Da atividade à invalidez permanente: um estudo utilizando dados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) do Brasil no período 1999-2002



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Transcrição:

Da atividade à ivalidez permaete: um estudo utilizado dados do Regime Geral de Previdêcia Social (RGPS) do Brasil o período 1999-2002 Marília Mirada Forte Gomes Moema Goçalves Bueo Fígoli Aloísio Joaquim Freitas Ribeiro Palavras-chave: tábuas de vida; previdêcia; ivalidez permaete. Resumo Este trabalho tem como objetivo a costrução de uma Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, para os segurados do RGPS com base os dados obtidos etre 01/01/1999 e 31/12/2002. As probabilidades de etrada em aposetadoria por ivalidez, esseciais para a costrução dessa tábua, foram obtidas em fução das taas de etrada em ivalidez permaete suavizadas. Os resultados mostram que o risco de aposetar por ivalidez, para os homes, só são crescetes até os 65 aos de idade e depois caem. Para as mulheres, elas são crescetes até a última idade cosiderada. O padrão observado, detre outros motivos, pode ser eplicado pelo fato da previdêcia oferecer vários tipos de beefícios ao mesmo tempo, torado-os competitivos etre eles. Além disso, a queda das probabilidades masculias após os 65 aos de idade sugere que os filiados que permaecem em atividade depois dessa idade pertecem a um grupo seleto, caracterizado por melhores codições de saúde, ou porque muitos dos filiados com saúde mais vulerável coseguiram outro beefício, ou, simplesmete, porque parte dos idivíduos ão têm codições de trabalhar e por isso ão podem cotribuir e mater a sua filiação. As etradas em aposetadorias por ivalidez, após as idades limites para a cocessão de aposetadorias programáveis, podem ser eplicadas, em parte, pela preseça de trabalhadores, especialmete do seo femiio, que ão cumprem a carêcia míima eigida e permaecem, assim, como segurados e epostos ao risco de se aposetar por ivalidez por mais tempo. Por ser uma tábua adequada para a massa de participates de um regime prevideciário, este trabalho cotribui para um maior cohecimeto sobre a ivalidez, pricipalmete as áreas de seguro e previdêcia. Trabalho apresetado o XVI Ecotro Nacioal de Estudos Populacioais, ABEP, realizado em Caambu MG Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008. Doutorada do programa de Pós-graduação em Demografia do Cetro de Desevolvimeto e Plaejameto Regioal CEDEPLAR/UFMG. mariliamfg@gmail.com Professora do Cetro de Desevolvimeto e Plaejameto Regioal CEDEPLAR/UFMG. Professor do Departameto de Estatística ICEX/UFMG.

Da atividade à ivalidez permaete: um estudo utilizado dados do Regime Geral de Previdêcia Social (RGPS) do Brasil o período 1999-2002 Marília Mirada Forte Gomes Moema Goçalves Bueo Fígoli Aloísio Joaquim Freitas Ribeiro 1. Itrodução Coforme cosagrada a Costituição Federal, a seguridade social o Brasil é costituída por três elemetos: seguro social, assistêcia social e saúde. Particularmete, o seguro social, também cohecido como previdêcia social, costitui-se em um programa de pagametos em diheiro e/ou serviços prestados ao idivíduo e/ou seus depedetes, geralmete codicioado à preeistêcia de um vículo cotributivo ao sistema como compesação parcial ou total da perda de capacidade laborativa, que pode ser efetiva ou presumida (Oliveira et al, 2004). Nesse uiverso, a Previdêcia Social brasileira defie ivalidez como a icapacidade do segurado para o trabalho, isuscetível de reabilitação para o eercício de atividade que lhe garata a subsistêcia (Brasil, 1999). No Brasil, todos os trabalhadores segurados da Previdêcia Social estão cobertos cotra a perda de reda devido à ivalidez permaete resultate de doeça ou lesão, através do beefício de aposetadoria por ivalidez. Este beefício será cocedido ao segurado, estado ele ou ão em gozo de auílio doeça 1. Para que o sistema possa estabelecer uma fote de custeio para os seus beefícios de aposetadoria por ivalidez, é ecessário que o mesmo coheça o fluo desses beefícios. Para o cálculo desses fluos são utilizadas probabilidades de trasição de um segurado etre os estados de atividade e ivalidez permaete, geralmete apresetadas a forma de uma das fuções das tábuas de vida. A tábua que descreve como ocorre a trasição da atividade para a ivalidez permaete é cohecida como Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez. As probabilidades de etrada em ivalidez permaete, implícitas a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, têm impacto sobre o custo estimado dos beefícios de aposetadoria por ivalidez. Quato maiores forem as probabilidades de trasição de um Trabalho apresetado o XVI Ecotro Nacioal de Estudos Populacioais, ABEP, realizado em Caambu MG Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008. Doutorada do programa de Pós-graduação em Demografia do Cetro de Desevolvimeto e Plaejameto Regioal CEDEPLAR/UFMG. mariliamfg@gmail.com Professora do Cetro de Desevolvimeto e Plaejameto Regioal CEDEPLAR/UFMG. Professor do Departameto de Estatística ICEX/UFMG. 1 O auílio doeça é o beefício devido ao segurado os casos de icapacidade temporária para o trabalho, decorrete de doeça ou lesão cuja duração seja superior a 15 dias (Brasil, 1999). 2

segurado etre os estados de atividade e ivalidez permaete, maiores serão os fluos esperados e, coseqüetemete, os aumetos o estoque trarão maiores gastos com aposetadorias por ivalidez. Caso essas probabilidades sejam mal estimadas, o sistema poderá efretar sérios problemas de gestão, pricipalmete o campo ecoômico-atuarial. Sedo assim, é importate que as probabilidades de etrada em ivalidez sejam costatemete revistas para mater a proimidade com a realidade que o sistema prevideciário está viveciado aquele mometo. O Brasil aida é deficitário com relação a tábuas de vida para grupos populacioais específicos, levado o regime prevideciário brasileiro a utilizar tábuas que refletem eperiêcias demográficas atigas ou de outras populações. Evidêcias disto são as tábuas defiidas pela legislação referete aos plaos de previdêcia privada aberta Resolução do Coselho Nacioal de Seguros Privados 092, de 2002 (CNSP, 2002) e pela legislação referete aos regimes próprios de goveros dos servidores públicos da Portaria do Miistério da Previdêcia e Assistêcia Social, 4.992, de 1999 (MPAS, 1999; Ribeiro, 2006). Essas legislações estabelecem a Tábua de Etrada em Ivalidez Álvaro Vidas como limite míimo para as probabilidades de etrada em aposetadoria por ivalidez. Essa tábua foi elaborada em 1957 pelo estatístico Álvaro Vidas para o Departameto Atuarial e Estatístico da Caja Costarricese de Seguro Social CCSS (Magalhães & Bugari, 2004; Piheiro, 2005) 2. No etato, a carêcia de estudos sobre ivalidez e a utilização de tábuas que refletem eperiêcias demográficas de diferetes culturas e íveis socioecoômicos ão ocorre somete o Brasil. Vicete Merio et al (2003) chamam a ateção para a falta de estudos sobre esse tema a Espaha. Os autores destacam que com a demada cada vez maior de estudos sobre icapacidade para o trabalho, além da importâcia para os cálculos atuariais relacioados à ivalidez, é ecessário desevolver técicas que permitam avaliar os custos futuros proveietes dessa variável. Tedo em vista a relevâcia que os estudos sobre ivalidez têm para o sistema prevideciário, o objetivo deste trabalho é costruir uma Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, para os segurados do Regime Geral de Previdêcia Social RGPS com base os dados obtidos etre 01/01/1999 e 31/12/2002, cosideradose eclusivamete as aposetadorias por ivalidez prevideciárias. Na costrução da Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, para os segurados do RGPS o período 1999-2002 foram utilizados os registros admiistrativos da Empresa de Tecologia e Iformações da Previdêcia Social DATAPREV e iformações sobre cotribuites da Previdêcia Social do Cadastro Nacioal de Iformações Sociais CNIS. O período 1999-2002 foi escolhido porque, além de represetar a eperiêcia recete dos segurados do RGPS, miimiza os efeitos sobre as trasições dos segurados etre os estados de atividade e ivalidez advidos das mudaças as regras de cocessão de beefícios, itroduzidas pela Emeta Costitucioal 20, de 16 de dezembro de 1998 (Brasil, 1998). Os segurados especiais ão foram cosiderados a estimativa das taas de etrada em aposetadoria por ivalidez, pois a cotribuição desses é sobre a receita bruta da 2 Outras tábuas de etrada em ivalidez também utilizadas pelo mercado prevideciário brasileiro são: Light (1973) e IAPB (1957), ambas costruídas com base em eperiêcias brasileiras, além das tábuas que traduzem a eperiêcia de empresas de cosultorias americaas, tais como Mercer MW Disability e Towers. 3

comercialização da produção rural e, deste modo, são subeumerados as iformações sobre o úmero de cotribuites. A maioria desses segurados comprova carêcia míima ecessária à cocessão do beefício requerido com base o tempo de efetivo eercício de atividade rural e a atual legislação garate a ele beefício de auílio-doeça ou de aposetadoria por idade ou ivalidez o valor de um salário míimo (Brasil, 1999; AEPS 2005, 2007). Ao cosiderálos o cálculo das taas de etrada em ivalidez, estas poderiam ser superestimadas, pois os segurados especiais ão estariam devidamete cotabilizados o deomiador, já que só são verdadeiramete cohecidos a cocessão dos beefícios. Sedo assim, a população de estudo deste trabalho foi composta por todos os segurados urbaos e rurais, ecluido os segurados especiais. Ressalta-se que o padrão e o ível implícito a tábua que será apresetada este trabalho represetam a eperiêcia de etrada em aposetadoria por ivalidez e ão a etrada em ivalidez o seu coceito mais amplo, icluido todos os idivíduos iválidos. Para a costrução dessa tábua, a iformação dispoível é o úmero de pessoas que etraram em aposetadoria por ivalidez pela previdêcia social e ão o úmero de segurados que se ivalidaram. Assim, ela ão estão icluídas as pessoas, que em gozo de outros beefícios de prestação cotiuada 3, se ivalidaram, já que ão eiste o INSS a opção de trasformação desses beefícios em aposetadoria por ivalidez, em aquelas que, mesmo iválidas, optaram por outro tipo de aposetadoria, por ser mais vatajosa ecoomicamete. Além disso, o simples fato da previdêcia oferecer vários tipos de beefícios ao mesmo tempo, tora esses beefícios competitivos etre eles, afetado os valores das taas. Isso dito, a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, é adequada para a massa de participates pertecetes a um regime prevideciário. 2. Aposetadoria por ivalidez: o beefício de ivalidez permaete A aposetadoria por ivalidez será devida ao segurado que, estado ou ão em gozo de auílio doeça, for cosiderado icapaz para o trabalho e isuscetível de reabilitação para o eercício de atividade que lhe garata a subsistêcia equato permaecer essa codição. Trata-se, portato, de um beefício garatido aos segurados permaetemete iválidos para a realização de qualquer trabalho. A verificação da codição de icapacidade permaete é realizada mediate eame médico-pericial a cargo da previdêcia social, podedo o segurado, às suas epesas, estar acompahado de um médico de sua cofiaça. A doeça ou lesão eistete a data de filiação ao RGPS ão habilita o segurado ao direito à aposetadoria por ivalidez, eceto quado a icapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravameto dessa doeça ou lesão (Brasil, 1999). Segudo o Regulameto da Previdêcia Social (1999), a cocessão do beefício de aposetadoria por ivalidez está codicioada ao cumprimeto de um período de carêcia de doze cotribuições mesais. Caso o trabalhador, após a perda da qualidade de segurado, teha se filiado ovamete ao RGPS, a aposetadoria por ivalidez depederá do cumprimeto de quatro cotribuições mesais. Cotudo, a cocessão de aposetadorias por ivalidez 3 Beefícios de prestação cotiuada são caracterizados por pagametos mesais cotíuos, até que alguma causa (a morte, por eemplo) provoque a sua cessação. Equadram-se esta categoria as aposetadorias, pesões por morte, redas mesais vitalícias, aboos de permaêcia em serviço, os salários-família e materidade, etc (AEPS 2005, 2007). 4

idepede de carêcia tato os casos resultates de acidete de qualquer atureza ou causa 4, como quado, após filiar-se ao RGPS, o segurado for acometido de alguma das doeças ou afecções especificadas em uma lista elaborada e atualizada a cada três aos pelos Miistérios da Saúde MS e da Previdêcia Social MPS. A última lista foi publicada mediate a Portaria Itermiisterial 2.998, de 23 de agosto de 2001, e iclui as seguites doeças: tuberculose ativa, haseíase, alieação metal, eoplasia maliga, cegueira, paralisia irreversível e icapacitate, cardiopatia grave, estado avaçado da doeça de Paget osteíte deformate, Sídrome da Imuodeficiêcia Adquirida AIDS, cotamiação por radiação com base em coclusão da medicia especializada, e hepatopatia grave (Brasil, 1999). Desde 1991, ão houve mudaça das doeças apresetadas essa lista. A cocessão de aposetadoria por ivalidez, iclusive mediate trasformação de auíliodoeça, está codicioada também ao afastameto de todas as atividades. Quado o segurado eerce mais de uma atividade e fica icapacitado defiitivamete para uma delas, o auíliodoeça será matido idefiidamete, ão ocorredo sua trasformação em aposetadoria por ivalidez, equato essa icapacidade ão se esteder às demais atividades (Brasil, 1999). Diferetemete das aposetadorias por idade e tempo de cotribuição, que são vitalícias, a aposetadoria por ivalidez cessa quado a perícia médica do INSS coclui pela recuperação da capacidade laborativa do segurado ou quado esse retora volutariamete ao trabalho. O aposetado por ivalidez que ão se submeter aos eames médico-periciais biealmete também terá o seu beefício cacelado. Outros motivos para a cessação desse beefício são: a morte do aposetado, a trasformação em outro beefício observado o cumprimeto das eigêcias míimas ecessárias a data de iício do beefício a ser trasformado, e a costatação de fraude ou erro admiistrativo. De acordo com os Auários Estatísticos da Previdêcia Social AEPS o beefício de aposetadoria por ivalidez pode ser classificado em acidetário ou prevideciário. A pricipal difereça etre aposetadoria por ivalidez prevideciária e acidetária é que esta última decorre de um acidete de trabalho ocorrido durate o eercício do trabalho a serviço da empresa, ou durate o percurso etre a residêcia e o local de trabalho. Além disso, o direito à aposetadoria por ivalidez acidetária idepede do úmero de cotribuições realizadas juto ao RGPS pelo segurado acidetado. Por sua vez, o beefício de aposetadoria por ivalidez prevideciária só será cocedida ao segurado iválido para o trabalho que cumpriu o período de carêcia míimo estabelecido em lei. Neste estudo, foram cosideradas apeas as aposetadorias por ivalidez prevideciárias. 3. Aspectos metodológicos 3.1 Defiição formal das medidas de etrada em ivalidez O objetivo pricipal deste estudo é costruir uma Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, para os segurados do RGPS o período 1999-2002, cosiderado-se eclusivamete as aposetadorias por ivalidez prevideciárias. A medida 4 Os acidetes de qualquer atureza ou causa são defiidos como sedo aqueles de origem traumática e por eposição a agetes eógeos (físicos, químicos e biológicos) que acarretem lesão corporal ou perturbação fucioal, resultado a morte, a perda ou a redução permaete ou temporária da capacidade laborativa (Brasil, 1999 e Ribeiro, 2006). 5

básica para a costrução dessa tábua é a probabilidade de etrada em ivalidez, que represeta o risco que um segurado sobrevivete à idade tem de aposetar por ivalidez etre as idades e +, o itervalo de tempo t, dado que ele ão se ecotra iválido permaetemete para o trabalho. Segudo Jorda (1967), essas probabilidades podem ser calculadas pela epressão: r = Ode: i aa l (1) r i : úmero de etradas em ivalidez, etre as idades e + aos, o período de observação; aa l : úmero de sobrevivetes segurados epostos ao risco de aposetar por ivalidez que atige a idade eata, o período de observação. Na prática, as probabilidades de etrada em aposetadoria por ivalidez são obtidas aproimadamete em fução das taas de etrada em aposetadoria por ivalidez, pressupodo que a população eposta ao risco sobrevivete à idade eata varia liearmete com a idade. Assim sedo, as probabilidades de etrada em ivalidez podem ser represetadas por: r ' r 2 2+ = (2) r ' r ' Ode: r ' = i L aa (3) Cosiderado que: r ' : taa de etrada em ivalidez, etre as idades e + aos, o período de observação; i : úmero de etradas em ivalidez, etre as idades e + aos, o período de observação; 6

L aa : úmero de pessoas-ao epostas ao risco de aposetar por ivalidez etre as idades e +, o período de observação. Vale lembrar que as medidas apresetadas as fórmulas 1, 2 e 3, referem-se à ivalidez permaete ou total para o trabalho defiida como aquela que impossibilita o segurado de eercer atividade que lhe garata a subsistêcia e, portato, a recuperação da capacidade laborativa caracterizada pela volta ao trabalho ão é cosiderada os seus cálculos (Jorda, 1967). 3.2 Os riscos competitivos Paralelamete ao cálculo das medidas de trasição do estado de atividade para ivalidez permaete, está a discussão da teoria dos riscos competitivos. Os segurados de um regime prevideciário estão epostos ao risco de morte e ivalidez temporária ou permaete ou aida podem aposetar por tempo de cotribuição ou idade e também perder a qualidade de segurado. Cada um desses evetos pode ser represetado a forma de taas de decremeto ou de trasição. Segudo os coceitos aplicados em matemática atuarial, as taas de decremeto se referem à proporção de pessoas que deiam um determiado estado, devido a uma causa específica, sob a hipótese de que ão há outros decremetos atuado. Num ceário de decremeto simples, essa taa é igual a probabilidade de decremeto, o que ão ocorre em situações ode múltiplos decremetos atuam simultaeamete, como por eemplo, a eperiêcia viveciada pelos segurados do RGPS (Wiklevoss, 1993). Ao adquirir a qualidade de segurado do RGPS, o trabalhador está sujeito, além da morte e da perda da codição de segurado, à ação de qualquer um dos outros decremetos: ele pode se aposetar por idade, ivalidez ou tempo de cotribuição. No etato, esses decremetos se difereciam quato às codições de cocessão dos beefícios, em que se destacam os limites de idade e o período de carêcia. A aposetadoria por tempo de cotribuição, por eemplo, uma vez cumprida a carêcia eigida, é devida ao segurado que completa, o míimo, trita e cico aos de cotribuição, se do seo masculio, e trita, se do seo femiio. Normalmete, as etradas esse beefício se cocetram etre os 45 e 55 aos de idade. Por sua vez, as aposetadorias por idade, quado cumprida a carêcia de ceto e oiteta cotribuições mesais, será cocedida ao segurado que completar sesseta e cico aos de idade, se homem, ou sesseta, se mulher reduzidos esses limites para sesseta e ciqüeta e cico aos de idade para os trabalhadores rurais, respectivamete homes e mulheres 5. Nos itervalos etários ode estão iseridas essas idades míimas para a cocessão de beefício de aposetadoria por idade são observadas o maior úmero de etradas esse beefício. Ao cosiderar que essas possibilidades atuam sobre a população eposta ao risco de aposetar por ivalidez e são os úicos decremetos possíveis, icluido a morte e a perda da qualidade 5 A carêcia míima eigida para que um segurado do RGPS faça jus ao recebimeto de aposetadorias por idade, tempo de cotribuição e especial é de 180 cotribuições mesais. Até 1992 eram eigidos apeas 60 meses. A partir de 1992, a carêcia para os segurados que já estavam iscritos o RGPS até meados de 1991 passou a ser acrescida de 6 meses cada, de tal forma que o ao 2012 todos os segurados se equadrem em 180 meses de carêcia. Além disso, os trabalhadores rurais foram equiparados aos urbaos, devedo passar a efetuar cotribuições para o RGPS. Para aqueles trabalhadores rurais já equadrados o sistema prevideciário ates da Lei 8.213/91, é permitida a cocessão de aposetadoria por idade, sem comprovação de cotribuição, o valor de um salário míimo, até julho de 2006 (Castro, 1997). Maiores iformações sobre as regras associadas à cocessão, mauteção e cessação dos beefícios de aposetadoria por idade e tempo de cotribuição ou outros beefícios cobertos pelo RGPS podem ser cosultadas em Brasil (1991) e Brasil (1999). 7

de segurado, a teoria de riscos competitivos permite calcular a probabilidade de decremeto devido à etrada para ivalidez permaete, levado-se em cosideração todos os outros decremetos que estão atuado (Seal, 1977; Wiklevoss, 1993). Etre os diferetes camihos metodológicos para calcular as probabilidades de etrada em ivalidez permaete para os segurados do RGPS, segudo seo e idade, optou-se pelo cálculo das taas de etrada em aposetadoria por ivalidez ajustado os seus deomiadores, de tal forma, que esses deomiadores represetassem, o mais próimo possível, o tempo total de eposição somete ao eveto em estudo. Maiores detalhes sobre a metodologia utilizada este trabalho são apresetados a subseção seguite. 3.3 Cálculo das taas de etrada em aposetadoria por ivalidez e os dados dispoíveis: limitações e pressupostos adotados O úmero de etradas em ivalidez permaete, segudo seo e idade, foi obtido como o úmero de beefícios de aposetadoria por ivalidez iiciados etre 01/01/1999 e 31/12/2002. Para a estimativa do deomiador das taas de etrada em aposetadorias por ivalidez seriam ecessários dados que represetassem a história de vida o RGPS de cada um dos segurados, cotedo iformações como: tempo de cotribuição, datas de etrada e saída o sistema prevideciário, beefícios recebidos e cessados por cada um dos segurados, etre outros. Essas iformações possibilitariam calcular o tempo total de eposição ao risco em ivalidez. No etato, as iformações dispoíveis referem-se ao úmero de cotribuites empregados, trabalhadores avulsos, empregados domésticos, trabalhadores idividuais e segurados facultativos, que efetuaram pelo meos uma cotribuição mesal ao logo de cada ao do período 1999-2002. Ao cosiderar que o tempo total de eposição ao risco em aálise é igual ao úmero de cotribuites em cada ao do período em estudo, pressupõe-se que cada cotribuite ficou eposto ao risco durate todo o período, o que ão é verdade. Na iformação dispoibilizada sobre cotribuites o ao, estão icluídos os cotribuites que tiveram algum beefício cocedido durate o ao. Como eles só estiveram epostos ao risco de se ivalidar parte do ao, o uso dessa iformação, sem correção, poderia superestimar o tempo de eposição ao risco em estudo, subestimado as taas de etrada em aposetadoria por ivalidez. Como uma tetativa para solucioar esse problema, subtraiu-se do úmero de cotribuites que realizaram pelo meos uma cotribuição ao logo de cada ao do período 1999-2002, a metade das aposetadorias por idade, ivalidez e tempo de cotribuição observada em cada ao do mesmo período, supodo-se que esses idivíduos estiveram, em média, epostos ao risco de aposetar por ivalidez metade do itervalo de tempo cosiderado, ou seja, as etradas esses beefícios ocorreram uiformemete durate os aos do período cosiderado. As etradas em auílio-doeça ão foram descotadas do deomiador porque esses beeficiários, mesmo deiado de ser cotribuites ao logo do ao cotiuavam epostos ao risco de aposetar por ivalidez e, sedo assim, devem ser cotabilizados como cotribuites durate o ao iteiro. Os dados dispoíveis cotemplam também os cotribuites que morreram em algum mometo de cada ao do período em estudo e foram computados como se estivessem epostos o ao iteiro ao risco de aposetar por ivalidez. Para reduzir essa possível superestimação do deomiador, pressupôs-se que os cotribuites estimados coforme o parágrafo aterior, por seo e idade simples, eperimetaram as mesmas probabilidades de morte estimadas em Tábuas de Mortalidade do DEPIS/IBGE para a população total brasileira o período 1999-2002. Para se obter as tábuas de mortalidade por idade simples, as fuções 8

de sobrevivêcia l das tábuas dispoibilizadas pelo DEPIS/IBGE, segudo seo e grupos de idade qüiqüeal, foram desagregadas utilizado os multiplicadores baseados a fórmula de Karup-Kig e as respectivas probabilidades de morte foram obtidas, segudo seo e idade simples. A correção do úmero de pessoas-ao foi feita subtraido-se do úmero de cotribuites ajustados segudo o parágrafo aterior, a metade dos óbitos estimados para cada ao do período 1999-2002, sob o pressuposto que esses óbitos se distribuíram uiformemete ao logo de cada ao do período em estudo. Segudo o Regulameto da Previdêcia Social (1999), a cocessão do beefício de aposetadoria por ivalidez está codicioada ao cumprimeto de um período de carêcia de doze ou quatro cotribuições, caso o trabalhador, após a perda da qualidade de segurado, teha se filiado ovamete ao RGPS. Ifelizmete, ão se tem cohecimeto da história cotributiva dos trabalhadores segurados do RGPS e a utilização direta das iformações dispoíveis pode subestimar as taas de etrada em ivalidez por esse motivo, pois ão ecessariamete todos os cotribuites o ao atedem a carêcia míima eigida para a cocessão do beefício em estudo. Além disso, as taas também podem ser subestimadas porque ão é possível verificar quais desses cotribuites, que durate os aos em estudo, cumpriram a carêcia míima eigida para aposetar por ivalidez e, portato, estiveram epostos ao risco em aálise apeas parte do itervalo de tempo. Este caso pode ser eemplificado pelo trabalhador segurado que completou doze cotribuições para o RGPS em 1º de setembro do ao t e ficou eposto ao risco de aposetar por ivalidez quatro meses, e ão o ao todo. Por outro lado, o segurado que deiou de eercer atividade remuerada abragida pela previdêcia social ou esteve suspeso ou liceciado sem remueração, só deiará de fazer parte do grupo de segurados doze meses após a cessação de beefício por icapacidade temporária ou permaete ou após a cessação das cotribuições. Mesmo que esses idivíduos ão teham realizado ehuma cotribuição ao logo do ao, eles permaeceram epostos ao risco de aposetar por ivalidez parte do ao por eemplo, o idivíduo que teve o seu auílio-doeça cessado em agosto do ao t permaece segurado até agosto do ao t+1, aida que ão teha realizado ehuma cotribuição após a cessação do beefício. A ieistêcia de iformações que represetem essas situações subestima o deomiador e, coseqüetemete superestima as taas, pois uma parte importate desses idivíduos ão é cotabilizada os dados sobre cotribuites do CNIS. Diate das limitações dos dados dispoíveis, as taas de etrada em aposetadoria ivalidez foram calculadas sob a hipótese de que os efeitos ocasioados pela ieistêcia das iformações destacadas os dois parágrafos ateriores se compesam e a estimativa do tempo total de eposição ao risco em estudo ão é prejudicada sigificativamete. Outra limitação da iformação dispoível que foi levada em cosideração para a estimativa da população coberta cotra a perda de reda devido à ivalidez permaete foi o icremeto o deomiador dos beeficiários ativos que estiveram em auílio-doeça durate todo o ao. Estes idivíduos estavam epostos ao risco de aposetar por ivalidez, mas como ão realizaram ehuma cotribuição o ao, ão foram computados a base de dados sobre cotribuites do CNIS. Nesse caso a utilização da iformação dispoível, sem cosiderar esses segurados, poderia levar a superestimação das taas. A aálise das limitações dos dados dispoíveis e a busca de soluções para os problemas destacados permitiram estimar o tempo de eposição ao risco de aposetar por ivalidez mais próima da realidade. Em lihas gerais, as taas de etrada em ivalidez permaete para os 9

segurados do RGPS o período 1999-2002, segudo seo e idade, foram obtidas pela seguite epressão: r 1999-2002 = C C 1999 2001 E 2 1999 E 2 2001 D 2 D 2 1999 2001 + + A A 1999 2001 i 1999 2002 + + C C 2000 2002 E 2 2000 E 2 2002 D 2 2000 D 2 2002 + + A A 2000 2002 + (4) i 1999 2002 : úmero de etradas em aposetadorias por ivalidez, etre as idades e + aos, o período 1999-2002; y C : úmero de cotribuites o ao y, etre as idades e + aos, ode y = 1999, 2000, 2001 e 2002; y E : aposetadorias por idade, por tempo de cotribuição e por ivalidez cocedidas o ao y, etre as idades e + aos, ode y = 1999, 2000, 2001 e 2002; y y y ( C E ) q y D = : úmero de cotribuites que morreram o ao y, y etre as idades e + aos, ode q é a probabilidade de morte que uma pessoa, tedo alcaçado a idade eata, tem de morrer etre as idades e + e y = 1999, 2000, 2001 e 2002; y A : úmero de beeficiários ativos que estiveram em auílio-doeça durate todo o ao y, etre as idades e + aos, ode y = 1999, 2000, 2001 e 2002. Ressalta-se que, embora os segurados do RGPS estejam epostos ao risco de aposetar por ivalidez desde a sua filiação, o que pode acotecer a partir dos 15 aos caso o segurado seja um meor aprediz ou a partir dos 17 aos para os demais segurados, este trabalho foram cosideradas apeas as iformações para as idades de etrada em ivalidez permaete etre 20 e 70 aos. A escolha do limite iferior de 20 aos foi devida ao pequeo úmero de casos de aposetados por ivalidez ates dessa idade o período 1999-2002. Para o limite superior, a idéia iicial, também proposta por Ribeiro (2006), era cosiderar as idades míimas eigidas para cocessão de aposetadorias por idade. Como o uiverso de estudo iclui segurados rurais e urbaos e, portato, idades míimas eigidas para cocessão de aposetadorias por idade difereciadas, e o úmero de aposetadorias por ivalidez cocedidas o período 1999-2002 após os 60 aos foi sigificativo, estabeleceu-se como idade máima de etrada em aposetadoria por ivalidez a idade de 70 aos. Após esta idade, observaram-se também o período em estudo poucos casos de etrada em aposetadorias por ivalidez aproimadamete 1,4% do total dos beefícios cocedidos. Defiidas as taas de etrada em ivalidez para os segurados do RGPS o período 1999-2002, segudo seo e idade simples, as mesmas foram suavizadas utilizado-se os 10

multiplicadores baseados a fórmula de Karup-Kig 6. Com base essas taas suavizadas r '', as probabilidades de etrada em aposetadoria por ivalidez foram calculadas, segudo seo e idade, utilizado-se a fórmula 2 apresetada a subseção 2.1. Estabelecidas as probabilidades de etrada em ivalidez, a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez foi etão costruída para os segurados do RGPS o período 1999-2002, segudo seo e idade. Os resultados são apresetados a seguir. r 4. Resultados 4.1 Características gerais das etradas em aposetadorias por ivalidez o período 1999-2002 No período etre 01/01/1999 e 31/12/2002, foram iiciados 547.193 beefícios de aposetadorias por ivalidez prevideciárias 7, dos quais, 524.259 ou 95,8% era clietela urbaa e 330.306 ou 60,3% era do seo masculio. A idade mediaa desses aposetados a data de iício do beefício DIB, o mesmo período, foi de 51 aos para os homes e 54 aos para as mulheres. No geral, a composição etária dos aposetados por ivalidez a DIB em estudo, foi mais evelhecida para as mulheres. Os beefícios de aposetadoria por ivalidez prevideciárias iiciados etre 01/01/1999 e 31/12/2002 foram também aalisados segudo seo, idade e codição de filiação do segurado. O GRAF. 1 mostra que os aposetados por ivalidez do seo masculio eram, a sua maioria, empregados e desempregados. No etato, ao aalisar a composição etária dos homes aposetados por ivalidez em relação à DIB GRAF. 2 observa-se um declíio da participação dos segurados empregados e um aumeto dos idividuais e facultativos, pricipalmete depois dos 65 aos. Para as mulheres, o total, as etradas em aposetadoria por ivalidez foram mais freqüetes etre as seguradas idividuais GRAF. 1. Nas idades mais avaçadas, as aposetadorias por ivalidez se dão basicamete etre as filiadas seguradas idividuais e facultativas, como pode ser observado o GRAF. 3. Provavelmete essas são também as posições a ocupação ode se ecotra a maioria das mulheres seguradas com 60 aos ou mais. Nessas categorias ocupacioais, as mulheres, ormalmete, igressam o RGPS tardiamete e possuem trajetórias de cotribuição muito irregulares, de tal modo que ão satisfazem a carêcia míima eigida para cocessão do beefício de aposetadoria por tempo de cotribuição ou por idade as idades míimas previstas. Assim sedo, cotiuam epostas por mais tempo e em maior úmero ao risco de ivalidez. 6 Maiores iformações sobre essa técica, bem como os multiplicadores utilizados, podem ser obtidas em Shryock & Siegel (1980) e Siegel & Swaso, (2004). 7 Eclusive os segurados especiais. 11

GRÁFICO 1 Distribuição relativa, a DIB, dos beeficiários de aposetadoria por ivalidez do RGPS segudo seo e forma de filiação. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 Total Empregado Desempregado Idividual Facultativo Empregado doméstico Outros 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Mulheres Homes Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. GRÁFICO 2 Distribuição relativa, a DIB, dos beeficiários de aposetaria por ivalidez do RGPS, segudo grupos de idade e forma de filiação. Homes. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Empregado Desempregado Idividual Facultativo Doméstico Outros 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80 e mais Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. 12

GRÁFICO 3 Distribuição relativa, a DIB, dos beeficiários de aposetaria por ivalidez do RGPS, segudo grupos de idade e forma de filiação. Mulheres. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 100% 90% Empregado 80% 70% Desempregado 60% 50% Idividual 40% 30% Facultativo 20% Doméstico 10% 0% Outros 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80 e mais Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. No período 1999-2002, as doeças do aparelho circulatório foram a pricipal causa de cocessão de aposetadoria por ivalidez, sedo resposável por 29,2% das etradas. Em seguida vieram as doeças osteomusculares e metais, represetado cada uma delas 19,5% e 12,4% do total, respectivamete. As lesões foram muito mais elevadas etre os homes. A distribuição das etradas em ivalidez permaete segudo causas de ivalidez e seo é eposta o GRAF. 4. GRÁFICO 4 Distribuição relativa, a DIB, dos beefícios de aposetadoria por ivalidez do RGPS segudo causas de ivalidez e seo. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 35% 30% Homes Mulheres 25% 20% 15% 10% 5% 0% Ifecciosas e parasitárias Neoplasias Edocriológicas Metais Sistema ervoso Doeças do olho Circulatórias Respiratórias Osteomusculares Geituriárias Lesões Outras causas Sem iformação % Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. Causas de ivalidez 13

Verificou-se que, idepedetemete do seo e da clietela, as doeças do aparelho circulatório e osteomusculares foram as pricipais causas de etrada em aposetadoria por ivalidez prevideciária, etre os aos de 1999 e 2002. As eoplasias foram mais icidetes etre as mulheres de clietela urbaa. Por sua vez, os trastoros metais e comportametais foram causas de ivalidez mais elevadas etre os beeficiários de clietela urbaa do seo masculio. Doeças do olho foram mais epressivas etre os aposetados por ivalidez de clietela urbaa. No geral, o padrão de causas de ivalidez apreseta difereças pouco sigificativas etre os homes e mulheres de clietela rural e urbaa. Na próima seção são apresetadas as probabilidades e a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez costruída para os segurados do RGPS, segudo seo e idade, o período 1999-2002. 4.2 O padrão implícito a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez costruída Estabelecidas as probabilidades de etrada em ivalidez permaete GRAF. 5 admitiu-se um grupo iicial hipotético de 100.000 segurados, que estariam epostos aualmete ao risco de aposetar por ivalidez. A Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez para os segurados do RGPS o período 1999-2002, segudo seo e idade, ecotra-se a TAB. 1. GRÁFICO 5 Probabilidades de etrada em ivalidez para os segurados do RGPS, segudo seo e idade. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 0,10 0,09 0,08 0,07 Probabilidade 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0,00 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 Idade Fote de dados básicos: TAB. 1. Homes Mulheres 14

TABELA 1 Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez para os segurados do RGPS, segudo seo e idade. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 Idade Homes Mulheres População Total r l i r l i r l i 20 0,00009 100.000 9 0,00005 100.000 5 0,00007 100.000 7 21 0,00017 99.991 17 0,00006 99.995 6 0,00012 99.993 12 22 0,00024 99.974 24 0,00009 99.989 9 0,00018 99.980 18 23 0,00033 99.950 33 0,00013 99.981 13 0,00025 99.962 25 24 0,00041 99.917 41 0,00018 99.968 18 0,00032 99.937 32 25 0,00051 99.876 51 0,00024 99.950 24 0,00041 99.905 41 26 0,00062 99.825 62 0,00031 99.927 31 0,00050 99.865 50 27 0,00073 99.763 73 0,00040 99.896 40 0,00060 99.815 60 28 0,00085 99.690 85 0,00049 99.856 49 0,00072 99.755 71 29 0,00099 99.605 98 0,00060 99.807 60 0,00084 99.683 84 30 0,00113 99.506 113 0,00073 99.746 72 0,00098 99.600 97 31 0,00129 99.394 128 0,00085 99.674 85 0,00112 99.502 112 32 0,00145 99.266 144 0,00099 99.589 99 0,00127 99.391 127 33 0,00163 99.122 161 0,00114 99.490 113 0,00144 99.264 143 34 0,00182 98.960 181 0,00131 99.377 130 0,00163 99.121 161 35 0,00205 98.780 202 0,00151 99.246 150 0,00184 98.960 182 36 0,00229 98.578 225 0,00173 99.097 171 0,00207 98.778 204 37 0,00254 98.352 250 0,00195 98.926 193 0,00231 98.574 228 38 0,00282 98.103 276 0,00221 98.732 218 0,00258 98.346 254 39 0,00313 97.826 306 0,00251 98.514 247 0,00289 98.092 283 40 0,00350 97.520 341 0,00286 98.267 281 0,00325 97.809 318 41 0,00391 97.179 380 0,00326 97.985 320 0,00366 97.491 357 42 0,00437 96.799 423 0,00370 97.665 362 0,00411 97.134 399 43 0,00486 96.376 469 0,00419 97.304 408 0,00460 96.735 445 44 0,00540 95.907 518 0,00474 96.896 460 0,00515 96.290 496 45 0,00600 95.389 572 0,00538 96.437 519 0,00576 95.794 552 46 0,00662 94.817 628 0,00607 95.918 582 0,00641 95.243 610 47 0,00727 94.189 685 0,00680 95.336 648 0,00709 94.633 671 48 0,00798 93.504 746 0,00761 94.688 721 0,00784 93.962 736 49 0,00878 92.758 814 0,00855 93.968 803 0,00869 93.226 810 50 0,00969 91.944 891 0,00966 93.164 900 0,00968 92.416 894 51 0,01068 91.052 972 0,01081 92.265 998 0,01073 91.521 982 52 0,01172 90.080 1056 0,01199 91.267 1094 0,01183 90.539 1072 53 0,01289 89.024 1147 0,01337 90.173 1205 0,01308 89.467 1171 54 0,01423 87.877 1250 0,01510 88.968 1344 0,01459 88.297 1288 55 0,01581 86.626 1369 0,01738 87.624 1523 0,01644 87.009 1431 56 0,01761 85.257 1501 0,02015 86.101 1735 0,01866 85.578 1597 57 0,01958 83.756 1640 0,02330 84.367 1965 0,02117 83.981 1778 58 0,02176 82.116 1787 0,02687 82.401 2214 0,02396 82.203 1970 59 0,02418 80.329 1942 0,03091 80.187 2479 0,02701 80.233 2167 60 0,02686 78.387 2105 0,03546 77.708 2756 0,03031 78.066 2366 61 0,03050 76.281 2327 0,04093 74.952 3068 0,03446 75.700 2608 62 0,03506 73.955 2593 0,04727 71.885 3398 0,03946 73.092 2884 63 0,03951 71.361 2820 0,05385 68.487 3688 0,04439 70.208 3117 64 0,04281 68.542 2935 0,06005 64.799 3891 0,04836 67.092 3245 65 0,04395 65.607 2884 0,06528 60.908 3976 0,05048 63.847 3223 66 0,04363 62.724 2736 0,06995 56.932 3982 0,05137 60.624 3114 67 0,04251 59.987 2550 0,07447 52.950 3943 0,05161 57.510 2968 68 0,03959 57.437 2274 0,07825 49.007 3835 0,05033 54.541 2745 69 0,03379 55.163 1864 0,08070 45.172 3645 0,04660 51.796 2414 70 0,02401 53.299 1280 0,08123 41.526 3373 0,03950 49.383 1950 Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. Nota: r : probabilidade que um segurado sobrevivete à idade, tem de se ivalidar etre as idades e +, dado que ele ão se ecotra iválido permaetemete para o trabalho; l : úmero de sobrevivetes segurados epostos ao risco de aposetar por ivalidez que atige a idade eata ; i : úmero de etradas em aposetadoria por ivalidez, etre as idades e +. 15

GRÁFICO 6 Distribuição relativa das etradas em aposetadorias por idade, ivalidez e tempo de cotribuição etre os segurados do RGPS, segudo grupos de idade. Homes. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80+ Idade Tempo de cotribuição Ivalidez Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. GRÁFICO 7 Distribuição relativa das etradas em aposetadorias por idade, ivalidez e tempo de cotribuição etre os segurados do RGPS, segudo grupos de idade. Mulheres. Brasil, 01/01/1999 a 31/12/2002 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80+ Fote de dados básicos: MPS/DATAPREV. Idade Tempo de cotribuição Ivalidez. 16

Ao aalisar as probabilidades de etrada em aposetadoria por ivalidez masculias TAB. 1 e GRAF. 5 observa-se que elas são crescetes até os 65 aos e depois caem, cotiuado a apresetar valores importates até os 70 aos de idade. Para as mulheres, elas são crescetes até a última idade cosiderada. Se todos os segurados tivessem cumprido a carêcia míima eigida para a cocessão dos beefícios de aposetadoria programáveis (tempo de cotribuição e idade) até a idade míima para aposetar por idade e todos se aposetassem ao adquirir a carêcia, ão deveria esperar a eistêcia de etradas em aposetadoria por ivalidez para os segurados do seo femiio com mais de 60 aos e em para os segurados homes com mais de 65 aos, uma vez que esse beefício ão é cocedido para aposetados. No etato, observam-se etradas em aposetadorias por ivalidez após essas idades. Isto se deve, provavelmete, ao fato de que uma parte importate dos trabalhadores segurados, especialmete mulheres, ão cumpre a carêcia eigida até a idade míima de aposetadoria por idade e assim permaecem como segurados e epostos ao risco de se aposetar por ivalidez por mais tempo. Outro fator de destaque é a queda o risco de se aposetar por ivalidez para os homes após os 65 aos. Isto parece idicar que os filiados que permaecem em atividade depois dessa idade fazem parte de um grupo seleto, caracterizado por melhores codições de saúde, ou porque muitos dos filiados com saúde mais vulerável coseguiram uma aposetadoria regular, ou um Beeficio Assistecial como o BPC 8 ou, simplesmete, porque parte dos idivíduos ão têm codições de trabalhar e por isso ão podem cotribuir e mater sua filiação. Mais uma possível eplicação para a queda das probabilidades masculias após os 65 aos é que o deomiador as últimas idades está provavelmete superestimado, pois possivelmete cotempla trabalhadores segurados que satisfazem à carêcia míima eigida para a cocessão de aposetadoria programada, mas estão adiado o requerimeto desse beefício. Por sua vez, as mulheres apresetaram probabilidades de etrada em ivalidez superiores às observadas para os homes após os 50 aos e crescetes até os 70 aos TAB. 1 e GRAF. 5. Esse padrão pode ser atribuído, em parte, à maior dificuldade das mulheres em satisfazer os critérios eigidos para cocessão dos beefícios de aposetadorias por idade e tempo de cotribuição, seja porque igressaram o RGPS tardiamete ou porque possuem trajetórias de cotribuição muito irregulares. Essa hipótese é também fudametada com base as aálises realizadas a seção 4.1, quado se verificou que essas mulheres eram, em sua maioria, seguradas idividuais e facultativas, especialmete após os 60 aos. Como a carêcia ão foi cumprida até a idade míima de aposetadoria por idade, essas mulheres permaecem como seguradas e epostas ao risco de se aposetar por ivalidez por mais tempo e em maior úmero. Espera-se que a segurada que cumpriu as eigêcias para se aposetar por tempo de cotribuição ou idade faça o requerimeto desses beefícios, mesmo que ão esteja apta para o eercício de sua atividade. Essa escolha, mais uma vez, pode ser ecoômica, mas também burocrática, segudo razões já apresetadas. 8 Beefício de Prestação Cotiuada. 17

5. Cosiderações fiais Neste estudo, procurou-se descrever como ocorre a trasição do estado de atividade para a ivalidez permaete etre os segurados do Regime Geral da Previdêcia Social. Com esse objetivo foi costruída uma Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez, segudo seo e idade, para o período 1999-2002 com base os registros admiistrativos da DATAPREV/MPS e as iformações sobre cotribuites da Previdêcia Social do CNIS. Ao aalisar o padrão implícito a tábua costruída, observou-se que as probabilidades foram crescetes para os homes até os 65 aos e depois caíram, cotiuado a apresetar valores importates até os 70 aos de idade. Para as mulheres, as respectivas probabilidades foram crescetes até a última idade cosiderada. A queda das probabilidades masculias após os 65 aos de idade sugere que os filiados que permaecem em atividade depois dessa idade pertecem a um grupo seleto, caracterizado por melhores codições de saúde, ou porque muitos dos filiados com saúde mais vulerável coseguiram outro beefício, ou, simplesmete, porque parte dos idivíduos ão têm codições de trabalhar e por isso ão podem cotribuir e mater sua filiação. As etradas em aposetadorias por ivalidez, após as idades limites para cocessão de aposetadorias por idade, podem ser eplicadas, em parte, pela preseça de trabalhadores, especialmete do seo femiio, que ão cumprem a carêcia eigida até a idade míima de aposetadoria por idade e permaecem, assim, como segurados e epostos ao risco de se aposetar por ivalidez por mais tempo. Espera-se que a Tábua de Etrada em Aposetadoria por Ivalidez costruída e apresetada este trabalho para os segurados do RGPS seja útil para a Previdêcia Social a realização de projeções ou simulações do úmero de beeficiários aposetados por ivalidez. Ao mesmo tempo, as probabilidades estimadas poderão ser utilizadas pelo mercado prevideciário como uma referêcia a escolha de tábuas de etrada em aposetadoria por ivalidez, especialmete para os fudos de pesão, pois essas probabilidades represetam a eperiêcia de etrada em ivalidez permaete mais próima da realidade brasileira, quado comparadas com as probabilidades das outras tábuas utilizadas pelo mercado prevideciário. Além disso, todos os participates de etidades de previdêcia complemetar fechada estão viculados ao RGPS (Coletâea, 2007). 18

6. Referêcias bibliográficas ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: AEPS 2005. Brasília, MPS/INSS/DATAPREV, v. 14, 2007. 187p. Dispoível em: <http://www.prevideciasocial.gov.br/docs/pdf/aeps2005.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2007. BRASIL. Costituição: República Federativa do Brasil. Brasília: Horizote Editora, 1988. 320p. BRASIL. DECRETO. 3.048 de 6 de maio de 1999. Diário Oficial da Uião, Brasília, 07 maio 1999. Seção I, p.50-108. Dispoível em: <http://www.prece.com.br/images/ew/legislacao/decreto_3.048_de_6_%20maio_199 9.pdf>. Acesso em 23 fev. 2007. BRASIL. Emeda Costitucioal o. 20 de dezembro de 1998. Diário Oficial da Uião, Brasília, 16 dez 1998. Dispoível em: <http://www010.dataprev.gov.br/sisle/pagias/30/1998/20.htm>. Acesso em: 12 abr. 2007. BRASIL. Lei. 8.213 de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da Uião, Brasília, 25 jul. 1991. Dispoível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sisle/pagias/42/1991/8213_7.htm>. Acesso em: 12 abr. 2007. CASTRO, Márcia Caldas de. Etradas e saídas o sistema prevideciário brasileiro: uma aplicação de tábuas de mortalidade. 1997. 289f. Dissertação (mestrado em Demografia) Cetro de Desevolvimeto e Plaejameto Regioal, Uiversidade Federal de Mias Gerais, 1997. COLETÂNEA de ormas dos fudos de pesão. 3 ed. Brasília: MPS, SPC, 2007. 323p. CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS CNSP. Resolução. 092 de 30 de setembro de 2002. Diário Oficial da Uião, Brasília, 10 out. 2002. Dispoível em: <http://www.susep.gov.br/tetos/resoi092.htm>. Acesso em: 23 mar. 2007. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. DEPARTAMENTO DE POPULAÇÃO E INDICADORES SOCIAIS DEPIS. Estimativas prelimiares de Tabelas de sobrevivêcia: Brasil e UF s, 1991-2010. Dispoível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: abr. 2007. JORDAN, C.W. Life Cotigecies. 2. ed. Chicago: Society of Actuaries, 1967. MAGALHÃES, Paula Bicudo de Castro; BUGARIN, Mirta Noemi Sataka. Simulações da previdêcia social brasileira: estudo de caso do Regime Jurídico Úico RJU. Estudos Ecoômicos, São Paulo, v. 34,. 4, p. 627-659, out/dez 2004. Dispoível em: <http://www.eco.fea.usp.br/ovo_site/publicacoes/estudos_ecoomicos/34_4/magalhaesbugari.pdf>. Acesso em: 22 ju. 2007. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL MPAS. Portaria. 4.992 de 05 de fevereiro de 1999. Diário Oficial da Uião, Brasília, 08 fev. 1999, Dispoível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sisle/pagias/66/mpas/1999/4992.htm>. Acesso em: 23 mar. 2007. 19

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