Programa de Intervenção para o Agrupamento de Escolas de Lamaçães
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- Eugénio Monteiro Bacelar
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1 Prgrama de Intervençã para Agrupament de Esclas de Lamaçães (à apreciaçã d Cnselh Geral Transitóri d Agrupament de Esclas de Lamaçães n âmbit d prcess cncursal a carg de Directr) Jã Luís Dantas Leite
2 A cidade educadra aparece cm a mais recente prpsta de reenviar a educaçã a tds s cidadãs e nã apenas a um pder central mnplizadr. Tud ist faz urgente repensar a rerganizaçã lcal da educaçã e a refrma da autnmia da escla e da cidade em relaçã à administraçã central, cuj papel deve evluir para uma crdenaçã flexível, reguladra e estimuladra das dinâmicas lcais. (Susa Fernandes) Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 2
3 I Intrduçã 4 1. Enquadrament Plític 4 2. Mtivaçã pessal 5 II Medidas para uma intervençã estratégica n Agrupament 6 1. Identificaçã de Prblemas 6 2. Definiçã de bjectivs 7 3. Estratégias de Intervençã 9 III Cnclusã 11 IV Bibligrafia 12 Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 3
4 I Intrduçã 1. Enquadrament Plític O prcess educativ resulta de dis vectres: a invaçã e a realizaçã, send que a invaçã é, ela própria, uma realizaçã e a realizaçã integra n seu sei factres de mudança. (Gmes, 1993) Cm a mudança d públic-alv, resultante da massificaçã da escla pública, cresce nas esclas uma hetergeneidade gegráfica, scial, cultural e etária que determina a rerientaçã das práticas pedagógicas para alun em detriment de ser para s saberes. A hmgeneidade fragmentada e sequencial das disciplinas fi substituída pela hetergeneidade d públic e pela cnsciencializaçã da transversalidade ds cnteúds. Assim, da cmplexidade das práticas pedagógicas resulta a necessidade da diferenciaçã. Esta mudança é visível n aument de prjects transversais a currícul esclar e nas actividades extra-curriculares implementadas pelas esclas. Esta rerientaçã de uma prática pedagógica sequencial, centrada ns saberes, para uma prática centrada ns aluns, tendencialmente disjuntiva, significa também uma rerientaçã da reflexã pedagógica, da turma para cnjunt da escla, impnd nvas cmpetências rganizacinais (D ly, 1991): trabalh clectiv, a animaçã de grups de trabalh, a elabraçã de prjects educativs, a cnstituiçã de memórias e a avaliaçã das esclas. As nvas respnsabilidades na definiçã das plíticas e das práticas rganizacinais pressinam n sentid de um nv discurs que integre e mbilize s intervenientes n prcess ensinaprendizagem mas, também pressupõem uma liderança frte, expectativas elevadas n sucess ds aluns, refrç das cmpetências básicas, um clima rdenad e segur e avaliações frequentes d prgress ds aluns. Quand pensams na representaçã tradicinal da missã da escla, verificams que a esclaridade brigatória se cnfrnta cm nvas necessidades, exigentes mas nã selectivas scialmente: [ ] traduz-se numa cncepçã de escla que se baseia em elements d que denminams anterirmente de eths de escla, ist é, um espaç cmunicativ e afectiv nde as identidades ds aluns pdem desenvlver-se na base da participaçã em actividades relacinadas cm as suas rigens culturais, frnecend-lhes assim uma prtunidade para usar as suas vzes[ ] (Stöer & Araúj, 1992) Assim, a escla passa a ser um espaç educativ cnsciente das diferenças cntextuais, prevend e crrespndend às necessidades de diferenciaçã curricular, pedagógica e rganizacinal. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 4
5 2. Mtivaçã Os últims 11 ans da nssa vida prfissinal fram intensamente vivids n Agrupament de Esclas de Lamaçães. Este percurs fi um espaç de vivências, de partilha, de aprendizagens reflexivas e significativas, n qual s aluns, prfessres, funcináris, encarregads de educaçã e restante cmunidade educativa fram parceirs activs na cnstruçã de um prject educativ. N respeit pr tds estes actres e n recnheciment d trabalh desenvlvid, impõe-se a transpsiçã de td este saber acumulad, bem cm ds princípis e rientações educativas que fram implementadas, para a nva etapa rganizacinal de administraçã e gestã. Cm element dinamizadr, atent e mtivadr das pessas cm quem trabalhams, estams preparads e mtivads para assumir a respnsabilidade de liderar Agrupament de Esclas de Lamaçães ns próxims quatr ans. Para desempenh dessa respnsabilidade, cnsiderams essencial a manutençã da equipa que, desde há lngs ans, vem trnand pssível a execuçã de medidas estratégicas cnducentes a um clima rganizacinal de clabraçã e que, a mesm temp, ptimiza s desempenhs esclares, n sentid de assegurar uma mair eficiência e eficácia educativas dentr ds padrões de excelência. A cnslidaçã destes desempenhs só se trna real se apstarms na crespnsabilizaçã ds diferentes intervenientes, nmeadamente s aluns, pais, funcináris, cmunidade educativa alargada e dcentes. Elegems alguns pnts imprtantes que trnam pssível dar cntinuidade a trabalh que fez deste Agrupament uma referência na cidade de Braga e pel qual tems pugnad, quer na elabraçã ds dcuments rientadres da plítica educativa d AEL, quer na implementaçã ds mesms. De fact, após a leitura atenta d Prject Educativ (PE), d Prject Curricular de Agrupament (PCA), d Regulament Intern (RI) e d Plan Anual de Actividades e Frmaçã (PAAF) é pssível identificar s pnts frtes e pnts fracs, dand especial atençã a estes últims, n sentid de rientar/delinearms uma estratégia de melhria. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 5
6 II Medidas de Intervençã Estratégica n Agrupament 1. Identificaçã ds prblemas Os níveis de ambiçã e as metas definidas pela cmunidade educativa têm uma influência determinante n seu própri futur. Qualquer intervençã estratégica deve cnsiderar a identificaçã ds prblemas, que permita a definiçã de metas, atingíveis e realistas, que permitam índices de mtivaçã acrescida, prprcinand as intervenientes n prcess uma dinâmica de êxit. Send as diferenças ds cntexts pessais e de cada unidade educativa d AEL uma realidade, é fundamental desenvlviment de cnsenss, capazes de mbilizar tds s intervenientes na intençã de slucinar s prblemas que a seguir identificams: Ausência de uma cultura sistemática de aut-avaliaçã ns váris dmínis de desempenh d Agrupament; Insuficiência de hábits de trabalh clabrativ e de partilha de experiências; Insuficiência de supervisã da prática lectiva em sala de aula Dificuldades em articular as várias especificidades entre s váris cicls/níveis de ensin; Algumas atitudes cívicas puc adequadas a cntext esclar; Acmpanhament ds aluns cm necessidades educativas especiais (NEE s) e aluns cm dificuldades de aprendizagem nã integrads n Ensin Especial; Carência de recurss humans; Insuficiência, inadequaçã e desactualizaçã de espaçs/recurss pedagógics, especialmente ns JIs e EB1s; Valrizaçã ds prgresss alcançads e a capacidade de s assinalar festivamente; Participaçã e envlviment de pais e encarregads de educaçã; Serviçs infrmatizads/rede infrmática eficientes. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 6
7 2. Definiçã de Objectivs Um prject pedagógic deve assentar na interpretaçã de valres sciais cm respeit pelas regras, a autnmia, a scializaçã, a igualdade de prtunidades e de direits, respeit mútu, a dignidade d ser human, espírit slidári, a tlerância, a justiça, a diferença, a participaçã scial, a cultura d trabalh e a cnsciência eclógica. Educar para s valres é uma exigência da sciedade actual, inserida n mund glbalizad e marcada pr significativas mudanças tecnlógicas e nvs paradigmas plítics, culturais e educacinais. Os factres indutres da eficácia de uma rganizaçã, tais cm a cmplexidade d envlviment ds seus actres, a qualidade das tecnlgias e a dimensã da rganizaçã, pdem ser parcialmente cntrlads e, embra a Escla tenha um cnjunt de metas a atingir, há um cnjunt de bjectivs frmais e infrmais, muitas vezes debilmente articulads e até cntraditóris, que cndicinam desenrlar ds acnteciments na escla. Assim, parece-ns necessári cntinuar a dar vz e vez as actres deste Agrupament. Nesse sentid, prpms a cntinuidade ds valres e bjectivs definids n actual Prject Educativ. Prmver uma educaçã de excelência desde pré-esclar até a fim da esclaridade brigatória: Diminuir as desigualdades entre s aluns; Oferecer mais prtunidades de aprendizagem diferenciada; Prmver êxit educacinal ds aluns; Valrizar e ampliar as capacidades e cmpetências ds aluns; definir regras claras e prmver um ambiente de disciplina e respeit; Prprcinar uma gestã da escla claramente centrada na aprendizagem e n ensin a sua razã de ser; Facultar infrmaçã directa e acessível sbre a tmada de decisã e desenvlviment de diferentes actividades; Favrecer a alcaçã de recurss para td tip de priridades de aprendizagem ds aluns. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 7
8 Valrizar a dimensã humana d ensin, cnslidand a frmaçã ética e cívica de tda a cmunidade: Prmver a cnvivência n respeit pela diversidade; Cnslidar cnceit de escla inclusiva; Cnstruir uma escla nde trabalh, a respnsabilidade e saber sejam a base de uma dinâmica de sucess; Estimular a participaçã demcrática de tds s intervenientes na vida d AEL e da sciedade em que estã inserids; Manter e refrçar esse espírit de abertura demcrática e de respeit pela piniã ds utrs, n sentid de frmar cidadãs livres; Cmbater a abandn esclar, pel acmpanhament persnalizad das situações de risc e cmprtaments desviantes; Sublinhar a imprtância da cnsciência eclógica; Cnsciencializar s aluns para a necessidade de preservaçã ds bjects e ds espaçs. Prmver uma cultura de Agrupament, tend em cnta cntext específic de cada nível de ensin e a realidade cncreta de cada unidade educativa: Assegurar uma cnsciência clectiva de cmprmiss cm mesm prject educativ; Prmver a infrmaçã eficaz, que é especialmente relevante na cnstruçã ds agrupaments de esclas cm rganizações educativas; Cnstruir cnsenss; Rentabilizar as ptencialidades d mei esclar e scial envlvente, perspectivand-se cm recurss mútus; Atenuar as assimetrias inerentes as diferentes cntexts sóciecnómics e culturais; Facilitar prcesss de avaliaçã que permitam prprcinar melhres prtunidades as aluns; Simplificar a dcumentaçã a prduzir de md a que pssa ser facilmente utilizada pels intervenientes. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 8
9 3. Estratégias de Intervençã n Agrupament A cncretizaçã ds bjectivs anterirmente sistematizads deve ser assegurada através das rientações estratégicas que a seguir se apresentam: Dinamizaçã e cncretizaçã d Plan Nacinal de Leitura, Rede de Biblitecas Esclares, d Plan da Matemática, d MatCOM, d PES, d IELP, d Desprt Esclar, Dinamizaçã de utrs prjects, nmeadamente Parlament ds Jvens, Cmenius, Grundtvig, e-twinning, revista Farl d Vale, de prjects de intervençã cm a clabraçã de instituições (Universidade d Minh e Universidade Católica, Cmissã Prtecçã Crianças e Jvens), Dinamizaçã de Clubes Temátics (cerâmica, música, pintura, brinqued), da Bibliteca Esclar/Centr de Recurss Educativs (BE/CRE), de Salas de Estud e de Actividades de Enriqueciment Curricular, Dinamizaçã da Rádi Esclar Diversificaçã da ferta educativa (Educaçã Especial, CEF, PIEF); Desenvlviment de plans individuais de transiçã e de api individual, através da implementaçã de parcerias; Participaçã activa na cnstruçã d Prject Curricular de Escla; Mbilizaçã ds diverss departaments curriculares, n sentid de delinear estratégias, tend em vista a articulaçã entre cicls/níveis; Ptencializaçã ds recurss humans; Optimizaçã e refrç ds recurss didáctics, pedagógics e de serviçs, tend em vista melhrar e respnder a prcess de ensin-aprendizagem; Implementaçã de sessões de frmaçã internas e de curta duraçã (frmaçã em cntext de trabalh); Desenvlviment de acções, tend em vista a participaçã de tds s actres ns váris órgãs de gestã, estimuland as lideranças intermédias; Frmaçã de td pessal dcente e nã dcente em cmpetências TIC, nível I; Frmaçã de 40% d pessal dcente em cmpetências TIC, nível II; Realizaçã de sessões de frmaçã n âmbit d Centr de Recurss Educativs; Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 9
10 Desenvlviment de cntacts cm a DREN, n sentid da clcaçã de um psicólg n Agrupament; Refrmulaçã da rede lcal de Internet; Ligaçã pr Internet a tdas as unidades d Agrupament; Cnslidaçã d site d Agrupament; Realizaçã de melhraments ns espaçs interires e exterires, de frma faseada; Remdelaçã e/u criaçã de espaçs de trabalh específic; Mbilizaçã da Câmara Municipal para melhrament das instalações desajustadas, ds espaçs de lazer e temps livre, especialmente ns JIs e EB1s; Sensibilizaçã da Câmara Municipal para a clcaçã urgente de AAE cm frmaçã adequada; Sensibilizaçã ds Encarregads de Educaçã para a dinamizaçã efectiva da cmpnente sóci educativa (ATL) e assciativism esclar; Prmçã da criaçã da Bibliteca Esclar da EB1 de Ngueiró Mbilizaçã das frças vivas da cidade para a cnstruçã d anfiteatr exterir; Prmçã, em tdas as esclas d 1º cicl e Jardins-de-infância, de um espaç que desenvlva uma dinâmica de experimentaçã; Esfrç na aut-avaliaçã d trabalh, cnstruind uma equipa cm este prpósit, adptand instruments, mesm que simples, de bservaçã e acmpanhament (PAR); Prmçã de mments de articulaçã entre s diferentes cicls/níveis de ensin; Criaçã de uma blsa de prfessres de tdas as áreas para dinamizaçã da sala de estud; Prmçã da participaçã activa e cívica ds aluns (através de reuniões cm delegads e subdelegads das turmas para permitir seu envlviment na vida da escla, n sentid de definir cmprtaments adequads à educaçã integral, à instruçã, à sciabilidade e a desenvlviment pessal e scial); Sensibilizaçã da cmunidade educativa para as questões ambientais, através d api à rganizaçã de iniciativas várias, cm CIE ; Organizaçã d II Cngress Internacinal Esclar Recurss Humans, Sustentabilidade e Humanidade. Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 10
11 III Cnclusã Terminams, encarand este nv mdel de rganizaçã esclar cm um desafi e uma prtunidade. Independentemente d cntrl remt da Administraçã Central u das pressões lcais, esperams que este Agrupament se abra para participar activamente neste mund incert para tds s actres sciais. Esperams desenvlver, cm a ajuda de tds, uma visã estratégica que permita que este Agrupament seja um lcus de aprendizagens e de cnstruçã d saber, capaz de cntribuir para cresciment d país e, acima de tud, frmar cidadãs autónms, cnscientes, crítics e empreendedres. Pels seus ensins, prática e cmprmiss, a educaçã deve cntribuir para a realizaçã deste prject d nss temp: substituir uma autridade mecânica, de tip administrativ, pr um tip de decisã viva, de tip demcrátic. A participaçã de um mair númer n máxim de respnsabilidade nã é só um testemunh de eficácia clectiva, é também uma cndiçã da felicidade individual, uma maneira de influir livremente sbre destin. (Lima 1988) Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 11
12 IV - Bibligrafia Barrs, Jã (2005). Plíticas Educativas e Organizaçã Esclar. Lisba: Temas Universitáris, nº 3 D ly, Lise (1991). Le Cllégè, Crises, Mythes et Métiers. Lille : Presse Universitaire de Lille Fernandes, Antóni Susa (2004). Tendências e paradigmas da administraçã educacinal in Administraçã e Gestã das Esclas Diferentes lhares sbre a mesma prblemática. Braga: Centr Frmaçã Assciaçã Esclas Braga Sul. Gmes, Rui (1993). Cultura de Esclas e Identidade ds Prfessres. Lisba: Clecçã Educa-Organizações Lima, Licíni (1988). Gestã das Esclas Secundárias, A participaçã ds aluns. Lisba: Livrs Hriznte Lima, Licíni (1998). A Escla cm Organizaçã e a Participaçã na Organizaçã Esclar. Braga: Institut Educaçã e Psiclgia Centr de Estuds em Educaçã e Psiclgia Plan de Intervençã para Agrupament de Lamaçães 12
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