ADMINISTRAÇÃO GERAL Parte 11 Prof. Fábio Arruda
Sátiras à Organização Os estruturalistas abordam a organização sob um ponto de vista profundamente crítico. Dentro desse espírito, surgiram livros de cunho humorístico, pitorescos e irreverentes e que expõem à sátira, o paradoxo e o aparente absurdo de certos aspectos tradicionalmente aceitos nas organizações burocráticas. Apesar de não proporem nenhum tipo de solução, esses autores satíricos da abordagem do non-sense apontam falhas e incongruências no processo aparentemente racional da organização. Seu sucesso literário tende a popularizar uma visão eminentemente crítica do funcionamento das organizações, principalmente das burocracias.
1- Lei de Murphy Se alguma coisa pode dar errado, ela fatalmente dará errado. Entenda-se o seguinte: a probabilidade de insucesso significa a quase sempre a certeza do fracasso. 2- Lei de Parkinson Lei do Trabalho Um trabalho sempre se prolonga de maneira a tomar todo o tempo que para ele se tem disponível. Em outros termos, quanto mais tempo se tem para fazer uma coisa, tanto mais tempo se levará para fazê-la.
3- Princípio de Peter Princípio da Incompetência Em uma organização hierárquica, todo empregado tende a subir até chegar ao seu nível de incompetência. A sociedade moderna, além de tolerar, reserva uma posição especial para o desempenho incompetente. Assim, o trabalho é feito pelos demais funcionários que ainda não atingiram seu nível de incompetência. 1. Sublimação percussiva: quando o funcionário incompetente atrapalha ou bloqueia o serviço, ele é promovido para uma posição que, embora possa ser elevada, não poderá impedir que o trabalho seja feito.
2. Arabesco lateral: quando o funcionário incompetente recebe um cargo maior ou título novo e é transferido para uma parte mais distante do mesmo escritório. 3. Inversão de Peter: quando o regulamento interno tem mais valor do que o serviço eficiente. É o caso do hospital, onde o atendente gasta um enorme e precioso tempo para preencher os formulários antes de socorrer a vítima, pois quem avalia a sua competência não é o paciente ou o público mas o seu chefe, com base no cumprimento dos regulamentos.
4. Esfoliação hierárquica: quando o funcionário produtivo, além de não ser promovido, é demitido do seu posto. A supercompetência é muito mais condenável do que a incompetência, pois ela subverte a hierarquia e acrescenta um comportamento inesperado. 5. Pista paterna: quando o chefe da organização admite o filho em um posto elevado, sem passar pelos escalões inferiores, ou, quando não havendo cargo para uma pessoa, cria-se um novo.
4- Dramaturgia Administrativa de Thompson Os administradores, executivos e burocratas tendem a desenvolver uma série de mecanismos de defesa para reforçar a sua posição, em virtude do conflito entre conhecimento (forças inovadoras) e hierarquia (forças conservadoras). Mecanismos de defesa da hierarquia 1. Manipulação dos sistemas de informação. 2. Desenvolvimento do comportamento dramatúrgico: os chefes procuram sempre dar a impressão de ser os mais capazes, os mais honestos, os mais ocupados e, principalmente, os mais indispensáveis.
3. Implementação da ideologia administrativa: quando uma pessoa ocupa uma posição mais elevada, deduz-se, automaticamente, que ela tem as qualificações necessárias para ocupá-la. É a administração de impressões. 4. Desenvolvimento da buropatia Buropatia ou Comportamento Buropático: apego do chefe às regras e regulamentos e resistência às mudanças, repassado aos subordinados. Burose: aversão que o cliente passa a ter pela organização, provocada pelo comportamento buropático, frustrado por não ver o seu caso tratado individual e personalizadamente.
5- Maquiavelismo nas Organizações Um produtor de TV inglesa, Antony Jay, procura demonstrar que o maquiavelismo é aplicado nas organizações com uma frequência impressionante e procura livrar o nome de Maquiavel das intrigas, do oportunismo e da astúcia inescrupulosa. Utiliza um método comparativo fazendo confrontos entra a história moderna e a história da empresa, conforme abaixo: História Moderna Maquiavel Reis Barões Cortesãos História da Empresa Antony Jay Presidentes Gerentes Operacionais Staff
5- Maquiavelismo nas Organizações Um produtor de TV inglesa, Antony Jay, procura demonstrar que o maquiavelismo é aplicado nas organizações com uma frequência impressionante e procura livrar o nome de Maquiavel das intrigas, do oportunismo e da astúcia inescrupulosa. Utiliza um método comparativo fazendo confrontos entra a história moderna e a história da empresa, conforme abaixo: História Moderna Maquiavel Reis Barões Cortesãos História da Empresa Antony Jay Presidentes Gerentes Operacionais Staff
O Princípio Dilbert Em função de sua experiência pessoal em grandes empresas, Scott Adams retrata, em quadrinhos e tiras, o cotidiano da vida das organizações dentro de um humor ferino. O autor procura traduzir as frustrações, angústias e sofrimentos das pessoas, submetidas a uma lógica empresarial fria, interesseira e desumana e que passa por cima do cadáver das pessoas.
Apreciação crítica da Teoria Estruturalista 1- Convergência da várias abordagens diferentes Com o estruturalismo, nota-se uma convergência de várias abordagens, a saber: a Teoria Clássica, a Teoria das Relações Humanas e a Teoria da Burocracia, numa tentativa de integração e de ampliação dos conceitos dessas teorias 2- Ampliação da abordagem O estruturalismo muda o foco de atenção voltado para o indivíduo (Teoria Clássica) e para o grupo (Teoria das Relações Humanas) para a estrutura da organização como um todo.
3- Dupla tendência teórica No estruturalismo coexistem duas tendências teóricas marcantes: a integrativa e a do conflito: a) Alguns autores enfatizam a estrutura e aspectos integrativos da organização. A preocupação juntar. O objeto de análise é a organização como um todo b) Outros autores enfatizam os aspectos de conflito e divisão na organização. A preocupação é mostrar a dinâmica. O objeto de análise são os conflitos.
4- Análise Organizacional mais ampla O estruturalismo trata, sobretudo, das organizações complexas e do estudo e análise das organizações formais. O termo organizações formais refere-se às organizações sociais formalmente estabelecidas para alcançar propósitos explícitos. As organizações complexas aquelas cuja estrutura e processo apresentam elevado grau de complexidade, independentemente do seu tamanho, como hospitais e universidades constituem o objeto de estudo dos estruturalistas. A expressão organizações complexas utilizada para as organizações de proporções maiores parece lembrar mais os autores estruturalistas do que as organizações em si.
5-Inadequação das tipologias organizacionais As tipologias das organizações oferecidas pelos estruturalistas são criticadas pelas suas limitações quanto à aplicação prática e pelo fato de se basearem em uma única variável ou aspecto básico. A intenção de construir empiricamente uma taxonomia peca pela debilidade dos dados e pelas limitações sobre a importância das variáveis medidas. Em resumo, as tipologias apresentadas são simples e unidimensionais, reduzindo-se as organizações a uma única dimensão para poder comprá-las entre si.
6- Teoria da crise A Teoria Estruturalista é denominada teoria da crise, pois tem mais a dizer sobre os problemas e patologia das organizações complexas do que com sua normalidade. Os autores estruturalistas são críticos e revisionistas, procurando localizar nas organizações o núcleo de suas problemáticas.
7- Teoria de transição e mudança A Teoria Estruturalista é uma teoria de transição e de mudança, em que o campo todo parece estar em um estado de crescimento acelerado, faltando ainda uma exata definição dos componentes e relações que a Teoria de Sistemas definiu posteriormente. O estruturalismo superou a visão clássica que privilegia......as partes em detrimento do todo;...a análise em detrimento da síntese;...a visão que privilegia a matéria (as coisas, os objetos) em detrimento das relações entre esses objetos. Afinal, a organização é resultado da coerência do conjunto dessas relações e interações.