dos sectores e das variações sigificativas dos preços dos bes eergéticos. 102 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 Gráfico 3 ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL EM PORTUGAL Em percetagem das exportações totais 40 35 Em percetagem 30 25 20 15 Todos os sectores Bes Idústria trasformadora 1980 1986 1992 1995 1999 2002 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. dos os 29 sectores de bes e serviços, a medida de VS é mais elevada do que quado é aálise é restrita aos 13 sectores da idústria trasformadora (os resultados detalhados de acordo com cada classificação sectorial estão icluídos o Aexo A). Adicioalmete, a evolução da medida de VS estas duas situações é também diferete, em particular ates de 1992. Cosiderado os 29 sectores, a medida de VS dimiui de 38.1 por ceto em 1980 para 31.2 por ceto em 1992, aumetado posteriormete para 37.6 por ceto em 2002. Quado a aálise se restrige à idústria trasformadora, a medida aumeta de 19.5 por ceto para 23.1 por ceto de 1980 para 1992, crescedo depois sigificativamete para 35.5 por ceto em 2002. A cosideração dos 16 sectores associados à produção de bes coduz a resultados similares aos obtidos com todos os 29 sectores de bes e serviços. Duas qualificações pricipais são digas de ota este exercício. Primeiro, a difereça etre cosiderar a idústria trasformadora ou o sector dos bes está associada ao sector de Idústria extractiva e combustíveis. As importações deste último sector são iputs importates de quase todos os restates sectores da ecoomia e Portugal é um importador líquido de bes eergéticos. Adicioalmete, os preços dos bes eergéticos registaram variações substaciais as últimas décadas. Os elevados preços destes bes explicam a elevada proporção de VS em 1980 e a subsequete redução destes preços ustifica a dimiuição da quota de VS em 1986 e 1992. Segudo, as actividades de VS parecem ser pouco sigificativas os 13 sectores dos serviços em Portugal, como ilustrado pela reduzida difereça existete etre a medida de VS com todos os 29 sectores e a medida de VS só para o sector dos bes. Uma excepção é o sector de serviços de trasporte ode algumas actividades de VS parecem relevates, em particular o primeiro período. A medida de VS obtida para Portugal cosiderado o sector dos bes pode ser comparada com os resultados obtidos para outros países (Quadro 1). Che et al. (2005) reportam os resultados para algus países da OCDE e Miodo e Rubert (2002) estudam o caso de Espaha. O comércio associado a VS em Portugal parece ser mais importate do que os outros países cosiderados, com excepção dos Países Baixos. Este facto está provavelmete relacioado com a meor dimesão relativa da ecoomia portuguesa e com o seu elevado grau de abertura, que favorecem o comércio associado a VS, assim como com a sigificativa quota das importações de bes eergéticos. Para evitar eviesar a aálise com o impacto do sector eergético, o restate do artigo cetra-se a idústria trasformadora portuguesa (13 sectores). Boletim Ecoómico Baco de Portugal 103

104 Quadro 1 Baco de Portugal Boletim Ecoómico ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL DE DIFERENTES PAÍSES Exportações associadas a especialização vertical, em percetagem das exportações totais de bes Austrália Caadá Diamarca Fraça Alemaha Itália Japão P. Baixos Portugal Espaha Reio Uido EUA 1980 33.6 26.1 18.7 37.8 26.4 1981 23.1 44.6 1982 8.8 1983 1984 24.1 Verão 2008 Artigos 1985 33.5 26.7 26.9 13.5 31.0 9.3 1986 11.5 27.8 19.8 36.9 33.0 1987 1988 19.0 1989 11.2 1990 27.0 29.5 23.9 19.6 11.0 25.6 25.9 10.8 1991 1992 22.5 31.1 1993 1994 29.0 1995 15.7 27.1 22.4 9.5 39.2 36.3 1996 10.5 39.7 1997 28.2 11.3 41.3 12.3 1998 40.7 27.2 1999 38.0 2000 2001 2002 38.8 Fotes: Che et al. (2005), Miodo e Rupert (2002) para Espaha e cálculos dos autores para Portugal.

Artigos Verão 2008 Uma aálise iteressate sugerida por Hummels et al. (2001) cosiste em idetificar o cotributo do comércio associado a VS para o crescimeto do rácio das exportações totais relativamete ao produto bruto. Mais precisamete: t VS t Y t Y t odey t represeta o produto bruto o período t. t VS Y t t (6) Etre 1980 e 2002, o rácio exportações-produto a idústria trasformadora portuguesa aumetou 18.0 potos percetuais (p.p.). As exportações associadas a VS em percetagem do produto bruto cresceram 9.9 p.p. o mesmo período, represetado assim 55.2 por ceto da variação daquele rácio. Em particular, a década de oveta, o aumeto do rácio das exportações totais a idústria trasformadora relativamete ao produto resultou essecialmete do crescimeto das exportações associadas a VS (Gráfico 4). Gráfico 4 CONTRIBUTOS PARA A VARIAÇÃO DO RÁCIO EPORTAÇÕES-PRODUTO BRUTO Idústria trasformadora portuguesa 10 Variação de exportações associadas a VS o produto bruto Variação de exportações ão associadas a VS o produto bruto 8 Em potos percetuais 6 4 2 0-2 1980-86 1986-92 1992-95 1995-99 1999-02 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. 3.1. Aálise sectorial da especialização vertical portuguesa Esta secção aalisa a relevâcia da importação de produtos itermédios para as exportações de cada sector da idústria trasformadora. Relembre-se que a soma dos elemetos da colua da matriz 1 M D A I A represeta as importações itermédias de todos os produtos que são ecessários (directa e idirectamete) para obter uma uidade de exportações do sector, isto é a VS do sector em percetagem das exportações do sector. Etre 1980 e 2002, a geeralidade dos sectores da idústria trasformadora portuguesa registaram uma propesidade crescete para a utilização de iputs importados a produção de bes para exportação (Gráfico 5). As úicas duas excepções são os sectores de Borracha e plástico e Outras idústrias trasformadoras. O aumeto mais acetuado a itesidade de VS ocorreu o sector de Metais, aumetado de 5.1 por ceto em 1980 para 38.7 por ceto das exportações do sector em Boletim Ecoómico Baco de Portugal 105

Verão 2008 Artigos 2002. A quota de VS as exportações dos sectores de Material de trasporte e Maquiaria também aumetou substacialmete. No período mais recete registam-se aida difereças sigificativas em termos de coteúdo importado etre os diversos sectores. Em 2002, o grau de VS era especialmete elevado o sector de Material de trasporte, represetado 56.1 por ceto das exportações do sector, um valor muito superior ao da média da idústria trasformadora. Devido aos seus processos de produção muito estadardizados, este é um sector ode as oportuidades de VS tedem a ser exploradas (ver Breda et al. (2007) para resultados similares em outros países). O mesmo sucede o sector português de Maquiaria que apreseta um coteúdo importado das exportações de 46.0 por ceto em 2002. Um segudo couto de sectores que regista um elevado coteúdo importado das exportações iclui aqueles que utilizam itesivamete bes primários, como seam os sectores de Metais, Químicos e também de Borracha e plástico. O cotributo de cada sector para quota total de VS as exportações da idústria trasformadora portuguesa depede ão só da itesidade de VS de cada sector, mas também do peso de cada sector as exportações totais, tal como apresetado a equação (3). O Gráfico 6 apreseta os pricipais cotributos sectoriais para a quota de VS em Portugal, equato os resultados detalhados para cada sector estão icluídos o Aexo A. Os maiores cotributos em 2002 são oriudos dos sectores de Maquiaria e Material de trasporte, cuas importações itermédias represetam, idividualmete, mais de 9 por ceto do total de exportações portuguesas da idústria trasformadora. A traectória do sector de Maquiaria é particularmete sigificativa, com o seu cotributo a aumetar 7.3 p.p. de 1980 para 2002, em especial etre 1992 e 1995. O sector de Material de trasporte forece igualmete um importate cotributo em termos de VS o período mais recete. O aumeto do cotributo deste sector verificou-se pricipalmete etre 1992 e 1999 e coicidiu com a implemetação em Portugal de sigificativos proectos de IDE o sector automóvel, cua produção é orietada para a exportação e tem um coteúdo importado sigificativo. Pelo cotrário, o cotributo do sector de Têxteis aumetou até 1992, mas reduziu-se os períodos mais recetes, atigido valores em toro de 5 por ceto do total de exportações da idústria trasformadora portuguesa em 2002. Gráfico 5 Gráfico 6 INTENSIDADE DE VS DE CADA SECTOR DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA PORTUGUESA Coteúdo importado total das exportações de cada sector ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL SECTORIAL EM PORTUGAL Em percetagem das exportações totais da idústria trasformadora Em percetagem das exportações de cada sector 60 50 40 30 20 10 0 1980 2002 Outros mierais Madeira Tabaco Alimetação Papel Têxteis Outras idústrias Couro Borracha e plástico Químicos Metais Maquiaria Material de trasporte Em percetagem 10 8 6 4 2 0 Têxteis Couro Químicos Maquiaria Material de trasporte Metais 1980 1986 1992 1995 1999 2002 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. 106 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 O cotributo de cada sector para a variação total da quota de VS pode ser mais detalhado utilizado uma aálise de shift-share para separar o cotributo da variação a itesidade de VS de cada sector do cotributo da variação do peso de cada sector as exportações totais. Esta decomposição itesiva (mais VS o sector) extesiva (maior peso do sector a exportações totais) é dada por: VS kt, VS t, k t k t VS 05.,,,, 1 k,, t 05. kt, t, t, t, VS t, 1 t, 1 (7) odevs kt, e kt, são as VS e exportações totais do país k o período t, respectivamete, evs t, e t, são os coceitos equivaletes mas para o sector. Fialmete, k,, t é o peso do sector as exportações totais do país k o período t. Os resultados desta decomposição da variação da quota de VS etre 1980 e 2002 são apresetados o Quadro 2 e o Aexo B iclui os resultados sectoriais detalhados para cada ao. Cosiderado todos os sectores da idústria trasformadora, o cotributo da variação da itesidade de VS represeta 73 por ceto do aumeto total da medida de VS de 1980 para 2002. Os maiores cotributos sectoriais para o aumeto da quota de VS as exportações da idústria trasformadora portuguesa são os dos sectores de Maquiaria e Material de trasporte. O sigificativo cotributo destes dois sectores resulta de aumetos quer da sua itesidade de VS quer do seu peso as exportações totais. No caso do sector de Maquiaria os dois cotributos parciais são semelhates, mas o caso do sector de Material de trasporte o aumeto do peso das suas exportações o total exportado é o efeito domiate. No sector de Têxteis, regista-se um efeito positivo elevado da itesidade de VS e um cotributo egativo resultate da redução do peso deste sector o total de exportações portuguesas. Quadro 2 CONTRIBUTOS PARA A VARIAÇÃO DA QUOTA DE VS NO TOTAL DE EPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA PORTUGUESA Variação etre 1980 e 2002, em potos percetuais Cotributo da variação de Itesidade de VS do sector Quota do sector as exportações totais Total Alimetação 0.5-0.5 0.0 Tabaco 0.0 0.0 0.0 Têxteis 3.0-2.2 0.8 Couro 0.3 0.7 1.1 Madeira 0.4-0.6-0.1 Papel 0.5-0.2 0.2 Químicos 0.1-0.8-0.7 Borracha e plástico -0.2 0.9 0.7 Outros mierais 0.2 0.1 0.3 Metais 1.7 0.4 2.1 Maquiaria 3.8 3.5 7.3 Material de trasporte 1.8 3.6 5.4 Outras idústrias -0.4-0.6-1.1 Total 11.7 4.3 16.0 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. Boletim Ecoómico Baco de Portugal 107

Verão 2008 Artigos 3.2. A dimesão geográfica da especialização vertical portuguesa Uma dimesão iteressate de aálise é a orietação geográfica das actividades portuguesas de VS. Neste artigo foram seleccioados os cico pricipais parceiros comerciais de Portugal (Espaha, Alemaha, Fraça, Reio Uido e EUA) assim como as áreas Itra-UE15 e Extra-UE15. O cálculo da quota de VS as exportações portuguesas para cada um destes destios requer a hipótese de que todos os produtos em cada sector são homogéeos, pelo que os resultados devem ser iterpretados com cautela. Com efeito, as difereças os resultados de VS para os pricipais parceiros comerciais reflectem essecialmete a diferete composição por produtos das exportações portuguesas para os vários destios, uma vez que os coeficietes de coteúdo importado por sector são os mesmos para todos os países. Em cada período, o ível sectorial de VS para cada parceiro é obtido através do produto da itesidade de VS de cada sector com as exportações totais desse sector para esse parceiro específico. Isto é: VS VS c (8) c,, odevs e são, como ateriormete, os íveis de VS e de exportações do sector e c, são as exportações do sector para o parceiro c. Os resultados sectoriais para cada parceiro podem ser agregados para obter o ível total de VS por país e, ovamete, o cálculo da quota de VS as exportações totais para cada destio facilita a aálise dos resultados. A quota de VS o total de exportações do país k para o parceiro c é dada por: VS k, c k, c 1 1 VS c, c, (9) A quota de VS as exportações totais da idústria trasformadora para cada destio foi calculada para o ao de 2002 utilizado dados de comércio iteracioal em valor divulgados pelo INE. Os dados de exportações de Portugal estão dispoíveis uma base bilateral e com elevado detalhe por produto, que foi agregado para coicidir com a classificação sectorial das matrizes I-O. Os resultados idicam que a Alemaha, o segudo destio mais importate das exportações portuguesas em 2002, é o país ode o comércio português associado a VS é mais sigificativo (Gráfico 7). Com efeito, 41.3 por ceto do valor das exportações portuguesas para a Alemaha em 2002 está associado a bes itermédios importados. Nos casos de Espaha, Fraça, Reio Uido e EUA, assim como as áreas Itra-UE15 e Extra-UE15, os valores situam-se em toro de 35 por ceto em 2002. A decomposição sectorial revela algumas difereças iteressates em termos das exportações portuguesas associadas a VS para estes parceiros comerciais em 2002 (Quadro 3). No caso da Alemaha, as actividades de VS estão essecialmete cocetradas os sectores de Maquiaria e Material de trasporte, que represetam o seu couto 70.6 por ceto do total de exportações associadas a VS para este país. Pelo cotrário, o comércio associado a VS com Espaha ecotra-se mais disperso, com os sectores de Metais, Têxteis e Químicos a represetarem o seu couto 38.2 por ceto do total. Este resultado apota para um padrão de VS com Espaha mais dissemiado. No caso do comércio associado a VS com os EUA, o elemeto mais marcate é o sigificativo peso do sector de Maquiaria, o mais elevado de todos os países cosiderados. Pelo cotrário, a quota do sector de Material de trasporte as exportações portuguesas associadas a VS para os EUA é a mais reduzi- 108 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 Gráfico 7 ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL NAS EPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA PORTUGUESA PARA OS PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS, 2002 50 Quota do país as exportações portuguesas da idústria trasformadora Quota de VS as exportações portuguesas para o país 40 Em percetagem 30 20 10 0 Espaha Alemaha Fraça Reio Uido EUA Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. Quadro 3 COMPOSIÇÃO SECTORIAL DAS EPORTAÇÕES ASSOCIADAS A VS NA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA PORTUGUESA PARA ALGUNS PAÍSES/ÁREAS Percetagem de cada sector o total de VS para o país/área, 2002 Espaha Alemaha Fraça Reio Uido EUA Itra-UE15 Extra-UE15 Alimetação 4.1 0.5 2.5 2.2 2.8 2.3 4.5 Tabaco 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 0.1 0.0 Têxteis 13.2 9.2 18.1 24.2 19.1 15.1 14.5 Couro 1.4 7.6 9.6 10.9 4.8 6.6 4.3 Madeira 1.8 0.7 2.3 0.6 4.1 1.3 3.2 Papel 3.4 2.1 2.5 2.3 1.5 2.9 2.8 Químicos 8.7 2.0 2.2 4.9 4.4 5.2 7.4 Borracha e plástico 4.8 2.6 3.6 1.9 1.3 3.2 3.0 Outros mierais 1.5 0.4 1.3 1.1 1.6 1.0 1.4 Metais 16.4 3.3 4.0 3.9 6.2 6.6 6.3 Maquiaria 18.0 36.3 22.4 19.8 44.7 24.5 36.4 Material de trasporte 23.9 34.4 26.6 27.1 8.4 28.7 13.5 Outras idústrias 3.0 1.0 4.9 1.0 1.1 2.5 2.7 Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. da dos cico países aalisados, idicado que as exportações directas deste sector ão são dirigidas primordialmete para este país. No que cocere às exportações associadas a VS para o Reio Uido, os sectores de Têxteis e Couro represetam o seu couto 35.1 por ceto do total, a quota mais elevada de todos os países seleccioados, o que realça a relevâcia do Reio Uido como destio das exportações portuguesas destes sectores. Boletim Ecoómico Baco de Portugal 109

Verão 2008 Artigos 4. CONCLUSÕES Ao logo das últimas décadas, os padrões de comércio iteracioal evoluíram sigificativamete, à medida que os países se especializam de forma crescete a produção de etapas específicas de um bem, em vez de produzirem o bem fial do iício ao fim. Este artigo segue a metodologia de Hummels et al. (2001) de medição da especialização vertical em termos do coteúdo itermédio importado das exportações, cosiderado uma circulação dos produtos itermédios em múltiplas etapas etre os diversos sectores da idústria trasformadora portuguesa. São utilizados dados das matrizes Iput-Output portuguesas em 1980, 1986, 1992, 1995, 1999 e 2002 para quatificar o coteúdo importado total (directo e idirecto) das exportações. Os resultados idicam que as actividades de especialização vertical em Portugal são importates a idústria trasformadora, mas ão o sector dos serviços. Na idústria trasformadora portuguesa, as exportações associadas a especialização vertical registaram um aumeto cotiuado ao logo do período, de 19.5 por ceto em 1980 para 35.5 por ceto das exportações totais em 2002, o que costitui um valor relativamete elevado quado comparado com outros países da OCDE. Os resultados empíricos idicam também que a especialização vertical o comércio iteracioal teve um papel importate o crescimeto do rácio das exportações da idústria trasformadora portuguesa em relação ao produto bruto. Cerca de 55 por ceto do crescimeto do rácio exportações-produto etre 1980 e 2002 resulta de um aumeto da especialização vertical em Portugal. Dois grupos de idústrias apresetam um coteúdo importado particularmete elevado em 2002, situado-se acima da média verificada a idústria trasformadora. O primeiro grupo iclui algumas idústrias itesivas em tecologia com processos de produção estadardizados, como seam os sectores de Material de trasporte e Maquiaria. Em particular, a especialização vertical o sector de Material de trasporte represeta mais de 55 por ceto das exportações do sector em 2002. O segudo couto de sectores com quotas de especialização vertical sigificativas egloba algumas idústrias mais básicas, como os sectores de Metais e Químicos. O aumeto da quota de especialização vertical as exportações portuguesas da idústria trasformadora etre 1980 e 2002 foi decomposto em duas parcelas distitas utilizado uma aálise de shift-share. A primeira parcela cosidera o impacto das variações a itesidade de especialização vertical de cada sector, equato a seguda aalisa o efeito das alterações a composição sectorial das exportações portuguesas. O aumeto da itesidade de especialização vertical sectorial explica 73 por ceto da variação total. Os sectores que cotribuíram de forma mais sigificativa para o crescimeto da medida de especialização vertical portuguesa foram os sectores de Maquiaria e Material de trasporte. O cotributo do sector de Maquiaria é especialmete acetuado, em particular etre 1992 e 1995. Este cotributo reflecte aumetos quer da itesidade de especialização vertical do sector quer da sua quota as exportações totais. No caso do sector de Material de trasporte, o crescimeto da importâcia do sector o total exportado é o efeito domiate. Os maiores cotributos deste sector verificaram-se etre 1992 e 1999, coicidido com a implemetação em Portugal de sigificativos proectos de IDE o sector automóvel, cua produção é orietada para as exportações e tem um coteúdo importado elevado. Pelo cotrário, o cotributo do sector de Têxteis aumetou até 1992, mas registou uma dimiuição os períodos seguites, reflectido o efeito egativo da redução do peso deste sector o total de exportações portuguesas. A aálise de iput-output foi complemetada com iformação de comércio iteracioal para obter algumas idicações sobre a orietação geográfica da especialização vertical portuguesa em 2002. Os resultados idicam que as actividades de especialização vertical são especialmete relevates o co- 110 Baco de Portugal Boletim Ecoómico

Artigos Verão 2008 mércio de Portugal com a Alemaha. As exportações associadas a especialização vertical para a Alemaha ecotram-se essecialmete cocetradas os sectores de Maquiaria e Material de trasporte. Em cotraste, as exportações portuguesas associadas a especialização vertical para Espaha estão mais distribuídas pelos diversos sectores. BIBLIOGRAFIA Backer, K. D. e Yamao, N. (2007), The measuremet of globalisatio usig iteratioal Iput-Output tables, OECD Sciece, Techology ad Idustry (STI) Workig Papers 2007/8, OECD. Baldwi, R. (2006), Globalisatio: the great ubudlig(s), Research paper of the proect Challeges of globalisatio for Europe ad Filad, 20 September 2006, Secretariat of the Ecoomic Coucil of Filad. Breda, E., Cappariello, R. e Zizza, R. (2007), Vertical specializatio i Europe: Evidece from the import cotet of exports, Paper preseted at the Europea Trade Study Group 9th Aual Coferece, Athes 13-15 September 2007. Cadarso, M.-A., Gómez, N., López, L.-A. e Tobarra, M.-A. (2007), Vertical specialisatio i EU maufacturig ad services sectors, Paper preseted at the 16th Iteratioal Coferece o Iput-Output Techiques, Istabul 2-6 July 2007. Che, H., Kodratowicz, M. e Yi, K.-M. (2005), Vertical specializatio ad three facts about U.S. iteratioal trade, North America Joural of Ecoomics ad Fiace 16(1), 35 59. Che, H.-Y. e Chag, Y.-M. (2006), Trade verticality ad structural chage i idustries: The cases of Taiwa ad South Korea, Ope Ecoomies Review 17(3), 321 340. Dea, J. M., Fug, K. e Wag, Z. (2007), Measurig the vertical specializatio i Chiese trade, Office of Ecoomics Workig Paper 2007-01-A, U.S. Iteratioal Trade Commissio. Dietzebacher, E., Albio, V. e Kuhtz, S. (2005), The fallacy of usig US-type Iput-Output tables, Paper preseted at the 15th Iteratioal Coferece o Iput-Output Techiques, Beiig 27 Jue -1 July 2005. Feestra, R. C. e Haso, G. H. (1996), Globalizatio, outsourcig, ad wage iequality, America Ecoomic Review 86(2), 240 45. Hummels, D., Ishii, J. e Yi, K.-M. (2001), The ature ad growth of vertical specializatio i world trade, Joural of Iteratioal Ecoomics 54(1), 75 96. Hummels, D., Rapoport, D. e Yi, K.-M. (1998), Vertical specializatio ad the chagig ature of world trade, Federal Reserve Bak of New York Ecoomic Policy Review 4(2), 79 99. Lloyd, P. J. e Lee, H.-H., eds (2002), Frotiers of Research i Itra-Idustry Trade, Palgrave-Macmilla. Miller, R. E. e Blair, P. D. (1985), Iput-Output Aalysis, Foudatios ad Extesios, Pretice-Hall, Eglewood Cliffs. Miodo, A. U. -E. e Rubert, G. A. (2002), La especializacio vertical e el comercio iteracioal de España, Iformació Comercial Española, ICE: Revista de ecoomía (802), 117 128. OECD (2005a), Measurig Globalisatio: OECD Ecoomic Globalisatio Idicators, OECD. Boletim Ecoómico Baco de Portugal 111

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Aexo A ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL EM PERCENTAGEM DO TOTAL DE EPORTAÇÕES PORTUGUESAS (DIFERENTES GRUPOS DE SECTORES CONSIDERADOS) Cotributo de cada sector, em potos percetuais Todos os sectores (29 sectores) Bes (16 sectores) Idústria trasformadora (13 sectores) 1980 1986 1992 1995 1999 2002 1980 1986 1992 1995 1999 2002 1980 1986 1992 1995 1999 2002 Boletim Ecoómico Baco de Portugal 113 Agricultura 0.35 0.15 0.26 0.09 0.10 0.15 0.38 0.15 0.26 0.09 0.10 0.14 Pesca 0.02 0.03 0.04 0.01 0.01 0.02 0.02 0.03 0.04 0.01 0.01 0.02 Idústria extractiva e combustíveis 6.04 3.70 3.18 2.74 1.42 1.48 6.97 4.08 3.48 3.01 1.57 1.71 Alimetação 2.59 1.35 0.96 1.61 1.58 1.65 2.87 1.36 0.99 1.60 1.58 1.70 0.98 0.38 0.41 0.80 0.94 0.99 Tabaco 0.01 0.00 0.00 0.00 0.02 0.09 0.01 0.00 0.00 0.00 0.02 0.09 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 Têxteis 6.71 7.57 7.74 7.00 6.23 5.10 7.27 7.83 8.12 7.30 6.54 5.44 4.40 5.61 7.29 6.51 6.00 5.17 Couro 1.01 2.84 2.46 2.76 2.38 1.95 1.15 3.13 2.63 2.94 2.56 2.13 1.14 3.18 2.78 3.07 2.62 2.19 Madeira 1.72 1.24 1.31 0.86 0.95 1.06 1.81 1.21 1.30 0.84 0.95 1.08 0.72 0.59 0.65 0.33 0.41 0.58 Papel 1.24 1.25 0.86 1.32 1.05 1.08 1.23 1.20 0.74 1.20 0.94 1.09 0.79 0.73 0.64 1.10 0.89 1.04 Químicos 3.38 3.62 1.54 1.74 1.72 2.15 3.78 3.85 1.62 1.81 1.75 2.31 2.73 2.41 1.32 1.73 1.64 2.08 Borracha e plástico 0.36 0.38 0.51 0.65 0.90 1.05 0.41 0.41 0.56 0.68 0.93 1.14 0.43 0.41 0.59 0.70 0.93 1.14 Outros mierais 0.64 0.52 0.53 0.85 0.75 0.81 0.66 0.49 0.48 0.79 0.69 0.77 0.10 0.14 0.21 0.50 0.43 0.38 Metais 1.17 0.92 1.07 1.29 1.62 2.08 1.33 1.00 1.06 1.33 1.69 2.26 0.21 0.16 0.26 1.34 1.66 2.32 Maquiaria 3.17 3.26 4.12 7.30 8.30 8.21 3.59 3.52 4.55 7.90 8.96 9.14 2.20 2.52 4.07 8.33 9.24 9.45 Material de trasporte 3.55 3.52 4.24 5.72 8.17 7.84 4.13 3.91 4.73 6.24 9.10 8.96 3.89 3.23 4.48 6.56 9.37 9.26 Outras idústrias trasformadoras 1.84 0.78 0.48 0.60 0.61 0.82 2.13 0.86 0.53 0.61 0.62 0.88 1.92 0.74 0.45 0.59 0.60 0.85 Electricidade, gás e água 0.04 0.00 0.03 0.04 0.09 0.01 Costrução 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Comércio 0.30 0.24 0.07 0.07 0.20 0.14 Aloameto e restauração 0.01 0.00 0.06 0.08 0.12 0.21 Trasportes 3.94 1.90 0.91 0.80 0.85 0.96 Comuicações 0.00 0.01 0.06 0.14 0.07 0.13 Actividades fiaceiras 0.01 0.01 0.02 0.06 0.07 0.07 Actividades imobiliárias 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Alugueres e serviços empresariais 0.04 0.02 0.66 0.26 0.32 0.43 Educação 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Saúde 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Admiistração pública 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Outros serviços 0.00 0.00 0.01 0.05 0.04 0.05 Total 38.1 33.3 31.2 36.0 37.6 37.6 37.8 33.0 31.1 36.3 38.0 38.8 19.5 20.1 23.1 31.6 34.7 35.5 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores. Artigos Verão 2008

114 Aexo B Baco de Portugal Boletim Ecoómico CONTRIBUTOS PARA A VARIAÇÃO DA QUOTA DE ESPECIALIZAÇÃO VERTICAL NO TOTAL DE EPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA PORTUGUESA Cotributo de cada sector, em potos percetuais Cotributo da variação da itesidade de VS do sector Cotributo da variação da quota do Cotributo total sector as exportações totais 1980-86 1986-92 1992-95 1995-99 1999-02 1980-02 1980-86 1986-92 1992-95 1995-99 1999-02 1980-02 1980-86 1986-92 1992-95 1995-99 1999-02 1980-02 Alimetação -0.33 0.12 0.23 0.23 0.03 0.49-0.27-0.09 0.16-0.09 0.03-0.49-0.60 0.03 0.39 0.14 0.06 0.01 Tabaco 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.03 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 0.05 Têxteis 0.43 1.80 0.95 0.46 0.09 2.95 0.77-0.12-1.72-0.97-0.93-2.19 1.21 1.68-0.78-0.51-0.84 0.77 Couro 0.62-0.90 0.70 0.01-0.08 0.35 1.42 0.49-0.41-0.45-0.35 0.70 2.04-0.40 0.29-0.45-0.43 1.05 Madeira 0.11 0.13-0.15 0.09 0.16 0.44-0.24-0.07-0.17 0.00 0.01-0.57-0.12 0.06-0.33 0.09 0.17-0.13 Papel -0.10 0.08 0.30 0.10 0.08 0.48 0.04-0.17 0.16-0.31 0.07-0.23-0.06-0.09 0.46-0.21 0.15 0.25 Químicos -0.62-0.03 0.40-0.02 0.10 0.12 0.30-1.06 0.01-0.08 0.34-0.78-0.32-1.09 0.41-0.09 0.44-0.65 Borracha e plástico -0.05-0.01-0.02-0.01-0.04-0.19 0.04 0.18 0.13 0.25 0.24 0.89-0.02 0.17 0.11 0.23 0.21 0.71 Outros mierais 0.04 0.02 0.21 0.00-0.04 0.20 0.01 0.04 0.07-0.07-0.01 0.07 0.04 0.07 0.29-0.07-0.05 0.28 Metais 0.00 0.04 1.14 0.00 0.28 1.71-0.05 0.06-0.06 0.32 0.38 0.40-0.05 0.10 1.07 0.33 0.66 2.11 Maquiaria 0.33 0.60 2.71-0.12-0.10 3.77-0.02 0.95 1.56 1.04 0.30 3.48 0.32 1.55 4.26 0.92 0.21 7.25 Material de trasporte -0.58 0.63 1.12 0.49 0.11 1.76-0.07 0.62 0.96 2.33-0.22 3.62-0.66 1.25 2.08 2.81-0.11 5.37 Outras idústrias -0.22-0.16-0.02 0.00 0.10-0.43-0.95-0.13 0.16 0.00 0.15-0.63-1.17-0.29 0.14 0.00 0.25-1.07 Verão 2008 Artigos Total -0.37 2.34 7.58 1.23 0.73 11.67 0.97 0.69 0.84 1.95 0.04 4.31 0.60 3.03 8.41 3.18 0.77 15.98 Fotes: DPP, INE e cálculos dos autores.